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Entrelinhas da Diferença por MalluBlues

Ver comentários: 2

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Palavras: 2098
Acessos: 381   |  Postado em: 03/11/2025

Capitulo 12

Por Luísa:

O consultório cheirava a álcool em gel e Dr. Carlos, um homem que claramente levava sua função de transmitir diagnósticos a sério, passou nada menos que vinte minutos examinando cada detalhe dos exames de minha mãe. Eu podia ouvir o ruído dos papéis sob suas mãos enquanto ele os virava de um lado para o outro. Minha mãe, por outro lado, balançava as pernas no ritmo de alguém que já queria estar em qualquer outro lugar do mundo que não ali. 

Finalmente, depois de um longo suspiro, o médico começou seu discurso, claramente ensaiado e provavelmente já repetido dezenas de vezes naquela mesma sala.

— Valéria e Luísa, analisei todos os exames realizados e os testes cognitivos mostraram uma leve dificuldade em áreas como memória recente, atenção e raciocínio lógico. Os exames laboratoriais descartaram deficiências, como a de vitamina B12, alterações na tireoide ou problemas metabólicos… o que nos dá mais clareza sobre a origem dos sintomas.

Senti minha respiração pesar. Algo em mim já sabia onde aquilo ia dar, mas ainda assim me recusei a acreditar.

— Nas imagens cerebrais, é possível ver sinais de atrofia em regiões do cérebro responsáveis pela memória e pelo processamento das informações — ele continuou, com a calma irritante de quem não era a pessoa que estava recebendo a notícia do outro lado da mesa. — Isso pode indicar um processo neurodegenerativo inicial. E embora ainda estejamos em uma fase precoce, esses achados são compatíveis com um quadro inicial de demência, provavelmente Alzheimer.

Foi como se o chão tivesse se dissolvido sob meus pés. O ar na sala ficou pesado, minha visão embaçou por um instante e, mesmo sentada, senti a tontura me tomar.

— O que está dizendo, Carlos? — minha mãe perguntou com a voz tremendo levemente. A impaciência anterior dera lugar a um tom mais frágil, mais hesitante. 

— Que os sintomas de alterações comportamentais e de esquecimentos que vocês me relataram, somados aos resultados dos exames, indicam um quadro inicial de demência

Minha garganta queimou.

— Você tem certeza disso, doutor? — perguntei, sentindo minha voz embargar no final da frase.

— Infelizmente sim, mas, como disse antes, temos alternativas para retardar o processo — ele tentou amenizar. 

Mas "retardar" não significava reverter. "Retardar" significava assistir tudo acontecer em câmera lenta, impotente, esperando o inevitável.

Minha mãe soltou um suspiro curto antes de se levantar, ajeitando a alça da bolsa no ombro com a dignidade de uma rainha que se recusa a cair.

— Retardar o processo não significa cura. Vamos, Luísa — anunciou, deixando claro que já ouvira tudo o que precisava. Depois, olhou diretamente para o médico. — Não se ofenda, Carlos, mas irei atrás de uma segunda opinião.

Ele pigarreou, desconfortável, e fez um leve aceno de cabeça.

— Eu compreendo, e vocês estão no direito de buscar outra avaliação.

Eu me levantei logo atrás dela, mas antes de sair, dei uma última olhada para o médico. Ele falara com tanta convicção, e seu nome era respeitado na área. Não era alguém que jogava palavras ao vento. 

No carro, minha mãe manteve os olhos fixos na estrada, seu rosto carregado de pensamentos que ela provavelmente não me deixaria acessar tão cedo. O silêncio pesou entre nós, até que decidi quebrá-lo.

— Mãe, você está bem? — perguntei, mesmo sabendo que a resposta padrão viria.

— Sim, sim. Chegando em casa, você fará sua mala para a viagem à Ilha do Farol amanhã de manhã. Não se esqueça — disse, mudando de assunto com a destreza de quem fugia de perguntas incômodas desde sempre.

Franzi a testa, surpresa.

— Mãe, depois dessa consulta de hoje, não sei se terei condições de ir.

Ela me olhou de relance, mas manteve a voz firme.

— Temos um acordo, Luísa, e você sabe que é importante estar lá. Se você não for, eu mesma irei.

Suspirei, esfregando o rosto com as mãos.

— E a outra opinião? — tentei insistir, ainda buscando um resquício de controle sobre a situação.

— Sem preocupações excessivas. Ficarei por aqui e marcaremos com outro médico quando você retornar — respondeu, encerrando o assunto como se estivesse me mandando comprar pão na padaria e não lidando com um possível diagnóstico de doença neurodegenerativa.

Propositalmente, minha mãe agendou a consulta para sexta-feira à tarde . Estratégia genial, digna de alguém que sempre jogou melhor do que eu: assim, eu não teria tempo hábil para sair correndo atrás de outro médico antes da viagem. Suspirei, apertando os olhos com força, sentindo a frustração subir quente pelo meu peito.

Eu queria discutir, gritar que não era uma "preocupação excessiva", que simplesmente não dava para enfiar aquele diagnóstico na gaveta e fingir que nada estava acontecendo. Mas conhecia minha mãe. Quando Valéria decidia algo, não havia argumento no mundo que a fizesse mudar de ideia.

Em casa, fazer a mala foi quase um ato mecânico. Eu pegava peças de roupa sem realmente vê-las e jogava dentro da mala sem qualquer critério. Célia, sempre atenta, notou minha inquietação e curiosa sobre a consulta, entrou no quarto sem cerimônia, com seu olhar percorrendo o caos ao meu redor.

Sem dizer nada, pegou um vestido que eu havia largado na cama e começou a dobrá-lo com a calma de quem sabia que eu não estava em condições de organizar nem meus próprios pensamentos.

— E agora, menina? — perguntou, sem rodeios, enquanto me analisava.

— Agora você vai cuidar dela neste fim de semana, e eu volto no domingo — respondi, jogando um biquíni qualquer na mala.

Ela suspirou, me lançando um olhar carregado de preocupação e algo mais. Angústia. Era isso. A mesma que eu sentia.

— Não a deixe sair sozinha — acrescentei. — Não acho que ela vá querer ir a lugar nenhum, mas, se decidir... sei lá.

Célia assentiu, compreendendo exatamente o que eu queria dizer sem precisar que eu terminasse a frase.

— Também já deixei Jean avisado — continuei, referindo-me ao motorista.

Ela não respondeu. Apenas continuou dobrando as roupas, como se aquilo fosse a única forma de me oferecer conforto.

Passei a noite inteira chorando. Fechava os olhos, mas o sono não vinha. Só o peso das palavras do médico, repetindo-se na minha mente como um eco cruel: quadro inicial de demência.

E, na manhã seguinte, eu partiria para a Ilha do Farol. Mesmo que tudo dentro de mim gritasse para eu ficar.

*****

Provavelmente foram os Deuses, ou talvez só um resquício de sorte cósmica, que impediram Bia de grudar em mim feito chiclete durante a viagem. Mas, claro, isso não significava que ela não tentaria. Assim que chegou, me envolveu num abraço apertado, e um arrepio incômodo subiu pela minha espinha. Desconforto. Essa era a palavra exata. Como quando a gente veste uma roupa bonita que pinica.

Passei a maior parte do caminho tentando ignorar o fato de que, em alguns momentos, pegava Bia me observando de canto, tentando disfarçar. Em vez disso, me concentrei no celular, reforçando as orientações que já tinha passado para Célia. "Não a deixe sair sozinha. Não a deixe cozinhar.. Não a deixe..." A lista era infinita, e minha ansiedade também. Aproveitei também para pesquisar sobre os melhores neurologistas da região, salvando o nome de algumas clínicas.

Só quando finalmente pisamos na ilha é que me dei conta do cenário à minha volta. E que cenário. A paisagem parecia tirada de um cartão-postal: mar cristalino, areia branca e um vento gostoso que bagunçava meu cabelo. Era um verdadeiro espetáculo da natureza..

Seguimos para o resort, e então veio a revelação que surpreendeu absolutamente ninguém: Bia e eu dividiríamos o quarto.

Entramos no elevador em um silêncio quase constrangedor. O tipo de silêncio que pesa no ar e faz a gente pensar em todas as palavras que não deveriam ser ditas. Foi nesse momento que eu reparei melhor na roupa de Bia. Não que eu estivesse analisando de propósito, claro. Ela usava um macaquinho vermelho de tecido leve, o tipo de peça que parecia feito sob medida para dias quentes e para provocar distrações desnecessárias. Nos pés, sandálias rasteiras douradas brilhavam sob a luz artificial do elevador, dando um ar casualmente sofisticado. Os óculos escuros de armação quadrada repousavam no topo da cabeça, segurando alguns fios de cabelo que insistiam em cair sobre seu rosto.

Revirei os olhos mentalmente. Bia tinha esse dom irritante de parecer impecável, e eu odiava o fato de que meu olhar insistia em voltar para ela. E pior: uma parte de mim não queria admitir, mas gostava do que via.

Quando chegamos ao andar, Bia deslizou o cartão na fechadura da porta e empurrou-a, revelando a suíte Master Mar. E, bem... O luxo era inegável.

O ambiente era amplo, com janelas enormes que davam para uma varanda privativa com vista para o mar. O piso de madeira brilhava sob a iluminação suave, e o cheiro de lençol recém-lavado se misturava ao aroma levemente adocicado de algum difusor. No centro do quarto, uma cama king-size enorme. O banheiro era praticamente um spa, com uma banheira imensa estrategicamente posicionada para que se pudesse relaxar enquanto admirava o oceano.

— Nada mal, hein? — Bia comentou, jogando a bolsa sobre uma das poltronas.

Revirei os olhos e soltei um suspiro.

— Realmente, um sonho. Pena que pesadelos também acontecem em lugares bonitos.

Ela riu, se divertindo mais do que deveria com meu sarcasmo, e se jogou na cama como se já tivesse tomado posse do território.

Virei de costas, sorrindo para mim mesma enquanto pegava minha mala. Ela não precisava ver que eu estava sorrindo. Não mesmo.

— Que horas precisamos descer para a gravação? — perguntei, ainda tentando aceitar que estava ali, em um quarto de luxo, compartilhando o espaço com Bia Albuquerque.

Ela esticou os braços acima da cabeça, preguiçosa, como se estivesse aproveitando um dia de folga e não prestes a trabalhar.

— Eu preciso ir daqui a pouco, porque eles vão fazer maquiagem e tudo mais. Mas você pode ir mais tarde — respondeu, olhando para mim como quem dava uma sugestão.

— Beleza — murmurei, enquanto tentava enfiar minhas roupas no armário sem parecer ansiosa demais para ocupar um espaço que, tecnicamente, não era só meu.

Bia se jogou de costas, abrindo os braços de forma exagerada.

— E vê se aproveita, pelo amor de Deus. Olha só isso! — exclamou, como uma apresentadora de TV vendendo um pacote turístico caríssimo.

Olhei ao redor. Ok, ela tinha razão. O quarto era incrível, a vista era de tirar o fôlego e, lá fora, o mar parecia me chamar.

— É um lugar lindo mesmo — admiti, cruzando os braços.

— Sim! E está quente. Então coloca um biquíni e cai na água — sugeriu, agora cruzando as pernas e me observando com aquela intensidade irritante.

— Vamos ver… — desconversei, sabendo que a última coisa que eu queria era dar a ela o gostinho da vitória tão fácil assim.

Bia estreitou os olhos e inclinou a cabeça, estudando-me. Então, sem aviso, soltou:

— Você trouxe uma prótese que dá pra molhar, né?

Parei no meio do movimento de colocar uma camiseta no cabide. O olhar dela estava curioso, mas não invasivo. E aquilo me pegou desprevenida.

— Trouxe, sim — respondi, tentando esconder a surpresa por ela saber minimamente sobre esse universo. Não era exatamente um conhecimento comum.

Ela sorriu, satisfeita, e piscou para mim.

— Então não tem desculpa.

Não respondi nada, mas senti um calor inesperado no peito. Era só Bia sendo Bia, mas… talvez tivesse sido um dos primeiros momentos em que senti que ela realmente me enxergava.

Voltei para minha mala, pegando os produtos de higiene e colocando-os organizadamente no banheiro. Estava começando a relaxar quando Bia soltou:

— Ah, sobre a cama… — disse, se espreguiçando novamente.

Olhei de soslaio, desconfiada.

— O que tem?

— Agora estou toda esparramada assim, mas à noite, te deixo um espaço bom — garantiu, com um sorrisinho travesso que me deu frio na barriga.

Fiz uma careta, tentando fingir que não percebi o tom daquilo.

— Ótimo — respondi, seca, voltando a focar na minha mala.

Bia riu, claramente se divertindo às minhas custas.

— Ei, eu já vou ter que descer — avisou, pegando o celular. — Acabei de receber uma mensagem do Pietro. Incrivelmente, o cenário da praia já está pronto.

— Certo. Boa gravação.

Ela me lançou um último olhar antes de pegar sua bolsa e sair.

Assim que a porta se fechou, soltei um longo suspiro.

O silêncio do quarto parecia grande demais agora.

Fim do capítulo


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Comentários para 12 - Capitulo 12:
HelOliveira
HelOliveira

Em: 07/11/2025

Acho que essa ilha promete surpresas boas..... expectativas já foram criadas...

A história está muito envolvente....e Bia já é minha paixão 


MalluBlues

MalluBlues Em: 07/11/2025 Autora da história


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Dessinha
Dessinha

Em: 03/11/2025

Que história maravilhosa! Maravilhosa!! Bora Luísa pegar essa mulher, viu?! Pelo amor de Deus! 


MalluBlues

MalluBlues Em: 04/11/2025 Autora da história
Que ótimo que está gostando da história, Dessinha!


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