Capitulo 44
Algumas horas se passaram desde o desembarque. O cais, antes tomado por famílias, curiosos e pela própria guarda costeira, agora estava mais silencioso. Restavam apenas os funcionários da empresa de beneficiamento e alguns clientes fiéis, que aguardavam a retirada da preciosa carga do Queen Seas.
Os tanques foram esvaziados pouco a pouco, o cheiro característico do caranguejo-das-neves dominando o ar, misturado ao rangido metálico dos guindastes. Heather coordenava com precisão a descarga, enquanto Mei a auxiliava, registrando dados e orientando os homens que passavam pelas plataformas com caixas lotadas de crustáceos.
Andrew não saiu do lado delas. Com as mãos firmes, ajudava a organizar a movimentação no cais como se tivesse voltado, por um instante, a ser o capitão do Queen Seas. Mas, agora, estava ali apenas como pai, e como um homem que esperaria até o último minuto, até que filha e nora estivessem prontas para ir para casa .
A mãe de Mei e Xiao já tinham deixado o porto, despedindo-se com a promessa de um almoço no dia seguinte, na casa do irmão. Heather havia sido convidada. E mesmo que ela e Xiao ainda não tivessem se acertado, aquele convite era um sinal. Pequeno, mas real. Um recomeço.
Quando o último tanque foi esvaziado, Victor, Hans, Igor e Boris se entreolharam em silêncio. Um entendimento não dito circulou entre eles.
Heather, que estava de costas, não percebeu de imediato. Mas Mei notou quando Boris deu um assobio e Igor desapareceu dentro da embarcação. Segundos depois, ele reapareceu, subindo ao mastro com algo dobrado nos braços. O tecido colorido balançava com a brisa.
Heather ergueu o olhar e congelou.
Ali, ao lado da bandeira vermelha com o brasão do Queen Seas, foi hasteada uma bandeira nova. As cores vibrantes do arco-íris tremulavam orgulhosas contra o céu de Dutch Harbor.
Por um momento, o cais inteiro pareceu silenciar.
Heather piscou, sem acreditar. Mei levou a mão à boca, os olhos marejando instantaneamente.
— O que... — Heather começou, mas a voz falhou.
Victor deu um passo à frente, o sorriso cansado, mas firme.
— Capitã... Mei... Vocês são parte de quem somos. Não é só sobre pescar juntos. É sobre aprender e crescer lado a lado. Obrigada por quebrar os nossos tabus e preconceitos. Essa bandeira é pra mostrar que a tripulação do Queen Seas apoia todas as formas de amor.
Hans completou, com a voz rouca:
— E Mei, família não é só sangue. É quem te apoia em todos os momentos.
Boris cruzou os braços, encarando Heather com a seriedade de sempre.
— E se alguém tentar mexer com vocês, podem chamar a gente, capitã.
Mei deixou escapar uma risada entrecortada pelo choro e abraçou Heather pela cintura. A capitã, com os olhos marejados, apenas puxou Mei contra si e ergueu o rosto para ver as duas bandeiras dançando lado a lado no vento.
Andrew, alguns passos atrás, observava tudo em silêncio. O coração dele se apertou de orgulho. Ver sua filha não apenas respeitada como capitã, mas também celebrada como pessoa, o enchia de paz. Ele nunca duvidara da força de Heather, mas agora percebia algo maior: ela tinha construído um lar em alto-mar.
Os rapazes começaram a bater palmas. Era uma despedida, mas também uma celebração.
Heather respirou fundo e ergueu a mão, pedindo silêncio.
— Vocês confiaram em mim para liderar esse barco por mais uma temporada. E agora me dão uma família ainda maior. — Ela olhou para Mei. — Eu não teria conseguido sem você.
As palmas recomeçaram, mais fortes, misturadas a gritos de aprovação.
Quando o sol já começava a descer atrás das montanhas, um a um, os homens se despediram. Abraços fortes, promessas de cartas, ligações e reencontros. Eles sabiam que só voltariam a se ver quando o gelo começasse a recuar e a nova temporada chamasse. Até lá, cada um seguiria seu caminho.
No cais quase vazio, Heather e Mei ficaram lado a lado, observando as duas bandeiras no mastro do Queen Seas.
Mei se permitiu refletir. O coração dela batia em compasso com o barulho do mar, ela sentiu que pertencia a aquele lugar. Pertencia a tripulação do Queen Seas e a capitã que liderava o barco.
Entrara no Queen Seas insegura, com medo de não ser forte o bastante, com o desafio de provar o seu valor para os outros e para si mesma. Havia enfrentado o mar, a dor, a rejeição da família, o ódio de Connor, o risco real da morte. Mas também encontrara amor, companheirismo, propósito.
Agora, ao encerrar sua segunda temporada, Mei não era apenas a novata. Era parte da tripulação. Parte da história do Queen Seas.
Ela respirou fundo e encostou a cabeça no ombro de Heather.
— Eu nunca pensei que o mar fosse me dar tanto. — sussurrou. — Mas ele me deu você, e uma família inteira.
Heather a beijou no alto da cabeça, sentindo que não havia palavras mais certas do que aquelas.
O vento soprou forte, fazendo as duas bandeiras se entrelaçarem por um momento no mastro. O Queen Seas, que já sobrevivera a tempestades e perseguições, agora tremulava orgulhoso com suas cores.
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O carro de Andrew avançava devagar pela estrada que serpenteava a pequena ilha de Unalaska. Do banco de trás, Heather e Mei observavam a paisagem familiar, mas cada uma mergulhada em pensamentos diferentes.
Heather mantinha a mão sobre a de Mei, firme, tentando transmitir calor e segurança. Ela estava pensando em como seria a sua vida agora que Mei estava nela. Ela queria tentar tudo com a mulher ao seu lado, mas sabia que Mei ainda precisava se entender com a família dela.
Mei, por sua vez, encarava o vidro como se buscasse coragem nas sombras do entardecer. Amanhã elas iriam almoçar na casa de Xiao. Apesar do momento doce que teve com seu irmão no cais, ainda tinham muito o que conversar.
Quando finalmente chegaram à rua estreita onde moravam, a respiração de Mei falhou. A casa de Heather se erguia à direita, aconchegante, com a varanda de madeira clara. Ao lado, a casa dos Wang parecia rígida e silenciosa, como se a vida tivesse sido arrancada dali.
E Então, Mei o viu.
O pai estava sentado, diante da porta, lia um livro. Parecia uma década desde a última vez que ela tinha o visto. O mesmo olhar severo que marcara sua infância a atravessou de longe. Mei sentiu os joelhos tremerem.
Empurrou a porta do carro, o vento frio lhe atingiu o rosto. Um sopro de coragem escapou em forma de palavra:
— Bàba eu queria...
Cheng a encarou, mas ele não respondeu. Não vacilou. Apenas virou-se, entrou na casa e bateu a porta com força. O som reverberou em Mei como um estilhaço.Ela ficou parada alguns segundos, imóvel, como se precisasse de ar. Heather saiu do carro rápido e se aproximou, passando um braço em volta da cintura dela.
— Ei... vamos para dentro. — a voz da capitã era suave, mas firme, guiando-a até a porta da casa ao lado.
Andrew segurou a porta aberta e, com um olhar preocupado, deixou que as duas entrassem primeiro. Ele não disse nada, apenas respeitou o silêncio pesado de Mei. Cheng era um homem duro, mas se continuasse agindo com frieza, iria perder a filha para sempre. Ele jamais teria aquele tipo de atitude, Heather era tudo que ele tinha e sempre faria de tudo para entender ela.
Logo que subiram para o quarto de Heather, Mei deixou-se cair na beira da cama. Seus olhos estavam úmidos, mas ela não chorava. O peso estava além das lágrimas. Heather se ajoelhou diante dela, segurando-lhe as mãos.
— Eu sinto muito, amor. — disse baixinho. — Não é justo.
Mei respirou fundo, tentando organizar a dor em palavras.
— Eu passei a vida inteira tentando ser a filha que ele queria. Estudei fora como ele queria, fui obediente, tentei não dar trabalho. Não foi fácil viver longe daqui, sendo tão nova e mesmo assim... — ela engoliu em seco, a voz falhando. — Agora ele me olha como se eu fosse um erro.
Heather apertou as mãos dela.
— Você não é um erro, Mei. Sei que está chateada, mas por favor, não diga isso.
Mei respirou fundo, desviando o olhar, como se ainda buscasse algo em si mesma para se agarrar.
— Talvez eu devesse continuar tentando... pedir para conversar... — Mas então balançou a cabeça, firme. — Não. Chega. Ele fez a escolha dele. Disse que eu não sou mais a filha dele. Então, se é assim... eu não vou mais implorar por atenção.
Heather acariciou-lhe o rosto, enxugando uma lágrima que escorria lenta.
— Você tem todo o direito de seguir em frente. Não é sua culpa se ele não consegue enxergar a mulher maravilhosa que você é.
Mei fechou os olhos, absorvendo aquelas palavras. Quando voltou a olhar para Heather, havia mais firmeza em sua expressão.
— Eu vou seguir em frente. Tenho você, tenho o meu trabalho. E isso me basta.
Heather sorriu de leve, sentindo um orgulho profundo.
— É isso, amor. Sei que é difícil, mas não deixe a atitude do seu pai te consumir. Você tem muitas pessoas que torcem por você.
— Obrigada, Hattie.
Por alguns minutos, ficaram em silêncio, apenas respirando juntas, até que a atmosfera pesada deu lugar a uma calma melancólica. Foi então que Heather quebrou o clima, lembrando do compromisso que teriam no outro dia.
— E amanhã... o almoço na casa do Xiao. Como você se sente com isso?
Mei suspirou, deitando-se no travesseiro.
— Nervosa. — admitiu. — Xiao está magoado com a gente, mas ele precisa entender que você e eu estamos em um relacionamento. Se meu irmão continuar a agir na defensiva, vamos continuar brigando.
Heather deitou-se ao lado dela, passando o braço por cima de seu corpo.
— Nós sabemos o quanto o Xiao é teimoso, ele disse coisas pesadas e invadiu a nossa privacidade. Mas eu também sinto falta da meu melhor amigo. Espero que amanhã seja um recomeço e que ele caia na real do que está fazendo. Sempre fomos tão unidos.
Mei sorriu, encostando a testa na de Heather.
— Se ele for duro com você, eu mesma vou defendê-la.
— Espero ver essa cena. — Heather riu baixinho, ainda que com um nó na garganta.
— Vou defender a minha mulher. — Mei brincou, beijando a bochecha da sua namorada.
— Quer dizer que eu sou a sua mulher é? — Heather segurou na cintura da mais nova e a puxou para mais perto, até que seus rostos ficassem bem próximos.
— Achei que já tinha deixado isso bem claro. — Mei provocou a capitã. Sua mão passeando pelas costas de Heather, até encontrar o traseiro lindo da mais velha e apertar. Heather engoliu em seco. Não importava o momento, Mei tinha a capacidade de deixá-la rendida com apenas um toque, um olhar ou uma fala atrevida. E com os longos dias de pescaria, a capitã só queria saber de relaxar e fazer amor com a sua namorada, linda e fofa.
— Acho que você pode deixar um pouco mais claro, meu amor. — Heather devolveu a provocação.
Mei cedeu facilmente e se dedicou a explorar o corpo da sua namorada. Sem o peso da temporada, elas podiam, finalmente continuar de onde pararam. Agora, sem desentendimentos e receios.
Mei beijou lentamente os lábios de Heather, sugando e lambendo cada ponto sensível da boca dela. Os movimentos calmos e precisos, estavam levando a mulher a loucura. Mas foi quando Mei passou a mão em seu sex*, por cima da sua calça jeans que Heather perdeu o controle. Um gemido involuntário saiu da sua boca e uma vontade que ela quase nunca sentia começou a florescer no seu íntimo.
— Quero que você controle hoje. — A confissão deixou Mei em uma condição deplorável. Ela amava quando Heather era possessiva e dominadora, mas amava muito mais quando a namorada baixava a guarda e deixava que ela fizesse o que quisesse. Era como voltar a adolescência, quando um pequeno parque de diversões chegava a cidade e Heather deixava que ela fosse no briquedo que tivesse vontade. Mas agora, a diversão, era o corpo da sua capitã. Mei estava doida para aprender os limites de Heather, aprender do que ela gostava, apesar de já ter uma boa ideia. A mais velha demosntrou um apetite por poder e controle na cama, beirando a sadomasoquismo. Mas Mei sabia que ela ainda estava se segurando por ter medo de assustá-la. Porém, o que Heather não sabia, era que a engenheira estava louca para experimentar todas as insanidades com ela. Com a mente curiosa, Mei tinha uma propensão maior ao perigo. Sempre foi assim e na cama não seria diferente.
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O vapor já começava a se espalhar pelo banheiro quando Heather puxou Mei pela cintura, tentando retomar o controle com um beijo profundo. Mas dessa vez a engenheira interrompeu a iniciativa com um leve empurrão contra o vidro do box.
— Hoje não, capitã... — sussurrou no ouvido dela, firme, quase em tom de ordem. — Você disse que eu teria o controle, então fique quietinha.
Heather respirou fundo, surpresa com a própria reação. Aquela frase atravessou seu corpo como um choque, deixando suas pernas trêmulas. Ela poderia ter se virado, tomado a dianteira como sempre fazia... mas não queria. Não dessa vez.
Mei abriu o registro do chuveiro e a água quente caiu sobre as duas, colando os cabelos à pele, intensificando o calor que já existia entre elas. Com uma das mãos, segurou os pulsos de Heather e os prendeu atrás de suas costas. A capitã estremeceu ao sentir o gesto de contenção, o peito se comprimindo contra o vidro frio.
— Você gosta assim, não é? — Mei perguntou, roçando os lábios na orelha da mais velha, ao mesmo tempo em que puxava seus braços para trás, simulando uma prisão suave, mas firme.
Heather fechou os olhos, o ar preso na garganta.
— Gosto... — confessou, a voz rouca, quase um gemido. — Gosto quando não tenho escolha.
Um sorriso satisfeito curvou os lábios de Mei. Ela desceu os beijos pela nuca da namorada, depois pelos ombros molhados, até alcançar as costas nuas. Ali, mordeu de leve, sugando a pele até deixar marcas que o espelho denunciaria mais tarde. Heather arqueou as costas, rendida, enquanto Mei explorava cada centímetro da pele com a boca.
— Tão linda. — murmurou, antes de soltar um dos braços dela apenas para descer a mão até sua cintura e, sem aviso, estalar um tapa forte em sua bunda. O som ecoou no box, abafado pelo chuveiro, e Heather arfou alto, o corpo reagindo com uma descarga de prazer.
— Mais... — ela pediu, num fio de voz, entre vergonha e desejo.
Mei não hesitou. Apertou com força a cintura da capitã, afastando suas pernas com o joelho. Agora Heather estava vulnerável, sustentada contra o vidro, os braços ainda presos atrás. A engenheira se inclinou para beijar a curva de sua coluna, mordendo de leve, descendo devagar até a base das costas.
— Você não faz ideia do quanto eu sonhei em ver você assim... — sussurrou, deslizando a língua contra a pele quente da mais velha, alternando entre beijos suaves e mordidas mais intensas.
Heather mordeu o lábio, sentindo-se exposta, mas viva como nunca. Cada gesto de Mei era calculado, um equilíbrio perfeito entre dureza e carinho, como se dissesse com o corpo: eu mando agora, mas cuido de você em cada segundo.
Mei soltou lentamente os pulsos dela, mas antes que Heather pudesse se mover, a empurrou novamente contra o vidro, desta vez colando o corpo inteiro ao dela. Os seios pressionados às costas da capitã, a respiração quente em seu pescoço.
— Ainda não acabei. — Mei lembrou, mordendo o lóbulo da orelha antes de deslizar a mão pela frente do corpo da namorada, explorando-a com calma, mas com autoridade.
Heather gem*u baixo, sabendo que não haveria volta. Ali, no box embaçado, entregava-se completamente, e cada toque, cada mordida e cada ordem sussurrada por Mei a deixava ainda mais perdida de prazer.
A respiração de Heather já estava irregular quando Mei deslizou a mão pela barriga dela, escorregando com firmeza até alcançar a parte interna da coxa. A capitã arqueou contra o vidro, um gemido abafado escapando de sua garganta.
— Quietinha... — Mei murmurou, aumentando a pressão do seu corpo contra o dela. — Você só gem* quando eu deixar.
Heather quase chorou de desejo. Nunca tinha cedido tanto controle assim, e cada segundo aumentava a tensão que queimava em seu corpo.
Mei intensificou os beijos no pescoço de Heather, alternando entre carícias profundas e retirando a boca de repente, apenas para deixar a mais velha implorando silenciosamente contra o vidro embaçado. Em seguida, pegou novamente os pulsos dela, cruzando-os atrás da nuca e mantendo-os ali com uma só mão, como se fosse uma algema.
— Assim... — sussurrou, mordendo-lhe o ombro com força. — Agora você não pode se mexer. Está presa a mim.
Heather gem*u alto, incapaz de segurar, e sentiu o corpo estremecer quando Mei deu outro tapa firme em sua bunda, deixando a pele ardida e marcada. O contraste da dor com o prazer a fez perder o fôlego.
— Você gosta de apanhar da sua mulher? — Mei provocou, a voz grave, carregada de autoridade.
— Gosto... — Heather arfou, quase sem forças. — Gosto quando você manda em mim.
O sorriso satisfeito de Mei não se perdeu.
Então, a mais nova virou Heather de frente, encurralando-a contra o vidro. Os olhos escuros da engenheira queimavam de desejo, mas também de uma ternura feroz.
— Vou acabar com você hoje. — prometeu, prendendo a perna de Heather entre as suas para afastá-la e colar seus corpos.
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Mei ainda sentia o corpo quente e trêmulo quando decidiu se levantar. Heather estava deitada, exausta, os cabelos úmidos espalhados no travesseiro, os olhos semicerrados de sono. A engenheira sorriu, passando a mão carinhosa pela bochecha dela antes de sussurrar:
— Vou buscar algo para você comer, amor.
Desceu as escadas devagar, ainda com a pele marcada pela água quente e pelas lembranças do que tinham acabado de viver no banheiro. A cozinha cheirava a madeira antiga e aconchego. Foi então que notou um pedaço de papel preso com um ímã na porta da geladeira.
"Meninas, não quis atrapalhar o descanso de vocês depois de uma temporada tão puxada. Saí para ir ao mercado, volto logo. Andrew."
Mei ruborizou, levando a mão à boca para segurar uma risadinha nervosa. O sogro estava dentro da casa quando ela estava devorando Heather no banheiro... O pensamento a fez corar ainda mais. "Ainda bem que ele saiu", murmurou para si mesma, imaginando o embaraço que teria sido encontrá-lo ali
Respirando fundo, ela abriu a geladeira e improvisou um lanche simples: sanduíches, algumas frutas e duas canecas de chocolate quente. Equilibrando a bandeja, subiu de volta para o quarto.
Heather abriu os olhos devagar, sorrindo ao ver a namorada chegar.
— Você é um anjo... — murmurou, com a voz doce, sentando-se só o suficiente para receber o prato.
Mei riu, colocando a bandeja entre as duas.
— Só estou cuidando da minha mulher.
Heather não aguentou e deu um selinho na mais nova. Ela nunca cansaria de passar tempo com Mei. Porque ela realmente acalmava a sua mente.
Elas comeram devagar, dividindo risadinhas e olhares cúmplices. Depois, Heather pegou o notebook e colocou um filme qualquer, só para terem algo passando na tela enquanto continuavam se enroscando. O quarto se iluminou com o brilho suave da tela, o aquecedor ligado no máximo.
Heather não resistiu muito tempo. Na metade do filme, já respirava profundamente, a cabeça apoiada no peito de Mei. O peso suave da capitã contra ela fez Mei sorrir. Passou a mão pelos cabelos molhados da mais velha, lembrando-se da entrega no banheiro, da forma como Heather havia permitido ser dominada, vulnerável, sem medo. Aquilo não era apenas sex*. Era confiança. Era amor.
Mei sentiu uma onda de ternura e orgulho. Hattie estava voltando a ser ela mesma, forte, mas ao mesmo tempo aberta para ser cuidada. E essa mistura era simplesmente perfeita.
— Te amo, Hattie... — sussurrou baixinho, beijando o topo da cabeça dela.
O calor dos corpos, o ritmo da respiração tranquila de Heather e o peso delicioso de tê-la nos braços fizeram a engenheira relaxar também. Os olhos foram se fechando devagar, até que, em meio ao brilho suave da tela, Mei adormeceu também. As duas, seguras e completas.
Fim do capítulo
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