Capitulo 43
A cabine da capitã estava mergulhada em penumbra, iluminada apenas pelo pequeno abajur ao lado da cama. O mar lá fora respirava em ondas suaves, embalando o barco em um movimento quase hipnótico. Heather estava deitada ao lado de Mei, as duas enroscadas sob um cobertor pesado que cheirava a amaciante e ao perfume de Heather.
Era uma das raras noites em que não havia correria, nem alarmes, nem cheiro de peixe impregnando a pele. Apenas o ritmo tranquilo do motor e o bater lento do coração de Mei, encostada contra o peito da capitã. Mas uma temporada tinha terminado e Heather não podia estar mais feliz.
A capitã, que raramente permitia a si mesma sonhar com o amor ou a paixão, deixou escapar a pergunta em um sussurro:
— Você ainda pensa em alugar um lugar só seu?
Mei piscou, surpresa. O calor da pergunta a envolveu mais do que o cobertor.
— Sim. — ela admitiu, virando-se para olhar nos olhos da mais velha. — Não sei por onde começar, mas sei que você vai me ajudar.
Heather sorriu.
— Posso pedir para que espere um pouco mais para achar um lugar? — Mei a olho interrogativa.
— Já abusei demais da sua hospitalidade, Hattie. Seria melhor encontrar um lugar ...
— Queria te mostrar minha casa em Fairbanks. — disse a interrompendo. — Não é nenhuma palácio, mas tem um quintal bonito. Uma varanda espaçosa e aconchegante. Fica perto de uma rua cheia de árvores que ficam douradas no outono. O que acha de passar uma semana lá comigo?
Mei fechou os olhos, imaginando a cena.
— Parece maravilhoso. — respondeu com sinceridade. — Eu nunca fui em Fairbanks, não sabia que tinha uma casa lá.
— Faz apenas alguns anos. Fairbancks é uma das minhas cidades favoritas e seria incrível passar um tempo com você lá.
— Agora que a temporada acabou, parece uma ótima ideia. — Mei não mostrou tanta empolgação, baixou o olhar triste.
— Se for demais para você, eu vou entender. — Heather acariciou o braço da sua namorada.
— Não, é perfeito. Apenas pensei na minha família. Com o fim da temporada, fica difícil não pensar em tudo o que aconteceu...
Heather ficou em silêncio, acariciando os cabelos dela, dando espaço para que as palavras saíssem sem pressa.
— Meu pai... ele disse coisas horríveis. Mas desde criança fui ensinada a respeitar os mais velhos acima de qualquer coisa e essa criação ainda entra em conflito com quem eu escolhi ser. Só queria que ele me aceitasse. Quando vi Xiao saindo da casa dos nosso pais naquela noite, tive inveja. Meu irmão sempre foi o filho perfeito, o filho que todo pai chinês deseja ter. E eu sempre fui a garotinha teimosa e curiosa que vivia se metendo em confusão. Acho que quando fui estudar fora meus pais ficaram aliviados. — As lágrimas começaram a se acumular nos olhos de Mei.
— Não fale isso, amor. Sei que é difícil esta situação com a sua família, mas todos eles sentiram muito a sua falta enquanto você estava na Califórnia. Xiao falava com tanto orgulho de você, conheço o meu amigo, ele logo vai cair na real de que está sendo imaturo. O seu pai e a sua mãe te amam, acho que só precisam de um tempo para absorver tudo.
— Eu até entendo q e tudo foi um grande choque para eles, mas a maneira como me trataram, doeu de verdade. Com a minha mãe, as coisas vão ser mais tranquilas. Talvez Xiao se arrependa do que fez, mas o meu pai... eu sei que ele não vai voltar atrás.
— Porquê você acha isso? — Heather secou o rosto de Mei.
— Pais chineses não são como pais americanos. Ele me enxerga como uma filha que não deu certo, eu o envergonho. — As palavras saiam amargas e Heather sabia que estava sendo difícil para a sua namorada falar sobre aquilo. — Acho que meu pai nunca mais vai querer falar comigo.
— Eu espero que vocês se reconciliem, Mei. — Heather falou com firmeza. — Mas se isso não acontecer, saiba que quem perde é ele. Você é incrível.
Heather a puxou mais para perto, beijando sua testa.
— Não importa quanto tempo leve. Eu vou estar com você, em cada passo desse caminho.
Mei apertou os olhos, como se as lágrimas ardessem por trás das pálpebras. Depois sorriu, um sorriso pequeno, mas real.
— Obrigada, Hattie. Eu te amo tanto.
Heather sentiu o peito se expandir, como se finalmente houvesse ar suficiente no mundo.
— Eu também te amo, Mei.
Ela puxou Mei para o seu colo e a abraçou firmemente. As duas estavam cansadas e o sono não demorou a chegar. Com sorte, logo estariam em Dutch Harbo.
(---)
O grito no rádio rasgou a noite.
— Capitã! Capitã Heather! O Killer Crab! Eles estão vindo atrás de nós!
O som da voz de Victor era cortante, dilacerando a calma como uma lâmina atravessando seda. Heather se ergueu num pulo, os músculos tensos, o coração disparado. Mei também se levantou, tropeçando no cobertor, os olhos arregalados pelo pânico.
— O que está acontecendo? — ela sussurrou, a voz embargada.
Heather já sabia. O nome soava como um presságio.
— É o Connor. — respondeu, seca.
Em segundos estavam na cabine de comando. O radar iluminava seus rostos em tons de vermelho e verde, como um coração pulsando de medo. E ali estava o ponto. O maldito ponto branco avançando em velocidade impossível, como um tubarão farejando sangue.
— Victor, deixa que eu assumo. Fique lá embaixo com os outros e não saiam para convés.
— Ok, capitã. — Victor saiu da casa do leme em direção ao andar inderior, seu olhos carregavam pânico.
O rádio chiou, cuspindo estática e a voz de Boris em puro desespero:
— Capitã, eles estão muito perto! Ele quer nos bater pela popa!
Antes que Heather respondesse, outra voz surgiu no rádio. Uma voz distorcida pela raiva, grave, enlouquecida.
— Heather! Sua desgraçada! Eu sei que está aí! Achou que podia se esconder? Eu vou afundar esse teu barco de merd*! Eu vou te matar, e vou levar a tua puta junto!
Aquele monte de merd*, como podia ser tão irracional?
A cabine pareceu gelar de repente. Mei estremeceu, instintivamente levando a mão ao braço ainda frágil, como se pudesse protegê-lo. Heather agarrou o leme com uma força de fera.
O mar começou a se transformar diante delas. O vento ergueu-se como um animal uivante. As ondas cresceram, formando paredes negras ao redor do barco. A tempestade chegara como se fosse convocada pelo próprio ódio de Connor.
— Boris, todos para dentro! Agora! Ninguém no convés! — Heather berrou no rádio.
Os tripulantes obedeceram às pressas, mas o rugido do Killer Crab vinha mais perto a cada segundo, como um monstro metálico perseguindo sua presa.
Mei, com os olhos fixos no radar, gritou:
— Ele está pelo flanco esquerdo! Quer nos esmagar contra as ondas!
— Não vai conseguir, se segure. — Heather rosnou, virando o leme com violência.
O Queen Seas mergulhou por um vale de água, surfando uma onda gigantesca. A proa subiu, o barco inteiro rangeu como se fosse partir em dois. O Killer Crab passou a metros da popa, um vulto de aço cuspindo espuma.
O rádio voltou a chiar, trazendo o riso de Connor.
— Não adianta correr, Heather! Hoje eu vou acabar com você.
As manobras viraram um balé mortal. Heather girava o leme, desviava, mergulhava em ondas, emergia de novo. O Killer Crab parecia uma sombra impossível de se livrar. Cada investida dele fazia o casco do Queen Seas tremer sob a proximidade.
No convés, o barulho das ondas batendo lembrava gritos. Dentro, o pânico era palpável. Victor segurava firme nas paredes, Hans tentava acalmar Igor, que rezava em voz baixa. Boris gritava ordens sem nem perceber que ninguém mais estava no convés.
Mei mantinha os olhos grudados no radar, respirando ofegante.
— Hattie... ele não vai parar.
— Então eu vou parar ele. Apenas se mantenha segura, não saia do meu lado. — Heather respondeu, a mandíbula travada.
Foi quando ela viu: uma cortina de neblina densa, escondendo uma região salpicada de pequenos icebergs.
Era suicídio entrar ali. Mas era pior continuar naquela perseguição e ter o seu barco afundado por Connor.
Heather esperou. Calculou cada segundo. O Killer Crab vinha a toda velocidade, pronto para colidir.
— Segura firme Mei. — ela disse, preocupada, como se não tivesse escolha.
No último instante, moveu o leme com tudo.
O Queen Seas mergulhou na cortina branca, desaparecendo como um fantasma. Heather desligou motores e luzes. O silêncio caiu de repente, sufocante.
O rugido do Killer Crab passou ao lado, cego na neblina. Heather procurou Mei no escuro e a abraçou, sentindo quando o Queen Seas finalmente parou. E então veio o som. Um estrondo metálico, rasgado, seguido de um grito monstruoso das placas de aço se partindo.
O Killer Crab havia batido.
Os gritos da tripulação de Connor eram deseperadores. Um arrepio subiu pela espinha de Mei.
O rádio chiou de novo, e a voz que surgiu era apavorada, bem diferente de minutos atrás.
— Socorro! Socorro! Batemos no gelo! Estamos afundando! — Toda a frota podia ouvir o pedido de socorro inclusive a guarda costeira. Mas Heather sabia que todos estavam longe demais do local.
A respiração de Heather parou. Ela fechou os olhos, sentindo o peso da escolha.
— Ele merece. — Boris que chegou na casa do Leme sussurrou, a voz cheia de rancor. — Deixa ele morrer.
Heather olhou para Mei. E nos olhos dela não havia julgamento, apenas compreensão.
Heather suspirou fundo, pegou o microfone e respondeu:
— Queen Seas para Killer Crab. Estamos a caminho. Aguentem firme. — A capitã ligou os motores e as luzes e seguiu devagar no meio das placas de gelo.
A tripulação arregalou os olhos, mas ninguém contestou.
Quando chegaram, a cena era infernal. O Killer Crab estava inclinado, a proa mergulhando. O convés coberto de gelo brilhava sob os relâmpagos. Homens gritavam na água, tentando se segurar em botes ou pedaços de madeira. Eles tinham que agir rápido, poucos minutos seria suficiente para matar todos de hipotermia.
Heather manobrou o Queen Seas com precisão. A tripulação, mesmo exausta, se lançou ao resgate. Cordas foram atiradas, braços puxados. Um a um, os homens foram salvos.
Connor foi um dos últimos. Estava encharcado, os olhos arregalados de puro terror. Quando Hans o puxou para o convés do Queen Seas, ele caiu de joelhos, tossindo água salgada. Tremendo e gem*ndo de dor.
E então ergueu os olhos. Encontrou os de Heather.
Ela se aproximou devagar, cada passo ecoando como um julgamento.
— Não se engane. — disse, sua voz mais fria que o vento. — Eu não te salvei. Eu salvei os homens que trabalham com você para que as suas famílias não sofressem a dor da perda por causa da sua obsessão.
— Heather... — O capitão ainda tentou argumentar.
— Nunca mais chegue perto de mim ou da minha tripulação, entendeu? Eu não vou consertar as suas merd*s da próxima vez. — O escárnio escorria das palavras de Heather.
Connor baixou o olhar, derrotado, encolhido como um animal encharcado. O ódio que antes queimava nele agora era apenas cinza.
Minutos depois, as luzes do helicóptero da Guarda Costeira romperam a neblina. Os tripulantes do Killer Crab foram içados em um cesto de resgate. Connor foi o último, olhou para Heather e baixou a cabeça algemado pela própria vergonha.
Heather observou em silêncio até que o helicóptero sumiu no horizonte. Então sentiu braços quentes envolverem a sua cintura. Mei.
— Você fez a coisa certa, Hattie. — sussurrou contra seu ombro.
A capitã fechou os olhos, finalmente permitindo que o peso caísse.
— Fiquei com tanto medo que algo acontecesse com você, com os rapazes. — Heather desabafou. Mei lhe puxou para um abraço longo e acolhedor.
— Estamos todos bem, você é a nossa heroína. Vamos para casa.
A capitã mal podia esperar para chegar em terra firme, apesar da pescaria de sucesso, o atentado de Connor foi demais para lidar. Era o momento de tirar férias.
(---)
Na manhã seguinte, o Queen Seas navegava em águas mais calmas. O sol tímido pintava o mar de prata. Ao longe, as luzes de Dutch Harbor surgiam, um farol de esperança depois do terror.
Heather estava ao leme, Mei ao seu lado. Os homens estavam na cozinha conversando. Ninguém tinha conseguido dormir depois do que aconteceu.
Mei apertou a mão da capitã sobre o manete.
— Em casa vou preparar um banho quente para você.
Heather olhou para ela, sabia que a namorada entendia o que se passava na sua mente. Ela sempre entendeu. Apenas beijou a bochecha de Mei e lhe puxou para que ficasse sentindo o calor do seu corpo contra o seu.
As gaivotas circulavam acima, suas vozes agudas ecoando como sinos de boas-vindas. Mas o porto estava diferente, algumas pessoas se amontoavam ali.
Heather manteve o leme firme até a última manobra. Victor, Igor e Boris já estavam no convés, prontos para amarrar as cordas às estacas do cais. O casco do Queen Seas bateu suavemente na madeira, e o som ecoou pelo porto silencioso da manhã.
Foi Mei quem primeiro viu.
— Hattie... — sua voz falhou. — É minha mãe e o Xiao.
Heather virou o rosto na direção indicada. Ali, no cais, entre os homens da Guarda Costeira e alguns curiosos, estavam duas figuras que se destacavam. A mãe de Mei, envolta em um casaco comprido, apertava as mãos contra o peito como se tivesse medo que o coração escapasse. Ao lado dela, Xiao, firme, os olhos arregalados de preocupação.
Havia uma terceira figura, alta, imponente, de cabelos grisalhos e olhar meigo, mantinha-se um pouco afastada, mas com os braços cruzados em postura firme. Andrew, o pai de Heather. Assim que o barco arcorou, o ex capitão do Queen Seas subiu no barco e foi até a filha na casa do Leme.
A porta da casa do leme se abriu com um estalo, e Andrew entrou sem pedir licença. O olhar carregado de preocupação encontrou a filha e, sem pensar duas vezes, ele a puxou para um abraço apertado. Só que, dessa vez, não abraçou apenas Heather. O braço dele também envolveu Mei, trazendo as duas contra o peito largo.
— Meu Deus... — a voz dele saiu embargada, grave, mas trêmula. — Quando ouvi a notícia no rádio... achei que nunca mais veria vocês duas.
Heather fechou os olhos e se deixou segurar como há muito tempo não se permitia. Mei respirava contra o ombro de Andrew, como se o gesto fosse um porto seguro inesperado.
— Estamos bem agora, Andrew. — Mei tentou acalmá-lo, tocando no braço dele. — A guarda costeira confirmou que todos do outro barco foram resgatados. E ninguém do Queen Seas se machucou. Tudo graças a nossa capitã.
— Mas foi assustador... — completou Heather, com sinceridade. — Por um instante eu achei que... — A voz dela se perdeu, mas Andrew apertou ainda mais o abraço, como se dissesse que não precisava terminar a frase.
Mei ergueu o olhar e viu, além do vidro embaçado da cabine, sua mãe e Xiao no cais. O coração dela disparou.
— Preciso ir até eles. — murmurou, com a voz baixa.
Heather entendeu. Assentiu, acariciando a mão dela. Mei desceu sozinha as escadas, deixando a capitã e o pai trocando palavras em voz baixa sobre tudo o que havia acontecido.
No cais, o cenário era quase caótico. Pescadores se reencontravam com suas famílias, gritos e risos se misturavam a choros de alívio. Crianças corriam, curiosos se acotovelavam para ver de perto os homens que tinham sobrevivido àquela noite de terror. Até um pequeno jornal local estava presente, tirando fotos e anotando declarações apressadas.
Mas nada disso importava para Mei quando seus olhos encontraram os da mãe.
— Mãma! — a voz dela quebrou quando a senhora Wang correu na direção da filha.
As duas se chocaram em um abraço desesperado, e a mãe não conteve o choro. O corpo dela tremia enquanto falava em mandarim e em inglês:
— Minha filha, minha menina... graças a Deus... graças a Deus você está viva.
Xiao, sem conseguir se conter, se juntou ao abraço, envolvendo as duas. Ele não disse nada de imediato, mas a forma como a mão dele agarrou o ombro da irmã dizia tudo: medo, preocupação, culpa.
— Estou aqui, estou bem. — Mei sussurrou, tentando acalmar os dois, mas com lágrimas escorrendo.
Quando o choro cedeu um pouco, ela ergueu o rosto, olhando ao redor. A multidão parecia mais pesada do que o próprio mar.
— Onde está o babà? — a pergunta saiu em um fio de voz.
A mãe hesitou, enxugando as lágrimas com pressa, mas não conseguiu evitar o olhar duro.
— Ele... não veio.
O peso daquelas palavras caiu sobre Mei como uma pedra. O abraço da mãe e do irmão já não parecia suficiente para afastar a sombra que se estendia no coração dela.
Foi nesse instante que Heather apareceu ao lado dela. Não disse nada de imediato, apenas passou o braço pela cintura de Mei e a puxou contra si, como se quisesse dividir o fardo daquela ausência.
Xiao ergueu os olhos para Heather. O olhar dele ainda carregava mágoa, um corte aberto desde a briga de semanas atrás. Mas, ao mesmo tempo, ele viu algo inegável: Heather não estava ali apenas como capitã, nem como amiga. Estava ali como alguém que cuidava de Mei com a vida. O silêncio dele não foi de aceitação, mas de reflexão. Pela primeira vez, Xiao começou a se perguntar se não havia sido duro demais, injusto demais com a melhor amiga.
Heather percebeu a tensão, mas não teve tempo de reagir. A senhora Wang, com lágrimas ainda frescas no rosto, se aproximou dela. Antes que Heather pudesse dizer qualquer coisa, a mãe de Mei a envolveu num abraço forte.
— Obrigada. — murmurou contra o ombro da capitã. — Obrigada por trazer minha filha de volta para mim.
Heather congelou por um instante. Não esperava aquilo. Seus braços demoraram um segundo a responder, mas então retribuíram o gesto.
Mei, de pé ao lado das duas, sentiu os olhos marejarem de novo. Ver a mãe e Heather naquele abraço era mais do que jamais tinha ousado sonhar. Por um momento, apesar da ausência dolorosa do pai, ela sentiu que havia esperança.
— A Mei é a minha família. — Heather disse, em voz baixa, mas firme, olhando tanto para a mãe quanto para Xiao e Mei. — Eu faria isso mil vezes, se fosse preciso.
Mei agarrou a mão dela, entrelaçando os dedos, e permitiu que as lágrimas corressem livres.
Xiao se sentia cada vez mais culpado por ter sido tão injusto com sua irmã e a sua melhor amiga.
Fim do capítulo
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