Um mês se passou desde a tempestade que revelou segredos e reconstruiu laços. A vida, em sua resiliência, encontrou um novo ritmo. Chloe, com o apoio inabalável de Lara, de seus pais e de Henrique, seguia firme com seu tratamento, mostrando uma força que surpreendia a todos. Henrique havia se tornado um irmão presente e atencioso, sua redenção visível em cada gesto de carinho e preocupação. A tensão entre ele e Lara se dissipara, substituída por um respeito mútuo.

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A casa de Elisa e Sophie fervilhava com a alegria e a expectativa do chá de bebê. O casa, decorada com balões e enfeites, estava repleta de risadas e conversas animadas. Era um dia para celebrar a vida que estava prestes a chegar: Elizabeth.

Todos estavam lá.  Cláudia, a mãe de Elisa. Luís e Helena, irradiavam felicidade, seus olhos brilhando a cada risada de Sophie e Elisa. Lara e Chloe, inseparáveis, trocavam olhares cúmplices e sorrisos apaixonados, a mão de Lara frequentemente repousando na de Chloe, um gesto silencioso de apoio e amor. Henrique, mais tranquilo e sorridente, conversava animadamente com Matheus. Flávia e Renata, ajudavam a organizar as brincadeiras. Miguel e Beatriz, os pais de Chloe, observavam a cena com gratidão, o clima de união familiar sendo um conforto para os seus corações.

A mesa de presentes transbordava de roupinhas minúsculas, brinquedos macios e fraldas. As brincadeiras de chá de bebê, com seus palpites sobre o peso e a hora do nascimento, arrancavam gargalhadas de todos. Lara, sentada ao lado de Chloe, ria das tentativas desastradas de Henrique de montar um carrinho de bebê de brinquedo, enquanto Chloe sussurrava piadas em seu ouvido.

— Você acha que ela vai nascer com o jeito protetor da Sophie ou a energia da Elisa? — Chloe perguntou a Lara, com um sorriso.

Lara apertou a mão dela.

— Com certeza ela vai parecer com a Sophie. Mas com a determinação da Elisa para conseguir o que quer. Vai ser uma mistura perfeita.

Enquanto Sophie abria um presente, um macacão minúsculo com um bordado de ursinho, um som diferente preencheu o ambiente. Não era um riso, nem uma exclamação de surpresa. Era um "ploc" suave, seguido por uma poça que se formava aos pés de Sophie.

Um silêncio momentâneo pairou no ar, antes de Sophie, com os olhos arregalados, anunciar

— Minha bolsa estourou.

Elisa, que estava ao seu lado, empalideceu. Um burburinho de excitação e nervosismo percorreu a sala. Mas Lara, como residente de ginecologia e obstetrícia, agiu com a calma e o profissionalismo que a caracterizavam. Seus olhos brilharam com uma mistura de adrenalina e emoção.

— Calma, Sophie. Elisa. Respirem fundo. — Lara disse, aproximando-se das duas com passos firmes. Ela checou Sophie rapidamente. — As contrações já começaram?

Sophie assentiu, respirando ofegante.

— Leves, mas sim.

— Ótimo. É a hora dela, meninas. — Lara pegou o celular, discando rapidamente para o hospital onde fazia sua residência. — Por favor. É a Dra. Lara Fontenelle. Estou com uma parturiente, minha irmã, bolsa rota, contrações leves. Estamos a caminho. Por favor, preparem a sala de parto e avisem o Dr. Santos.

A voz de Lara era um comando suave, mas inquestionável. Luís e Helena, embora nervosos, olhavam para a filha com um orgulho imenso. Miguel e Beatriz se aproximaram, oferecendo apoio. Henrique, Matheus, Flávia e Renata já estavam prontos para ajudar no que fosse preciso.

A corrida para a maternidade foi rápida, mas cheia de uma ansiedade feliz. Na sala de espera do Hospital Santa Clara, a família e os amigos lotaram o espaço. Luís e Helena andavam de um lado para o outro, as mãos dadas, a emoção transbordando. Chloe estava ao lado de Henrique, torcendo para que tudo desse certo no parto de Sophie. Matheus, Flávia e Renata conversavam em voz baixa, a expectativa no ar.

Na sala de parto, o ambiente era de concentração e expectativa. Lara, vestida com o avental cirúrgico, luvas e máscara, estava ao lado de Sophie, guiando-a em cada respiração, em cada força. O Dr. Santos, seu orientador, observava de perto, intervindo apenas com palavras de encorajamento e instruções pontuais.

— Isso, Sophie, muito bem. Respire fundo. Agora, na próxima contração, faça força, com tudo que você tem. — Lara instruía, sua voz calma e firme, mas seus olhos transmitiam uma emoção profunda. Ela via não apenas a paciente, mas sua irmã, a mulher que a conhecia desde sempre, a mãe que estava prestes a dar à luz.

Elisa estava do outro lado de Sophie, segurando sua mão, as lágrimas escorrendo pelo rosto, mas um sorriso de pura alegria em seus lábios.

— Você consegue, meu amor! Força! — Elisa incentivava, beijando a testa de Sophie.

Sophie, apesar da dor, estava focada, sua determinação inabalável. Ela ouvia a voz de Lara, a voz que sempre a acalmou, e encontrava nela a força para continuar. A fotógrafa se apegou ao toque da sua esposa e apesar da dor, se sentiu segura por estar rodeada das pessoas que mais confiava nesse mundo.

— Mais uma vez, Sophie! A cabeça já está coroando! Mais uma força grande! — Lara disse, a emoção crescendo em sua voz, seus olhos fixos no pequeno milagre que surgia.

Com um último esforço, um grito de alívio e um choro agudo preencheram a sala.

— Ela nasceu! — Lara anunciou, a voz embargada pela emoção, os olhos marejados por trás da máscara. Ela segurou a pequena Elizabeth, envolta em vérnix, e a colocou imediatamente sobre o peito de Sophie.

Sophie e Elisa se abraçaram, as lágrimas de alegria escorrendo livremente. O choro de Elizabeth era a melodia mais linda que já haviam ouvido. Lara observou o momento, o coração transbordando de felicidade e gratidão. Era um privilégio indescritível ter feito o parto da sua sobrinha.

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Algum tempo depois, Sophie e Elizabeth estavam confortavelmente instaladas em um quarto privativo da maternidade. Elisa estava ao lado delas, os olhos fixos na filha, um amor avassalador preenchendo o ambiente. Lara, após os procedimentos pós-parto, estava no quarto, observando a cena com um sorriso terno.

A sala de espera, antes agitada, agora estava em um estado de euforia contida. A enfermeira começou a chamar os visitantes, dois ou três por vez, para o primeiro contato com a recém-nascida.

Os primeiros a entrar foram Luís e Helena e Cláudia, os avós. Seus rostos se iluminaram ao ver a neta.

— Oh, meu Deus! Ela é linda! — Helena sussurrou, as mãos no rosto, as lágrimas escorrendo. Luís se aproximou da cama, os olhos marejados, estendendo um dedo para a pequena mão de Elizabeth, que o agarrou.

— Bem-vinda, minha netinha. Você é a coisa mais preciosa do mundo. — Luís disse, a voz embargada.

— Ela é perfeita, Lizzy. — Cláudia abraçou a filha e depois sorriu para a nora. — Vocês merecem cada pedacinho dessa felicidade.

Em seguida, foi a vez de Henrique e Matheus.

— Ela é... pequena. E perfeita. — Henrique murmurou, um sorriso bobo no rosto, algo que Lara não via nele há muito tempo. Ele olhou para Sophie e Elisa. — Parabéns, meninas. Ela é um milagre.

Matheus, ao seu lado, sorriu.

— Uma princesinha. Que alegria, Sophie, Elisa. Seu pai ficaria orgulhoso. — O melhor amigo de Lizzy sabia que a amiga precisava daquelas palavras.

— Obrigada Matt. Queria que ele estivesse aqui. — O pai de Elisa tinha morrido há muitos anos. Eles eram muito apegados e a estilista ainda sentia saudades.

— Tenho certeza que ele estaria orgulhoso da nossa família, amor. — Sophie confortou a esposa.

Depois, Flávia e Renata, as madrinhas, entraram, os olhos brilhando.

— Que coisa mais fofa! — Flávia exclamou, com um sorriso largo.

— Ela é a cara de vocês duas! — Renata completou, com carinho.

Finalmente, a enfermeira chamou Chloe. Lara já estava no quarto, conversando com Sophie e Elisa. Chloe entrou, hesitante por um instante, mas seus olhos encontraram os de Lara, que a convidou com um sorriso. Ela se aproximou do berço, e seu rosto se suavizou instantaneamente ao ver a bebê.

— Elizabeth... — Chloe sussurrou, estendendo um dedo para tocar a pequena mão da bebê. Uma emoção profunda tomou conta dela. Era a vida, a promessa de futuro, a inocência pura. Ela olhou para Sophie e Elisa, e depois para Lara, que estava ao seu lado.

— Ela é linda. Absolutamente linda. — Chloe disse, as lágrimas brotando em seus olhos. Ela se virou para Lara, um sorriso radiante.

Lara envolveu Chloe em um abraço lateral, beijando seu cabelo.

— Nossa sobrinha. — Lara disse, sentindo o calor do corpo de Chloe, a alegria compartilhada.

Sophie e Elisa observavam as duas, seus corações transbordando de amor. A pequena Elizabeth, alheia a toda a emoção, dormia tranquilamente, o mais novo elo de uma família que, apesar de todas as provações, se unia cada vez mais, celebrando o milagre da vida e a força do amor.

Fim do capítulo