Capitulo 40
Seis meses se passaram desde a cirurgia de Chloe. Um período intenso de recuperação, sessões de quimioterapia e radioterapia, e uma batalha silenciosa que mulher travava diariamente. O desmaio em na festa de Lara, ocorrera no meio desse caminho, um ponto de inflexão doloroso que expôs a verdade, mas que, paradoxalmente, uniu Chloe e sua família como nunca antes. Lara, sempre ao lado de Chloe, testemunhava de perto a resiliência da mulher que amava, enquanto a família Müller, agora ciente e engajada, oferecia um suporte incondicional.
A manhã da consulta de seis meses com a Dra. Márcia era aguardada com uma mistura de ansiedade e esperança. Era um marco crucial no tratamento de Chloe, o momento de avaliar os resultados dos indicadores tumorais e o progresso da recuperação após a fase mais intensa. Beatriz, mãe de Chloe, acompanhava a filha, sua mão apertando a de Chloe em um gesto constante de apoio.
Ao entrarem no consultório, a Dra. Márcia as recebeu com seu sorriso calmo e profissional de sempre. Os exames de imagem e de sangue já estavam em sua mesa.
— Bom dia, Chloe. Senhora Beatriz. — Dra. Márcia cumprimentou, indicando as cadeiras. — Vamos ver como estamos hoje.
Chloe sentou-se, sentindo o coração bater mais forte. Beatriz se sentou ao seu lado, observando cada movimento da médica.
Dra. Márcia pegou uma prancheta e alguns exames, seus olhos percorrendo os relatórios.
— Chloe, devo dizer que seus resultados continuam sendo excepcionais. Sua resposta ao tratamento, desde a cirurgia há seis meses, tem sido notável. — Ela fez uma pausa, olhando para Chloe e Beatriz, um brilho de aprovação em seus olhos. — O PET-Scan mais recente e os marcadores tumorais indicam remissão completa. Não há evidências de doença ativa em seu corpo, Chloe.
Um suspiro abafado de alívio escapou de Beatriz. As mãos de Chloe tremeram levemente, um sorriso radiante começando a surgir em seu rosto. Remissão completa. A palavra ressoava como música.
— Isso significa... — Beatriz começou, a voz embargada.
— Significa que o câncer regrediu totalmente, senhora Beatriz. O tratamento foi um sucesso até o momento. — Dra. Márcia confirmou, sua voz séria, mas com um tom de comemoração. — A fase mais intensa da quimioterapia e radioterapia foi concluída, e você tolerou tudo muito bem, Chloe. Os efeitos colaterais, como fadiga e náuseas, deverão continuar diminuindo significativamente nas próximas semanas, até desaparecerem quase por completo. A necessidade de crioterapia, como já percebeu, cessou.
Chloe sentiu um peso enorme sair de seus ombros. Ela olhou para a mãe, os olhos marejados de gratidão.
— Sua recuperação física, com a fisioterapia intensiva, também é impressionante. Você recuperou uma força muscular considerável e sua mobilidade está praticamente de volta ao que era antes da cirurgia. A dor pós-operatória também está muito menos presente, correto? — A Dra. Márcia perguntou, observando Chloe.
— Sim, doutora. Sinto-me mais forte a cada dia. E a dor é mínima agora. — Chloe respondeu, sua voz cheia de esperança.
— Ótimo. Sua dieta, embora ainda exija cautela com certos alimentos e porções, está mais flexível. Isso é importante para a qualidade de vida e para a recuperação nutricional. — A médica continuou. — E quanto ao seu retorno às atividades profissionais, sei que está plenamente adaptada e ativa em seu cargo administrativo. Isso é muito positivo.
Beatriz sorria, as lágrimas de alegria escorrendo. Era a filha que ela conhecia, forte e determinada, de volta.
— Agora, o ponto que sei que você mais aguarda. — Dra. Márcia pegou outro conjunto de papéis. — O retorno a pilotar. Tendo concluído a fase ativa da quimioterapia e radioterapia, você está apta para iniciar o processo de reavaliação. Já solicitei as avaliações cardiológicas, pulmonares e neurológicas completas. Se tudo estiver conforme o esperado, e eu tenho grande confiança de que estará, você poderá dar entrada nos testes de certificação para retomar sua carreira de piloto. É um processo rigoroso, talvez demore um pouco, mas você está em uma excelente posição para isso.
Os olhos de Chloe brilharam com uma intensidade que há muito tempo Beatriz não via. O sonho de voar novamente, que parecia tão distante há seis meses, estava agora ao alcance de suas mãos.
— Então... eu posso voltar a pilotar? — Chloe perguntou, a voz quase inaudível de emoção. Só a possibilidade de voltar para a sua carreira já era uma excelente notícia.
— Poderá, sim, Chloe. Não imediatamente, o processo de certificação leva um tempo, mas o caminho está aberto. Continue com sua rotina de exercícios, sua alimentação balanceada e, claro, o monitoramento regular. A vigilância permanecerá uma parte essencial de sua rotina por muitos anos, com exames de imagem e marcadores tumorais a cada três ou seis meses, dependendo da fase de acompanhamento. Mas você superou a fase mais crítica da sua batalha. É um momento para celebrar, Chloe.
Beatriz levantou-se e abraçou a filha, chorando abertamente.
— Meu amor... minha filha. Você conseguiu! Você é a mulher mais forte que eu conheço!
Chloe retribuiu o abraço da mãe, sentindo uma felicidade indescritível. Aquele veredito não era apenas sobre a remissão do câncer; era sobre a retomada de sua vida, de seus sonhos, de sua liberdade. O caminho à frente ainda exigiria vigilância, mas seria um caminho de progresso e de celebração da vida, com a certeza de que a tempestade havia passado e o sol voltava a brilhar.
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O relógio marcava o final de mais um plantão exaustivo no hospital de São Paulo. Lara, com o jaleco levemente amassado e os cabelos presos em um coque apressado, sentia o peso do cansaço, mas também a leveza da satisfação por mais um dia de vidas salvas. Ao sair pela porta principal, o ar fresco da noite paulistana a envolveu. Ela já se preparava para caminha até o estacionamento quando uma visão a fez parar de repente.
Parada com uma elegância que destoava do movimento hospitalar, à frente de um carro de luxo preto, estava Chloe. Vestia um vestido longo de seda azul-marinho, que caía suavemente, realçando sua silhueta esguia. Nas mãos, um buquê exuberante de orquídeas brancas, cujas pétalas se assemelhavam a pequenas borboletas. A cena era tão impactante que enfermeiros, médicos e funcionários que passavam por ali diminuíam o passo, sussurrando comentários admirados. Chloe não precisava fazer esforço para chamar a atenção; sua presença era uma força magnética. No último mês a mulher tinha conseguido ganhar mais alguns quilos
— Uau, Lara! Que visão é essa? — Benjamim, seu colega de residência, brincou, empurrando-a gentilmente. — Se a Chloe vem assim te buscar todo dia, eu vou começar a fazer plantão na porta.
Camila, com um sorriso cúmplice, completou.
— Sorte a sua, amiga. Que gata! Não deixava fugir nunca!
Lara riu, sentindo o rosto corar e o coração aquecer. Ela lançou um olhar divertido para os amigos, um brilho de posse em seus olhos. — Podem parar, vocês dois! Essa gata é minha, e só minha! Vão trabalhar!
Ela se despediu com um aceno, os olhos fixos em Chloe, que agora caminhava em sua direção, um sorriso discreto e adorável nos lábios. O cansaço de Lara se dissipou como fumaça. Seu rosto se iluminou, e ela correu para os braços de Chloe, que a recebeu com um abraço apertado.
— Minha Dra. cansada. — Chloe sussurrou, acariciando o cabelo de Lara. — Você está linda.
— Você está deslumbrante, Chloe. O que é tudo isso? — Lara perguntou, olhando para o buquê e para o brilho nos olhos de Chloe.
— Uma surpresa. — Chloe respondeu, estendendo o buquê. — Para você.
Lara pegou as flores, inalando o perfume suave. — São perfeitas. Como você.
Chloe sorriu, a devoção em seu olhar quase palpável.
— Vamos? Tenho um lugar para te levar.
Ela abriu a porta do carro para Lara, que entrou ainda curiosa. O trajeto foi curto, mas repleto de uma leveza divertida. Lara provocava Chloe sobre o mistério, e Chloe apenas sorria, um brilho de expectativa em seus olhos. O carro as levou até um heliporto privado em um dos bairros nobres da cidade.
Ao saírem do carro, Lara viu o helicóptero, suas hélices paradas, prontas para alçar voo. Seus olhos se arregalaram.
— Chloe! Um helicóptero?
— Nossa carruagem de hoje. — Chloe disse, pegando a mão dela e as guiando.
Elas subiram a bordo, acomodando-se nos confortáveis assentos traseiros. O piloto as cumprimentou, e logo as hélices começaram a girar, o som crescendo até se tornar um zumbido constante. O helicóptero elevou-se suavemente, e em poucos segundos, São Paulo se desenrolava sob elas.
Lara pressionou o rosto contra a janela, a surpresa e o êxtase em seu olhar.
— Uau! É incrível!
Chloe, sentada ao seu lado, segurou a mão dela e a beijou suavemente, os olhos fixos na paisagem que se descortinava.
— Quero que você veja nossa cidade de um ângulo diferente hoje.
Elas sobrevoaram a majestosa Avenida Paulista, com seus prédios icônicos e o MASP parecendo uma caixa de joias no chão. Passaram pela vastidão verde do Parque Ibirapuera, um pulmão no coração da metrópole. O Rio Pinheiros serpenteava, suas margens iluminadas, e a Ponte Octávio Frias de Oliveira, com suas estais reluzentes, era uma escultura de luz no horizonte noturno. Lara apontava e exclamava, a criança maravilhada dentro dela vindo à tona. Chloe apenas observava, um sorriso terno em seus lábios, feliz em ver a alegria da mulher que amava. Seus dedos se entrelaçavam, e toques cúmplices nos joelhos ou braços eram trocados, uma linguagem silenciosa que só as duas entendiam. A cumplicidade era palpável.
O voo durou cerca de vinte minutos, antes de o helicóptero pousar suavemente no topo de um arranha-céu imponente. A plataforma iluminada revelava uma cena digna de cinema.
No centro do heliporto, com a cidade de São Paulo cintilando em todas as direções, havia uma mesa de jantar redonda, cuidadosamente posta. Uma toalha de linho branca caía elegantemente, e castiçais de prata abrigavam velas que tremeluziam suavemente. Pétalas de rosas vermelhas estavam espalhadas delicadamente. Na mesa, pratos de porcelana fina aguardavam, e taças de cristal refletiam a luz. Um champanhe borbulhava em um balde de gelo. Mais à frente, uma estação de sobremesas apresentava um bolo pequeno e tentador, e frutas frescas. O cheiro de uma comida deliciosa pairava no ar.
Chloe guiou Lara até a mesa, e com um gesto de cavalheirismo que Lara adorava, puxou a cadeira para ela.
— Por favor, minha doutora.
Lara sentou-se, os olhos ainda brilhando com a maravilha da surpresa.
— Chloe, isso é... indescritível. Você superou todas as expectativas. Eu não sei nem o que dizer.
Chloe sentou-se à frente dela, o nervosismo sutil em seu olhar.
— Que bom que gostou. Eu queria que esta noite fosse especial. Muito especial.
Enquanto o garçom servia a entrada, um tartare de salmão com abacate, Chloe decidiu compartilhar a notícia que aquecia seu coração.
— Lara, hoje na consulta com a Dra. Márcia... ela confirmou a remissão completa.
Os olhos de Lara se arregalaram. Um sorriso enorme e radiante tomou conta de seu rosto, as lágrimas de alegria surgindo novamente. Ela se levantou e contornou a mesa para abraçar Chloe com força.
— Meu amor! Que notícia fantástica! Eu sabia! Eu sempre soube que você era mais forte que qualquer coisa! Essa é a melhor notícia do mundo!
Elas se sentaram novamente, a alegria e o alívio flutuando no ar. Chloe estava visivelmente mais relaxada após compartilhar a notícia, mas um novo tipo de nervosismo começou a tomar conta dela. Era o nervosismo da expectativa, da grande pergunta que faria. Ela observava Lara, tão genuína, tão radiante, e a certeza do que sentia só aumentava.
— Lara... — Chloe começou, a voz um pouco mais baixa, mas firme. — Você está impressionada com a surpresa, mas... o que você não sabe é que hoje é o dia mais esperado por mim. E eu me sinto tão pronta. Pronta para dizer tudo o que o meu coração tem guardado, e que você, em sua essência, me ajudou a descobrir.
Ela respirou fundo, pegando as mãos de Lara novamente, seus polegares acariciando a pele macia da namorada de fachada.
— Lembra de quando tudo começou? Um namoro de fachada. Eu, era tão controladora, que achava que podia controlar até os meus sentimentos. Eu queria te afastar, Lara. Queria manter as barreiras que eu sempre construí. Mas você... você foi tão teimosa, tão insistente com a sua bondade, com a sua luz. Você era divertida, brincalhona, e mesmo quando eu tentava te empurrar para longe, você ficava. Você via a pessoa por trás da barreira.
Chloe sorriu levemente.
— Foi tão difícil não me apaixonar por você. Você é apaixonante em todos os sentidos, Lara. Sua energia, sua empatia, sua capacidade de amar o próximo, seu sorriso que ilumina qualquer dia, seus olhos que veem a alma. Eu lutei, relutei, mas cada gesto seu, cada risada compartilhada, cada cuidado que você teve comigo foi me quebrando por dentro. Você me curou de formas que a medicina não alcança.
Ela olhou para Lara, seus olhos verdes profundos e cheios de uma intensidade que Lara nunca vira antes.
— Com você, a vida ganhou cor, propósito. Eu descobri a alegria de ser vulnerável, de ter alguém para segurar a minha mão quando o medo batia. Você me ensinou a viver de verdade, a amar de verdade. E hoje, com essa notícia maravilhosa da minha remissão, eu sinto que o universo nos deu uma nova chance, um novo começo. E eu quero que esse novo começo seja com você, em cada passo.
Chloe se levantou, estendendo a mão para Lara.
— Vem comigo. Quero te mostrar algo.
Ela a guiou até a beirada do heliporto, onde a vista da cidade era ainda mais espetacular. As luzes de São Paulo se estendiam como um tapete cintilante até o horizonte. Lara estava deslumbrada, com os braços de Chloe envolvendo-a pela cintura, o calor do corpo dela confortando-a.
De repente, um zumbido diferente cortou o ar. Era um pequeno avião, vindo do leste, que voava baixo e em linha reta, com algo pendurado abaixo dele. Lara piscou, tentando decifrar o que era. E então, as luzes brilhantes no céu formaram as letras, revelando a mensagem.
"MENINA TRAVESSA, QUER NAMORAR COMIGO?"
Lara soltou um grito abafado, as mãos cobrindo a boca, os olhos arregalados. O coração batia descompassado em seu peito.
Ela se virou para Chloe, cujos olhos a fitavam com uma mistura de ansiedade e um amor indisfarçável.
— Comandante! Você... você fez isso? — Lara perguntou, a voz embargada, as lágrimas escorrendo novamente. O lado divertido e espontâneo de Lara, aquele que Chloe tanto amava e que a ajudara a sair de sua própria concha, irrompeu com alegria.
Chloe sorriu, um sorriso que aquecia a alma.
— E então, menina travessa? Você aceita?
Lara não hesitou. Lançou-se nos braços de Chloe, beijando-a com uma paixão avassaladora, toda a sua felicidade e amor transbordando naquele gesto. O beijo era intenso, demorado, faminto. Os lábios de Chloe eram macios e respondiam com a mesma urgência, suas mãos apertando a cintura de Lara, enquanto as de Lara se perdiam nos cabelos dela. Era um beijo que contava a história delas: o começo inesperado, a luta, a cumplicidade forjada na dor, e agora, a promessa de um futuro brilhante e cheio de amor. Era um beijo que selava não apenas um namoro, mas a alma delas, unindo-as em uma melodia perfeita.
Quando se afastaram, ofegantes, Chloe sorriu, os olhos brilhando. Ela então pegou a pequena caixa de veludo que havia guardado no bolso. Ao abri-la, revelou um lindo anel de compromisso de ouro rosé, delicado e com uma pequena esmeralda em seu centro, um símbolo de esperança e renovação.
— Para selar o nosso sim. — Chloe sussurrou, deslizando o anel no dedo de Lara.
Lara olhou para o anel, depois para Chloe, sentindo-se a mulher mais sortuda do mundo.
— É perfeito.
Chloe a abraçou novamente, seus lábios beijando a testa dela.
— Eu te amo, Lara. Meu amor. Minha namorada.
Lara a apertou contra si, o coração em festa.
— Eu te amo, Chloe. Mais que tudo.
A noite estava apenas começando, mas o universo delas já estava completo. Chloe, com um sorriso satisfeito, pegou a mão de Lara.
— Eu reservei uma suíte aqui para nós. — Ela disse, um brilho malicioso no olhar.
Lara sorriu, cúmplice. O caminho até o elevador foi preenchido por olhares, sorrisos e o suave roçar de mãos. O botão do andar da suíte foi pressionado, e as portas do elevador se fecharam, prometendo uma noite de amor e celebração para o novo capítulo que se iniciava na vida de Lara e Chloe.
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A porta do elevador deslizou suavemente, revelando a suíte. Chloe havia cuidado de cada detalhe com uma dedicação quase palpável. A luz era suave e envolvente, filtrada por abajures estrategicamente posicionados e pelo brilho dourado de velas tremulantes, que exalavam um perfume sutil de baunilha e jasmim. Uma melodia instrumental, quase imperceptível, preenchia o ar, criando uma atmosfera de tranquilidade e romance. Sobre a cama king-size, adornada com lençóis de seda em tons de champanhe, pétalas de rosas vermelhas formavam um caminho delicado até os travesseiros. Uma garrafa de champanhe gelado aguardava em um balde de gelo, ao lado de uma travessa com morangos frescos e um potinho de chocolate derretido.
Lara soltou um suspiro de êxtase, seus olhos percorrendo o ambiente com admiração.
— Chloe... é perfeito. Você pensou em tudo, cada detalhe.
Chloe a abraçou por trás, beijando seu ombro com uma possessividade terna.
— Eu queria que fosse uma noite inesquecível, meu amor. O nosso começo de tudo, livre de qualquer sombra.
Elas se viraram uma para a outra, os olhos fixos, hipnotizados pelo desejo mútuo que fervilhava. Era um fogo há muito contido, agora libertado para queimar com força total. A remissão de Chloe não era apenas uma vitória sobre a doença, mas uma libertação de medos e restrições que antes as impediam de se entregar por completo. Hoje, não havia cautela, nem resquício de dor; apenas a urgência de dois corpos, duas almas, que se buscavam com uma fome insaciável.
Os beijos começaram suaves, ternos, um prelúdio doce que rapidamente se aprofundou. Lábios se buscaram com mais fervor, línguas se enroscaram em um ritmo inebriante, enquanto as mãos de Chloe deslizavam pelo corpo de Lara, explorando cada curva, cada centímetro de pele que ansiava por seu toque. Lara, por sua vez, sentia a textura do vestido de seda de Chloe sob seus dedos, apressando-se em desfazer os botões, um desejo ardente tomando conta de cada movimento. As roupas caíram ao chão, um emaranhado de tecido que rapidamente se tornou irrelevante diante da urgência de seus corações.
Finalmente nuas, sob a luz difusa, elas se entregaram ao contato de pele com pele. O corpo, que antes era sinônimos de dor e preocupação para Chloe, agora era instrumento de puro prazer e amor, explorados e adorados por Lara. Chloe a puxou para a cama, e seus corpos se encontraram em um abraço que era ao mesmo tempo um refúgio e o início de uma entrega total.
Foi um reencontro profundo, uma celebração da liberdade recém-conquistada. As mãos de Chloe traçavam o contorno da coluna de Lara, subindo e descendo em um ritmo sedutor, enquanto os lábios de Lara encontravam cada ponto sensível do pescoço de Chloe, descendo pelo colo, a cada toque uma promessa, um gemido abafado. Elas se moviam em um balanço suave e contínuo, as respirações se tornando ofegantes e descompassadas, os corações batendo em uníssono, a pele se aquecendo rapidamente. Cada movimento era um eco do desejo, da paixão represada que agora se liberava em ondas de prazer. Os toques eram ao mesmo tempo delicados e firmes, transmitindo a intensidade do amor que sentiam. O gozo veio como uma corrente elétrica, um grito abafado de satisfação que as uniu em um clímax compartilhado, corpos suados e extasiados, a pele vibrando sob o toque uma da outra.
Após um breve momento de arfante quietude, Chloe se ergueu, um sorriso malicioso em seus lábios, os olhos verdes cintilando com um desejo renovado. Ela pegou um morango na travessa, mergulhou-o no chocolate e o levou aos lábios de Lara, que o aceitou com um gemido de antecipação. Chloe então pegou outro morango, mergulhou-o generosamente no chocolate e o deslizou suavemente pela pele quente e úmida de Lara, traçando um caminho sensual do pescoço até a curvatura do quadril. Lara arfou, sentindo o frescor da fruta e o calor do chocolate em sua pele, enquanto Chloe se inclinava para saborear o doce diretamente de seu corpo, cada lambida, cada toque dos lábios, um beijo íntimo e provocador que a levava à beira da loucura.
Aprofundando os limites que antes não podiam cruzar, mergulhando na intimidade com total liberdade. Chloe se dedicou a adorar cada parte de Lara, usando os lábios, a língua, os dedos, em uma dança lenta e hipnotizante que fazia Lara se contorcer em prazer e implorar por mais. As mãos de Chloe exploravam cada curva, cada depressão, enquanto os gemidos de Lara preenchiam o quarto, uma melodia que incitava Chloe a ir além. Lara, por sua vez, retribuía a dedicação com a mesma ferocidade apaixonada, seus dedos se emaranhando nos cabelos de Chloe, puxando-a para mais perto, entregando-se completamente aos toques hábeis de Chloe. A intensidade aumentava a cada sussurro rouco, a cada carícia ousada, até que as ondas de prazer as varreram novamente, deixando-as exaustas, mas inebriadas de felicidade e satisfação, os músculos tremendo com o rescaldo do prazer.
O tempo parecia não existir naquela suíte. A cada instante de descanso, a paixão entre elas reacendia, mais forte, mais livre, mais audaciosa. Elas conversavam em sussurros, riam com a cabeça apoiada no ombro da outra, trocavam carícias demoradas, e então, a atração física as puxava de volta para os braços uma da outra com uma urgência magnética.
Elas exploravam posições que permitiam uma nova perspectiva de seus corpos se unindo, uma dança de sensualidade e intimidade sem barreiras. Os corpos suados se atritavam em um ritmo perfeito, a pele quente deslizando uma sobre a outra, as pernas entrelaçadas em uma união perfeita. Os gemidos roucos e as respirações aceleradas criavam a trilha sonora de sua entrega. Não havia pressa, apenas o desejo de prolongar cada sensação, de absorver cada gota de prazer que a outra oferecia, cada toque sendo uma nova descoberta. O clímax veio em uma explosão compartilhada, um grito de êxtase que as deixou sem fôlego, abraçadas, os corações martelando forte contra o peito uma da outra, a exaustão prazerosa tomando conta.
Sobre a ternura e a adoração, com um ritmo mais lento, mais consciente, permitindo que saboreassem cada toque, cada beijo, cada carícia com devoção. As mãos de Lara traçavam as curvas do corpo de Chloe, sentindo a pele macia, os músculos tonificados, a cicatriz da cirurgia, agora uma marca de força e superação. Chloe beijava as marcas de paixão no corpo de Lara, sussurrando palavras de amor e devoção, cada beijo uma promessa silenciosa. Era um ato de puro carinho, de gratidão por estarem ali, juntas, vivas, amando-se sem limites. O prazer, mais suave, mas igualmente profundo, as levava a um estado de êxtase sereno, culminando em um abraço apertado de satisfação, onde a intimidade de seus corpos se refletia na intimidade de suas almas.
Cansadas, mas com a alma e o corpo saciados de uma forma indescritível, elas se uniram uma última vez, cada movimento um testemunho do amor incondicional que as unia. Os beijos eram longos e apaixonados, os toques gentis, as carícias demoradas, um adeus momentâneo ao êxtase contínuo. Elas se moviam em um ritmo perfeito, sincronizadas, unidas em corpo e alma, seus corpos úmidos um do outro, marcados pelo suor e pela paixão. O orgasmo final foi um ápice de emoções, um grito abafado que se perdeu nos lençóis de seda, selando a noite com a certeza de que a vida, ao lado uma da outra, seria um eterno florescer de amor, paixão e liberdade.
Finalmente, exaustas, mas com os corações transbordando, elas se aninharam nos braços uma da outra. Os corpos suados, as respirações ainda descompassadas, mas a sensação de paz e completude era absoluta. Lara beijou o ombro de Chloe, sentindo a pele macia sob seus lábios. Chloe apertou Lara contra si, sentindo a plenitude de ter sua mulher em seus braços, sem restrições, sem medo. A noite de amor havia sido um capítulo à parte, um testemunho da força de seu amor e da liberdade que finalmente haviam conquistado juntas.
Fim do capítulo
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jake
Em: 09/10/2025
Mais uma batalha vencida Chloe recuperada poderá enfim voltar a pilotar....Que emoção...Que força.... Chloe caprichou na produção do pedido de namoro desde buscar a Lara no hospital o voo de helicóptero o jantar maravilhoso e o pedido de namoro deslumbrante e não podia faltar a entrega das duas que emoção.... Parabéns autora pela história maravilhosa
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