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RECOMEÇAR por EriOli

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Palavras: 2135
Acessos: 300   |  Postado em: 06/10/2025

Capítulo 5 — Raízes e resistência

Capítulo 5 — Raízes e resistência

Os assessores foram os primeiros a deixar a sala de Isabela quando a reunião terminou. Fernanda e Rafael levantaram-se em seguida.

— Então, estamos entendidos, enviarei uma cópia do contrato por e-mail, assim que estiver pronto, depois marcamos para que você o assine.

Disse Isabela, já estendendo a mão para Rafael, logo depois virou-se para Fernanda. Tinha consciência das reações de seu corpo com a engenheira tão perto, poderia evitar o contato, mas essa hipótese sequer passou por sua cabeça. Ao contrário, mesmo entendendo os riscos, jamais se privaria daquela oportunidade.

Estendeu a mão e sorriu de lado com seu pensamento, o que para Fernanda pareceu altamente provocante.

A descarga elétrica que o toque de pele com pele provocara na engenheira, fez os pelinhos de seu braço eriçarem, disfarçou da melhor maneira que conseguiu, embora ache que tenha falhado miseravelmente. Pigarreou soltando a mão da fazendeira de forma abrupta. Precisava se recompor.

— Preciso usar o banheiro. Podes me dizer onde fica?

Isabela sorriu com gentileza, pela primeira vez naquela manhã.

— Claro, final do corredor a esquerda.

Apontou a direção e Fernanda pediu licença.

Isabela sentou-se novamente, enquanto Rafael observava cada um de seus movimentos. Continuou com os olhos fixos na tela do computador, mas a mente não longe dali, na verdade a alguns metros de distância. Lutou internamente com a vontade que teve de seguir Fernanda.

O relatório do projeto piloto estava aberto, com gráficos, estimativas e projeções. Tudo parecia controlado. Exceto uma coisa: Fernanda.

— Isabela, Isabela... — Rafael soltara entre um suspiro, como quem já conhecia o ambiente — e a dona do espaço.

Isabela não disse nada.

— Você está jogando pesado demais — disse, direto.

Isabela não desviou o olhar da tela.

— Estou sendo realista. É diferente.

— Não. Você está sendo fria e irônica. E isso não combina com o que eu conheci de você.

Ela suspirou, fechando o notebook com calma.

— As coisas mudam, Rafael. A gente muda.

— Mudar não é esquecer. Você sabe o que esse projeto significa pra essas famílias. E sabe que a Fernanda está tentando fazer algo que ninguém teve coragem de propor.

Isabela se levantou, caminhou novamente até a janela. O céu começava a se tingir de laranja.

— Ela me provoca. Me desafia. E isso... me irrita.

— Ou te atrai — disse Rafael, sem hesitar.

Isabela virou o rosto, surpresa com a ousadia.

— Cuidado, Rafael. Está se metendo onde não foi chamado.

— Talvez. Mas se você continuar tratando isso como uma guerra de egos, vai perder mais do que uma engenheira. Vai perder a chance de fazer algo que realmente importa.

Isabela não respondeu. Mas o silêncio dizia tudo.

***

O sol mal se erguera quando Rafael e Fernanda se reuniram com os cooperados naquela manhã. Havia muito trabalho a ser feito. O terreno estava úmido da chuva da noite anterior, e o cheiro de terra molhada parecia mais intenso do que nunca. Vestia jeans, camiseta branca, botas e o inseparável boné. O rosto estava sério, mas os olhos carregavam uma determinação que não se via desde que deixara a universidade.

Os cooperados começaram a chegar aos poucos, alguns com ferramentas, outros com dúvidas. Dona Lourdes trouxe café e pão, como quem sabia que o trabalho exigiria mais do que força.

Rafael parou ao seu lado com ferramentas e um sorriso cansado, mas confiante.

— Hoje é o dia, Nanda. Vamos mostrar que dá pra fazer diferente — disse ele, entregando-lhe uma prancheta. Ela sorriu condescendente.

Fernanda reuniu o grupo e explicou as etapas do dia: limpeza da área, instalação dos primeiros tubos, teste de irrigação. Tudo precisava funcionar. E rápido.

— Hoje a gente começa a plantar o futuro. E não vai ser fácil. Mas vai valer a pena — disse, com voz firme.

O dia transcorrera com intenso trabalho e enquanto todos se movimentavam, uma caminhonete estacionou discretamente do outro lado da estrada. Isabela desceu, sem ser notada entrou na propriedade da Cooperativa, e ficou observando de longe. Usava óculos escuros e uma camisa de linho. Parecia uma espectadora, mas por dentro, algo se movia.

Viu Fernanda ajoelhada na terra, ajustando os tubos com as mãos sujas. Viu o suor escorrer pela testa. Viu a forma como ela explicava pacientemente cada passo aos cooperados.

E sentiu algo estranho.

Admiração.

Talvez orgulho.

Talvez medo.

“Ela não precisa de mim. Mas eu... talvez precise dela.”

Isabela permaneceu ali por mais tempo do que deveria, até dar-se conta do quão patética estava sendo. Qualquer pessoa que a visse ali, as escondidas, poderia achar que estava espionando. A verdade é que sentia imensa vontade de ir até Fernanda e oferecer-se a ajudar, mas soaria exagerado e até ridículo.

Afastou aquela ideia e saiu sem dizer nada. Quando finalmente voltou à caminhonete, olhou para o terreno uma última vez.

E soube que estava envolvida. Mais do que gostaria. Mais do que podia admitir.

***

Ao longo de duas semanas, Fernanda enfrentou tudo: tubos que não encaixavam, cooperados que desistiam, orçamento que não fechava. A pressão era constante. E a presença invisível de Isabela pairava como uma sombra em seus pensamentos — ora crítica, ora silenciosa.

“Ao menos sabe onde está se metendo?”

Lembrava-se da primeira pergunta que a fazendeira fizera em tom de crítica e desafio. Ainda precisavam formalizar o contrato com a Agritec para que os recursos fossem liberados e esse era mais um motivo para apreensão de Fernanda.

Numa quarta-feira, o reservatório principal apresentou um vazamento. Uma rachadura o danificara e precisava ser trocado com urgência. Fernanda passou horas tentando resolver com Rafael, mas o material não era o ideal. Precisavam de reforço. Precisavam de verba.

— Se não conseguirmos isso até sexta, o cronograma vai desandar — disse Rafael, preocupado.

Fernanda respirou fundo. Sabia o que precisava fazer. Mas odiava a ideia.

Pegou o celular. Digitou o número. Esperou.

— Mendes Agritec, boa tarde — disse a voz do outro lado.

— Gostaria de falar com a presidente. É Fernanda Alencar.

Minutos depois, a voz de Isabela surgiu, firme como sempre.

— Engenheira. Que surpresa. A que devo a honra desta ligação?

— Tenho dois motivos para esta ligação. O primeiro é para saber quando poderemos formalizar o contrato? E o segundo, é que preciso de reforço técnico. E de verba. O reservatório principal não vai aguentar.

Silêncio.

— Está me pedindo ajuda?

— Estou pedindo parceria. — Fernanda suspirou como quem quer encontrar coragem e deixar claro que estava propondo. — Vi o projeto de plantio acelerado da Mendes, a senhorita está de parabéns, principalmente pela otimização da parte hídrica. Claro que realmente precisa de alguns ajustes, mas no geral está ótimo.

Isabela sorriu internamente ao ver que Fernanda pareceu gostar do projeto que fizera.

— Que bom que os 5 anos que passei estudando Engenharia Hídrica e Administração me serviram para algo! — ironizou.

Fernanda revirou os olhos e ignorou a fala de Isabela, antes de continuar.

— Então, vi que a senhorita entende muito bem da parte hídrica. Além disso, acredito que ter a CEO da Agritec contribuindo não apenas financeiramente com a comunidade, será de grande valor para sua imagem de mercado.

Isabela não respondeu de imediato. Mas no fundo, sabia que já estava dentro. Que já tinha cruzado a linha.

— Mande o relatório. E me diga o que precisa. Vou ver o que posso fazer.

Fernanda desligou. Sentiu o peso do orgulho. Mas também o alívio da possibilidade.

***

Mais uma semana se iniciava e o sol da manhã iluminava os primeiros brotos nas torres de cultivo. As primeiras folhas de alface cresciam com vigor, verdes e úmidas, como se tivessem esperado por aquele momento. Fernanda caminhava entre os canteiros com uma prancheta na mão e um sorriso contido no rosto. O  projeto piloto finalmente mostrava os primeiros sinais concretos de sucesso.

— Olha só isso, Dona Lourdes — disse, apontando para uma fileira de torres com rúculas. — Crescimento uniforme, sem sinal de praga. É quase um milagre.

— Milagre nada, minha filha. Isso é trabalho — respondeu a mãe, com orgulho nos olhos.

Mas a tranquilidade durou pouco.

Na tarde daquele mesmo dia, uma nova falha no sistema de bombeamento interrompeu a irrigação. O reservatório principal havia sido mal vedado, e a água escorria lentamente, desperdiçando o que era precioso. Fernanda correu para o local, acompanhada por Rafael e mais dois cooperados.

— Se não resolvermos isso hoje, perdemos o ciclo — disse, ajoelhando-se para verificar a estrutura.

O fluxo da água estava irregular, e algumas torres não recebiam o volume necessário. Fernanda se agachou ao lado dos tubos, sujando os joelhos de lama, e começou a verificar as conexões.

— Rafael, confere a pressão na bomba. Pode ser obstrução no filtro — gritou, sem tirar os olhos do encaixe.

— Já tô indo — respondeu ele, correndo para o reservatório.

Fernanda puxou uma chave inglesa da caixa e começou a afrouxar uma das conexões. O suor escorria pela testa, e o boné já não dava conta de conter o calor. Foi quando ouviu o som de passos firmes atrás de si.

— Precisa de ajuda ou vai fingir que dá conta sozinha? — disse Isabela, com um tom provocativo, mas sem ironia.

Fernanda virou o rosto, surpresa. Isabela estava ali, de jeans escuros, camisa branca com as mangas dobradas e botas limpas demais para aquele terreno. Mas o olhar era sincero.

— Achei que só apareceria pra cobrar os resultados — respondeu Fernanda, voltando ao tubo.

— E se eu disser que vim pra entender se você consegue fazer isso funcionar?

Fernanda suspirou. Estava cansada demais para discutir.

— Então pega uma luva. E tenta não estragar as unhas.

Isabela sorriu. Tirou os anéis, prendeu o cabelo num coque improvisado e ajoelhou-se ao lado da engenheira. Fernanda lhe entregou uma luva e apontou para a válvula.

—  Entendido. Agora vamos lá, posso ver?

— A vontade! — respondeu Fernanda fazendo uma reverência exagerada.

— Ok, segura firme aqui enquanto eu ajusto a pressão. Se escorrer, não solta. — Isabela orientou.

— Nunca imaginei ver Isabela Mendes com as mãos na massa. Para uma agropaty, até que consegues lidar bem com o trabalho enjoadinho e braçal.

Fernanda provocou.

— Já lidei com coisas mais temperamentais — disse Isabela, olhando de soslaio.

— Tipo CEOs e investidores?

— Tipo mulheres teimosas com projetos ambiciosos — rebateu, sem disfarçar o sorriso.

Fernanda não respondeu. Mas a curva de sua boca denunciava que a provocação não passou despercebida.

Trabalharam juntas por quase uma hora. A água voltou a correr com força, e o sistema estabilizou. Quando terminaram, estavam suadas, sujas e estranhamente em paz.

— Você leva jeito pra isso — disse Fernanda, tirando as luvas.

— Não subestime uma mulher que cresceu entre máquinas e homens que achavam que ela só servia pra decorar reunião.

Fernanda olhou para ela. Havia algo diferente naquele momento. Algo que não era técnico. Nem estratégico.

— Obrigada por vir.

— Eu estava de passagem e pensei em ver com os próprios olhos como as coisas estavam indo por aqui — disse Isabela, dando de ombros.

O silêncio que se seguiu não era desconfortável. Era cheio. Cheio de possibilidades.

***

Naquela noite, Fernanda chegou em casa com os ombros pesados e o coração leve demais para seu gosto. Sentou-se à mesa, ainda com as mãos sujas, e começou a escrever no caderno de campo. Dona Lourdes observava em silêncio, até que finalmente falou:

— Você vai me dizer o que está acontecendo ou vai continuar fingindo que é só trabalho?

Fernanda parou de escrever. Olhou para a mãe, surpresa.

— Do que a senhora está falando?

— Daquela mulher. Da tal Isabela. Você muda quando fala dela. Fica mais... viva. E mais assustada também.

Fernanda tentou rir, mas saiu fraco.

— Mãe...

— Eu não sou boba, Fernanda. Nem cega. E conheço você melhor do que ninguém. Sei quando seu coração está em guerra.

Fernanda abaixou os olhos. O silêncio se instalou.

— Ela me tira do eixo. Me desafia. Ao mesmo tempo me irrita. Mas também... me faz querer ser melhor.

Dona Lourdes se aproximou, colocou a mão sobre a dela.

— Então não fuja disso. Porque às vezes, o que mais nos assusta é exatamente o que mais precisamos.

Fernanda sentiu os olhos arderem. Não respondeu. Mas naquele toque, havia uma permissão. Um acolhimento. E talvez, pela primeira vez, uma aceitação.

***

Isabela se olhou no espelho por mais tempo do que o habitual naquela noite. Tirou os brincos, soltou o cabelo, e encarou o próprio reflexo.

“Ela me faz querer ser melhor. E isso... me assusta.”

Não era só sobre técnica. Nem sobre orçamento. Era sobre algo que crescia — como raiz em terra fértil. Silencioso. Persistente. Impossível de ignorar.

Fim do capítulo


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Comentários para 6 - Capítulo 5 — Raízes e resistência:
MirAlexia
MirAlexia

Em: 13/10/2025

Como qualquer planta, o amor também precisa de ser alimentado. Quase nunca é fácil, muitas vezes parece demasiado complicado, mas desistir não será opção. 

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