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RECOMEÇAR por EriOli

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Palavras: 2199
Acessos: 235   |  Postado em: 27/09/2025

Capítulo 4 — Olhares cruzados

Capítulo 4 — Olhares cruzados

Isabela não se moveu. Continuou ali, diante de Fernanda, imóvel.

Fernanda piscou, confusa.

Isabela examinou-a por um longo instante, tanto que Fernanda podia jurar que ela ouvia o galopar de seu coração.

O pensamento de Isabela não era tão diferente, sentia coração errar as batidas, nervosismo, algo que não lhe era comum. “Mas o que está acontecendo comigo? Diabos, agora fico nervosa perto dessa mulher!” Mesmo com sua constatação foi incapaz de desviar o olhar. Tirou o chapéu e os óculos. Então seu olhar atravessou o espaço entre elas como uma corrente elétrica.

Era impressionante como Fernanda conseguiu olhá-la nos olhos sem se intimidar. Muito diferente do olhar anterior, avaliativo, que logo mudou para vexado quando notou que olhava diretamente para o corpo de Isabela. Riu-se em seu interior ao constatar  que afetava a engenheira tanto quanto esta lhe afetava.

Daquela comunidade, somente Rafael conseguia lhe encarar os olhos. Mas isso também se devia a sua convivência que vinha dos tempos de infância, estudaram juntos e por um certo período, foram colegas, quase amigos. No entanto, com o passar do tempo essa amizade se perdeu. Agora talvez seria uma oportunidade de retoma-la, mas no momento o que mais lhe interessava era a mulher a sua frente, bem mais do que gostaria de admitir.

— Se me permite a ousadia, senhorita Alencar — Fernanda notou que a morena parecia lhe observar com certo fascínio. — Gostaria de me apresentar adequadamente, me desculpe, é que me distraio perto de mulheres bonitas. Isabela Mendes, presidente da Mendes Agritec, é um prazer conhecê-la pessoalmente.

Fernanda pigarreou, corando de leve. Viu um sorriso presunçoso e ainda maior brotar no rosto de Isabela.

— Bom. Eu já sabia quem você era, afinal a Agritec estava entre as empresas que procuramos em busca de investidores. Mas sim, é um prazer conhecê-la também. — Se recompôs apertando a mão que Isabela lhe estendia.

Alongaram o toque entre as mãos por mais tempo do que deveriam. Soltaram abruptamente. Foi a primeira vez, desde que vira Isabela, que percebeu certo constrangimento no semblante da morena. Algo tão fugaz, mas impossível de ser não ser notado. Fernanda desviou o olhar, voltou aos papéis, mas seus dedos tremiam levemente. O silêncio do galpão agora parecia mais denso. A luz dourada, mais quente. O ar, mais carregado.

— Achei que encontraria Rafael aqui — mentiu. Isabela havia propositalmente esperado sua saída para então abordar Fernanda.

— Ele saiu a pouco. Quer deixar algum recado?

Fernanda continuou atrás da mesa enquanto Isabela deu um passo à frente, como quem testa o terreno. O som das botas sobre o cimento ecoou suave, mas firme. Fernanda manteve a postura, embora sentisse o corpo inteiro em alerta — como se cada célula soubesse que aquele momento não era comum.

— Também. — disse Isabela, com um tom casual demais para ser verdadeiro. — Além disso, queria entender melhor o que está acontecendo aqui. O projeto. A proposta. E você.

Fernanda ergueu uma sobrancelha, tentando manter o tom neutro.

— Tudo isso está no relatório que Rafael enviou à Agritec. Inclusive os gráficos que apresentei hoje.

— Eu li. Mas relatórios não mostram o que os olhos veem. Nem o que o coração sente — respondeu Isabela, com um meio sorriso. — E hoje, vi que há mais aqui do que números.

Fernanda sentiu o rosto esquentar. Não sabia se era raiva, nervosismo ou outra coisa que não queria nomear.

— Se está preocupada com o impacto financeiro, posso te garantir que o projeto é viável. E que os agricultores estão dispostos a tentar.

— Não estou preocupada com o financeiro — cortou Isabela, com suavidade. — Estou preocupada com o que isso muda. Com o que isso ameaça. E com o que isso revela.

Fernanda franziu o cenho.

— Revela?

Isabela se aproximou mais, agora apenas alguns centímetros as separavam. A luz dourada do fim da tarde desenhava sombras suaves em seu rosto. Ela parecia menos empresária e mais... humana, não a palavra certa para aquele momento não era essa. Ali, com ela tão perto de si, Fernanda recusou-se a nomear o que pensava.

— Você não é o que eu esperava — disse, quase num sussurro. — E isso me intriga.

Fernanda engoliu em seco. Sentia o ar mais denso, como se o galpão inteiro tivesse parado para ouvir aquela conversa.

— Eu também não esperava... isso — respondeu, sem saber exatamente o que “isso” significava.

Isabela sorriu, mas havia algo nos olhos dela — uma vulnerabilidade que escapava por entre as palavras afiadas.

— Bom saber que ainda existem surpresas por aqui — disse, recuando um passo. — Espero que continue me surpreendendo, senhorita Alencar. — Sorriu de lado. — Diga a Rafael para me ligar, quero uma reunião amanhã. Com os dois.

Virou-se com elegância, caminhando em direção à saída. Fernanda ficou ali, parada, com os papéis ainda nas mãos e o coração batendo como se tivesse corrido quilômetros.

A porta do galpão se fechou com um rangido leve. E Fernanda soube, sem dúvida, que aquele não seria o último olhar cruzado entre elas.

***

Isabela soltou um longo suspiro ao entrar em sua caminhonete. Mal havia percebido que prendera a respiração. O encontro com a engenheira lhe causou uma inquietação no peito que há muito não sentia. Deu a partida e o motor grunhiu como de costume. Pegou a estrada de terra logo depois de sair do vilarejo e a poeira típica começou a subir como nuvem. O olhar fixo na estrada não impedia que a imagem da engenheira se fixasse em sua mente.

Estava presa. Presa nos trejeitos, na forma como as mãos se tocaram e como se seguraram por um segundo a mais. Na maneira como Fernanda corou e tentou disfarçar. O sol brilhava incandescente no horizonte, mas dentro do carro o calor irradiava de outro lugar. E o sorriso? Esse insistia em aparecer sem pedir licença, precisou pressionar os lábios para impedi-lo. “Corajosa”, pensou ela, “me encarou nos olhos, sem medo, sem bajulação.” E isso era reamente notável, raro. Quase impossível, ela diria.

Estava tão acostumada com aquele mundo de cifras, relatórios e reuniões, em que os olhares eram sempre tão calculados e, por vezes, forçados. Que o olhar da engenheira a surpreendeu ao ponto de lhe atravessar a alma. “Pessoas são máquinas de carne e osso e também precisam de comando firme, aprenda a controlar, Bela.” Ouvia a voz de seu pai em sua mente. Mas e quando a máquina era ela? E o comando falhava?

Suspirou.

“Isso não pode acontecer. Não agora.” Pensou.

Mas já estava acontecendo. E ela sabia.

“Porr*!”

***

Fernanda praguejou baixinho, mas ainda assim não se moveu. Permaneceu imóvel feito uma estaca enfiada na terra, ouviu o ronronar do carro de Isabela ao se afastar, até seu celular tocar tirando-a daquele estado de retardo mental. Era dona Lourdes, relaxou os ombros e falou com ela rapidamente. Concluiu sua tarefa e saiu.

A água caia sobre os ombros de Fernanda, enquanto o chuveiro fazia seu trabalho. Ainda assim não era capaz de lavar o turbilhão que passava dentro de si.  Fechou os olhos, apoiou a testa na parede fria e tentou respirar fundo. A imagem de Isabela voltava como um raio — o sorriso enviesado, o tom de voz, o toque prolongado.

“Puta que pariu! Como ela conseguiu me desmontar em tão pouco tempo? E nem sabe.”

Ou talvez soubesse.

A quem ela queria enganar? Fernanda não era ingênua. Sabia reconhecer um jogo de poder. Mas o que havia entre elas era só isso? Era algo mais? Talvez até perigoso. Sentia apenas que era algo diferente de tudo o que já sentira.

Vestiu-se devagar, como quem tenta se recompor por fora. Na cozinha, Dona Lourdes já havia deixado o almoço pronto, mas Fernanda mal tocou na comida.

Ainda naquele dia Fernanda Fernanda retornou a Cooperativa e deu inicio aos trabalhos de limpeza do terreno com Rafael. Marcaram a tal reunião com Isabela na sede da Mendes Agritec e Fernanda não pode deixar de estar ansiosa mais uma vez.

Quando dia terminou sentiu-se cansada, no entanto, seus pensamentos ainda eram povoados por certa fazendeira. Sentou-se com o notebook à frente, tentando revisar alguns dados do projeto piloto. Mas os números pareciam distantes.

O foco escapava.

O pensamento ainda vibrava.

Pegou o celular e abriu o bloco de notas. Escreveu:

“Dia 1 – reunião concluída. Aceitação parcial.

Isabela Mendes: presença inesperada.

Impacto emocional: alto.

Risco: indefinido.”

Fechou o aplicativo.

Olhou pela janela. O vilarejo lá fora parecia quieto, mas ela sabia — algo havia sido plantado naquele dia. E ela não estava falando de hortaliças.

***

A sede da Mendes Agritec se erguia com imponência logo na entrada da enorme fazenda — fachada de vidro espelhado, jardins milimetricamente podados e um silêncio que contrastava com o barulho do campo. Fernanda sentiu o peso daquele lugar assim que desceu da caminhonete ao lado de Rafael.

— Pronta pra entrar na toca do leoa? — brincou ele, ajustando a gola da camisa.

— Leões não me assustam. O que me preocupa são as hienas — respondeu Fernanda, com um meio sorriso.

Subiram os degraus e foram recebidos por uma recepcionista de voz suave e olhar treinado. Em poucos minutos, estavam na sala da presidência no segundo andar — ampla, sofisticada, e banhada por uma luz natural que atravessava as janelas. Com móveis de aço e vidro, vigas de madeira aparente e uma tela de projeção embutida na parede.

“Uau!” Pensou Fernanda.

Não era que estivesse desacostumada com aquele tipo de sofisticação. Apenas lhe lembrava dos anos de terror que passara num ambiente assim. Teve posses, mas não tinha era felicidade. Suspirou por fim.

Isabela já os aguardava. Sentada à sua mesa, vestia um blazer cinza sobre uma blusa preta de seda. O cabelo preso em um coque elegante, os olhos atentos. Ela não poderia estar mais linda, e Fernanda não pode deixar de notar. “Ao menos não está faltando roupa de menos”, pensou ao se lembrar de seu traje no dia anterior. Ao lado dela, em uma mesa próxima, dois assessores folheavam relatórios.

— Senhorita Alencar. Rafael. Sejam bem-vindos — disse, sem se levantar.

Fernanda assentiu, mantendo a postura firme. Rafael cumprimentou os presentes com cordialidade. Sentaram-se.

— Trouxemos os dados atualizados do projeto piloto — começou Fernanda, abrindo a pasta. — Incluímos os ajustes no sistema de irrigação e o orçamento revisado com base nos insumos locais.

Isabela folheou o documento com calma, mas seus olhos pararam em uma tabela específica.

— Aqui está o problema — disse, apontando com a caneta. — O custo inicial está 18% acima do previsto. E isso sem garantia de retorno imediato. Não posso apresentar isso ao Conselho da Agritec.

— O retorno não é imediato, mas é constante. E mais seguro — rebateu Fernanda. — Menos perdas, mais controle, mais previsibilidade.

— Previsibilidade não paga contas, senhorita. Lucro sim — disse Isabela, com voz firme.

Rafael tentou intervir:

— A proposta é escalável. Com o apoio da Agritec, podemos reduzir custos com logística e distribuição.

— E comprometer nossa margem? — cortou Isabela. — A Agritec não é uma ONG. Somos uma empresa. E precisamos de resultados.

Fernanda se inclinou levemente sobre a mesa.

— Resultados não vêm só em números. Vêm em impacto. Em transformação. Em legado.

Isabela a encarou. O silêncio entre elas era quase palpável.

— Legado não sustenta uma cadeia de produção. Nem paga salários. Nem garante contratos.

— Mas sustenta pessoas. E isso, senhorita Mendes, é o que vocês parecem ter esquecido aqui na Agritec.

Um dos assessores pigarreou, desconfortável. Rafael olhou para Fernanda com um misto de orgulho e preocupação.

Isabela se levantou, caminhou até a janela e ficou de costas para todos.

— Vamos fazer o seguinte — disse, virando-se lentamente. — A Agritec vai liberar parte dos recursos, com cláusula de revisão em 60 dias. Se os resultados forem promissores, reavaliamos. Se não forem, encerramos.

Fernanda respirou fundo. Não era o ideal. Mas era um começo.

— Porém...

“É claro que tinha um porém.” Pensou Fernanda, segurando a vontade que teve de revirar o olhar.

— Qual a condição? — Perguntou sem muito ânimo.

— A Cooperativa terá que dividí-la comigo — Isabela sorriu com certa ironia, sabia bem que havia uma ambiguidade na frase que escolhera. — Quero que a senhorita Alencar assuma a coordenação de plantio acelerado da Agritec, pode vir aqui dois dias na semana, mas quero relatórios semanais. E não se preocupe, assinaremos um contrato e você receberá por seus serviços.

Isabela concluiu elevando uma das sobrancelhas e olhou diretamente nos olhos de Fernanda, como um desafio.

Fernanda teve que respirar fundo com a proposta da fazendeira. Ficou em silêncio por uns minutos. Pesou sua situação, não queria estar perto de Isabela, ainda mais quando esta claramente só queria irritá-la. Depois pensou na Cooperativa e no quanto aquele projeto era importante para aquelas pessoas.

Decidiu-se.

— Aceito. Mas quero autonomia técnica total. Sem interferência nos métodos.

Isabela sorriu, sem humor.

— Autonomia é um luxo, senhorita. Mas por enquanto, pode se considerar livre.

O olhar entre elas se cruzou novamente. Não havia mais sorrisos. Só faíscas.

Fim do capítulo


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Comentários para 5 - Capítulo 4 — Olhares cruzados:
MirAlexia
MirAlexia

Em: 05/10/2025

"Amigas, amigas", negócios à parte. Se houver mato seco, essa faísca pode causar grandes estragos... Veremos. (^_-)


EriOli

EriOli Em: 13/10/2025 Autora da história
Já diziam os bombeiros, "depois da faísca vem o incêndio". (tá, os bombeiros não falam isso, mas é bem a propósito kkkkkk)


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