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Entre nos - Sussurros de magia por anifahell e Yennxplict

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Palavras: 4573
Acessos: 41   |  Postado em: 29/09/2025

Notas iniciais:

+18

Porta Aberta, Instinto Desperto - Parte II

Ariel ajeitava os últimos detalhes da sala, posicionando almofadas no chão, abrindo espaço entre os móveis e empilhando jogos de tabuleiro perto da mesinha de centro. Ana, de meias e um coque improvisado no topo da cabeça, aparecia vez ou outra na porta do escritório só para dizer que não poderia ficar com os convidados naquela noite. A pilha de relatórios do estágio, os artigos da faculdade e as planilhas que ela tinha que terminar não deixavam espaço pra diversão.

— Relaxa, Aninha. — Ariel disse sorrindo enquanto separava as taças. — Eu levo um prato de besteiras pra você mais tarde. 

Ana respondeu com um aceno rápido antes de voltar a se enterrar nos livros e na tela do notebook.

Pouco depois das oito, o interfone tocou. Ariel atendeu, já esperando algum dos amigos da faculdade ou talvez Lia, mas era Ísis.

Ao abrir a porta, Ariel a recebeu com um sorriso.

— Você foi a primeira! — disse, meio surpresa.

— Achei que já ia ter uma galera aqui… — Ísis respondeu, olhando ao redor. — Mas bom... melhor assim. Dá pra te dar isso, sem que ninguém veja.

Ela estendeu um pequeno pacote, um saquinho de veludo preto com um outro saquinho de papel amarrado junto.

— Que é isso? — Ariel perguntou curiosa, já abrindo.

— Sementes… — Ísis começou a explicar. — Daquela erva mágica que você fumou no seu aniversário. E terra de uma clareira élfica pra você plantar aqui. Só… sei lá… é uma forma de te agradecer. Ou de me redimir um pouco. — A voz de Ísis baixou no final, carregada de uma culpa mal disfarçada.

Ariel não questionou o motivo da culpa. Segurou o presente com os olhos brilhando de alegria genuína.

— Caralh*, Ísis… Eu amei isso! De verdade! — Ela correu pra abraçá-la, se permitindo ficar mais tempo nos braços dela do que talvez devesse.

O silêncio que veio depois foi pesado.

Ísis, quebrando o clima, perguntou com um sorriso de canto.

— E a Ana? Não vai jogar com a gente?

— Tá atolada no trabalho e nas matérias da faculdade. Ela tá no escritório, porta ao lado.

O nome de Ana pairou entre as duas.

— Tem… tem algo entre vocês? — Ísis perguntou, com uma leve provocação, mas havia vulnerabilidade ali também.

Ariel respirou fundo.

— A gente… a gente se beijou. — Respondeu simples.

Ísis arqueou uma sobrancelha.

— Você já me falou isso antes… E você também me beijou.

Ariel soltou uma risada nervosa.

— Eu gosto dela. Acho que tô apaixonada por ela. Mas… o problema é que… também sinto isso por você.

A confissão saiu sem filtros, carregada de uma sinceridade crua que deixou Ísis visivelmente satisfeita.

— Então você tá apaixonada por mim? — Ísis sussurrou, se aproximando.

— Acho que tô. Não sei direito. Mas só vocês duas me deixam assim… como se eu fosse explodir.

Os olhos de Ísis brilharam com a confissão.

A distância entre seus rostos se desfez quando Ísis inclinou a cabeça para beijá-la. O toque dos lábios delas foi breve, mas carregado de eletricidade. Quase um estalo. Ariel mal teve tempo de fechar os olhos antes do interfone tocar de novo, quebrando o momento.

— Droga… — Ariel riu, indo atender.

Do outro lado da linha, o porteiro.

— Senhorita Ariel, tem uma mulher aqui dizendo que veio pra noite de jogos. Mas o nome dela não tá na lista.

— Quem? — Ariel perguntou confusa.

— Petúnia. Ela disse que trabalha com você.

Ariel gelou. Correu pro celular e foi conferir as mensagens. E ali estava o erro: ao invés de convidar a Patrícia do RH, ela tinha chamado a Petúnia do RH.

— Ai, merd*… — Ariel murmurou pra si mesma, suspirando fundo antes de autorizar a entrada.

Virou-se pra Ísis com um olhar entre o pânico e o cômico.

— Me lembra de nunca mais organizar nada chapada.

Ísis só riu.

Poucos minutos depois, a campainha tocou. Ariel abriu e foi recebida com um grito estridente.

— Uaaau! Seu apartamento é lindo e gigante! — Petúnia entrou como um furacão de voz aguda, olhar curioso e energia incansável. — Tá ganhando bem, hein menina? — Ela fez um assobio exagerado. — E olha só! Agora como co-diretora da Wicca então… Nossa! Deve estar nadando no dinheiro!

Antes que Ariel conseguisse responder, Petúnia arrematou:

— É verdade que você só ganhava bem quando era secretária da Lia porque vocês tinham um caso?

— O quê? Não! — Ariel riu de nervoso. — A Lia é tipo uma irmã pra mim!

Ísis assistia tudo de longe, bebendo um gole do vinho como quem assiste a um episódio de comédia ao vivo.

Ariel, tentando mudar de assunto, ofereceu bebida pra Petúnia, enquanto já corrigia seu erro mandando o convite certo pra Patrícia.

 

A noite só começava e o caos já estava garantido.

 

****

A campainha tocou novamente, interrompendo o falatório de Petúnia, que correu para atender a porta como se fosse a verdadeira dona da casa.

— Deixa comigo! — ela gritou, já girando a maçaneta.

Ao abrir, deu de cara com Lia e Elisa.

Petúnia abriu um sorriso largo, jogando os braços em direção às duas.

— Genteee! Boa noite! Que surpresa maravilhosa! — disse, ignorando completamente a expressão fechada de Elisa.

A CEO da Wicca mal disfarçou o incômodo. A última coisa que ela queria era ver qualquer funcionário da empresa ali, especialmente Petúnia. Com um cumprimento seco, respondeu apenas.

— Boa noite.

Lia, por outro lado, não escapou do abraço sufocante. Petúnia a prendeu contra o próprio peito como se fossem velhas amigas de infância.

— Você só pode estar me perseguindo... — Lia soltou em tom de brincadeira, tentando aliviar o próprio desconforto.

Petúnia gargalhou, soltando a outra e piscando pra ela.

— Aaah, eu nem esperava vir, mas acho que agora eu e a Ariel somos amigas! Então a gente vai se ver muito por aqui!

Enquanto Petúnia voltava a tagarelar sobre as bebidas na cozinha, Lia se dirigiu até Ariel, que estava sentada no sofá ao lado de Ísis. Ao cruzar o olhar com Ísis, um frio percorreu sua espinha. A culpa escorria invisível entre elas. Era quase palpável.

Ariel, que ainda tentava entender a presença da Petúnia na sua sala, abriu um sorriso ao ver Lia.

— Eu trouxe um presente pra você. — Lia disse, estendendo uma caixa de veludo.

Ao abrir, Ariel encontrou o conjunto de joias: colar, anel, brincos, tiara, pulseira, relógio. Tudo prateado, minimalista, delicadamente mágico.

— Pra você variar o cristal no pescoço... — Lia disse baixinho. — E… são bem mais discretos.

A reação de Ariel foi imediata: ela pulou pra abraçar Lia com entusiasmo.

— Nem no meu aniversário eu ganhei tanto presente! — disse, já tirando o cristal do pescoço pra experimentar o novo colar. — Vou guardar lá em cima. Obrigada, Lia, eu te amo!

Com a caixa nas mãos, Ariel subiu as escadas correndo.

Assim que ela desapareceu no andar de cima, Lia sentou-se ao lado de Ísis no sofá, pegando a taça de vinho da outra.

— Você contou pra ela? — perguntou num sussurro tenso, antes de beber do vinho da bruxa.

Ísis respirou fundo, tomando a taça de volta.

— Eu deveria?

— Eu disse pra ela que falaria se algo acontecesse.

— Você já contou pra Elisa? — Ísis rebateu, com um peso na voz. — Você deve isso a ela também.

— Não… Eu ainda estou tentando decidir se devo ou não. — Lia  confessou, passando a mão nos cabelos com nervosismo. — Eu tenho medo de estragar tudo de novo…

Ísis balançou a cabeça, compreensiva.

— Tá… então... — ela respirou fundo e depois deu um sorriso sem humor — Que tal isso, até o final da noite, eu conto pra Ariel e você conta pra Elisa.

Lia hesitou, mas acabou assentindo.

— Se você quiser, eu posso contar pra Ariel… — arriscou.

E como se o universo estivesse ouvindo, a voz de Ariel veio descendo os degraus.

— Contar o quê?

As duas congelaram.

— Nada! — responderam em uníssono, como duas crianças pegas em flagrante.

— Nada... por enquanto. — Lia remendou, tentando aliviar a tensão.

— Depois a gente conversa, eu prometo. — Ísis completou, pegando mais um gole de vinho.

Ariel arqueou as sobrancelhas, desconfiada, mas deixou passar. Voltou sua atenção para os outros convidados que chegavam: Hope, Patrícia e dois amigos da faculdade. Todos recepcionados por Petúnia, que parecia mais anfitriã do que a própria Ariel, servindo bebidas e mostrando os cômodos como se fosse sua casa.

Enquanto os primeiros jogos começavam e as conversas se espalhavam pela sala, Lia se manteve observadora. Principalmente de Ísis e de Ariel. E principalmente da forma como os olhares entre as duas ardiam com uma tensão que só aumentava.

Elisa, por sua vez, evitava qualquer contato direto com os funcionários da empresa. Permaneceu numa poltrona, apenas observando de longe as interações. Ela quase não tocava nas bebidas, mas não desgrudava os olhos de Lia.

Um tempo depois, Hope levantou e foi até Lia. O jeito como ela a encarou fez a Fênix se arrepiar. Havia algo diferente no olhar da garota, algo mais carregado de desejo do que o normal.

— Você tá radiante hoje... — Hope disse, sussurrando perto demais do ouvido de Lia ao abraçá-la.

****

A campainha soou novamente, e dessa vez Ariel, que estava de fora daquela rodada de jogo, se levantou para atender. No caminho, ainda pegou o celular para conferir se era mais algum convidado que ela tivesse esquecido de chamar.

Mas não.

Ao abrir a porta, deu de cara com Eduarda, sua ex namorada problemática. Ela não a via tinha um bom tempo e esperava não voltar a ver. Mas parecia que o destino tinha planos diferentes.

O choque percorreu o corpo de Ariel como um raio. O estômago embrulhou.

— O que você tá fazendo aqui? Como você subiu? — a voz dela saiu baixa, mas carregada de fúria. Ela girou o corpo para trás, fechando a porta com um estalo antes que Eduarda pudesse dar um passo sequer pra dentro.

— Eu ainda tenho a tag do saguão… o porteiro me conhece. Mas… a minha chave não funcionou na porta. — Eduarda balançava a cabeça, com aquele sorriso debochado de sempre.

— Troquei a fechadura. Por motivos óbvios. — Ariel rebateu, tirando a tag da mão da outra com um movimento rápido e guardando no bolso. — O que você quer aqui, Eduarda? Eu pedi, eu implorei para você sumir e não voltar! — Bradou, ficando cada vez mais irritada. 

— Não fala assim, eu preciso de ajuda. Eu só tenho você… — a voz veio manhosa, com aquele tom de coitada que Ariel descobriu com o tempo que odiava. 

Mas Ariel não era mais aquela menina ingênua. Ela não sentia mais pena. Só uma mistura incômoda de raiva e cansaço.

— Você sempre precisa de ajuda… mas eu cansei. Você não tem mais nada meu. Nem espaço, nem paciência, nem um centavo.

Eduarda tentou fazer o número da carência. 

— Ariel, eu estou sem ter onde dormir. Tô passando frio, fome, você nem imagina o tanto que tem sido difícil. Eu só precisava de uma ajuda! 

— E o apartamento que deixei com você? O que fez com ele? 

— Nada! Eu só não posso voltar naquela área da cidade, eu tive problema com pessoas por lá. — Eduarda falou, mas já desviou o assunto. — Você tá dando uma festa? Me deixa ficar só um pouquinho… tá tão frio… — ela insistiu, fazendo beicinho.

— Não. Tem gente aqui que não quer te ver. Eu não quero te ver. Você não é mais responsabilidade minha. — Ariel manteve o tom baixo, mas firme.

E quando Eduarda tentou jogar mais um golpe emocional, Ariel se manteve de pé.

— Ariel, você está sendo muito cruel comigo. Mas é isso, eu só servia para voê quando estava na sua cama. Você até já falou que me amava! O que aconteceu com esse amor? Era só para trans*r comigo? — Eduarda continuava com o drama. 

— Eduarda, foi você quem estragou tudo, você me roubou, mentiu, enfiou bandidos dentro da minha casa… Enfim, isso não importa agora. Eu quero que você vá embora. — Ariel falou entre dentes. 

— Me faz um Pix pelo menos… eu só preciso pagar uma dívida…

— Você já me levou dinheiro demais. Isso não vai acontecer.

A provocação seguinte foi baixa, até pra Eduarda:

— Ah, esse colar novo... bonito, hein? A energia dele… tem cheiro da sua amiguinha Fênix. Aposto que ela pagou caro. Quem sabe eu consiga um bom preço nele?

A mão de Ariel subiu de imediato até o colar, como se protegê-lo fosse o instinto mais natural do mundo.

— Só desaparece da minha vida, Eduarda. — Ariel respondeu, cansada.

— Ela ainda está só te paparicando? Você devia dar logo o que ela quer, acho que a Lia já pagou o suficiente. — Rebateu, maldosa. Ela sabia que não existia algo assim entre Ariel e Lia, mas queria machucar de alguma forma. 

Antes que Ariel pudesse responder, Lia abriu a porta. A simples presença da Fênix no corredor fez Eduarda encolher os ombros. Ela sabia que Lia guardava muito rancor por ela e não ousaria falar as coisas que disse segundos atrás diante dela. Já havia visto a Fenix em fúria e não importava o quanto estivesse chapada, ela não queria encarar aquilo.


— Eu tinha certeza que era você. — Lia disse, com um tom gélido, os olhos semicerrados.

Eduarda nem tentou bancar a corajosa. O respeito, ou melhor, o medo, era visível.

— Eu só preciso de ajuda… Lia… eu não tenho onde dormir…

— E eu posso te ajudar sim. Na delegacia mais próxima. — Lia respondeu, avançando um passo. 

Eduarda recuou.

Ariel interviu:

— Lia, volta pra dentro. Eu resolvo isso. Dez minutos, no máximo.

— Você ouviu, Eduarda. Você tem dez minutos para desaparecer daqui e espero não precisar voltar para te fazer sumir. — Lia ameaçou, dando uns passos para trás, por fim, obedecendo Ariel. Lançou um último olhar de aviso para Eduarda antes de fechar a porta.


Sozinhas no corredor novamente, Ariel respirou fundo.


— Você tem 30 dias. Vou te deixar ficar no sítio que eu estou preparando pra minha mãe. Depois disso… acabou. — Ela tirou uma chave do chaveiro e estendeu pra Eduarda.

— E como eu chego lá?

— Abro um portal.

— Você sabe fazer isso? — Eduarda ironizou.

A verdade, é que esse era o unio feitiço que Ariel realmente dominava. Ela não respondeu à pergunta, só girou os dedos no ar e, em segundos, uma fenda dourada e ondulante apareceu diante delas. Sem mais conversa, empurrou Eduarda na direção do portal.

— 30 dias. Depois some da minha vida. — Ariel finalizou.

Quando voltou para dentro de casa, Ariel foi direto para a cozinha. Ísis estava ali, enchendo mais uma taça de vinho enquanto Petúnia, já bêbada, contava alguma história absurda com uma velocidade de palavras que parecia impossível.

Petúnia mal deu tempo pra Ariel respirar antes de disparar:

— Quem era e por que você passou tanto tempo lá fora?

Ariel suspirou.

— Só uma pessoa… pedindo ajuda.

Petúnia ia continuar o interrogatório, mas a música começou a tocar alto e ela gritou:

— MINHA MÚSICA!

Ela ergueu os braços, girou em falso equilíbrio e, no processo, esbarrou na taça de vinho de Ísis, derrubando o líquido na blusa da bruxa.

Petúnia pediu desculpas várias vezes antes de sair correndo pro meio da sala, dançando como se estivesse em um festival.

— Eu tenho outra blusa pra você. — Ariel disse, puxando Ísis pela mão. — Vem comigo.

Subiram as escadas e entraram no quarto. Ariel abriu o closet.

— Escolhe qualquer uma.

Ísis puxou uma camiseta preta com uma estampa distorcida da banda Calcinha Preta, estilizada como se fosse um logo de rock metal.

— Pode ser essa?

— Ótima escolha… roubei da Lia. — Ariel riu.

Sem cerimônia, Ísis tirou a blusa manchada ali mesmo e começou a limpar a própria pele com ela. Ariel assistia, os olhos acompanhando cada movimento com um desejo latente. O cheiro de vinho misturado com o perfume da Ísis deixava o ar pesado.

— Posso… te ajudar? — Ariel perguntou, com a voz baixa.

Ísis sorriu de canto, entregou a blusa ensopada para Ariel e, em vez de falar, apenas esperou.

Ariel largou a blusa de lado e se aproximou, colando os lábios no pescoço de Ísis. A língua dela traçou um caminho lento e sensual, recolhendo o gosto adocicado do vinho e da pele quente.

O beijo que veio a seguir foi inevitável.

As mãos de Ísis deslizaram pelas costas de Ariel até alcançar a cintura da mais nova, puxando-a pra mais perto. Sem demora, os dedos de Ísis invadiram a calcinha de Ariel, encontrando uma umidade que a fez sorrir entre o beijo.

O toque começou lento, mas logo ganhou ritmo, acompanhando os gemidos abafados de Ariel. Ísis sabia o que estava fazendo, dominava cada movimento.

— Você tá me deixando louca… — Ariel conseguiu sussurrar entre gemidos.

Ísis encostou Ariel contra a parede do quarto, aprofundando ainda mais o toque. Sentindo o corpo da mais nova estremecer, ela continuou até fazer Ariel desabar em um orgasmo intenso, as pernas tremendo, o peito arfando.

Mas Ísis ainda não estava satisfeita.

Entre beijos, guiou Ariel até a cama, tirou a roupa de baixo dela e, de joelhos, deslizou a língua pela intimidade já sensível da garota, explorando-a com uma fome que Ariel jamais tinha sentido antes. O toque de Ísis era preciso, ritmado e carregado de desejo. A excitação era tamanha que a cama também ficou molhada. 

Ariel arqueava o corpo, gem*ndo sem pudor, as mãos segurando os lençóis com força. Isis brincava com Ariel, mas sabia exatamente o que estava fazendo e a mais nova só gozou quando ela permitiu. Quando o segundo orgasmo veio, ela gem*u o nome de Ísis, o corpo inteiro pulsando.

Quando Ísis terminou, se levantou com um sorriso satisfeito, foi até o banheiro lavar as mãos e a boca como quem termina uma refeição completa.

— A gente deveria voltar lá pra baixo… — ela disse casual, como se nada tivesse acontecido.

— A gente deveria… — Ariel respondeu, ainda estirada na cama, sem forças nas pernas.

— Você consegue andar? Posso te ajudar… — Ísis provocou, rindo.

Quando Ariel finalmente recobrou forças, foi ao banheiro também. As duas decidiram descer separadas, para não levantar suspeitas.

Mas quando Ísis abriu a porta do quarto e começou a descer a escada, deu de cara com Ana.

— Você viu a Ariel? — Ana perguntou, com uma expressão inocente demais.

— Tá lá dentro… — Ísis respondeu rápido e continuou descendo.

Ana entrou no quarto sem esperar resposta. Encontrou Ariel na porta do banheiro, ainda com o rosto corado e o cheiro de sex* no ar.

— A Petúnia disse que tinha um pedinte na porta… e que você ficou estranha… — Ana comentou, se aproximando.

— Foi a Eduarda… mas eu já resolvi isso. — Ariel respondeu, ofegante.

Ana respirou fundo, aproximando-se ainda mais do pescoço de Ariel.

— Sabe o que eu sinto? O cheiro dela… impregnado em você… — ela sussurrou com a voz baixa, os olhos fixos nos lábios de Ariel.

Antes que Ariel pudesse reagir, Ana a beijou com uma fome inesperada, as mãos já deslizando para dentro da roupa dela.

Ariel não resistiu.

Ana empurrou a amiga até a cama, a mesma cama ainda úmida do momento com Ísis. A umidade era óbvia. Ana percebeu.

— Ela te comeu aqui, não foi? — Ana perguntou com a voz rouca.

Ariel tentou responder, mas só conseguiu gem*r em confirmação.

Ana então agarrou Ariel pelas coxas, a ergueu com força e a jogou de novo na cama. Sem cerimônia, despia-a peça por peça. Em segundos, as duas estavam nuas. Ana encaixou o corpo ao de Ariel, suas intimidades se encontrando com uma facilidade que incendiou ambas.

O movimento de vai e vem foi instintivo, ritmado, quente. As intimidades se fundindo em sua só. 

As duas gemiam juntas, os corpos colados, suados. Ariel tremia, perdida entre o prazer e a exaustão acumulada.

O orgasmo veio rápido e forte. Elas permaneceram abraçadas por minutos, ofegantes.


No andar de baixo, Lia, que a essa altura já percebia o estado emocional de Ariel pelas runas oscilantes, fechou os olhos e concentrou sua energia para conter o surto mágico da amiga, permitindo que ela aproveitasse a noite sem alarmar todos os humanos ali presentes.


Na cozinha, enquanto Lia pegava mais gelo, Hope se aproximou pelas costas.

— Você sente o cheiro dela? Da Calíope? — Hope perguntou de repente, com a voz baixa. 

Lia parou o movimento das mãos.

— Não é hora pra isso, Hope... — disse com a voz mais firme, sem virar para encará-la.

Hope não recuou. Pelo contrário, aproximou-se mais.

— Você tem ideia do que eu vejo... Do que eu sinto... Quando ela... Quando vocês... — Hope sussurrou sem finalizar as frases, os lábios quase tocando o pescoço da Fênix.

Lia se virou rápido, colocando a mão firme no ombro da garota.

— Hope... Para. — Foi seca. Não havia espaço para meias-palavras ali.


Do outro lado da sala, Elisa observava de longe, o copo de whisky na mão, mas os olhos carregados de ciúmes.


Minutos depois, Ariel e Ana desceram juntas. Ariel com os cabelos ainda úmidos do banho rápido, Ana com as bochechas rosadas.


Petúnia, já bêbada, veio cambaleando até Ariel.

— Lia me deixou beber daquela vodka russa… mas eu juro que não bebi tudo!

Ariel sorriu, aliviada por ter uma desculpa boba para distrair os olhares.

A noite seguiu, mas quando o relógio marcava 03:04 o interfone tocou novamente.

Petúnia, que nesse ponto já estava completamente alterada pela vodka, foi quem correu para atender, tropeçando nos próprios pés no caminho.

— Alô? Quem fala? — ela gritou no viva-voz.

Do outro lado da linha, a voz do porteiro veio cansada:

— Senhorita Ariel, tem uma pessoa aqui embaixo dizendo que veio para a noite de jogos… mas ela não tá na lista.

Petúnia, sem esperar mais nenhum detalhe:

— PODE SUBIR SIM! — E desligou com a mesma empolgação com que tinha atendido.

Ariel ergueu as sobrancelhas do sofá.

— Petúnia… quem era?

— Sei lá, mas se ela veio jogar, deve ser legal! — respondeu, já rindo de si mesma.

Poucos minutos depois, a campainha da porta tocou.

Ariel, com a cabeça ainda latejando de cansaço emocional e físico, foi atender.


Ao abrir a porta, deu de cara com uma mulher que ela nunca tinha visto pessoalmente. Alta, morena, cabelos em ondas escuras, a presença imponente preenchia o hall antes mesmo que ela dissesse uma palavra. Os olhos castanhos pareciam guardar eras de segredos. Era Calíope. Apesar de ter ouvido falar sobre ela, de ter sido enviada para outra dimensão por ela, Ariel nunca a havia visto e não sabia quem era. Dos presentes ali, apenas Lia e Isis conheciam sua fisionomia. 


— Oi, Ariel. Eu sou amiga da Lia. — A estranha sorriu com simpatia, como quem chega num encontro casual e não numa madrugada carregada de tensão. — Desculpa aparecer de surpresa… mas eu nunca fui a uma noite de jogos.

Ariel franziu o cenho, confusa.

— Ah… sem problemas… pode entrar.

Assim que Calíope atravessou a porta, o ambiente pareceu mudar de temperatura. Ísis, que conversava com Ana perto da escada, virou o rosto de imediato. Lia, que estava de pé próximo à porta da varanda, congelou.

O vinho quase caiu da mão de Ísis.

— Calíope… — Lia pronunciou o nome com um peso que fez todo o cômodo silenciar. — Você… esqueceu de avisar que estava pela Terra.


A tensão ficou palpável. Ana olhou para a recém-chegada sem entender o motivo da reação.

Calíope caminhou com suavidade até Lia, parando bem perto dela. Depositou um beijo demorado na bochecha da Fênix, com uma ternura que parecia destoar do clima carregado.

— Eu sei… mas pode relaxar, Lia… — Ela olhou nos olhos da outra com um brilho misterioso. — Não vim por causa dos ovos. Nosso acordo continua de pé.

Em seguida, Calíope virou o rosto e apontou o dedo para Elisa, que estava quieta num canto da sala, mantendo distância de todos.

— Eu vim por ela.

Antes que alguém pudesse reagir, uma luz branca, intensa e vibrante, idêntica a que havia levado Lia e os outros para outra dimensão antes, surgiu ao redor de Elisa.

Mas não só nela.

Patrícia, que estava distraída conversando com um dos colegas de universidade de Ariel, e Petúnia, que dançava no meio da sala ao som de uma música aleatória, também foram engolidas pela luz.

A cena foi tão rápida quanto irreversível.

O clarão engoliu as três. Em questão de segundos, sumiram. As quatro,  Calíope, Elisa, Patricia e Petúnia.


O silêncio que se seguiu foi cortante.

Dois dos colegas humanos de Ariel, totalmente alheios ao mundo mágico, começaram a gritar em pânico.

Ísis reagiu com uma velocidade impressionante. Estalou os dedos no ar e murmurou um feitiço antigo. Um sopro de energia azulada varreu a sala, fazendo os humanos apagarem de imediato, caindo adormecidos no sofá.

Logo em seguida, Ísis sussurrou outro encantamento, garantindo que ao acordarem, os dois não lembrariam de nada daquela noite além de uma "bebedeira divertida".

Ariel, que ainda estava tentando entender o que tinha acabado de acontecer, sentou-se no chão, sem conseguir fechar a boca.

— Elas foram sugadas… igual aconteceu com a gente… — ela balbuciou, ainda olhando para o lugar onde Elisa, Patrícia e Petúnia estavam segundos antes.

— Mas vocês conseguiram voltar… — Ana tentou amenizar, se ajoelhando ao lado de Ariel. — A Elisa também vai conseguir. Ela é forte.

Lia, no entanto, parecia ter perdido o chão.

— O presságio… — ela murmurou, como quem conecta as peças de um quebra-cabeça apocalíptico. — Está se cumprindo… — A Fênix respirou fundo, os olhos marejando. — Em que outro lugar a Elisa poderia estar mais sozinha… do que em outra dimensão?

Ana se levantou num salto.

— Deve ter algo que a gente possa fazer!

Mas Ísis parecia menos otimista.

— Elas podem estar em qualquer lugar do multiverso… — disse baixinho.

Sem esperar por mais conversas, Lia se afastou. Caminhou com passos decididos até Hope. 

— Hope… — Lia respirou fundo, lutando para conter o desespero na voz. — Eu preciso que você encontre ela pra mim.


O silêncio de Hope durou um segundo a mais do que o normal. Quando falou, sua voz estava sóbria, carregada de preocupação.

— Claro, Lia… mas você sabe… eu não controlo essas visões. Só… acontece quando acontece. Mas eu prometo… vou fazer o possível. Se eu conseguir… eu te aviso.

— Obrigada… — Lia respondeu.


Com a mão trêmula, a Fênix abriu um portal direto pra casa dela.

Sem esperar pelos outros, sem dizer mais nada.

Naquela noite, ela passaria as próximas horas virando os grimórios antigos, queimando velas até o chão e tentando qualquer feitiço de localização ou proteção que conhecesse.

 

Uma coisa era certa: ela traria Elisa de volta, custasse o que custasse.

Fim do capítulo


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