Capitulo 55
Flávia Ribeiro
Chegamos na festa de aniversário do Pedro um pouco atrasadas. Hoje voltei para o meu trabalho e tudo estava uma correria, tinha trabalho acumulado e também muitas pessoas curiosas para despistar. Renata também estava super atarefada no seu escritório.
Cumprimento os pais de Renata, suas cunhadas e seu irmão mais velho. Parabenizo o seu irmão mais novo e entrego o presente dele. A festa é intimista e além da família, estão presentes mais alguns amigos de Pedro, os quais sou apresentada.
Sentamos na mesma mesa que Júlia, Gustavo e Ester. A bebê já tem quase três meses e está super esperta. Renata pega a sobrinha no colo assim que chega. Ela passeia com a pequena por meio dos convidados. Minha namorada tem o poder de atrair a atenção por onde passa, ela é cativante. E com a ajuda de Ester, logo todos estão se divertindo com as brincadeiras das duas.
— Como você está, Flávia? Faz tempo desde a última vez que nos vimos. — É Júlia quem pergunta.
— Estou bem. Andei ocupada, mas agora vamos aparecer mais vezes. Renata me disse que vocês vão se mudar.
— Sim, é verdade. Encontramos uma casa maior e mais confortável. A Esterzinha está crescendo e chegamos à conclusão que vamos precisar de mais espaço para ela brincar e se desenvolver. Nossa casa é muito pequena. — Júlia continuou falando sobre tudo o que a filha tinha feito nos seus primeiros meses. Ela falava com tanto amor. Ao mesmo tempo que a escutava, também observava Renata. A advogada vai ser uma ótima mãe, foi o primeiro pensamento que veio à minha mente. E sem querer, imaginei um futuro com nós duas e uma criança. Uma criança com os olhos de Renata e o seu jeito doce. — Como estão as coisas com a minha cunhada? — A pergunta de Júlia me faz prestar atenção na conversa.
— Estamos bem, a viagem foi ótima.
— Fico sabendo, é bom ver a Renata tão feliz. Sei que você é a responsável por isso.
— Ela é tão meiga e gentil, me sinto sortuda por tê-la. — Júlia sorri para mim.
— Vocês formam um lindo casal, se precisarem de alguma coisa, qualquer coisa, podem falar comigo. A Renata é muito querida e sempre nos ajudou.
— Obrigada, digo o mesmo a vocês.
— Flávia, vamos dançar. — Rute se aproxima afobada, ela já bebeu algumas cervejas. Pega na minha mão e me puxa para o centro do salão.
— Desculpe, Júlia.
— Que isso, pode ir. Vai se divertir.
Rute me leva enquanto dança. Pedro, meus sogros e outras pessoas que não conheço também estão dançando.
— Rute, eu não sei dançar. — Confesso.
— Aqui só tem família, Flavinha. Só é mexer o seu corpo, ninguém liga. — Ela tenta me conduzir. Meio desajeitada, tento segui-la. Até que não estou tão mal. — É isso aí, se solta, amiga.
Olho ao redor e todos estão se divertindo, sem se importar de seguir o ritmo da música. A família de Renata é muito animada. Quando menos espero, uma roda se forma e sou levada no embalo da brincadeira. O pai de Renata entra no meio da roda e faz alguns passos engraçados, todos dão risadas e batem palmas. Depois é Pedro que dança e exibe seus passos, principalmente para a sua esposa. Sem que eu me dê conta, alguém me empurra para o meio da roda. Por alguns segundos travo, mas logo entro na brincadeira e danço. Para a minha sorte, Renata entra na roda comigo. Seguro na sua mão e no seu ombro. Ela sussurra em meu ouvido.
— Vamos fazer como praticamos em casa? — Confirmo e ela me guia.
Renata solta a minha cintura, vou para o lado e depois giro duas vezes. Volto ao encontro do seu corpo e ela inclina o meu tronco, levanto uma das pernas. Ela me puxa, colando nossos corpos novamente, fazemos alguns passos de bachata. Que combina com a música que está tocando. Por incrível que pareça, não erro os passos. Giro mais algumas vezes e ela me segura, seu rosto está bem próximo ao meu. A música termina. Escuto os aplausos e começo a rir. Aquilo foi incrível. Renata me dá um selinho e saímos da roda para que outros possam ter a sua vez de dançar.
— Você foi perfeita. — Ela fala empolgada. — Vamos beber alguma coisa, estou suando.
— Nossa, isso foi intenso. — Me abano e pego a bebida que ela me oferece.
— Um brinde à minha linda dançarina. — Ela levanta o seu copo e toca no meu. Depois toma um pouco do líquido. Estou hipnotizada por aquela mulher. Tudo que ela faz é atrativo para mim. A vida com ela nunca fica monótona.
— Sua família é tão animada quanto você. — Comento, enquanto tomo a minha bebida.
— Os Fontes sabem se divertir. — Ela se gaba.
— Nisso você tem razão.
— E você é a nora perfeita, minha mãe está fascinada por você. Já me pediu até pra gente ir até a casa dela para um almoço na semana que vem.
— Nós vamos, ainda não tive a oportunidade de conversar com a minha sogrinha. Tenho que saber as suas histórias de infância.
— Estou começando a me arrepender de ter aceitado o convite. Minha mãe vai acabar com a minha reputação de mulher misteriosa e inteligente. — Empurro o seu ombro.
— Você não tem jeito. Sempre com o ego tão inflado. — Brinco.
— Culpe a minha mãe, não a mim. Foi ela quem me mimou.
— Engraçadinha.
— Por falar em mãe. Você tem falado com a Sueli?
— Não, nem sei o que falar com ela.
— Desculpa, não queria pesar o clima. É só que ela esteve no meu escritório hoje. O divórcio dela foi oficializado.
— Ela está bem? — Mesmo com tudo o que aconteceu, ainda me importava, apesar de estar magoada.
— Sim. Ela pediu para eu passar um recado para você.
— O que ela disse?
— Que vai estar no hotel de sempre amanhã e gostaria muito que você fosse vê-la. Ela disse que vai escutar o que você tem a dizer. Ela quer se acertar com você, amor.
— Não sei, você acha que devo ir?
— Sei que está magoada, mas ela também está triste. Pode ser uma oportunidade para você se abrir com ela e também impor a sua vontade. Sabe que não precisa aceitar as condições dela, só seja sincera.
— Você tem razão, vou vê-la.
— Sério?
— Sim, não quero ter arrependimentos.
— Quer que eu vá com você? — Renata segura na minha cintura e toca no meu cabelo.
— Obrigada, mas acho que consigo lidar com isso.
— Tudo bem, qualquer coisa é só me ligar que vou correndo.
— Pode deixar, bebê. — Beijos seus lábios. Noto que os pais de Renata estão sorrindo e olhando em nossa direção. — Seus pais estão olhando para nós. — Escondo meu rosto no seu peito. — Que vergonha.
— Somos a fofoca do momento. Você vai se acostumar.
— Espero que sim. — Ela beija o topo da minha cabeça e me abraça.
— Vamos, ainda quero dançar a noite inteira com você. — Seguro na sua mão e a sigo. Ela desarma qualquer resistência dentro de mim. Estou completamente entregue às vontades dela.
@escritora.kelly
Fim do capítulo
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