Capitulo 53
Flávia Ribeiro
— Você reparou que a água do mar aqui tem tons de azul e verde? — Depois de um jantar maravilhoso, estávamos na jacuzzi relaxando e bebendo vinho. Renata prendeu o seu cabelo em um coque e colocou um biquíni vermelho. Ela está na minha frente, posso admirar os seus lindos olhos azuis refletidos nas lentes do seu óculos. O que me fez lembrar da cor do mar. Não estou sendo complacente quando digo que a advogada é a mulher mais linda que eu já vi. Sua pele alva se destaca contrastando com seu cabelo preto como a noite. Os olhos são como diamantes, a mandíbula marcada e traços finos e delicados do seu rosto dão um toque final ao conjunto da obra perfeita que ela é.
— É por causa da interação da luz solar com a água e os organismos que nela vivem. — A mais velha responde como se fosse o óbvio. Não sei se foi a sua beleza ou as palavras elaboradas que saem da sua boca, mas meu raciocínio fica travado. Ela percebe a minha cara de incompreensão e sorri. — A luz do sol é branca, mas é composta por todas as cores do arco-íris. Quando a luz chega no mar, a água absorve as cores vermelho, laranja e amarelo, deixando visíveis os azuis. — Ela movimenta as suas mãos enquanto fala.
— Por isso enxergamos o azul e não as outras cores?
— Isso, as cores mais próximas do vermelho se transformam em calor. Já as cores mais próximas do azul, penetram mais fundo na água, espalham-se e refletem de volta aos nossos olhos.
— E por que enxergamos a cor verde também? — Não sei por que, mas aquele assunto estava me deixando excitada. Podem me julgar, mas quem em sã consciência ficaria tranquilo com aquela mulher linda de óculos e biquíni falando sobre coisas científicas e nerds?
— Quando a água é mais rica em nutrientes, que é o caso daqui, ela possui mais algas e tende a ter o tom mais verde. Mas também a cor verde pode ser devido à presença de microrganismos marinhos e bactérias fotossintetizantes. Resumindo, os pigmentos amarelos presentes na matéria orgânica de algas e vegetais, ao se misturar com o azul, refletem o verde. — Estou a poucos segundos de babar. Aquela era a primeira vez que Renata me mostrava o seu lado maníaca por informações científicas. Ela tinha consciência do quanto é sexy quando fala palavras difíceis?
— O quê? — Ela me encara.
— Nada. Só estou te escutando. — Me limito a dizer. Ainda estou processando o fato da minha namorada ser tão atraente.
— Dei uma de estranha, não é mesmo?
— Não, eu gosto. Na verdade... Deixa pra lá.
— Agora você vai ter que me falar.
— Me deixa excitada.
— Te excita, é? — Renata me puxa para o seu colo. Quase engasgo com a saliva, ela sabe como me provocar.
— Muito. — Admito.
— Então você que é a estranha.
— Ei! — Empurro o seu ombro.
— Estou brincando, amor. Se quiser, posso passar a noite toda te explicando sobre as cores do mar. Ainda nem falei sobre a luz solar refletida na areia... — Beijo os seus lábios lhe impedindo de continuar. Aprofundo o beijo e toco no seu seio por cima do biquíni. Ela suspira. Solto o fio que prende a parte de cima da peça e o tecido cai entre nós. Abocanho a pele macia e ch*po. Puta que pariu! Eles são deliciosos. Sem que eu perceba, Renata solta a parte superior do meu biquíni e arremessa a peça no chão. Seus braços me apertam fazendo com que nossos corpos fiquem colados. Coloco meus braços em volta do seu pescoço e volto a lhe beijar. É impossível não reagir à fricção que nossos mamilos provocam ao se encostarem. Entre gemidos e beijos, sinto as mãos de Renata explorarem a minha costa e depois o meu bumbum, que ela faz questão de segurar e pressionar contra o seu corpo. Estou desesperada, quero ser sua ali mesmo.
— Amor! — Minha voz sai rouca de desejo.
— Eu sei. — Ela afasta nossos corpos, só o suficiente para invadir a minha calcinha com seus dedos habilidosos. Não paro de beijá-la. O primeiro contato me faz estremecer e sem querer, mordo o seu lábio inferior. — Que gatinha selvagem.
— Amor, por que você tem que ser tão sexy? — Falo entre os beijos.
— Você tem noção do que faz comigo quando fica falando essas coisas?
— Mas é tudo verdade.
— Ai, princesa, o que eu faço com você, hein? — Seu tom é de brincadeira.
— Pode me comer a noite toda. — Há tempos me livrei das minhas amarras com Renata. Ela tem toda a minha sinceridade e confiança. A advogada respira com dificuldade, sei que lhe afeto quando a provoco, mas é exatamente por isso que continuo provocando. Ela fica a coisa mais linda quando está com tesão. Não que ela não seja linda de qualquer jeito.
Renata solta os laços que prendem a lateral da parte inferior do meu biquíni e tira a peça. Faço o mesmo com a sua. Agora estamos livres e sedentas uma para a outra.
— Vamos fazer tudo o que você quiser. — Ela me encara através dos seus óculos. Coloca a mão na minha nuca e puxa o meu cabelo na intensidade que amo. Espalha beijos por todo o meu pescoço e clavícula. A outra mão desperta o bico do meu seio com toques suaves e precisos. Não consigo conter os gemidos baixos e necessitados. Meu quadril se move buscando mais contato, a fricção é perigosamente satisfatória. Ela desliza a ponta dos dedos até encontrar o meu centro úmido. Seus movimentos são certeiros e me fazem revirar os olhos. Espalmo as mãos no seu ombro, buscando equilíbrio. Mal consigo respirar, ela toma minha boca com vontade. Seus beijos e seu toque gentil me deixam mole e pronta.
— Quero cada gota do seu prazer, quero tudo.
— É tudo seu, meu amor.
Sei que vou goz*r em poucos segundos. Não consigo mais controlar, é ela que está no controle. Renata segura o meu queixo, fazendo com que nossos olhos fiquem conectados. Vejo cada sentimento através do seu olhar. É profundo e intenso. Mesmo com o clímax chegando, mantenho o contato visual. Cada parte de mim só quer mais e mais. Minha garota sabe exatamente do que gosto. Levo o dedo até a boca e mordo, impedindo que meus gemidos ecoem. No fim, desmorono nos braços de Renata, ofegante e com a visão nublada de serotonina. Ficamos abraçadas por alguns minutos, até que a minha respiração volta ao normal.
— Sou tão apaixonada por você. — Renata acaricia o meu cabelo.
— Tenho sorte de ter o seu amor. — Confesso. — E sabe o que mais? Você se tornou a pessoa mais importante para mim. Se me contassem há alguns meses que eu estaria perdidamente apaixonada, feliz e em uma relação séria. Nunca teria acreditado. Você trouxe rumo para a minha vida, você mudou todos os conceitos que eu tinha sobre o amor. Apesar da nossa relação ter começado com erros, aprendemos a nos perdoar, a nos admirar. Não sei por que, mas sinto que o que temos é para sempre.
Levantei minha cabeça e notei que Renata me olhava chocada. Droga! Tinha falado demais.
— Você parece surpresa. Estou indo rápido demais, não é? Me desculpa.
— Não! — Ela me segurou em seus braços. — Eu... Eu estou. Sim, estou surpresa, mas da melhor maneira possível. Quer dizer, antes você me odiava e agora estamos aqui, tão apaixonadas...
— Eu nunca odiei você. Só estava tentando me enganar. — Toquei no seu rosto. — Sinto muito.
— Eu também errei, se não fosse por minha causa, você não teria que aguentar uma família obcecada por dinheiro e poder bem na sua cola.
— Não pense assim, se não fosse por você, eu teria passado a minha vida toda cheia de questões mal resolvidas. Pelo menos agora, sei exatamente como minha vida poderia ter sido. E sabe o que mais? Sei que nada vai mudar toda a dor e sofrimento que passei durante a infância e adolescência, mas agora, estou feliz. Tive uma mãe adotiva carinhosa, tenho amigos incríveis e que se importam comigo. Amo o meu trabalho, e adoro minha casa. Gosto de verdade da vida que conquistei. E tudo isso, se completa quando penso que namoro a mulher mais paciente, inteligente e gentil que existe. Sem falar que você é linda de tirar o fôlego. Então sim, conhecer minha família biológica, não foi nem de perto como eu sonhei, mas isso me fez enxergar e valorizar tudo o que conquistei. Eu precisava conhecer essa outra parte da minha vida para entender que nunca fui incompleta. Obrigada.
Renata me beijou, dessa vez foi um beijo calmo e cheio de significado. Aproveitei cada segundo.
— Eu te amo, Renata. Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Nunca duvide disso. — Algumas lágrimas escorrem pelo seu rosto. Beijo cada uma.
— Também te amo. — Ela me abraça.
@escritora.kelly
Fim do capítulo
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