Capitulo 52
Renata Fontes
Levanto da cama devagar para não acordar a Flávia. Estou ansiosa para começar o dia. Chegamos na Pousada Morena de madrugada, então não consegui conhecer nada ainda. Desde que minha namorada me revelou que o destino da nossa viagem seria Fernando de Noronha, pesquisei vários lugares que queria conhecer. Mal consigo acreditar que estamos realmente aqui, nessa ilha com praias espetaculares e águas cristalinas.
Caminho até a porta de vidro que dá acesso à varanda. O sol acabou de nascer e os seus raios se misturam com o movimento das ondas bem à minha frente. Que vista! É de tirar o fôlego. Amarro o meu roupão e apoio-me no parapeito de madeira do terraço exclusivo. Sou a única na parte externa da pousada, ainda é cedo. Ao lado do nosso quarto, tenho uma vista privilegiada do Morro do Pico, o ponto mais alto da cidade. Na minha frente tem inúmeras camas de praia para se bronzear ou descansar. A piscina de borda infinita se mistura à cor do mar da Praia da Conceição, que fica a poucos metros seguindo uma trilha por dentro da pousada. O lugar também tem um spa, uma academia, um restaurante e uma loja de moda praia. Ouso dizer que é uma das mais lindas hospedagens em que já fiquei. Flávia não economizou nas nossas acomodações, o nosso bangalô tem banheiro, quarto com uma cama enorme, frigobar, televisão, wi-fi, ar-condicionado, terraço particular e jacuzzi. Vamos aproveitar todo o conforto que o lugar pode nos oferecer pelos próximos três dias. É a nossa primeira viagem de casal e estou muito empolgada.
— Acordou cedo. — Seus braços me envolvem.
— Desculpa, amor. Acordei você? — Viro e toco no seu rosto, que está marcado pelo lençol. Sei que já falei um milhão de vezes, mas a minha namorada é tão fofa.
— Não, mas senti a sua falta ao meu lado. Imagina a minha decepção quando acordei e você não estava lá. — Ela faz beicinho.
— Estou aqui agora. — Lhe dou um selinho e abraço o seu corpo. — Não sei se é a mudança de ambiente, mas estou morrendo de fome. O que acha da gente se arrumar para ir até o restaurante comer alguma coisa?
— Acho uma ótima ideia. Vi no site que eles servem um banquete pela manhã. Também estou com fome.
— Ótimo, vamos nos apressar então. Vem tomar banho comigo, assim não perdemos tempo.
— Não estamos atrasadas. Você arruma qualquer desculpa para tomar banho comigo. — Ela sorri.
— Você está errada.
— É mesmo? — Flávia levanta uma das sobrancelhas.
— Sim, a verdade é que eu arrumo qualquer desculpa para te ver nua. — Ela empurra o meu ombro, mas não consegue conter a risada. Sem avisar, pego Flávia nos meus braços e a levo para o banheiro.
Flávia estava certa, a pousada oferece um banquete. Diversas frutas, cereais, bolos, pães feitos na casa, queijos e embutidos, açaí, omelete, tapioca, sanduíche, sucos e café coado na hora, e muito mais. O cheiro da comida é divino, me sirvo com uma porção generosa de frutas e salgados. Depois de muito tempo, estou animada para comer. Nos últimos dias, Flávia fez com que cada refeição fosse um momento de alegria. O que me ajudou muito, estou completamente recuperada e já até ganhei alguns quilos.
Após o café da manhã, fomos até o spa fazer uma sessão de massagem. Foi o tempo mais bem gasto da minha vida. Além do relaxamento, tive um momento especial e íntimo com a minha mulher. A massagista foi um amor conosco e deixou a atmosfera da sessão agradável e romântica.
Como a viagem foi marcada em cima da hora, não tivemos tempo para comprar roupas de banho. Para a nossa sorte, a loja da pousada oferece uma variedade de biquínis e maiôs. Todas as peças são lindas e de boa qualidade. Tenho certeza que deixei um rim em peças de roupas naquele lugar. Adorei observar a minha namorada experimentando vários biquínis na minha frente. Ela é tão gostosa que ainda não me acostumei. Todas as vezes que vejo o seu corpo exuberante, me arrepio por inteira. Aquilo tudo é meu? Sim, eu tirei a sorte grande.
No almoço, pedimos pratos com frutos do mar. Polvo, camarão e lagosta. Tudo está muito saboroso. Foi nos informado que o menu foi criado pelo chef Jonatas Moreira. O cardápio une regionalismo à contemporaneidade, com um toque de culinária francesa. Amei tudo.
Seguimos a trilha que leva até a Praia da Conceição, que se localiza bem na frente da pousada. Passamos a tarde curtindo o mar e bronzeando o corpo. Flávia colocou músicas animadas na pequena caixa de som que ela trouxe. Tomamos algumas cervejas e admiramos os morros rochosos e cheios de vegetação que rodeavam a praia. Tirei várias fotos com Flávia e postei algumas nas minhas redes sociais. Nossos amigos curtiram e comentaram, eles nos incentivaram muito a fazer essa viagem.
No fim da tarde, voltamos para o nosso quarto. Depois do banho, leio um pouco enquanto espero a Flávia se arrumar.
— Você fica tão sexy com esses óculos. Mal consigo me segurar. — Ela me provoca enquanto coloca o seu vestido.
Não tenho a menor intenção de continuar lendo, é melhor ficar observando a minha mulher se arrumar. Levanto rápido e lhe ajudo com o zíper do vestido. Deposito um beijo molhado na sua nuca. Vejo quando os pelos do seu pescoço se arrepiam.
— E se a gente pedir o jantar no quarto? — Faço um caminho de beijos por todo o seu trapézio e ombro.
— Você não está empolgada para saber o que a cidade tem a nos oferecer de noite? — Ela descansa a cabeça na curva do meu pescoço.
— O que de mais interessante pode ter que se compare ao que tenho bem aqui? — Envolvo o seu corpo com os meus braços e lentamente movimento os nossos corpos em um ritmo que está apenas na minha cabeça. Cheiro o seu cabelo, sempre gostei do cheiro do shampoo de Flávia.
— Você tem razão. — Ela vira, me abraça e me encara. — O que pode ser mais interessante do que um jantar romântico aqui no terraço e depois um banho relaxante na Jacuzzi? — Ela pensou em tudo.
— Acho essa ideia incrível, meu amor. Tenho apenas uma exigência. — Brinco com uma mecha do seu cabelo.
— Qual? — Ela serra os olhos.
— Na jacuzzi, temos que ficar completamente nuas. — Provoco a pequena mulher.
— Renata, as pessoas podem nos ver!
— Ninguém vai nos ver, essa área é exclusiva, perguntei da proprietária. E também, todo mundo está ocupado com as suas próprias coisas.
— Posso concordar com isso, mas tenho uma objeção. — Flávia usa um termo jurídico comigo. Tenho vontade de sorrir, mas ela está muito séria.
— Qual a sua objeção, excelência? — Brinco. Ela me puxa colando os nossos corpos, sabe que aquilo me deixa louca.
— Você não tem permissão para tirar os óculos.
@escritora.kelly
Fim do capítulo
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