Capitulo 51
Flávia Ribeiro
Quando chego no hospital, vou direto para a recepção. Sigo as orientações que Renata me passou por mensagem e depois de alguns minutos me despeço de Henrique, prometendo que mandarei notícias. Ele me pergunta o que Renata tem, apenas digo que foi um mal-estar passageiro, sei que a minha namorada não quer que ninguém saiba do seu transtorno alimentar. No segundo andar do hospital, encontro um enfermeiro que me guia até o quarto de Renata. Ela, com certeza, suavizou a notícia ao telefone. Descobri que minha mulher está internada, descansando e fazendo reposição de vitaminas e sais minerais.
Quando entro no quarto, Renata está dormindo. Seu corpo parece fraco, sinto medo de perdê-la. Sei que tudo está sob controle agora, mas também sei que essa doença é perigosa. Fiz muitas pesquisas sobre o assunto desde que ela me contou. Sento ao seu lado e toco na sua mão, não quero chorar para não deixá-la nervosa, mas não consigo evitar.
— Oi, princesa. — Ela abre os olhos, sua voz está fraca. — Não chore, está tudo bem agora. — Beijo a sua mão.
— Não está tudo bem.
— Mas vai ficar, prometo que vou me cuidar. — E mais uma vez Renata se coloca no lugar de quem toma conta de tudo na nossa relação. Hoje percebi que ela sempre se coloca nesse papel e em parte é culpa minha. Aconteceram tantas coisas na minha vida que os meus problemas sempre estão respingando na nossa relação. Preciso começar a cuidar mais dela, preciso assumir o controle das nossas vidas e parar de deixar que terceiros afetem o meu estado emocional. Foi isso que pensei durante todo o trajeto para o hospital. Ver minha namorada nessas condições, só me dá mais clareza do que tenho que fazer.
— Volte a dormir, não tem que se preocupar com nada.
— Você vai ficar comigo? — Ela está tão fraca, sinto raiva por não ter notado antes.
— Claro, meu amor, não irei a lugar nenhum. Pode descansar tranquila. — Beijo a sua testa e a observo até que seus olhos fechem novamente.
Já é tarde da noite, estou sentada na poltrona ao lado da cama de Renata. Nas últimas horas falei com a sua mãe e irmãos, todos tentaram entrar em contato com ela e não conseguiram. Eles primeiro ligaram para o seu escritório e Ágatha contou o que tinha acontecido. Como ninguém sabe dos motivos que causaram o desmaio, tento acalmá-los alegando que foi por conta da rotina agitada e da falta de tempo para uma boa alimentação. Omiti o transtorno alimentar. Não tenho o direito de contar para a família da minha namorada. Muitas vezes ela diz que não quer que eles saibam, então cabe a ela lhes dar essa notícia, se assim for a sua vontade. Prometo para a minha sogra que vou cuidar de Renata e que eles não precisam ir até o hospital já que ela terá alta depois de 24h.
A noite passa com algumas visitas do médico ao quarto. Aproveito para esclarecer o que realmente aconteceu e pedir algumas dicas do que fazer quando ela tiver alta. Sou orientada a procurar a nutricionista do hospital, também entro em contato com a psicóloga de Renata para buscar conselhos e marcar algumas sessões extras para ela. Vou ajudar Renata a seguir todas as orientações à risca, se depender de mim, ela não vai mais chegar a esse ponto. Vamos ficar bem.
Durante as primeiras horas da manhã, o médico conversa conosco e repete as palavras que me disse antes. Renata está com o mínimo de peso recomendado, por isso fez reposição de vitaminas. Ela vai precisar manter uma dieta rica em fibras, vegetais, proteínas e alimentos não gordurosos ou processados. Pego o cronograma com a nutricionista. Também será preciso fazer o uso de alguns medicamentos para continuar a reposição de vitaminas em casa. Por sorte, Renata não entrou num quadro depressivo ou ansioso, se não ela teria que tomar medicações pesadas. O que é bem comum, porque com a falta de nutrientes os hormônios se desequilibram provocando diversos problemas psicológicos.
Na volta para casa, passamos na Amélia para buscar Groot. Ele está agitado e busca o colo de Renata que está no banco traseiro do seu carro. Henrique foi muito fofo em buscar o carro de Renata para nós. Meu amigo sempre prestativo me ajudou em tudo, inclusive passou no mercado e na feira para comprar os alimentos da lista que a nutricionista me deu. Rick não é bobo e me questiona sobre a causa do desmaio de Renata, apenas digo que ela não está pronta para contar e peço a sua discrição. Renata tem roupas e produtos pessoais na minha casa, então quando chegamos, lhe ajudo a tomar um banho e preparo uma das refeições do seu cronograma. Ela come pouco, a nutricionista disse que seria assim nos primeiros dias. Depois ela dorme durante a tarde inteira. Aproveito para me organizar e deixar tudo certo para a sua estadia na minha casa. Lá fora, ainda tem alguns jornalistas, mas não ligo. Pela primeira vez em muitos dias, nada daquilo importa. O que aconteceu com a minha namorada me alertou para o fato de que tudo que importa está deitada agora na minha cama. Quero melhorar a nossa rotina e quero me concentrar totalmente nela, porque não quero que ela fique num estágio crítico novamente, só quero tê-la ao meu lado para o resto da vida.
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Depois de uma semana, Renata tem uma significativa melhora. Voltamos ao hospital para fazer exames e o médico liberou a advogada para voltar ao trabalho, desde que continuasse o tratamento sem interrupções.
Ver Renata naquelas condições, me deu um choque de realidade e me fez repensar em muitas coisas, tomei decisões importantes durante a semana que passou. A mais importante é, não vou mais deixar que meus problemas com outras pessoas afetem a minha namorada. Sei que é quase impossível ela deixar de se importar, por isso, eu preciso me importar menos com o que os outros pensam.
Quando chegamos em casa, preparo o almoço e sirvo. Depois da refeição, deitamos na cama e ficamos de chamego.
— Quer assistir The Big Bang Theory? — Renata pergunta. As suas pernas estão em cima das minhas. Faço carinho na sua pele macia.
— Quero.
— Qual temporada?
— Você escolhe. — Ainda estou me familiarizando com as coisas nerds que Renata gosta. É bom vê-la empolgada e se divertindo. E no fim, a série é muito engraçada.
— Tudo bem. — Ela vasculha as opções e coloca na segunda temporada. Envolvo o seu corpo nos meus braços. Cada dia que passa, sou mais grata por tê-la comigo.
Não falamos durante os episódios, estou tão cansada que acabo dormindo. Acordo com beijos no meu rosto.
— Você está perdendo a melhor parte, amor. — Ela fica de lado, com as mãos em posição de oração, posicionadas embaixo da cabeça.
— Desculpa, amor. Prometo que na próxima vez não vou dormir.
— Você sempre fala isso, mas acaba dormindo todas as vezes. — Ela faz bico.
— É porque seus braços são confortáveis e me relaxam. — Sorrio, esfregando os olhos para aliviar a sonolência. Renata aperta a minha bochecha.
— Quando você fala assim, não tenho como argumentar. — Ela beija a ponta do meu nariz. Aproveito para colar os nossos corpos num abraço possessivo. Brinco com os pontos sensíveis do seu pescoço e ela começa a rir. — Faz cócegas. — Reclama.
— É a sua punição por me acordar. — Mordo sua orelha levemente. E percebo quando sua respiração muda de agitada para ofegante. Ela adora quando faço isso.
— Você pode me punir o quanto quiser. — Seu lado atrevido vem à tona. Deito sobre o seu corpo, mudando as nossas posições e continuo beijando, ch*pando e mordendo a região da sua cervical.
— Estava pensando. — Sussurro, sem parar as minhas investidas.
— O quê? — Sua voz mal sai. Me envaideço por saber que posso deixá-la afetada com apenas alguns beijos.
— Quero fazer uma viagem com você.
— Quando? — Entre carícias e beijos, conversamos.
— Semana que vem.
— Que rápido. — Puxo o seu cabelo para ter mais acesso ao se pescoço e ela gem*.
— Na verdade. — Beijo a sua clavícula. — Estou pensando nisso. — Beijo o seu busto. — Já tem bastante tempo.
— É mesmo? — Finalmente chego no seu seio direito e afasto a fina camisa, a única peça que me separa do seu mamilo inchado e delicioso.
— Sim, você vai pedir mais três dias de folga e vamos viajar.
— Que mandona. — Abocanho o seu mamilo. Ela se contorce e gem*.
— Quero você só para mim, longe de toda essa confusão. — Seguro a sua cintura com força e ch*po cada parte do seu bico rosado.
— Flávia. — Ela sussurra. Sei que está a ponto de perder a paciência com a minha demora em satisfazê-la.
— Você aceita viajar comigo? — Toco no outro seio e brinco com o bico entre o meu polegar e indicador.
— Para onde vamos?
— Você não respondeu a minha pergunta. — Desço, invadindo a sua calcinha e encontro o seu centro molhado.
— Não pare. — Ela gem*.
— Então me responda, agora. — Acaricio lentamente os seus lábios.
— Aceito viajar com você. — Satisfeita, faço movimentos circulares no seu clit*ris, enquanto provo o seu seio esquerdo. Ela não está longe de goz*r, pois sinto os seus músculos tensionados.
— Boa menina. — Continuo os estímulos.
— Agora me diga, para onde vamos?
— Conto assim que você goz*r pra mim. — Ela sorri e me beija. Não tenho do que reclamar, apesar dos problemas, amo a vida que temos. Estou disposta a fazer de tudo para que nada nos atrapalhe.
@escritora.kelly
Fim do capítulo
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