Capitulo 37
Renata Fontes
No início, achei que seria mais fácil ficar longe da Flávia. Mas depois de três semanas, já estava completamente ansiosa pela sua volta. Tive sorte, pois trabalhei a maior parte do tempo e isso me distraiu um pouco. Com tantos casos para defender no tribunal, passava os meus dias avaliando documentos e coletando provas, além das sessões exaustivas no tribunal. Elisa veio me visitar algumas vezes com a desculpa de colocar a conversa em dia, mas ela sempre trazia consigo uma marmita com alimentos que eu adorava. Sabia que Flávia estava por trás daquilo e achava fofo ela pedir para a minha amiga cuidar de mim, enquanto ela estava fora. Era nessas horas que eu percebia o seu amor por mim. A jornalista dizia que tinha dúvidas sobre começar a namorar, mas a verdade é que já estávamos namorando, ela só não admitia isso.
Minha mãe foi ao meu apartamento algumas vezes. É claro que ela tinha o hábito de fazer aquilo, mas não com tanta frequência. Rute me convidou para sair e beber. E até Soph fez algumas ligações perguntando se eu precisava de alguma coisa. Todos esses compromissos, somados ao trabalho, me distraíram. Mas não o suficiente para que eu não pensasse em Flávia a cada segundo do meu dia, principalmente, na hora de dormir. Estava há dias dormindo mal, e fiquei chocada com a facilidade com que me acostumei a ter a minha princesa ao meu lado. Aquilo nunca tinha acontecido comigo. Em outras relações, continuava a minha vida normalmente, cada pessoa no seu espaço pessoal. Quando dava para marcar algum encontro, assim fazíamos. Meu trabalho era a minha prioridade, e eu não sentia falta da pessoa na hora de dormir ou simplesmente no dia a dia. Me pegava pensando se já tinha realmente me apaixonado. Meu relacionamento mais longo foi com a Elisa, e mesmo assim, sentia mais amizade do que paixão. Como estávamos longe de casa, a gente se apoiava muito, mas a paixão e o amor de casal, não chegava nem perto do que estou compartilhando com Flávia. Tinha necessidade de passar a maior quantidade de tempo possível com ela. Lembrava dela vendo mulheres em suas bicicletas no parque, assistindo a um filme, fazendo as minhas refeições, indo à praia ou até mesmo olhando para o meu cachorro. Em tão pouco tempo, a mulher já estava em todos os lugares da minha rotina. E o melhor é que eu não me importava nem um pouco. Foi por isso que decidi ir até o aeroporto lhe buscar. Além da sua chegada, hoje também seria o início de três dias da despedida de solteiras da Elisa e da Soph.
Meu coração ficou acelerado quando o painel indicou o desembarque do voo de Flávia. Peguei as informações com o Henrique, ele que viria buscá-la. Só esperava que ela não ficasse chateada pela mudança de planos. No fim, Henrique precisou buscar a irmã, já que Chloe também iria para a despedida de solteira. A irmã mais velha de Rick era muito ocupada em seu trabalho como piloto, mas também era amiga de Soph e tirou uns dias de folga para assistir o casamento. Foi o que Henrique me contou, ele parecia admirar a sua irmã.
Fiquei aguardando o desembarque por alguns minutos, até que Flávia apareceu. Ela estava conversando com algumas pessoas, mas logo notou a minha presença. A surpresa atravessou o seu olhar, ela abriu um lindo sorriso e veio na minha direção. Respirei aliviada e envolvi o seu pequeno corpo nos meus braços. Que saudade dela, do seu cheiro e da sua voz.
— O voo foi tranquilo? — Perguntei.
— Sim, nem acredito que está aqui. Achei que o Rick viria me buscar. — Ela continuou me abraçando.
— Ele teve que buscar a irmã. Tudo bem? — Estava preocupada que aquilo fosse um pouco demais para ela.
— Sim, senti a sua falta. — A pequena beijou a minha bochecha. Relaxei na mesma hora, ela não parecia incomodada.
— Também senti a sua. — Não queria soltá-la. Nunca achei que sentiria tanta falta de alguém. Mesmo quando morei longe da minha família, não senti aquela urgência de voltar para casa.
— Arrr. — Ouvi um pigarro e olhei para a mulher que estava ao nosso lado. Ela me encarava de cima a baixo. Pela sua reação, já tinha uma ideia de quem era. Mas quatro pessoas lhe acompanhavam. Flávia também notou a presença dos colegas de trabalho.
— Já estou indo para casa, nos vemos daqui uma semana na emissora. Bom descanso para todos. — Flávia virou para os amigos, mas manteve as mãos em minha cintura.
— Não vai nos apresentar a sua namorada? — A mulher com cara de poucos amigos, perguntou. Ainda não tinha digerido o fato de Flávia ter uma colega de trabalho apaixonada por ela. Era inevitável sentir ciúmes.
— Ah, claro, essa é a Renata. E esses são meus colegas de trabalho. — Flávia não corrigiu a mulher quando ela me chamou de sua namorada. O que me deixou com um sorriso bobo.
Acenei e sorri. Recebi alguns sorrisos e acenos de volta. Amanda continuou com a cara fechada.
— É ótimo conhecer você, Renata. A Flávia nunca nos contou nada sobre a sua vida pessoal. — Um homem fez menção de apertar a minha mão. Mas foi Flávia que segurou a mão dele.
— E prefiro manter as coisas do jeito que estão, não é mesmo, Estevão. — A pequena falou séria.
— Claro, Flávia. Mas o que acha da gente marcar um rolê entre amigos? — Quem pergunta é a outra mulher.
— Pode ser, vou ver uma data e falo para vocês. Mas agora temos que ir. Até logo. — Flávia segurou a minha mão e caminhamos para a saída do aeroporto. Deixando os seus colegas para trás.
Guardei a mala da jornalista e entramos no carro. Mal sentei no banco quando ela me puxou para um beijo demorado. Seu toque era urgente e necessitado, assim como o meu. Afastei o meu banco e Flávia se acomodou no meu colo. Era tão bom sentir o calor do seu corpo.
— Assim que te vi, quis arrancar as suas roupas. — Ela disse.
— Não podemos fazer isso aqui, mas posso dar um jeito. — Beijei a mais nova, tirando a sua camisa de dentro da sua calça. Abri o botão da calça e abaixei o zíper. Encontrando o seu interior totalmente molhado. Ela arqueou o seu corpo para que eu tivesse mais acesso. Coloquei um dedo em sua entrada e ela gem*u o meu nome. — Você está tão pronta para mim. — Sussurrei.
— Foram dias muito difíceis. — Sua voz estava dengosa.
— Posso imaginar. — Alcancei o seu seio e apertei. Ela começou a se mexer contra a minha mão. Como senti falta daquilo, era bom saber que Flávia estava tão necessitada quanto eu.
— Não para.
Entre beijos, ch*pões e gemidos. Flávia gozou na minha mão. Quase fui à loucura quando senti o aperto nos meus dedos. Queria levá-la para casa e passar o dia fazendo amor. A mais nova descansou a sua cabeça na curva do meu pescoço. Abracei o seu corpo até que a sua respiração voltasse ao normal.
Agora tinha certeza que a sua viagem só serviu para nos aproximar ainda mais, Flávia estava diferente. No caminho até a sua casa, ela não soltou a minha mão. Conversamos sobre as novidades que aconteceram enquanto estivemos longe. Omiti os encontros que tive com a sua possível mãe. Sabia que teria que lhe contar que estava cuidando do caso de Sueli, mas não queria que fosse por telefone. Então esperei até que ela voltasse. O resultado do DNA sairia naquela semana, tinha certeza que depois da pequena viagem com nossas amigas, Flávia teria que lidar com muitas decisões. Não queria que ela se estressasse com aquelas questões até que a despedida de solteiro terminasse.
@escritora.kelly
Fim do capítulo
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