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Segredos no Mar por Raquel Santiago

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Palavras: 1653
Acessos: 432   |  Postado em: 26/09/2025

Capitulo 23

Heather entrou em casa como uma tempestade. A porta bateu com força atrás dela, ecoando pelos corredores silenciosos, e as chaves foram largadas de qualquer jeito sobre o aparador da entrada. A cada passo pesado, o salto das botas marcava seu estado de espírito, como se estivesse tentando esmagar o chão sob os pés.

Andrew, que estava na sala lendo um jornal já meio amassado, ergueu os olhos no exato momento em que viu a filha atravessar o ambiente como se carregasse o mundo inteiro nos ombros. Ele ajeitou os óculos e pigarreou, tentando suavizar o clima.

- Boa noite pra você também, Heather - comentou, sem levantar a voz.

Ela bufou, passou a mão nos cabelos soltos e não respondeu de imediato. Caminhou até a cozinha, abriu a geladeira com um tranco e pegou uma garrafa d'água. Bebeu direto do gargalo, em goles apressados, como se a sede fosse capaz de apagar a raiva.

- Está um pouco tarde pra chegar chutando portas, não acha? - Andrew insistiu, dobrando o jornal e apoiando-o sobre a mesinha de centro. - O que aconteceu?

- Nada -respondeu Heather, seca, encostando a garrafa na bancada.

Andrew arqueou uma sobrancelha. Ele já conhecia aquele "nada". Em trinta anos, tinha aprendido a decifrar cada expressão da filha, cada respiração atravessada.

- Problemas no barco?

Heather fechou os olhos por um instante.

- Não.

- Algum conflito com a tripulação?

- Também não.

Andrew fez uma pausa antes de soltar a última flecha, a mais certeira.

- Então é com a Mei?

Heather travou. Foi um silêncio de segundos, mas suficiente para denunciar. O olhar dela desviou, rápido demais, como quem não suportava encarar.

- Já falei que não é nada - retrucou, forçando firmeza na voz. - Não fica tirando conclusões, pai.

Andrew suspirou, cruzando os braços.

- Heather, eu te conheço melhor do que ninguém. Você entra em casa, bate a porta, responde atravessado... Não precisa ser gênio pra entender que tem alguma coisa te corroendo e não é de hoje.

Heather passou a mão pelo rosto, impaciente.

- Pai, eu não quero falar sobre isso agora, tá bom?

- Não quer falar comigo nunca. - Andrew rebateu, sem alterar o tom, mas firme. - Você sempre acha que tem que carregar tudo sozinha, que não precisa de ninguém. Mas às vezes, segurar a bronca só aumenta o peso.

Heather bufou outra vez, caminhou até o sofá e afundou nele, cruzando os braços como uma criança birrenta. Andrew a observava, paciente.

- Você não entende... - murmurou ela, quase num desabafo.

- Então me faz entender.

O silêncio entre eles foi interrompido pelo toque insistente do celular de Heather. Ela puxou o aparelho do bolso com impaciência e atendeu sem nem olhar na tela.

- O que foi? - disse, seca.

A voz do outro lado a fez mudar de postura na hora:

- Hei, Heather! Aqui é o Xiao. Tá ocupada?

Heather engoliu em seco, tentando modular o tom.

- Oi, Xiao... não, eu... tô em casa.

- Bom, então amanhã tá de pé? - a voz dele soava animada, tranquila. - Pensei em a gente tomar uma bebida, colocar o papo em dia. Faz tempo que não temos uma tarde de amigos.

Heather hesitou. Olhou para o pai, que a encarava em silêncio, como se conseguisse ouvir cada palavra.

- É... claro. Amanhã, sim - respondeu, forçando leveza na voz. - Onde você quiser.

- Passa aqui em casa, então. A gente fica na varanda, sossegados. Pode ser?

- Pode.

- Beleza. Até amanhã, Heather.

Ela desligou, respirou fundo e deixou o celular cair no sofá ao lado.

Andrew não resistiu:

- Xiao? Vai sair com ele?

- Vamos beber amanhã.- respondeu, tentando encerrar o assunto.

- Hm. - Andrew encostou-se na poltrona, observando-a com um ar que misturava curiosidade e cuidado. - Só espero que, seja lá o que esteja te atormentando, você encontre um jeito de resolver. Porque viver assim, com esse peso, vai acabar te afundando.

Heather apertou os olhos, como se quisesse bloquear as palavras do pai. Levantou-se e foi em direção ao quarto, falando por cima do ombro.

- Boa noite, pai.

Andrew ficou olhando a filha sumir no corredor, balançando a cabeça devagar. Sabia que algo sério estava em jogo. E, no fundo, tinha quase certeza de que esse algo tinha nome e sobrenome: Mei Wang.

(---)

O Queen Seas estava silencioso naquela manhã de feriado. O estaleiro quase vazio, o ar parado, só o som distante de marteladas em algum galpão vizinho. Mei caminhava pelo convés com a caixa de ferramentas na mão, os cabelos presos em um coque desalinhado e o macacão de trabalho marcado de graxa. Ela havia prometido a si mesma que não queria cruzar com Heather, não depois da discussão na noite anterior. O orgulho queimava dentro dela, e também a frustração. Heather a confundia, e trabalhar era a única forma que encontrava de esvaziar a mente.

Agachou-se ao lado da tubulação de refrigeração e começou a apertar os parafusos com a chave inglesa, tentando se perder no ritmo da repetição. Mas, por mais que se concentrasse, a imagem de Heather no bar, puxando-a com força pelo braço para fora da briga, não saía da sua cabeça. O olhar da capitã, a mão firme em sua pele... tudo voltava em flashes.

Mei suspirou, largou a chave e apoiou a cabeça contra o casco de aço.

- Por que você me deixa tão louca, Heather? - murmurou, sentindo o eco de sua própria voz dentro do navio vazio.

O frio entrando pelo convés fez sua mente vagar para um tempo distante. Sem que quisesse, um flash de lembrança veio, nítido, como se tivesse acontecido ontem.

Flashback on

Era o aniversário de um amigo de Xiao, uma festa cheia de jovens, música alta e garrafas passando de mão em mão. Xiao só pôde ir porque os pais não sabiam que na festa teria bebidas e confiaram na Heather para acompanhá-lo, e por tabela, Mei.

Mei se sentia deslocada. Era só uma adolescente de quatorze anos no meio de gente muito mais velha. Xiao já dançava com algumas garotas, rindo, cheio de energia. Heather, com seus vinte e dois anos, parecia brilhar no meio da multidão. Linda, confiante, segura de si, era a garota que todos os homens queriam. Mei via rapazes mais velhos tentando se aproximar dela, oferecendo bebida, puxando conversa. Heather sorria educada, mas não dava bola.

E Mei, encostada perto da parede, observava. O coração batia de um jeito estranho. Heather era inacessível, a mulher atraente e forte que começara a comandar o barco do pai. Já Mei, era a adolescente baixinha que vivia perdida entre pensamentos sobre mecânica e barcos, Heather estava num mundo que parecia não ser o mesmo que o dela. Mas, ainda assim, cada gesto, cada sorriso, parecia iluminá-la por dentro.

Foi então que um sujeito, claramente mais velho, com um copo na mão, se aproximou demais. O cheiro forte de álcool fez Mei prender a respiração.

- Oi, docinho... - ele disse, inclinando-se para ela com um sorriso enviesado. - Tá sozinha aqui? Posso te fazer companhia...

Mei congelou, as mãos suando. Antes que conseguisse responder, uma voz firme cortou o ar.

- Pode parar por aí.

Heather surgiu, os olhos estreitados, o braço já envolvendo os ombros de Mei. Ela encarou o homem de frente, sem vacilar.

- Ela tem quatorze anos. - A voz soou dura, sem espaço para réplica. - E você vai dar meia-volta agora, antes que eu arranque esse copo da sua mão e enfie na sua garganta.

O homem arregalou os olhos, sem graça, murmurou algo ininteligível e se afastou apressado. Heather o acompanhou com o olhar até sumir no meio da festa. Só então respirou fundo e voltou-se para Mei.

- Eu disse pra não ficar sozinha, Mei. - O tom era sério, mas os olhos estavam cheios de cuidado.

- D-desculpa... eu não sabia... - ela gaguejou, com o rosto corado.

Heather suspirou, apertando de leve os ombros dela.

- Não precisa se desculpar. Só... fica comigo. Não quero que ninguém tente se aproveitar de você.

Sem dar chance para mais discussão, puxou Mei pela mão até a parte de fora da casa, onde o barulho da música já era abafado. Sentaram-se na escada, lado a lado. Heather abriu uma garrafinha de refrigerante e entregou para ela.

- Aqui. - sorriu. - Pode não ter o gosto de cerveja, mas pelo menos não vai te deixar tonta.

Mei riu baixinho, nervosa, e aceitou. O coração batia tão rápido que parecia querer pular do peito. Todos naquela festa queriam Heather. Todos. Mas era a ela, a garota deslocada de quatorze anos, que Heather dedicava atenção.

- Hattie, você sempre me protege... - escapou de seus lábios, quase num sussurro.

Heather a olhou de lado e sorriu.

- Sempre vou proteger você, Mei.

E passou o braço em torno dela, puxando-a contra o ombro. Mei se deixou ficar ali, o coração latejando. Era como realizar um sonho, ter a atenção da sua crush toda para si.

Flashback off

O barulho de uma chave de fenda caindo no convés quebrou o feitiço da lembrança. Mei se abaixou para pegá-la, respirando fundo, tentando acalmar a onda de sentimentos que a memória despertara.

Ao se erguer novamente, sussurrou com amargura.

- Onde foi parar aquela Heather? A Heather que sempre fazia as minhas vontades... que nunca me deixava sozinha...

Agora, cada aproximação era seguida de uma rejeição. Cada gesto de carinho, de uma barreira. Era como se Heather tivesse erguido um muro entre elas, e isso a feria mais do que gostaria de admitir.

Fechou os olhos, os punhos cerrados.

- Pois eu vou te mostrar, Heather. Vai ver o que está perdendo.

E voltou ao trabalho, a chave de fenda girando com força, como se pudesse colocar parafusos também no próprio coração.

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Instagram: escritora.kelly


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