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Segredos no Mar por Raquel Santiago

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Palavras: 1760
Acessos: 440   |  Postado em: 26/09/2025

Capitulo 17

Mei surgiu pela escotilha, as luvas pesadas presas na cintura. O motor roncava irregular, um chiado metálico ecoando pelas paredes do casco. Ela já sabia o que significava: o gerador secundário estava pedindo arrego.

Heather, que tinha acabado de descer da casa do leme, a encontrou debruçada sobre o painel. Os olhos de Mei, fixos nos mostradores, refletiam a dança errática dos números.

- Ele não vai aguentar até o porto - disse Mei, mordendo o lábio inferior. - A oscilação está cada vez mais curta.

Heather respirou fundo, ajeitou o boné na cabeça e se aproximou. Não chamou ninguém, dessa vez ficaria com ela.

- O que você tem em mente? - perguntou, sem rodeios.

Mei levantou o olhar, surpresa pelo tom direto da capitã.

- Se eu fizer um bypass duplo, alimentando a linha de estabilização com o circuito auxiliar de emergência, posso aliviar a carga do secundário. É arriscado, mas... pode funcionar.

Heather arqueou a sobrancelha.

- E você precisa de quê?

- De tempo... e de mais um par de mãos.

Por um instante, Heather ficou em silêncio, avaliando a engenheira como avaliava o mar: calculando forças, pressões, riscos. Então tirou as luvas da cintura e as calçou.

- Então você tem. Me mostra o que fazer.

(---)

Enquanto Victor assumia a vigilância no leme e o resto da tripulação se reunia na cozinha, rindo baixo e tomando café para espantar o cansaço, Mei e Heather mergulharam no compartimento barulhento e abafado do motor.

Mei passava instruções rápidas.

- Segura essa chave aqui. Não deixa escapar.

Heather obedecia, firme, sem reclamar, o rosto suado pelo calor do maquinário. O contraste entre as duas era quase cômico: a engenheira de corpo franzino, mas movimentos ágeis, e a capitã alta, musculosa, curvada no espaço apertado.

Por duas horas o som metálico das ferramentas substituiu qualquer diálogo. O tempo parecia se arrastar, até que, com um estalo seco, o painel finalmente estabilizou. Os números pararam de dançar.

Mei respirou fundo, exausta, mas com um sorriso vitorioso.

- Você conseguiu. - Heather limpou a testa com o braço e olhou para os mostradores. Pela primeira vez em dias, estavam estáveis. Um alívio quase físico a invadiu.

- Não. - Mei corrigiu - Nós conseguimos.- Heather sorriu, um sorriso que Mei não via há dias.

(---)

Horas depois, o barco seguia firme em direção ao porto. O convés estava silencioso: Boris cochilava na copa, Hans se espreguiçava no beliche, Igor roncava sem pudor. Apenas Victor permanecia no leme, atento à rota.

Mei, no entanto, preferiu ficar de vigia na sala de máquinas. O som constante do motor agora soava como música. Foi então que Heather apareceu trazendo duas canecas de café fumegante.

- Pensei que precisava disso mais do que eu. - Colocou uma delas sobre a bancada, sem cerimônia.

Mei aceitou, surpresa.

- Obrigada.

O silêncio que se seguiu foi diferente dos outros. Não era pesado, mas carregado de algo não dito. Heather se encostou na parede estreita, observando os ponteiros no painel.

- Sabe... - começou, com a voz baixa. - Quando você chegou, eu achei que não fosse durar nem uma semana aqui. Achei que ia quebrar no primeiro turno no convés, que ia pedir pra voltar pra terra no primeiro corte na mão.

Mei abaixou os olhos, o coração apertado. Pelo visto, até Heather achava que ela não iria conseguir.

Mas Heather continuou.

- Mas eu estava errada. Você segurou tudo. Mais que isso... salvou essa temporada. Sem você, com esse barco dando problema atrás de problema, a gente não teria chegado nem perto de alcançar a cota.

Mei sentiu o peito inflar, como se tivesse finalmente conquistado algo que sempre buscara. Seus olhos brilharam na luz fraca da sala de máquinas.

- Obrigada, Heather... isso significa muito.

Houve uma pausa. Mei respirou fundo, a coragem crescendo dentro dela. Com Heather mais acessível, talvez ela conseguisse iniciar aquela conversa.

- Sobre... aquele beijo - começou, hesitante. - Eu...

Heather a interrompeu com firmeza, embora a voz tenha vacilado por um instante.

- Foi um erro, Mei. - Os olhos da capitã eram frios como o gelo do Ártico. - Melhor esquecermos que aconteceu.

As palavras cortaram mais fundo que qualquer ferimento. Mei forçou um aceno de cabeça.

- Certo.

Heather deixou a caneca vazia e saiu, a bota ecoando no metal. Assim que ficou sozinha, Mei deixou que as lágrimas escorressem silenciosas. Apertou os olhos, engolindo o soluço. O motor roncava estável, indiferente ao coração que parecia desmoronar junto dele.

(---)

O porto surgiu no horizonte como uma promessa de descanso. A chegada foi marcada por um misto de alívio e excitação. Os tanques começaram a ser descarregados em um ritmo frenético: guindastes se erguiam, grandes bolsas eram içadas com centenas de caranguejos reais dentro. O cheiro de sal, óleo e cascos molhados se misturava ao som metálico das correntes.

Toda a tripulação trabalhava lado a lado. Hans, com sua força bruta, movia caixas pesadas como se fossem nada. Igor fazia piadas, arrancando risadas cansadas, enquanto descarregava os caranguejos junto com Victor. Boris, mesmo com o nariz ainda dolorido, dava ordens práticas. Mei corria de um lado para outro, ajudando os demais. Heather, como sempre, observava tudo, controlando cada detalhe e fechando compras com os seus clientes.

Quando o último tanque foi esvaziado, a tripulação se reuniu no convés. Heather abriu o caderno de anotações, distribuiu os pagamentos com eficiência e, por fim, ergueu a voz.

- Foi a temporada mais difícil que já tivemos. Problemas mecânicos, clima, acidentes... mas vocês mantiveram o barco em pé. Bater a meta de cem toneladas não é pouca coisa. - Fez uma pausa, o olhar sério. - Descansamos agora. Mas em breve estaremos de volta, para a temporada do caranguejo-das-neves. Espero todos vocês prontos muito em breve.

Houve murmúrios de aprovação, alguns aplausos. A tripulação estava exausta, mas orgulhosa. Finalmente teriam o seu merecido descanso e voltariam para as suas famílias.

Xiao já esperava no cais, o sorriso largo ao ver a irmã. Mei se despediu dos colegas com apertos de mão. Heather apenas acenou de longe, a expressão fechada. O coração de Mei apertou mais uma vez magoada.

- Então, engenheira - disse Xiao, puxando-a para o carro. - Sobreviveu?

Mei riu, ainda com os olhos vermelhos.

- Sobrevivi. E aprendi mais do que em qualquer ano da faculdade. Foi a coisa mais louca e incrível que já fiz.

Ela não contou sobre Heather, nem sobre o beijo. Guardou para si, como um segredo pesado demais para dividir. O irmão provavelmente iria surtar já que enchergava Heather como uma irmã mais velha para Mei.

(---)

Mais tarde, naquela noite, Heather chegava em casa. O cheiro de alho e cebola refogados enchia a pequena cozinha quando Heather entrou, a mala ainda na mão. O pai largou a colher e abriu os braços, com o sorriso de sempre.

- Finalmente em terra firme! - disse, apertando-a num abraço que quase a desmontou. - Você parece mais magra... e cansada.

- Mais velha também - respondeu Heather, tentando rir. - Essa temporada me tirou uns dez anos de vida.

Sentaram-se à mesa, onde um ensopado simples de peixe fervia em uma panela fumegante. O pai encheu os pratos com generosidade.

- Então, como foi a temporada? - perguntou, curioso.

Heather respirou fundo, mexendo o ensopado com a colher.

- Foi dura. Mais problemas do que eu já vi em uma temporada só. Mas a tripulação segurou firme.

O pai a observou em silêncio por alguns segundos, depois inclinou a cabeça.

- Você segura muita coisa no peito, filha. Mas eu te conheço... sempre foi forte demais para pedir ajuda.

Heather deu de ombros.

- Eu fiz o que tinha que fazer. Como sempre.

O pai riu, erguendo a colher.

- Como sempre. Igualzinha a esse velho aqui.

Ela sorriu de leve, mas a mente já estava em outro lugar. O rosto de Mei insistia em voltar, os olhos brilhando sob a luz fraca da sala de máquinas. Heather se pegou desviando, escondendo o pensamento.

O pai, não estava alheio a expressão estranha da filha, mas continuou falando sobre a vila, pescadores vizinhos, o preço do combustível, para distraí-la. Heather respondeu de forma automática, o corpo presente mas a cabeça distante.

Depois do jantar, tomou um banho longo e subiu para o quarto. O silêncio era quase ensurdecedor, contrastando com o ronco constante do barco. Encostou-se na cama, mas a mente não descansava.

Mei. Sempre Mei.

Heather fechou os olhos com força, tentando afastar a imagem. Lembrou-se da garotinha que vinha correndo atrás do irmão para ver o barco zarpar, do jeito tímido que a adolescente observava os pescadores no cais. Por anos, Heather a tratou como uma irmã mais nova, alguém a ser protegida do mar e de suas durezas.

Mas agora, era diferente. Mei não era mais aquela criança. Não era mais apenas "a irmãzinha do Xiao". Ela tinha se provado a bordo, mostrara força, coragem e inteligência. E, acima de tudo, mexia com Heather de um jeito que nenhuma mulher, e nenhum homem, jamais mexera.

Heather mordeu o lábio, as lembranças do beijo invadindo-a. O gosto suave, a maciez dos lábios, a surpresa de sentir o coração disparar. Uma onda de calor a percorreu, e sua mente traiçoeira completou o que não tinha acontecido: imaginou-se empurrando Mei contra a cama de sua cabine, explorando cada curva com a boca, arrancando suspiros dela.

A respiração ficou pesada. Heather se levantou de súbito, quase assustada com a intensidade da própria fantasia. Encostou-se à janela, olhando para a noite. Ao lado estava a casa dos seus vizinhos há mais de 20 anos. E por coincidência, ou destino cruel, uma luz ainda estava acesa no andar de cima.

O quarto de Mei.

Heather fechou os punhos, reprimindo o impulso de sair correndo até lá.

- Não... não... - murmurou para si mesma. - Isso não pode acontecer.

O peso da culpa caiu sobre ela. Mei era nova demais. A filha de uma família conservadora. Sua protegida. E, além de tudo, uma mulher.

- Eu não sou assim... - Heather tentou se convencer, mas a imagem do sorriso de Mei, da forma como os cabelos negros caíam sobre o rosto, só se tornava mais viva.

Ela se jogou de volta na cama, cobriu o rosto com as mãos. O corpo inteiro latej*v*, dividido entre o desejo incontrolável e a repulsa por senti-lo.

No fim, restou apenas o silêncio e a certeza sufocante: nada era mais perigoso para Heather do que os próprios sentimentos.

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Instagram: escritora,kelly


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