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Segredos no Mar por Raquel Santiago

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Palavras: 1616
Acessos: 433   |  Postado em: 26/09/2025

Capitulo 14

O dia nasceu cinza, com vento cortante e mar encrespado, mas nada que assustasse a tripulação. O convés já fervia em atividade antes mesmo do café esfriar nas canecas. Os homens arrastavam covos com a ajuda do guindaste, trocavam olhares rápidos de cansaço e determinação. O barulho das correntes misturava-se ao guincho que girava, puxando mais uma armadilha pesada das águas escuras do Mar de Bering.

Heather observava tudo do leme, o rosto firme, como se nada pudesse atravessar sua concentração. Anotava números, registrava pesos, dava ordens no rádio. Quem a olhasse de fora, veria apenas a capitã segura de sempre. Quem a conhecia, perceberia a reserva maior nos gestos. Ela não excluía ninguém, mas havia uma barreira sutil entre ela e Mei. A engenheira seguia no convés, entre iscas e suor, agindo como se nada tivesse acontecido entre as duas, e talvez fosse exatamente isso que Heather desejasse naquele momento.

Mas Mei não estava sozinha. Hans trabalhava lado a lado com ela. O gigante silencioso, que raramente dizia mais do que duas frases por dia, parecia encontrar um ritmo curioso ao lado da engenheira.

- Me passa a corda. - pediu ele, a voz grave, quase engolida pelo vento.

Mei jogou a tira de nylon, que Hans pegou com destreza.

- Obrigado.

- De nada... Você não fala muito, né? - Mei arriscou, prendendo outra isca na gaiola .

Hans olhou de canto, um meio sorriso escondido sob a barba grossa.

- Falo quando tem o que dizer.

- E agora não tem? - provocou ela, tentando arrancar algo.

Depois de fazer o reparo na rede, ele ajeitou o corpo para mover a gaiola com uma facilidade impressionante. O movimento natural, quase sem esforço, fez Mei balançar a cabeça.

- Você parece uma máquina. Não cansa nunca?

Hans deu de ombros.

- Canso. Só não mostro. No convés, se você mostra fraqueza... alguém se machuca.

Mei ficou em silêncio por um instante, absorvendo aquelas palavras. Depois sorriu, sincera:

- Acho que você fala pouco, mas quando fala, faz sentido.

Hans finalmente riu, um som curto, quase tímido.

- Você trabalha bem, Mei. Não achei que fosse aguentar.

Ela ergueu a sobrancelha.

- Ah, então você também duvidava de mim?

- Todo mundo duvida, no começo. Ainda mais porque você é pequena. - Ele coçou a barba. - Mas... você não recua. Isso conta muito aqui.

O comentário, simples, aqueceu Mei mais do que o casaco. Pela primeira vez, sentiu que Hans realmente a enxergava como parte da engrenagem. Eles acionaram a rampa e devolveram o covo para o mar.

O guincho puxava outra gaiola da pilha de covos quando o acidente aconteceu. A peça de ferro, molhada e escorregadia, rodou mal no gancho e balançou mais do que deveria. Boris, que vinha ajustando as cordas, não percebeu a tempo. O covo se moveu rápido, o peso todo vindo contra ele.

- Cuidado! - gritou Victor.

Boris se virou, mas já era tarde.

Mei reagiu antes de pensar. Largou o que tinha nas mãos e se lançou para o lado, agarrando o casaco de Boris e puxando-o com força. O corpo dele caiu contra o convés, escapando por um fio do impacto da gaiola. Ainda assim, o ferro raspou de leve em seu rosto. O estalo seco fez todos congelarem por um segundo.

- Merda! - Boris levou a mão ao nariz, que já sangrava.

Heather, do leme, viu a cena como um soco no estômago. Em segundos, desceu a escada e atravessou o convés.

- Todos recuem! - gritou, já se ajoelhando ao lado do tripulante. - Boris, olha pra mim.

O nariz estava torto, mas não grave. Sangue escorria rápido, manchando a barba.

- Quebrou, capitã. - ele murmurou, com a voz anasalada.

- Melhor o nariz do que as costelas esmagadas. Você sente tontura?

O capitão do convés negou. O olhar de Heather encontrou Mei por um instante. Ela estava de pé, respirando ofegante, com a mão ainda tremendo.

Heather conteve o impulso de ir até ela. Precisava se concentrar em Boris. Aquilo foi mais difícil do que ela imaginava. Porque na infância, sempre que Mei estava com medo, era Heather quem a acalmava.

(---)

Na mesa da cozinha, Boris resmungava enquanto Heather limpava o sangue com gaze.

- Segura firme. Vai arder.

- Já tô ardendo inteiro... - ele bufou, mas obedeceu.

Heather alinhou o nariz com cuidado, depois fez uma imobilização simples. A cada movimento, Boris gemia como um urso mal-humorado.

- Você teve sorte, Boris. Pura sorte.

- Sorte? - ele rebateu, voz anasalada. - Aquela menina me puxou no último segundo.

Heather largou o algodão manchado de sangue na tigela de inox. Olhou-o nos olhos, firme:

- Você tem razão, não foi sorte. Foi reflexo. Mei salvou sua vida.

Boris hesitou. Passou a mão pela barba, desconfortável.

- Eu sei... mas... - ele suspirou. - Não me acostumo. Uma mulher no convés. Parece errado.

Heather cruzou os braços.

- Errado é morrer esmagado porque alguém não teve coragem de agir. Mei agiu. E você está vivo por causa dela.

Boris desviou o olhar, embaraçado.

- Não tô dizendo que ela não trabalha... só que... sempre achei que esse não fosse lugar pra mulher.

Heather se aproximou, voz baixa, mas firme como aço.

- Eu ouvi isso a vida inteira, Boris. E ainda estou aqui. Mei também. Você pode carregar essa ideia antiga no peito, se quiser. Mas cada vez que ela age rápido, cada vez que ela resolve um problema que você não conseguiria, essa ideia fica menor. Hoje, ela te salvou. Pensa nisso.

O tripulante resmungou, sem resposta. Heather percebeu a quebra, mesmo que ele não admitisse.

- Agora, vai deitar. Descansa um pouco. Deixa os outros segurarem o convés por hoje.

Boris assentiu, cabisbaixo, e saiu em silêncio.

Lá fora, a tripulação ainda puxavam gaiolas, reorganizando-se sem o capitão do covés. Mei estava de volta ao trabalho. Heather parou na porta, observando. O coração ainda batia acelerado com a lembrança da cena. O covo balançando no ar, o corpo pequeno de Mei saltando para puxar Boris... Podia ter dado errado. Podia ter atingido os dois.

Ela apertou o casaco contra o peito, sentindo um frio que não vinha do vento. A coragem de Mei a orgulhava. O risco, no entanto, a aterrorizava.

Subiu de volta para a casa do leme, com o peso dessas duas certezas brigando dentro dela. Foi quando teve uma lembrança de quando Mei tinha apenas seis anos.

Flashback on

Heather e Xiao estavam no quintal, inventando mais uma de suas brincadeiras. Eles sempre criavam jogos novos para espantar o tédio das férias, aproveitando cada raio de sol. Naquele dia, os dois corriam rindo pelo jardim, alheios ao tempo.

Mei, menor e mais reservada, não participava da bagunça. Sentada de pernas cruzadas no chão, estava concentrada em desmontar um dos brinquedos de Xiao. Seus dedinhos ágeis examinavam engrenagens e parafusos com a seriedade de quem buscava um segredo escondido. Ela repetia cada movimento, tentando compreender como as peças se encaixavam. No ano anterior, ela tinha recebido o diagnóstico de superdotação, o que explicava o seu tédio na escola e o nível de conhecimento que ela conseguia absorver quando estudava sozinha. Mei tinha hiperfoco em peças e suas engrenagens. Ela amava entender como tudo funcionava. Seus pais incentivavam aquele comportamento, mas acharam melhor que ela não pulasse séries na escola. Por isso, Mei permaneceu com a turma de crianças da sua idade.

A luz do sol refletiu em uma placa metálica caída no chão. O brilho forte atingiu os olhos de Mei, que estreitou as pálpebras, curiosa. O objeto parecia um pedaço de brinquedo eletrônico quebrado. Sem hesitar, ela o pegou e percebeu que os circuitos ainda respondiam quando movimentava os fios. Fascinada, esqueceu-se de tudo ao redor.

Então, o inevitável aconteceu. A placa escorregou das mãos pequenas e caiu no chão, estilhaçando. Um pedaço pontiagudo atingiu o joelho de Mei.

O grito abafado dela foi o bastante para chamar a atenção de Heather. O coração da garota disparou.

- Mei! - ela correu pelo quintal até encontrá-la caída, o joelho sujo de sangue.

Xiao veio logo atrás, alarmado, mas Heather já segurava Mei nos braços.

- Está tudo bem, não chore - sussurrou, tentando acalmar a pequena.

- Hattie... está doendo... - choramingou Mei, chamando-a pelo apelido. Ela era a única que chamava Heather assim.

Heather odiava vê-la sofrer. Forçou um sorriso e falou com firmeza, para transmitir segurança.

- Vai passar, eu vou cuidar de você. Confia em mim?

Mei assentiu, com os olhos marejados, mas cheios de confiança. Heather então a ergueu no colo, levando-a com cuidado até dentro de casa.

- Não chore, docinho. Foi só um pequeno arranhão. - E, como sempre, as palavras de Heather tiveram efeito. Mei se acalmou, aninhada em seus braços.

Flashback off

(---)

A tarde avançou com trabalho constante no convés. O guincho gemia, cordas estalavam, caranguejos eram despejados nos tanques quase lotados. A ausência de Boris pesava, mas ninguém reclamava. Cada um sabia que o tempo era inimigo.

Heather, no leme, mantinha o olhar duro no horizonte e nos números. Mas sua mente insistia em voltar à imagem de Mei puxando o tripulante. O heroísmo, a coragem, e o medo de perdê-la em um piscar de olhos.

No final do turno, ela anotou os totais.

Os tanques estavam quase cheios. Apenas mais uma fileira de covos, e poderiam encerrar a temporada.

Heather fechou o caderno devagar, olhando o convés iluminado pela metade.

"Amanhã. Última fileira. E depois, porto. Precisamos entregar essa carga de caranguejo a tempo. Precisamos consertar o gerador antes que ele nos deixe na mão. Precisamos voltar... precisamos voltar inteiros."

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Instagram: escritora.kelly


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