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Segredos no Mar por Raquel Santiago

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Palavras: 1279
Acessos: 441   |  Postado em: 26/09/2025

Capitulo 6

O Queen Seas finalmente alcançou o destino. Após oito horas de navegação, o barco rompeu as ondas agitadas do Mar de Bering, e a atmosfera de antecipação deu lugar à tensão crua e ao frio cortante. O vento uivava como uma fera, chicoteando o convés com spray de água salgada que já mostrava a sua fúria. A noite caía depressa, engolindo o horizonte. Não havia tempo para hesitação: era hora de lançar a fileira de teste.

No convés, Mei tremia dentro do macacão pesado, o rosto queimando pelo frio, coberto apenas pelo chapéu. Seu trabalho de engenheira estava esquecido, agora, era apenas mais uma entre os tripulantes. Sua função era simples, mas ingrata: encher as sacolas de isca com peixe moído. As mãos doíam, dormentes, e o cheiro forte impregnava na roupa. Os covos eram enormes gaiolhas de ferro que pesavam quase meia tonelada. Para prender as iscas, ela precisava praticamente se deitar dentro dos covos. O ritmo era frenético, e a repetição logo pesava nos músculos.

- Mais rápido, novata! - Boris gritou por cima do vento, guiando a próxima gaiola, que estava presa no guindaste. - Não temos a noite toda!

O rosto de Mei queimou, não de frio, mas de vergonha. Tentou acelerar os movimentos, mas a pressa só trouxe erro. A isca escapou das mãos e escorregou pelo convés molhado, atrasando o trabalho.

- Droga, novata! - Igor resmungou, sem paciência. - Pelo visto, não é só a isca que está congelada.

Mei se abaixou para pegar o peixe, mas o corpo cansado cedeu. Escorregou, só não caindo graças à lateral da mesa de seleção, onde se agarrou com força. O ritmo parou por um instante.

Na casa do leme, Heather observava com a respiração presa. Uma parte dela quis intervir de imediato, defender Mei, mas sabia que não podia quebrar a hierarquia. A capitã tinha que manter o respeito da tripulação. Ainda assim, não suportaria ver a novata sendo humilhada.

Pegou o microfone e, com a voz firme e clara, desviou a atenção:

- Boris, confira todas as amarras. Igor, cuidado ao lançar as boias. Hans, prepare a rampa.

A tripulação se realinhou, voltando às funções. Mei, com o rosto corado de frustração, levantou-se. Victor, mais gentil, ajudou a limpar o convés.

- Você se machucou? - a voz de Heather ecoou no intercomunicador, direcionada apenas a ela.

Mei balançou a cabeça em negativo.

- Então mantenha a atenção - completou Heather.

Naquela frase seca, escondia-se o cuidado que a capitã não podia expor.

Enquanto voltava a manobrar o guindaste, Heather não pôde evitar a lembrança: a primeira vez que viu Mei, ainda criança, com apenas dois anos, teimosa e decidida, correndo pelo quintal com o brilho nos olhos. Os Wang se mudaram para a casa ao lado naquela época, Heather se tornou amiga de Xiao logo em seguida e os dois se tornaram inseparáveis. Mei muito pequena para se lembrar, era cuidada pelos dois sempre que os pais precisavam se ausentar. A mais nova vivia se metendo em apuros e Heather sempre ficava de olho nela. Agora, o instinto de proteção gritava dentro da capitã, mas ela não podia ouví-lo. Se não fosse nada sério, a tripulação poderia resolver.

O trabalho continuou. Covo após covo mergulhou no mar. O corpo de Mei pedia rendição, mas sua determinação era fogo que não se apagava. Ela não ia desistir. Cada sacola de isca era mais do que uma tarefa: era uma promessa cumprida, um passo para conquistar seu lugar.

O último lançamento trouxe a maior tensão. O vento rugia, balançando o Queen Seas de forma traiçoeira. Heather segurava o joystick do guindaste como se fosse extensão de seu corpo, conduzindo a gaiola com precisão milimétrica. Boris e Victor arrumaram o covo na rampa, Mei colocou a última isca; Hans liberou a rampa. A estrutura mergulhou no mar com estrondo, seguida da bóia lançada por Igor.

Um grito de comemoração ecoou no convés. O primeiro conjunto estava no lugar. A temporada havia oficialmente começado.

Mei, exausta, deixou-se encostar na parede metálica. As mãos latej*v*m, o corpo clamava por descanso, mas seu olhar se fixou no mar revolto. Ali, no frio que cortava e no barulho ensurdecedor, ela sentia que estava no lugar certo.

Quando ergueu os olhos, encontrou Heather observando-a pela janela da casa do leme. A capitã desviou rápido, retomando a postura impenetrável. Mas para Mei, aquele breve instante já bastava.

Ela se lembrava do quanto tinha admirado Heather na adolescência, até perceber que aquela admiração era, na verdade, atração. Durante anos guardara esse sentimento em silêncio, escondido até de si mesma. Agora, com Heather tão próxima e, ao mesmo tempo, distante, a cada olhar o segredo se tornava mais difícil de conter. Só que a capitã nunca demonstrou interesse, nem antes e nem agora, Mei precisava manter tudo como sempre foi para que Heather não se sentisse desconfortável, afinal ela já tinha passado por aquele constrangimento com algumas meninas héteros na faculdade e não queria repetir o erro.

Enquanto isso, no leme, Heather permanecia tensa. O lançamento da primeira fileira sempre trazia ansiedade. Se os covos subissem cheios, seria sinal de abundância. Se viessem vazios, a temporada poderia se arruinar. Mas, naquela noite, o peso em seu peito não era apenas o da responsabilidade como capitã. Era também o medo íntimo e silencioso de ver Mei, tão inexperiente e tão determinada, se perder nas garras do mar.

O Queen Seas estava próximo do local de lançamento. O silêncio do mar se impôs, quebrado apenas pelo rugido do vento. A espera havia começado.

[...]

Na cozinha, o cheiro de café recém-passado misturava-se ao de óleo e metal, criando um abrigo caloroso em contraste com o convés frio e molhado. A maioria da tripulação já havia se recolhido, mas Mei entrou em busca de algo que a aquecesse. Estava exausta, os dedos ainda rígidos pela repetição da tarefa, mas não queria deitar-se com o estômago vazio.

Enquanto ela abria uma lata de sopa, a porta rangeu. Heather entrou em silêncio, tirando as luvas pesadas. A capitã não costumava se demorar ali depois de um lançamento, mas naquela noite algo a fez parar.

- Não deveria estar dormindo, Mei? - perguntou, a voz baixa, mas carregada da autoridade habitual.

Mei levantou os olhos, surpresa. 

- Estou com fome... e não sei se conseguiria dormir agora.

Heather se aproximou do fogão, pegou uma caneca e serviu café. A mão de Mei ainda tremia quando segurou a colher para mexer a sopa. Heather notou, mas não comentou. Apenas deixou a caneca diante dela, sem dizer nada.

- Obrigada... - Mei murmurou, tímida, aceitando o gesto.

Houve um breve silêncio, cortado apenas pelo barulho do vento batendo no casco. Heather apoiou as mãos na mesa, inclinando-se um pouco. Os olhos da capitã pousaram nela, intensos e ao mesmo tempo contidos.

- Hoje você foi testada - disse enfim. - O Mar de Bering não tem piedade. Mas você não desistiu.

Mei ergueu o olhar, sentindo as palavras como um prêmio maior que qualquer elogio da tripulação. 

- Eu não vou desistir.

Por um instante, os olhos delas se prenderam, e o espaço apertado da cozinha pareceu encolher ainda mais. Heather foi a primeira a desviar, erguendo a caneca para beber o café.

- Coma e descanse. Amanhã vai ser ainda mais duro. - A voz voltou ao tom de comando, mas uma suavidade escapou nas entrelinhas.

Mei sorriu de leve, observando Heather se afastar pela porta. Ficou sozinha, mas o peito parecia menos pesado. Pela primeira vez desde que subira a bordo, sentiu que, apesar das broncas e da dureza, talvez Heather estivesse aceitando que ela não iria desistir.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Instagram: escritora.kelly


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