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Segredos no Mar por Raquel Santiago

Ver comentários: 1

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Palavras: 1252
Acessos: 435   |  Postado em: 26/09/2025

Capitulo 4

A semana que se seguiu ao confronto no cais foi um verdadeiro batismo de fogo para Mei. O Queen Seas fervilhava de preparativos para a temporada, e a presença de uma novata no convés era motivo de ceticismo e piadas maldosas. Heather, era firme na disciplina e no planejamento, não deixava espaço para falhas.

Mei tentou se misturar, deixando sua mente de engenheira absorver cada detalhe, mas o corpo não acompanhava o ritmo. Os homens no convés eram fortes, calejados, habituados ao trabalho pesado. Mei se atrapalhava com os cabos grossos e escorregadios, sua força insuficiente para erguer pesos que os outros manuseavam com naturalidade.

- Cuidado, boneca, vai acabar se machucando. - provocou Boris, com um sorriso sarcástico, observando-a lutar com uma das gaiolas.

- Esse trabalho não é para princesas. - Igor completou.

Mei não respondeu. Apenas apertou os lábios, frustrada, mas sem permitir que a chama dentro dela se apagasse. Transformava as provocações em combustível, cada riso em motivação. Sabia que ainda não era hora de se impor. Primeiro, precisava conquistar seu espaço.

- Igor, menos conversa e mais trabalho! - a voz de Heather cortou o ar. O homem se calou de imediato, respeitoso. - Temos pouco tempo para organizar tudo. Foquem nas tarefas.

Mei ergueu os olhos. Heather estava de pé, postura imponente, a voz de comando ressoando como aço. Para Mei, ela parecia reinar sobre aquele convés. "Se ela conseguiu... eu também consigo", pensou.

Durante a semana, dedicou-se como nunca. Passava horas observando a dinâmica da tripulação, memorizando o posicionamento de cada equipamento, ensaiando os movimentos. Lutava para dominar o gancho pesado, para entender a cadência das gaiolas. Cada noite voltava para casa dolorida, mas mais determinada.

Aos poucos, começou a melhorar. Ainda lhe faltava força, mas a técnica avançava. Não ligava para as broncas ou risadas. Sabia que fazia parte do rito dos novatos. Se aguentasse, o respeito viria. O problema era que o treinamento em terra jamais se compararia ao mar aberto: ondas de dezessete metros, gelo cobrindo tudo, horas intermináveis de trabalho. Aquele não era um ofício indulgente. Bastava um vacilo e a vida era ceifada pelo Bering.

Hans permanecia em silêncio, sem zombar, talvez por achar perda de tempo ou simplesmente não acreditar nela. Victor, por outro lado, era mais observador do que falante, como se esperasse para formar sua opinião.

Heather acompanhava tudo à distância. Dividia-se entre o instinto de proteger Mei e a necessidade de manter a disciplina. Do alto do convés, via a jovem lutando, exausta, mas sem desistir. Era a mesma coragem que a defendeu de Connor. O mesmo fogo que Heather conhecia desde a infância, quando Mei, ainda menina, já insistia em correr atrás das gaivotas no cais, mesmo tropeçando.

Mas agora o cenário era outro. Heather não podia ceder ao impulso de suavizar. Mei precisava entender que aquilo não era uma aventura romântica, mas uma jornada em que o mar cobrava caro cada erro. E, pela primeira vez em anos, Heather sentiu medo de zarpar, medo não por si, mas pela engenheira que não saía do seu pensamento.

- Mei, você tem que se concentrar! - gritou quando a jovem quase deixou escapar um cabo. A voz foi dura, mas não havia desdém, apenas cobrança profissional.

Mei ergueu os olhos, suada, o rosto cansado, mas o brilho nos olhos permanecia. Notou que Heather estava mais distante. Desde o início do treinamento, as conversas tinham rareado. Talvez a capitã quisesse impor limites diante da tripulação, ou talvez estivesse erguendo muralhas que Mei ainda não sabia como atravessar. Cada vez mais, Mei percebia que a sua primeira noite de volta e a conversa descontraída que tiveram foi uma raridade na vida da capitã. Era estranho conhecer esse outro lado de Heather.

(---)

O dia terminou com o pôr do sol tingindo o céu de laranja e roxo. Mei, exausta, esperava por Xiao na doca. O corpo reclamava de dor, mas a mente fervia de planos.

Quando o irmão chegou, estacionou o carro e a fitou com um sorriso preocupado.

- Entre, mèi mei. Está bem?

Mei entrou, respirando aliviada ao deixar o frio para trás. O cheiro de peixe impregnado em sua roupa a fazia sorrir de leve.

- Estou bem. Estou feliz.

- Eu sei, Mei... mas não precisa me provar nada. Sempre soube que você era a melhor. - a voz dele tinha ternura, mas também preocupação. - Essa vida não é para qualquer um. O trabalho é perigoso, os homens são duros. Tem certeza de que quer isso?

- Eu sei o que quero. - respondeu firme. - Quero ser pescadora. Quero ser útil quando ninguém mais souber o que fazer. Posso consertar o barco, posso salvar vidas. Não nasci para o escritório.

Xiao a olhou em silêncio. Era a mesma chama que a levou à faculdade, agora ardendo em outro lugar. Tentar detê-la seria inútil. Mas ele se preocupava com a sua irmãzinha.

- E nossos pais? Eles não param de me ligar. Estão com medo. O pai da Heather também era pescador... você sabe o que isso significa. O medo de não voltar. Já passei por isso com ela, e agora vou passar com vocês duas.

Mei suspirou, sentindo a pontada de tristeza.

- Eu entendo. Mas não posso viver a vida que eles querem. Sinto muito, gēge.

Xiao pegou sua mão, apertando-a num gesto de apoio.

- Eu confio em você. E se precisar, estarei aqui.

Mei sorriu. O silêncio que seguiu foi confortável, preenchido apenas por olhares cúmplices.

Em casa, enfrentou mais uma vez o olhar reprovador dos pais. Já não discutia: apenas tomava banho e se recolhia. Sabia que um dia eles teriam de aceitar, ou pelo menos, entender. Até lá, teria sua própria vida. Mas no fundo temia: se já era assim pelo trabalho, o que aconteceria quando descobrissem que amava mulheres?

(---)

Naquela noite, Heather entrou no Albatross, seu bar preferido. O ambiente fervia com pescadores, marinheiros e o cheiro denso de cerveja e suor. E o melhor de tudo, Connor e seu pessoal nunca apareciam ali.

Era o seu ritual antes de cada temporada: sentar-se no balcão, beber uma dose de tequila pura às nove em ponto. O gesto simples lhe dava uma sensação de controle diante do caos que sabia que enfrentaria.

Enquanto o líquido amargo descia pela garganta, seus pensamentos voaram para a tripulação. Boris, seu braço direito. Victor, sempre observador. Igor, Hans... eram sua família. Mas nenhum pensamento a consumia tanto quanto o da novata.

Mei.

Todos os dias Heather lutava contra o instinto de defendê-la. A determinação dela era inspiradora, mas também perigosa. Por que uma engenheira brilhante escolheria enfrentar um convés congelado em vez de um futuro seguro? Mei não pertencia aquele mundo. Pescadores eram sujeitos broncos, desobedientes e loucos por aventuras. Heather só conseguia manter todos na linha porque tinha o respeito deles, mas não era fácil. 

Heather não entendia os motivos da engenheira. Mas, de uma coisa, Heather tinha certeza: com Mei a bordo, a temporada seria diferente. Talvez mais difícil. Certamente mais intensa.

Pagou a conta e saiu. O vento gelado a envolveu, a neblina escondia parte da cidade, lembrando-a de que algumas coisas eram feitas para permanecerem um mistério e por mais que ela estivesse curiosa a respeito de Mei, o melhor era se afastar e aproveitar a distância que os anos longe tinham estabelecido. Heather puxou o casaco, endireitou os ombros. Precisava ser a capitã que todos esperavam. A capitã que Mei, mesmo sem saber, já precisava.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Instagram: escritora.kelly


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Comentários para 4 - Capitulo 4:
jake
jake

Em: 29/10/2025

Será que Mei consegui sobreviver ????

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