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Segredos no Mar por Raquel Santiago

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Palavras: 2373
Acessos: 574   |  Postado em: 26/09/2025

Capitulo 2

O cheiro de gengibre e arroz cozido que vinha da cozinha era uma lembrança constante de que Mei estava em casa. Ela estava de volta em Unalaska há apenas dois dias, mas já sentia o peso das expectativas dos pais.

Naquela noite, sentada à mesa da casa da família Wang, o vapor do prato de sopa de peixe aquecia seu rosto, mas não conseguia derreter a barreira de silêncio que se formava entre ela e os pais. Sua família ainda era muito tradicional aos costumes chineses e Mei tinha vivido em escolas americanas nos últimos anos. Seus amigos e  famílias eram diferentes, mais liberais. Mei se adaptou muito rápido as tradições americanas, na Califórnia. Sem falar que ela morou em dormitórios escolares. Voltar para casa era um choque cultural e uma mudança de rotina muito grande. Era um contraste com a liberdade que tinha na faculdade.

Enquanto encarava a sopa, uma lembrança antiga lhe atravessou o pensamento: quando criança, comia às pressas e escapava para o cais só para espiar Heather ajudando o pai. Heather parecia fazer parte do vento e do mar, e, para Mei, era como olhar a própria ideia de liberdade de perto. A vizinha mais velha que sempre foi a sua inspiração.

- Sua cunhada, Jie, ligou hoje. - Disse a mãe de Mei, com a voz suave, mas com um toque de cautela. - Ela quer que você vá visitá-los. Xiao está ansioso para te ver.

- Sim, mãma. Eu também quero vê-los. Amanhã vamos almoçar juntos. Quero conhecer o pequeno Hao e minha cunhada pessoalmente.

- Você passou oito anos em outro lugar, filha. Estamos todos com saudade. Tenho certeza que vai amar a família do seu irmão. Apesar do tempo longe, aqui é a sua casa. - O Sr. Wang disse, seus olhos fixos na filha. - E agora que você é uma engenheira formada, pode finalmente encontrar um emprego na cidade, casar com um bom rapaz. Ter uma vida segura, como sempre sonhamos.

Mei sentiu o estômago se revirar. A faculdade foi um triunfo, um caminho que ela escolheu por si mesma. Mas agora, de volta para casa, seus pais viam isso como apenas um meio para um fim que não era o dela. Ela sentia um nó na garganta, a impossibilidade de expressar a paixão que sentia por algo completamente diferente: o oceano. Mei tinha recebido uma proposta de trabalho para aquela temporada de pesca e estava muito tentada a aceitar. Principalmente porque o barco de Heather era conhecido como um dos mais rentáveis da frota. Ela não comentara com a capitã sobre o trabalho na outra noite, mas Mei estava empolgada com a possibilidade de trabalhar no barco de Heather. Era Morgan, quem lhe indicara o trabalho. O pescador era pai de uma amiga da faculdade e sabia do desejo de Mei de trabalhar em um barco de pesca quando se formasse. Morgan acompanhou os feitos e realizações da engenheira nos projetos da universidade, as publicações de artigos e as criações que a tornaram uma das melhores alunas. Mei fez estágio em um estaleiro de barcos, ela tinha aprendido tudo sobre a parte mecânica e a hidráulica dos gigantes de metal e agora queria partir para a ação em alto mar. Para a sua sorte, Morgan era o antigo engenherio de Heather.

- Eu só... estou feliz por estar de volta, bába. Por estar com vocês. - Ela disse, desviando o olhar para o prato.

- Também estamos felizes, minha filha. Mas não esqueça de começar a procurar um bom trabalho na cidade. Temos que ser úteis para a sociedade e para a nossa família. - A mãe, como uma boa chinesa, falou.

A pressão era palpável, e Mei sabia que não podia enfrentar essa batalha de uma só vez. Ela se levantou, a desculpa do cansaço da viagem ainda fresca. Seus pais assentiram, compreensivos, mas com o ar de quem esperava que ela tomasse a decisão certa em breve.

(---)

Na manhã seguinte, Mei pegou as chaves do carro de seu pai e dirigiu por dez minutos até o bairro onde Xiao e Jie moravam. A saudade apertava em seu peito. Oito anos de chamadas de vídeo não substituíam o calor de um abraço de seu irmão mais velho.

Ao chegar, foi recebida na porta por uma mulher de sorriso radiante. Jie era tão acolhedora quanto pelas ligações que faziam algumas vezes por mês. Ela mal a soltou do abraço antes de gritar:

- Xiao! Mei chegou!

Xiao correu para a porta, o rosto iluminado por uma emoção que Mei não via há anos. Ele a envolveu em um abraço de urso, balançando-a de um lado para o outro. Mei estava morrendo de saudades do irmão mais velho.

- Mèi mei (irmã mais nova)! Você está enorme! - Ele exclamou, a voz embargada pela emoção. - Eu senti sua falta.

- Gēge (Irmão mais velho), estou feliz em voltar para casa. Também senti a sua falta.

Apesar da esposa do irmão também ser filha de chineses, a casa deles era bem americanizada. Dava para sentir que eles não seguiam as tradições chinesas com tanta seriedade quanto os seus pais. Um garotinho de quatro anos, com os mesmos olhos de Xiao, correu para eles.

- Titia Mei! - O pequeno Hao se escondeu atrás das pernas de Xiao, tímido, mas com um sorriso nos lábios. Mei se ajoelhou, estendendo a mão.

- Oi, Hao. Lembra de mim das vídeos chamadas? É um prazer te conhecer pessoalmente.

O menino a olhou com curiosidade antes de se aproximar e segurar a mão dela. Mei sentiu o coração se encher de uma alegria que não sentia desde que voltara. Ela se lembrou de uma pequena caixa que havia guardado em sua bolsa e a entregou ao sobrinho, um presente de aniversário atrasado.

- Feliz aniversário, querido - Disse ela, com um sorriso. - Eu não estava aqui para te dar o seu presente, mas espero que você goste.

Hao abriu a caixa com a ajuda de Xiao, revelando um barco com um controle remoto. Ele soltou um grito de alegria e correu pela sala, com o brinquedo na mão.

- Hao, como se fala quando recebemos um presente? - Jie chamou a atenção do filho.

- Obrigada, titia. - Ele falou sem jeito.

- De nada. 

Enquanto Jie preparava o almoço, Xiao levou Mei para a sala de estar, onde mostrou orgulhosamente fotos do seu casamento e do nascimento e primeiros anos de Hao. Era maravilhoso, finalmente, fazer parte da vida do irmão.

- Ela mudou minha vida, Mei. Encontrei uma família e uma razão para trabalhar ainda mais. Você também vai encontrar.

Mei sorriu, feliz pelo irmão, mas sentindo um aperto no coração. Ela ainda não sabia o que procurava, mas tinha certeza de que não era o que os seus pais esperavam.
Enquanto os três conversavam e riam, a campainha tocou.

- Deve ser a Heather - Disse Xiao, se levantando. - Ela disse que viria.

O coração de Mei deu um pequeno salto. A conversa que teve com Heather ainda estava fresca em sua memória. A proximidade e familiaridade que ressurgiu entre as duas foi tão fácil e leve. Era sempre bom ter a capitã por perto. Heather continuava sendo a mulher mais linda e perfeita que Mei já tinha visto. A capitã era alvo da admiração de Mei, como uma heroína. Sempre foi assim, principalmente, depois que Heather a salvou no cais.

Heather entrou na casa, e seus olhos azuis logo encontraram os de Mei. Ela usava um suéter de tricô, e seus cabelos claros estavam presos em um rabo de cavalo. Mas antes que ela pudesse falar, o pequeno Hao, que estava brincando com seu barco novo, correu para ela, com um grito de alegria.

- Tia Heather! Tia Heather! - Heather o pegou no colo, e um sorriso genuíno se formou em seus lábios.

- Oi, meu amor! O que você está aprontando? - Disse ela, beijando a bochecha do menino.

- Olha o que a tia Mei me deu. - Hao mostrou o seu brinquedo para Heather que sorriu empolgada.

- É lindo, querido.

Jie, que estava na cozinha, se aproximou.

- Oi, Heather. Fico feliz que você tenha vindo.

- Eu não podia perder a oportunidade de mimar o meu afilhado. - Disse Heather, com um sorriso, e um olhar terno para Hao.

Mei observava a cena, surpresa com a conexão que Heather ainda tinha com o irmão.. Ela não sabia que Heather era madrinha de Hao. O seu coração se encheu de uma curiosidade que a estava consumindo. O que mais tinha acontecido naqueles anos longe? Será que Heather tinha casado, tido filhos? Com Connor a importunando na outra noite, Mei achava que não.

E, ao ver Heather com Hao nos braços, outra memória acendeu: aos treze, Mei lembrava nitidamente de Heather rindo no cais, a cabeça jogada para trás, o som dela atravessando a pele de Mei como um choque doce. Foi quando a admiração de menina começou a doer no peito de um jeito novo, estranho, um segredo que ela aprendeu a guardar.

A tarde seguiu com uma mistura de conversas. Heather brincava com Hao enquanto conversava com seu amigo Xiao. Jie e Mei se uniram para terminar de fazer o almoço e aproveitaram para se conhecer mais. Por um momento, Mei sentiu que se encaixava ali, que fazia parte da família do irmão.

O almoço foi servido, e todos estavam juntos à mesa, rindo de piadas e histórias antigas. Foi então que Xiao, sem perceber o constrangimento da irmã , disse a Heather.

- Heather, você tem que ver as fotos que a Mei nos mandou da sua formatura! Ela é uma engenheira brilhante, uma das melhores de sua turma.

- Eu não fiz nada de mais. - Mei murmurou, envergonhada.

- Claro que fez! Você é a única da família que consegue desmontar um motor e montar de novo sem que ele exploda! - Xiao riu, e Mei o acompanhou, um sorriso genuíno em seu rosto.

O olhar de Heather, no entanto, não continha apenas diversão, mas um interesse profundo. Por um instante, os olhos dela permaneceram nos de Mei um segundo a mais do que o esperado, como se tentassem decifrar alguma coisa. Ela então sorriu, contida, e desviou, rápido demais.

Mei, por sua vez, também observava Heather, a forma como ela ria e interagia com a família de Xiao, uma gentileza que não combinava com a imagem de capitã durona, que Xiao mostrava nas vezes que eles conversavam sobre Heather em suas ligações. O que seria que se passava por trás daqueles olhos azuis? Eles ainda pareciam os mesmo que ela lembrava. 

Depois do almoço, Heather se despediu de todos. Ela se aproximou de Mei, e a saudação foi curta. Sua mão hesitou por um instante, como se fosse tocar o braço de Mei, mas recuou no último segundo, limitando-se a um sorriso.

- A gente se vê por aí? - Disse Heather, com a voz suave.

- A gente se vê. - Respondeu Mei, com um sorriso pequeno.

Heather saiu da casa de Xiao, e a brisa gelada açoitou o seu rosto. A capitã soltou a respiração com alívio. Ela estava intrigada, e a sua mente estava cheia de perguntas. A pequena Mei havia crescido, e a mulher que ela se tornara era uma mistura de beleza, inteligência e mistério. Heather estava empolgada para saber mais sobre os anos em que Mei esteve fora. A cada encontro, a curiosidade aumentava. Heather tinha visto Mei crescer, era normal que se sentisse curiosa sobre a sua vida, não era?

(---)

Ao chegar em sua casa, as luzes estavam acesas e o cheiro de comida pairava no ar. Seu pai, Andrew, estava sentado no sofá, assistindo a um jogo de hóquei na televisão. Ele a olhou com um sorriso acolhedor.

- E então, como foi o almoço na casa do Xiao? - Heather se sentou ao lado dele.

- Foi bom. Mei estava lá. Xiao está muito orgulhoso, a irmã se formou com honras em engenharia naval.

- Uma mulher inteligente. - Andrew assentiu, com um olhar de aprovação. - Isso me lembra a sua mãe. Ela era tão inteligente. Você sabe, eu sinto a falta dela às vezes.

Heather sentiu uma pontada de tristeza, mas se confortou com a presença do pai. Ele, que a criou sozinho depois que sua mãe morreu no parto, era a sua rocha. Ele a ensinou a pescar, a ser forte, a não ter medo do mar. Ele era seu pai, seu mentor, seu amigo.

- Eu também sinto a falta dela, pai. Mas fico feliz que você esteja aqui. -Andrew a abraçou, e os dois ficaram em silêncio por um tempo. A cumplicidade entre os dois era visível, uma conexão que só o tempo e a superação de desafios poderiam criar.

Quando Heather se levantou para ir para o seu quarto, o celular tocou. Era Morgan, seu antigo engenheiro, que havia deixado a tripulação por conta de problemas na saúde.

- E aí, Morgan. Como você está? - Heather disse, com a voz preocupada.

- Estou melhor, capitã. Mas tenho uma novidade para você. Eu achei a pessoa perfeita para me substituir. Uma engenheira, novata, mas com um talento incrível.

- Novata? - Heather franziu a testa, preocupada. - Morgan, você sabe que o nosso trabalho não é para novatos.

- Eu sei, capitã. Mas eu garanto. Ela é boa. E ela está muito empolgada. E por falar nisso, estou levando ela até o cais no final da semana, para vocês se conhecerem e ela se enturmar com a tripulação.

- Tudo bem, vamos ver se essa novata vai conseguir conquistar a tripulação. Vou dar um voto de confiança para ela, já que você a indicou.

- Você não vai se arrepender, chefe.

Heather desligou o telefone, sentindo um arrepio na espinha. Ela havia esquecido completamente da novata. A ideia de ter um novo membro na tripulação, e ainda por cima, uma pessoa inexperiente, a deixava apreensiva. Erros na pesca de caranguejo poderiam custar a vida de toda a tripulação. O engenheiro era fundamental na equipe, mas ele também precisava ser um bom pescador.

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Instagram: escritora.kelly


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Comentários para 2 - Capitulo 2:
jake
jake

Em: 29/10/2025

Eita sem perceber a capitã está sentindo algo que não descobriu ainda pela engenheira 

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