capitulo vinte e sete: por justiça
CAPÍTULO VINTE E SETE. POR JUSTIÇA.
Depois do nosso paraíso particular em Angra, voltamos a nossa rotina normal. Fê com seu escritório — que estava uma loucura diga-se de passagem — e eu com o meu, sempre apertada entre prazos, audiências e lutando para ressignificar a vida de alguém.
Eu não havia almoçado ainda, estava no Complexo de Gericinó acompanhando um réu sair em liberdade hoje. A sensação de libertar alguém sempre deixava meu coração quente. Como se o trabalho árduo valesse a pena. E vale. A família comemorando: mãe, pai, irmãos e a ver um preso voltar para os braços da sua esposa me deixaram com a sensação que essa era a melhor parte do meu trabalho.
Depois de um dia cansativo, eu só queria uma ducha e cama, mas eu era mãe quando não estava trabalhando e minha princesa ansiava pela minha chegada. Abri a garagem com o controle remoto e entrei. Fernanda ainda não havia chegado, pois seu carro ainda não estava aqui. Passei pelo deck e observei o jardim que não cuidamos há um tempo. Eu tinha que conversar com a minha esposa, a atual demanda dela de trabalho não permitia mais que ela desse conta de tudo, então eu queria muito que ela deixasse de ser cabeça dura e pensássemos na possibilidade de contratar mais funcionários para cuidar da casa.
Abri a porta e me deparei com um monte de brinquedos espalhados pela sala de estar, mas o que me impressionou era a mini prancha de surf que deveria estar guardada no quartinho próximo à piscina estar, literalmente, em cima do sofá. Pedi paciência aos céus pra falar com calma com Cecília, paciência pra lidar com a bagunça sob a justificativa de o fato dela estar usando a imaginação para o que quer que seja, não impede que ela arrume tudo depois. Eram só brinquedos espalhados de uma criança que está cumprindo sua função social, que é brincar.
— Mamãe? — ela aparece com um óculos de mergulhadora na cabeça, sua toca que não estava tampando nem metade dos seus cabelos e um meio sorriso que dizia "ops..."
— Oi, filha. — me abaixo e abro os braços para receber um abraço dela — tá tudo bem com você?
— Sim... — ela me olha apreensiva — mamãe não briga comigo, eu vou arrumar tudo agora.
— Mamãe não vai brigar com você, meu anjo. Quando acabar de brincar, você tem que guardar tudinho, ok? Qualquer coisa pede ajuda pra mamãe que eu ajudo você a guardar as coisas grandes.
— Tá bom — sorriu
— Cadê a Dira? — digo, perguntando sobre a babá
— Tá fazendo minha jantinha mamãe.
— Ok. Vou falar com ela e subir para tomar banho, ok? Comporte-se.
Ela assente e eu sigo em direção a cozinha para falar com a babá, a libero para ir pra casa após o meu banho. Eu estava precisando de uma ducha urgente pra tirar aquele cheiro de cadeia. Depois de tomar um banho rápido, desço de novo para preparar nossa janta e terminar a de Cecília. Fernanda estava chegando mais tarde do que eu e resolvemos dividir as tarefas, quem chegasse primeiro faria a janta.
Enquanto esperava o arroz cozinhar, fui brincar com Cecília um pouco e depois a ajudei guardar os brinquedos antes que Fê chegasse e pisasse em um lego aleatório no chão. Depois disso, minha filha sentou na mesa da cozinha e começou a contar do seu dia na escola e eu ouvia a tudo com atenção, rindo e interagindo com algumas situações.
Ouvi passos conhecidos pelo corredor e confirmo minhas suspeitas: o amor da minha vida tinha chegado.
— Oi, família! — Ela sorri. Um sorriso cansado, mas ainda sim um sorriso.
— Mainha! — Cecília corre em direção a Fê e dá um abraço bem gostoso nela, confesso que fiquei com ciúme
— Ei, eu não ganhei esse abraço gostoso quando cheguei! — fico emburrada, fingindo estar brava
— Ah mamãe, não faz drama.
— O quê?
Paraliso, Fernanda segura o riso. E ela? Revira os olhos, como se fosse uma adolescente.
— Oi, amor. — me dá um selinho —. Vou banhar e já desço pra ficar com vocês.
Peço a ajuda de Cecília para colocar os pratos na mesa enquanto Fernanda tomava banho, observo as feições da minha filha e reparo no quanto ela é linda. Os cabelos loiros eram meus, mas os olhos eram de Fernanda. O jeito doce, o sorriso, tudo lembrava Fê. Cecília pôs a mesa com os talheres tortos, prato virado de cabeça para baixo e os copos desalinhados. Deixei. Eu queria passar mais tempo com a nossa filha e tenho prestado mais atenção nos seus gestos, era muito bonitinho.
Sentamos à mesa, ficamos brincando um pouco, Cecília achou de bom tom batucar com o garfo no prato e eu tive que pedi-la para parar, antes que minha cabeça começasse a doer. Fernanda voltou do banho com a toca de cetim na cabeça, usando um pijama de bolinhas e pantufas. Sorriu ao ver a cena e se sentou ao meu lado, puxando Cecília para o colo.
— O que a gente tem hoje pra comer, chef? — enche ela de beijos e nossa filha gargalha
— Eu não sei, mainha. Foi a mamãe que fez.
— Oh, não! Você não queimou o arroz dessa vez, queimou? — ela zomba de mim e eu sinto vontade de estirar o dedo médio pra ela, mas evito na frente de Cecilia, então dou um sorriso irônico
Coloco a comida no prato dela e ela se surpreende, eu havia feito macarrão ao molho branco com brócolis e calabresa, eu sabia que ela amava. Já Cecília, estava comendo a comidinha que a babá tinha feito, minha filha não era muito fã de legumes.
— Você tomou banho hoje sem reclamar, filha? — Fê pergunta pra ela
— Eu sou a princesa da minha mãe, mainha. É claro que eu tomei banho, mas foi bem quentinho. A Dira brincou de bolha de sabão comigo.
— Muito bem — digo — Se continuar assim, você vai ganhar aquele prêmio que eu te falei.
— E qual prêmio seria esse? — Fê pergunta, arqueando a sobrancelha
— É coisa minha com a mamãe — dá de ombros
Pisco pra Fê, como se dissesse “depois eu te conto” e jantamos em paz com Cecilia contando sobre as provas que vai fazer na escola e nos falou sobre um Campeonato que ia ter na escolinha de natação com outras escolas. Ela disse que queria participar e demos a maior força. Ela amava nadar e eu achava importante ela praticar um esporte e se dedicar a ele.
No fim, quando Ceci resolveu que já estava satisfeita e saiu correndo atrás de um copo de suco, Fernanda se inclinou na minha direção e murmurou:
— Você tem noção de que somos as mães mais sortudas do universo?
— Eu sei — respondi, apertando sua mão embaixo da mesa. — Não quero que ela cresça nunca.
— Ela vai crescer, amor. Um dia vai deixar de ser sua princesinha e será a princesa de alguém — ela provoca
— Não! — respondo emburrada — Ela nunca vai deixar de ser a minha princesinha.
— Você acha que nenhum príncipe vai se aproximar da sua princesa de olhos azuis? — ela ri
— Fernanda, não começa... eu não quero nem pensar nisso, nossa filha tem apenas 7 anos, ainda falta muito para eu começar a me preocupar com essas coisas. Na verdade, não quero nem me preocupar. Vou mandar Cecília para um colégio de freiras.
Fernanda dá uma gargalhada e balança a cabeça negativamente, me puxa para um beijo rápido e sorri.
— Ciumenta linda...
— Ciumenta nada, sou uma mãe zelosa.
— E ciumenta.
Cecília terminou o suco meio sonolenta e eu a levei para trocar o pijama e escovar os dentes, numa competição ridícula de quem cuspia mais espuma. Subimos para o quarto juntas, nós três. Correu até a cama, pegou o Stich gigante e puxou o cobertor até o nariz. Mania minha, confesso.
— Qual história você quer hoje, amor? — Fê pergunta
— Nada de princesa, mamãe. Hoje eu quero a história da meia.
Fernanda riu baixo, deitada do outro lado da cama, já começando o cafuné.
— Ihhh… lá vem, Ceci. Você puxou a mania da sua mãe de inventar teoria da conspiração pras coisas do dia a dia.
Sorri. Fernanda me estendeu o livro e eu comecei a contar.
— “Era uma vez, numa casa como a sua, como a minha, onde sempre desapareciam... meias! Sim, meias. Principalmente as das crianças, meias de dinossauro, de foguete, de unicórnio e até a meia amada do super cachorro que João usava para dormir desde os três anos quando a meia ainda estava enorme, João agora tinha 7, um menino curioso, cheio de imaginação e apaixonado por história de mistérios...”
Fui contando a historinha abaixando o tom de voz — tática infalível — até que vi meu anjinho fechar os olhos e roncar levemente. Fê sorriu, dei o livro a ela e um beijo na testa da minha filha, Fê fez o sinal da cruz na testa dela, algo que ela tinha costume de fazer com Ceci e ajeitou o cobertor. Apagamos a luz, encostamos a porta e voltamos pra sala, queríamos ter nosso momento de casal agora.
Fernanda se jogou no sofá como se tivesse acabado de correr uma maratona. Eu sentei ao lado, puxei uma mantinha que estava largada no braço do sofá e a cobri.
— Você parece exausta, amor. — falei, puxando ela pra mim e fazendo cafuné nos seus cabelos
— Eu tô... muito. Tô com uma demanda muito alta de cliente agora, acho que vou ter que expandir o escritório ou mudar de local, infelizmente não consigo mais atender na Zona Norte, vou ter que me mudar para o Centro, eu acho.
Sorri. Ela percebeu.
— Que sorriso é esse, Florence?
— Nada... é que se isso acontecer mesmo, você vai ficar pertinho de mim e eu vou ter como ver você mais vezes.
— Você fica com saudade quando estamos longe?
— Uhum... — dou um beijo na testa dela e ela se aconchega mais em mim
— E é por isso que eu queria te falar de contratar mais gente pra ajudar aqui em casa. Não dá pra você carregar tudo, Fê. O jardim tá largado, a Dira faz o que pode, mas é muita coisa.
— Eu sei, meu amor. Eu vou deixar de ser cabeça dura, eu ando sem tempo para afazeres domésticos mesmo. Mal respiro. O tempo que eu tenho livre quero ficar com você e com a Cecília, não ficar cuidando de casa.
— Você não vai ser cabeça dura em relação a isso? — estranhei
— Não — sorriu fraco — Pode contratar. A gente divide as despesas.
— Tudo bem.
Ela sobe o corpo mais um pouquinho, me encara e me dá um beijo. Desde a nossa mini viagem de veleiro, estávamos mais unidas, mais firmes, mais carinhosas. Tínhamos a necessidade de ficar juntas, combinamos de ter mais tempo assim, tempo de qualidade. Ela estava por cima de mim, uma perna de cada lado do meu corpo, minhas mãos espalmadas nas suas nádegas, nos beijávamos sem pressa, com carinho.
Ela separou nossos lábios para respirar e me deu um abraço forte, abracei-a de volta e fiquei um tempo fazendo carinho nas suas costas.
— Alegria mesmo é depois de um dia cansativo voltar pra casa e ver você...
— Sinto o mesmo. Gostoso é poder te beijar e sentir esse cheiro gostoso que você tem, abraçar você e sentir que seu abraço é minha casa — a aperto mais forte — E por mais que o cotidiano seja difícil e que a vida cobre de nós duas, a gente nunca perde isso aqui... Eu, você, nossa filha.
— Você é a mãe mais ciumenta e incrível desse mundo — ela faz um afago no meu rosto com os polegares
— Achei que não ia dar conta, sabia? No começo...
— Eu sabia que daria. Você nunca se viu olhando pra Cecília? É o mesmo olhar que você me dá. Esses seus olhos cor de mel dizem muita coisa.
Ela se prepara para falar mais alguma coisa, mas hesita.
— Pode falar...
— O quê?
— O que você quer dizer.
— Venho percebendo que você às vezes anda muito pensativa em questão da maternidade e queria saber se você andou conversando com a sua psicóloga sobre isso.
— Como assim?
— Quando você cantou pra Cecília outro dia, você ficou triste depois. Quer falar sobre isso?
Suspiro longamente.
— Não precisa falar se não quiser, eu tô perguntando se você quer falar, não impondo nada, tá?
Ela sai do meu colo e me puxa pra perto dela, colocando minha cabeça no seu peito.
— Às vezes é difícil pra mim certas questões da minha infância... quando lembro da minha mãe, por exemplo. Do meu pai. Enfim, é muito difícil dar amor e pensar que eu posso ser uma mãe boa se eu não tenho muita referência de como fazer isso. Morro de medo de magoar Ceci. Morro de medo dela não ser minha amiga, além de ser minha filha. Morro de medo dela crescer, se tornar uma adolescente rebelde que não conversa comigo. Que tem medo de se abrir. Morro de medo da minha princesinha não se orgulhar de quem sou.
Fernanda ficou em silêncio por alguns segundos, só fazendo carinho no meu cabelo, mas ergueu o meu queixo logo após.
— Anna… você não é nada parecida com seus pais. Nada. E eu não vou deixar você duvidar disso.
— Mas...
Ela me interrompe.
— A Cecília sente orgulho de você todos os dias, meu amor. Você é a heroína dela. — um sorriso surgiu no canto da boca da Fê — Ela é apaixonada pela mamãe loira dela.
Dei um suspiro trêmulo, quase de choro e ela continuou:
— Quando a gente se separou, você lembra? Ela ficou tão chateada… até tomou as suas dores contra mim — ela riu, mas estava chateada, eu sei — Eu nunca te contei, mas... ela me pediu diversas vezes pra morar só com você.
Arregalo os olhos e ela continua:
— E aí vinham as febres, como você já sabe...
Abaixo o olhar, lembrando da época mais difícil das nossas vidas.
— Aquilo me mostrou o quanto ela te ama, o quanto ela já reconhece quem você é. Você é a mãe que ela sempre vai ter como referência, Anna. Não porque é perfeita, mas porque você é de verdade. E isso é o que mais importa.
— Será que ela me vê? — questiono — Eu tenho medo de ser pra ela só uma mulher estressada, atolada em processos, que vive full pistola com tudo e que não tem tempo pra vida dela.
— Você não é essa mulher aqui dentro, Anna. Você pode deixar escapar vez ou outra seu estresse com o trabalho, mas aqui dentro da nossa casa, a gente construiu uma bolha de amor tão grande, tão forte, que aqui é o nosso lar. Onde nos sentimos seguras, onde Cecília se sente segura. E eu sei que ela se sente segura com você.
Me aconcheguei mais no peito dela e foi a vez dela de me cobrir com a manta. O silêncio que se seguiu não era pesado, era muito pelo contrário: cheio de paz. Fernanda sempre conseguia me acalmar quando as coisas do meu passado vinham à tona.
Até que somos surpreendidas com a vinheta do plantão da Globo. Eu e Fê nos entreolhamos e desviamos a nossa atenção para a televisão.
A repórter estava séria. Ou era tragédia, morte ou desastre.
— Foi presa, na tarde de hoje, a jovem de 23 anos, Phetra Medeiros, acusada de assassinar o próprio pai, o pastor e ex-deputado estadual Ezequiel Medeiros, fundador da Assembleia Caminho, Verdade e Vida.
Algumas imagens do tal Pastor começaram a passar na televisão. Vídeos de suas igrejas e suas pregações. Eu o conhecia, era cheio de discursos homofóbicos e espalhava outdoors na Cidade com as palavras “Deus criou macho e fêmea”. Toda vez que eu olhava para aquele homem em qualquer local, eu morria de nojo.
A repórter continuou:
— O pastor, conhecido nacionalmente, liderava mais de 200 mil fiéis em 150 templos espalhados pelo país. Ele foi morto com três facadas no tórax, a queima-roupa, dentro da própria casa.
As imagens que apareceram na televisão eram da jovem sendo presa. Uma menina com seus vinte e poucos anos, seus cabelos escuros e lisos que iam até os ombros. Ela usava uma calça jeans surrada e uma camisa branca T-Shirt.
A imprensa a tratava como homicida.
O rosto dela tinha uma expressão que eu conhecia bem: tristeza, angústia. Seus olhos estavam avermelhados e molhados, ela estava chorando. Sua boca vermelha, inchada, com um machucado de quem tivesse sido agredida antes da prisão, mas embora tivesse cometido um crime brutal, seu rosto era angelical.
— Segundo a investigação, a motivação seria homofobia. A filha, estudante de Contabilidade da PUC-Rio, vivia um relacionamento com a colega de curso. Em depoimento, a namorada, Gabriela, afirmou que o pastor não aceitava a relação e que as agressões verbais eram constantes. Na última discussão, Phetra teria se exaltado e o atacado.
E foi o que mais me chamou atenção.
Colho as informações do caso mentalmente, olho para a jovem Phetra mais uma vez. Guardo o nome da delegacia em que está detida.
A tela voltou para a bancada do jornal, mas eu já não ouvia nada.
Fiquei imóvel, como se o chão tivesse desaparecido.
— Anna? — Fernanda tocou meu braço.
— Parricídio… — murmurei, sem conseguir disfarçar a admiração pelo mistério — Três facadas. Frieza, coragem… ou desespero.
Fernanda me olhou intrigada.
— Amor, ela matou o pai. Três facadas. Isso é pesado demais.
Balancei a cabeça devagar, ainda sem conseguir parar de pensar em Phetra.
— Não sei… mas eu preciso entender.
Ela soltou um suspiro pesado e me puxou pro peito dela.
— Anna… é assassinato. — a voz veio suave, mas firme. — Eu sei que você gosta de mergulhar no “porquê das coisas”, mas não romantiza. Um pai morreu. Uma filha vai responder por isso. Não tem nada de bonito aí.
Eu respirei fundo, mas não respondi.
— Ei. — Fernanda segurou meu queixo pra eu encarar os olhos dela. — Eu entendo seu fascínio, mas você não é ela. E, sinceramente, não quero que fique se enxergando nessas meninas quebradas pelo mundo. Você já carregou peso demais.
— Não consigo não me identificar com ela. Ela matou porque o pai não aceitava quem ela era. Homicídio para alguns, grito de liberdade pra ela. Não esqueço o soco bem dado que dei no meu.
— E você venceu porque escolheu viver apesar dos seus pais. — ela rebateu, rápida, do jeito dela. — É isso que me faz ter orgulho de você.
Fiquei quieta, mas dei um beijinho no pescoço dela em agradecimento.
— Vamos deitar? Me deu até arrepio essa conversa
Ela diz já se levantando e me pegando pela mão, a sigo para o quarto e ela deita na cama, me chamando pra deitar junto com ela. Me cubro com o edredom e ela me puxa pela cintura para me abraçar.
— Te amo, loira. Tira essas coisas da sua cabeça. Você construiu uma família linda aqui.
— Também te amo, amor. Não são coisas, são só... uns pensamentos.
— Vem cá, dorme.
Tentei obedecer. Respirei o cheiro dela, o cheirinho do meu amor, da mulher da minha vida que dorme comigo todo dia. A sensação era de paz. Fê jogou a perna pra cima de mim e eu a envolvi em um abraço. Mas Phetra dominou meus pensamentos e eu voltei na minha adolescência. As brigas, as agressões, minha depressão, tudo.
E aquela velha sensação de ter duas personalidades para caber em dois mundos.
Fui apagando aos poucos, meio rendida ao cansaço, meio cedendo ao calor do abraço. Ouvi Fernanda respirar mais devagar e entreabrir os lábios. Quando o sono finalmente me pegou, foi estranho. Sonhei com várias coisas de uma vez: ruas cheias de outdoors com frases que eu já tinha ouvido, um fiel gritando com um carrinho de mercado recolhendo materiais recicláveis e minha mãe.
Não sei exatamente por onde meu pai anda, mas sei que a minha mãe não está mais nesse plano e onde ela estiver, sei que ela sente que eu vou até o fim por esse caso.
Por Phetra.
Por justiça.
Fim do capítulo
Meninas, cheguei mais cedo!
Esse caso da Phetra é muito Anna, né?
Será que ela vai pegar esse caso? Será que vai dar tempo de resolvê-lo em apenas 3 capítulos restantes para o final da história?
Deixo as suposições com vocês.
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Mmila
Em: 30/09/2025
Vamos Anna, minha heroína!
nath.rodriguess
Em: 30/09/2025
Autora da história
Doutora em ação!
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Lea
Em: 25/09/2025
Momentos fofos em família,aquece até a alma.
Com certeza Anna irá pegar esse caso. Só acho.
Boa noite, Nath!
Feliz aniversário, atrasado!
Muito sucesso, saúde e muito amor na sua vida!!
nath.rodriguess
Em: 25/09/2025
Autora da história
Simmm, muita fofura!
Obrigada pelas felicitações, meu amor. Te agradeço muito!
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nath.rodriguess Em: 01/10/2025 Autora da história
Vamos torcer!