• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • MINHA DOCE MENTIROSA
  • Capitulo 44

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • As rosas e os seus espinhos
    As rosas e os seus espinhos
    Por lelepontotxt
  • Eclipse
    Eclipse do Coração
    Por Paloma Lacerda

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

MINHA DOCE MENTIROSA por Bel Nobre

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 1856
Acessos: 180   |  Postado em: 28/08/2025

Capitulo 44


                 CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO.

 O  frio que Ágata estava sentindo não era só no corpo. Era um frio que começava na pele, mas achava um caminho até a alma.

 Marcela colocou sobre os ombros de Ágata um cobertor com a mesma delicadeza de quem protege algo frágil do vento, ajeitando-o para que nenhum pedaço ficasse descoberto. Sem pensar, aproximou-se até que o tecido as envolvesse juntas, criando um casulo quente onde o frio lá fora já não podia alcançá-las.

Ágata a olhou por um momento querendo dizer algo, qualquer coisa: uma piada, talvez, um comentário sobre o tempo ou a viagem. Mas as palavras ficaram presas, como se a garganta tivesse se fechado por dentro.

Deitaram-se juntas. O calor do corpo de Marcela contra o dela deveria bastar, mas havia um espaço… um espaço estranho, invisível, que Ágata não sabia como atravessar.

Sempre fora feita de vozes e gestos. Falava com as mãos, com o rosto, com o riso. Enchia o ar de histórias como quem pendura bandeirinhas coloridas num dia de festa. Mas agora… nada.

O silêncio a engolia. Era como estar num quarto sem janelas, respirando um ar que não lhe pertencia.


Marcela sentia isso. Sentia no jeito contido da respiração, na ausência daquele brilho inquieto que costumava dançar nos olhos de Ágata. Era como se pudesse ouvir seus pensamentos correndo e tropeçando. Mas não pressionou. Não forçou. Apenas ficou ali, presente, permitindo que o tempo fizesse o que ela não podia.

E Ágata se perguntava: quando foi que a própria voz ficara tão pesada para carregar?

No fim, não aguentou. Era isso ou se afogar. As palavras vieram. Poucas. Baixas. Mas vieram.

— Me desculpa por travar diante de todo aquele luxo. Aquilo só confirmou o que eu temia… minha mãe está mesmo envolvida com a facção. Nunca que ela teria um padrão de vida assim. Por um tempo, o papai pagava pensão, mas ele parou quando ela se casou com o, Farias. E ele… ele também nunca foi rico. Ter essa certeza mexeu demais comigo.

Marcela passou a mão com delicadeza pelos cabelos de Ágata.
— Eu entendo.   — Disse Marcela passando a mão com delicadeza pelos cabelos de Ágata.  — Sei como se sente meu amor… e não quero te forçar a nada. É da sua mãe que estamos falando, da sua família. — Ela respirou fundo, como se quisesse transmitir segurança. — Pedi para o Jacinto vir me encontrar. Ele chega hoje de madrugada e, amanhã cedo, vem até aqui para decidirmos como vamos fazer o reconhecimento.


 — Eu fico preocupada pensando num confronto, ela tem duas filhas, eu sempre digo para Mercedes que não gosto delas, mas é mentira hoje ali de frente para aquela casa, eu só pensava nelas,   são minhas irmãs e não sei como agir, eu fico com um peso na consciência, estou dividida.

— ​Eu sei, amor. Por isso eu não queria que você se envolvesse,— a voz de Marcela diminuiu.— Eu não vou estar lá na hora em que os prenderem, mas vou sempre carregar isso comigo, que não pude livrar sua mãe de ser presa.

​Marcela também se sentia dividida. Seus sentimentos se misturavam: proteger a mulher que amava ou expô-la ao perigo? Por mais que tentasse tranquilizar Ágata, a verdade é que ela sentia a necessidade de que a mulher estivesse dentro da residência da mãe, tirando as fotos, para que o assunto fosse encerrado de uma vez por todas. Só assim, com o Magnata atrás das grades, ela poderia viver em paz com sua filha — mesmo que sua liberdade estivesse ligada à destruição da família de quem amava.

— Você não tem culpa das escolhas que minha mãe fez… nem eu. — A voz de Ágata saía entrecortada, como se cada sílaba tivesse que atravessar uma camada grossa de dor. — Mas não consigo evitar essa sensação de que é minha responsabilidade… de que tem algo errado comigo. E também tem as meninas… — a garganta fechou antes de terminar — Eu não posso abandonar as duas se os pais forem presos. Elas são minhas irmãs.

O peito apertava, como se um punho invisível estivesse espremendo suas costelas. Ágata sempre se manteve de fora, como espectadora distante da vida daquelas garotas, mas agora a vida a empurrava para dentro — para o centro de uma tempestade que não pediu para viver. E, no fundo, havia o medo que mais doía: o dia em que as meninas descobrissem que os pais estavam atrás das grades… e que uma das responsáveis era a mulher que Ágata amava. Como elas olhariam para Marcela depois disso? E para ela? O gosto amargo da antecipação queimava sua boca.

Marcela a observava como quem reconhece uma ferida aberta. Não tentou racionalizar, não tentou convencer. Apenas abriu os braços, num gesto que dizia mais do que qualquer frase.
— Vem… deita aqui. Amanhã a gente enfrenta tudo. — A voz dela era calma, mas carregava uma gravidade que sustentava.

Ágata deixou o corpo ceder, meio por rendição, meio por necessidade, estava exausta emocionalmente, tudo na sua vida antes rotineira e sem emoção, agora tinha virado uma bagunça. Escorregou até repousar sobre o peito da policial, sentindo o compasso lento do coração dela, como se fosse o único som capaz de organizar o caos. Ficaram assim, duas ilhas se agarrando no meio de um mar revolto. O cansaço foi mais forte que o medo, e o sono as engoliu, deixando para o amanhã  dura realidade que as esperavam do outro lado da porta.


​Algum tempo depois.

 Ágata sentiu como se tivesse sido arrancada do sono por uma mão brusca e invisível. O coração disparou antes mesmo de entender o que estava acontecendo, a respiração veio curta, ofegante enquanto sua mente ainda lutava para emergir da névoa do sono, confusa sem poder distinguir o que era real e o que era pesadelo. O som veio mais forte seus músculos se contraíram num reflexo de defesa e sem querer bateu em Marcela que dormia um sono tranquilo, seu corpo se agitou mais uma vez com a descarga de adrenalina com o medo a possuindo, só então acordou de verdade assustada com o som estridente do interfone, que não conseguia atinar o local onde estava instalado.

​Marcela com a pancada se sentou logo em seguida, desorientada. Esticou o braço por cima da cabeça de Ágata, pegando o celular que jazia esquecido na mesinha de cabeceira. A luz da tela iluminou o quarto escuro.

— ​Está cheio de chamadas do Jacinto e da Valesca, — ela murmurou com a voz rouca de sono. — E ainda nem amanheceu. São quatro horas.— Ela virou o celular, mostrando a tela para Ágata, que despertou por completo.

— ​Aconteceu alguma coisa grave?— Ágata perguntou, levantando-se. Uma rajada de ar gelado atingiu seu corpo e a fez voltar a se enrolar nas cobertas.

—​ Vou ver quem está interfonando.— Marcela saiu do quarto, deixando a porta entreaberta. Ágata se encolheu ainda mais, mas a ansiedade era maior que o frio. Ela se levantou e seguiu para a sala, caminhando com uma certa dificuldade arrastante parte da coberta pelo piso.

​Na sala, encontrou um Jacinto alterado. Ele apenas a olhou de relance, continuando o relato.

—​ Houve uma denúncia anônima, avisando que o Magnata ia fugir do esconderijo. A polícia invadiu, houve troca de tiros.

​— Como você ficou sabendo, Jacinto? Você só chegaria hoje de manhã.

— ​Assim que você mandou a mensagem, eu fui correndo comprar a passagem. Cheguei faz pouco tempo e fui direto para o apartamento do Leleco. Um amigo dele foi quem falou da invasão.

Ágata ficou paralisada, como se o ar ao seu redor tivesse se tornado denso demais para respirar. O som das vozes chegava abafado, como se viesse debaixo d’água, e um frio áspero subia-lhe pela espinha, arrepiando cada fio de cabelo. O coração batia rápido e pesado, empurrando o sangue contra os ouvidos. Na mente, as imagens vinham e iam como flashes em preto e branco — sempre voltando para a mesma cena: ela, criança, parada no portão do colégio, observando as outras meninas correndo para os braços das mães. A dela nunca estava lá. O nó no estômago apertou. Era essa solidão que suas irmãs herdariam. Só que, para elas, o destino seria ainda mais impiedoso — não teriam nem um pai para ampará-las, como ela tivera. O pai das meninas pelos monos de uma delas também estava preso, e aquele peso parecia esmagar Ágata por dentro.



​— Jacinto, sabe dizer se prenderam as duas garotas?

​Os dois se viraram no mesmo instante, assustados. Tão preocupados estavam que nem tinham percebido a presença dela.

— ​Não sei te dizer, Ágata. O Leleco está na delegacia para onde eles foram levados, vai acompanhar com os repórteres, disfarçado de jornalista. Vai tentar fotografar todos eles para que a Marcela possa fazer o reconhecimento. Está passando ao vivo na televisão.

​Marcela pegou o controle remoto, ligou a televisão e a imagem de uma rua cheia de carros de polícia surgiu na tela. Repórteres falavam olhando para a câmera, e, por trás deles, bandidos eram puxados de dentro dos carros e conduzidos à delegacia.

— ​Em uma operação conjunta entre as polícias civis do Rio de Janeiro e de Pernambuco, um dos líderes do Comando Vermelho no Sertão Nordestino foi preso nesta terça-feira (28) em uma chácara na zona rural de Queimados, na Baixada Fluminense."

​Marcela e Jacinto se sentaram na mesa de centro, ficando bem próximos da televisão. Jacinto aumentou o volume. Ágata não conseguiu ficar sentada. Preferiu ficar em pé, com os olhos vidrados na tela.

— ​O criminoso, considerado um dos chefes da facção na baixada fluminense, estava foragido e utilizava documentos falsos para se esconder das autoridades. A prisão foi resultado de uma ação coordenada entre agentes da 33ª DP (Queimados), 23ª DP (Japeri), Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte). 

​O repórter continuava: —Segundo os agentes, ao ser abordado, o homem tentou se passar por outra pessoa, apresentando documentos falsos que usava há cerca de dez anos. Durante esse período, ele chegou a abrir contas bancárias em nome falso para movimentar dinheiro proveniente do tráfico de drogas e outros crimes aqui mesmo no Rio de Janeiro. A mulher responsável pela lavagem do dinheiro do tráfico conseguiu fugir junto com o poderoso chefão, conhecido como Magnata. Contra ele constam sete mandados de prisão por crimes como homicídio qualificado, organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, roubo, tortura e porte ilegal de arma de fogo. Todas as saídas de rodovias e aeroportos estão nesse momento vigiados. Segundo o Delegado e encarregado das prisões, até o meio-dia, o resto da quadrilha estará na prisão.

— ​Durante a operação, os policiais também cumpriram mandado de busca e apreensão no imóvel onde ele se escondia. Foram encontrados seis aparelhos celulares utilizados para manter contato com comparsas e repassar ordens à organização criminosa na Paraíba, Pernambuco, Salvador e Ceará."

—​ A Mercedes fugiu, é isso? Ágata perguntou, com a voz embargada.

— ​Parece que sim, Chiara, e pelo visto o Magnata também."



Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 44 - Capitulo 44:
Mmila
Mmila

Em: 29/08/2025

Putz! 
A operação falhou?!?!?

E agora?!?!?!?

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web