• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • MINHA DOCE MENTIROSA
  • Capitulo 43

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • O relacionamento
    O relacionamento
    Por May Poetisa
  • Pelas
    Pelas lentes dela
    Por Anonimo 403998

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

MINHA DOCE MENTIROSA por Bel Nobre

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 2166
Acessos: 209   |  Postado em: 28/08/2025

Capitulo 43

 



Ágata nunca gostou de avião, tinha pavor só em pensar de ficar presa num ambiente apertado como os assentos da aeronave, sentia o coração bater em um ritmo desigual enquanto o avião taxiava pela pista. O ronco crescente dos motores misturava-se à expectativa que latej*v* em suas têmporas. Sentada entre a janela e Marcela, ela apertava com delicadeza o apoio de braço, tentando disfarçar o nervosismo com um sorriso pequeno e os olhos fixos na janela.

Através do vidro ovalado, o mundo do lado de fora parecia uma maquete viva. Os caminhões de abastecimento corriam como formigas apressadas, os sinais piscavam em vermelho e amarelo, e ao longa extensão de concreto reluzia sob o sol de fim de tarde. 

O Boeing 737 sacudiu levemente, e o estômago de Ágata pareceu ficar para trás, preso ao chão do aeroporto Pinto Martins. Ela apertou os braços da poltrona com tanta força que os nós dos dedos empalideceram, o coração batendo feito tambor de escola de samba em dia de ensaio geral. Era sua primeira vez voando depois de tantos anos, e o medo parecia maior do que a fuselagem inteira do avião.

Marcela observa em silêncio segurando sua mão direita com carinho. Quando a cidade começou a encolher sob seus olhos.

Ágata arregalou os olhos, como uma menina descobrindo o mundo pela primeira vez. Abaixo, Fortaleza se desfazia em pedaços de luz e sombra, e a linha da costa — aquele azul sem fim — se confundia com o céu.

Quando o avião virou levemente rumo ao sul, Ágata viu as serras surgindo no horizonte. A Serra da Aratanha parecia um corpo de mulher adormecida, envolta em névoas leves como lençóis finos. Mais ao fundo, a Serra de Baturité se elevava com uma solenidade quase mística, como se guardasse segredos que só o vento conhecia.

As nuvens finas tocavam os picos com delicadeza, e Ágata, mesmo com o medo ainda pulsando no peito, não conseguiu evitar o arrepio de encantamento.

Era como se estivesse vendo a alma da terra cearense se despedindo dela — silenciosa, imponente, bela.

Ela respirou fundo, tentando não pensar no barulho dos motores, nem no chão que agora estava tão distante. Em vez disso, fixou os olhos naquela paisagem que parecia pintada à mão por algum deus artista. Seu medo, por um instante, se calou diante daquela beleza. E no silêncio que se fez dentro dela o medo adormeceu.

A mão dela foi acariciada, os dedos de Marcela ao lado. Apertou os seus dando-lhe segurança. 

— Não sabia que tinha medo de viajar de avião? — Marcela falou baixinho para não incomodar os passageiros ao lado que se ajeitavam para dormir.

— Acho que é o único medo que tenho, sempre que viajo o papai vem junto, é terrível para ele eu aperto tanto sua mão coitado, mas também é só na decolagem, que fico assim.— confessou com uma certa timidez, no olhar.

— Esses medos são a coisa mais normal do mundo, pelo menos você é corajosa e enfrenta seus pesadelos.

Marcela falou sentindo cada palavra, lembrava de amigos na polícia que fazia uma viagem mais longa de ônibus para evitar voar.

Ágata inspirou fundo. O cheiro do couro dos assentos, misturado ao ar artificial e à fragrância discreta do perfume de Marcela, formava uma atmosfera surreal. Era como se estivessem entre mundos — não mais em solo firme, ainda não no céu. Seus olhos buscaram instintivamente a presença da policial ao seu lado. Bastou o toque leve da  mão sobre a sua para que sentisse o peito amolecer. Havia segurança ali. E havia também o calor familiar no olhar atento de Marcela, que se curvava para ver se ela estava bem.

— Tudo certo? — Marcela perguntou, com voz baixa.

Ágata assentiu, mas por dentro, a emoção era uma mistura complexa de ansiedade, curiosidade e uma pontada de medo infantil — como se estivesse prestes a ser lançada em um mundo desconhecido, mas, ao mesmo tempo, guiada por mãos confiáveis.

Quando o avião finalmente se desprendeu do solo, Ágata sentiu o estômago revirar por um instante. A pressão a empurrou de leve contra o assento e uma onda de calor subiu pelo peito. Pela janela, a cidade foi se tornando um mapa de luzes e formas, e depois, apenas um recorte tênue entre as nuvens e o céu limpo.

Ali, em meio ao barulho constante e à vibração do voo, Ágata fechou os olhos por um instante e se permitiu sentir. Estava em movimento, no ar, entre o passado que deixava para trás e o futuro incerto que se aproximava. Mas não estava sozinha. E isso fazia toda a diferença.

O pouso foi suave, mas Ágata sentiu o impacto por dentro como um soco mal dado, daqueles que não derrubam, mas te fazem cambalear por dentro. Pela janelinha oval do avião, reconheceu a silhueta embaçada do aeroporto do Galeão. Nada parecia exatamente igual — mas também não era completamente diferente. A umidade no ar, o céu pesado de nuvens cinzas, o movimento apressado dos carros nas pistas paralelas à pista de pouso… tudo isso mexia com alguma coisa que ela nem sabia que ainda estava guardada.

Descer do avião foi como mergulhar num tempo congelado. Recebeu no rosto o  calor úmido, aquele bafo morno que o Rio fazia questão de entregar, como um abraço que não se pediu, mas que traz memória. O cheiro também era o mesmo: mistura de asfalto quente, maresia distante e um leve toque de gordura frita no ar — provavelmente vindo de alguma barraca escondida nos arredores do aeroporto. Respirou fundo com a mesma sensação de solidão e abandono que sentiu a primeira vez que visitou a cidade maravilhosa.

Ao lado de Marcela ela seguiu silenciosa até a saída, onde o Uber já esperava. Um sedã comum, vidro fumê, música baixa no rádio.

— Para Baixada, deixa eu ver, rua Silvia Paulet 285 Duque de Caxias, né? — confirmou o motorista, ajeitando os óculos escuros mesmo com o tempo nublado.

— Isso mesmo.

Ágata aguardou Marcela confirmar. O carro partiu, e o vidro fechado não impediu que seus olhos percorressem cada detalhe da paisagem do lado de fora. A estrada logo se abriu em avenidas largas, viadutos com grafites desbotados, muros altos escondendo galpões, passarelas enferrujadas com pedestres apressados. A cidade a provocava com flashes do passado — como se dissesse: lembra disso? Lembra de mim?

Quando adolescente, ela veio ao Rio apenas uma vez. Uma visita curta, cheia de expectativa, com olhos curiosos demais para tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Agora, tudo parecia menor, gasto, e, ao mesmo tempo, mais real. Não havia mais o brilho da novidade. Lembrou da garota gordinha que usava trança, que desceu ali aos treze anos, cheia de arrependimento de ter aceitado ir visitar a mãe, sentia saudade do pai e da sua terra natal, olhava para todo lugar estranhando as cores e o cheiro, foi então que decidiu nunca mais fazer outra viagem para visitar a família. E agora estava ali outra vez.

A Avenida Brasil parecia não ter fim. O trânsito corria e parava num ritmo descompassado. Carros, motos, caminhões, buzinas, vendedores ambulantes entre as faixas. Era como atravessar o ventre da cidade — e ele rugia, suava, resistia. Os morros ao longe surgiam tímidos entre os prédios, com suas casas empilhadas, janelas acesas em plena tarde, roupas dançando no varal. Ágata encostou a cabeça no vidro e fechou os olhos por alguns segundos. Aquilo tudo ainda era o Rio, mas também já era outra coisa. Menos romance, mais sobrevivência.

O carro entrou nos limites da Duque de Caxias, na vila suçuarana, área de classe média alta onde estava situada a casa da sua mãe.

A rua de mão única arborizada, com cercas-vivas altas e poucas casas visíveis da calçada - favorecendo o sigilo e movimento discreto, garagem interna para dois carros, com entrada lateral separada da casa principal.

Ágata observava o luxo da residência muito diferente da casa que ela lembrava.

O Uber parou na rua larga em frente a casa, onde os postes distantes um do outro, iluminava forte, e o cheiro de árvores espalhadas nas calçadas invadiu o interior do carro por uma fresta do vidro.

Ágata olhou pela janela. Seu coração batia forte, entre ansiedade e medo. Ali, tudo era diferente do que ela sabia da vida que a mãe levava, Mercedes nunca falou que tinha essa vida de luxo, o que comprova as suspeitas do seu envolvimento com o tráfico podia acontecer.

Marcela sentiu a insegurança da sua namorada que olhava a tudo em silêncio.

 O motorista girou no banco com um sorrisão:

— Pronto, moças! Chegamo! Agora é só esticar as pernas e tomar um cafézinho, né?

Mas antes que ele pudesse encerrar a corrida. Marcela colocou a mão em seu ombro pedindo.

— Motorista, acabo de receber uma mensagem da minha tia avisando que precisou fazer uma viagem, não tem como descermos, pode mudar o trajeto para avenida atlântica em Copacabana?

O sorriso dele congelou.

— Copacabana? — piscou, confuso. — Cês tão de sacanagem, né?

Ágata olhou assustada para o motorista. Marcela conhecendo o jeito malandro dos cariocas, apertou com carinho a mão da italiana, e sorrindo explicou.

— É que surgiu um imprevisto... a gente precisa ir para lá ainda hoje.

O motorista apoiou o braço no volante, olhou pelo retrovisor, e soltou aquele suspiro dramático de carioca cansado:

Balançou a cabeça, mas sem perder o bom humor:

— Eu devia era cobrar ingresso, hein? Só faltou o pão de queijo e a garrafinha d’água.

Depois, deu de ombros e pegou o celular:

— Vambora, né? Só me promete que o próximo destino não vai ser Maricá, senão vou ter que dormir no carro!

O carro deixou para trás o centro movimentado de Duque de Caxias, cruzando ruas largas e estreitas, ladeadas por lojas populares, farmácias, padarias e os camelôs que ainda resistem às pressas da cidade. Passou pelas avenidas Leonel Brizola e Presidente Kennedy, contornando o vai e vem das vans e ônibus lotados, até acessar a Rodovia Washington Luís.

Com o rádio ligado num volume baixo e o vidro entreaberto deixando o vento morno entrar, o motorista manteve o foco enquanto o carro ganhava velocidade rumo à Linha Vermelha. O cenário urbano da Baixada foi aos poucos sendo substituído pelos grandes viadutos, colunas de concreto e o desenho distante do Cristo Redentor que começava a surgir entre os prédios, como uma sentinela da cidade.

Agata perdida em pensamentos continuava em silenci0, olhando todo pelo vidro embaçado da janela, Marcela respeitou seu silêncio, passou um braço por cima dos seus ombros a puxando para mais perto, notando uma resistência ela mesma foi para ficar mais perto.


Ao entrar na zona norte do Rio, a paisagem mudou de novo — túneis, comunidades encravadas nos morros, grafites coloridos e viadutos entrelaçados. A Linha Vermelha deu lugar à Avenida Brasil por um curto trecho antes do acesso à zona sul pela Perimetral e depois o Túnel Rebouças. Lá dentro, a escuridão intercalada pelas luzes amareladas do teto dava uma sensação quase cinematográfica.

Ao sair do túnel, o impacto visual foi imediato: o verde intenso do Parque Lage, a imponência do Corcovado à esquerda e, logo à frente, a Lagoa Rodrigo de Freitas com suas águas serenas refletindo o céu. O carro seguiu pela Avenida Epitácio Pessoa, contornando a lagoa, até alcançar o Túnel do Corte do Cantagalo, que conecta Copacabana ao restante da zona sul.

Já em Copacabana, o trânsito apertado, os turistas arrastando malas pelas calçadas, os vendedores de mate e biscoito Globo, e os ônibus disputando espaço com carros e motos compunham a clássica confusão do bairro. Mas bastou entrar na Avenida Atlântica para tudo se abrir: do lado esquerdo, a imensidão do mar azul-acinzentado, ondas quebrando suaves, quiosques iluminados e banhistas caminhando na areia mesmo com o dia quase terminando.

Marcela observa tudo, por dez anos essas paisagens fizeram parte de sua rotina.

O carro reduziu a velocidade próximo ao Leme, onde o movimento já era mais tranquilo. À direita, os edifícios antigos com varandas elegantes se alinhavam como sentinelas discretas da orla. Uma dessas construções era o destino.

O motorista parou em frente ao prédio de fachada bege, portaria envidraçada e janelas com cortinas de linho. Um porteiro de camisa social aguardou as passageiras descer, reconheceu uma delas, mas permaneceu no posto esperando a moça pagar a corrida, quando o carro seguiu em frente ele abriu o portão com eficiência silenciosa. 

A brisa salgada vinda do mar invadia o hall, misturando-se ao perfume cítrico do ambiente. 

— Boa noite dona Marcela, suas chaves estão  na portaria, a moça da limpeza veio hoje a tarde limpar tudo e fazer as compras que a senhora pediu,.

—Muito obrigado seu Arlindo. Vou direto para o apartamento, estou exausta.

 

Passou o braço sobre o ombro da Italiana e cada uma puxou sua mala de rodinha, Lá dentro, o elevador espelhado refletia o nervosismo e a expectativa de quem chegava.


Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 43 - Capitulo 43:
Mmila
Mmila

Em: 29/08/2025

Vem muita emoção por aí.....

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web