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MINHA DOCE MENTIROSA por Bel Nobre

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Palavras: 2401
Acessos: 217   |  Postado em: 17/08/2025

Capitulo 42

 CAP.  QUARENTA E DOIS




            O céu ainda carregava o peso da madrugada quando a moto cortou a estrada silenciosa, às 4h30 da manhã. O vento frio mordia o rosto, atravessando a jaqueta como agulhas geladas, mas havia algo de libertador naquele arrepio. À frente, a escuridão começava a ceder — tímida, quase envergonhada — para um azul pálido que brotava no horizonte. Era o dia se anunciando, lento e solene.


                   A cada quilômetro, o céu se tingia de novos tons: do cinza profundo ao rosa suave, até que uma faixa dourada começasse a desenhar as silhuetas das árvores. Os faróis da moto ainda eram necessários, mas já competiam com o brilho crescente que escorria por entre as nuvens. O mundo parecia suspenso, parado entre o último suspiro da noite e o primeiro fôlego da manhã.


                    No capacete, o som do motor abafava os pensamentos. Só restava o instante. O frio, o vento, o cheiro da terra úmida, e aquele céu em mutação, Ágata apertou a cintura de Marcela, sentindo a  nas suas costas o som da sua respiração, e o  cheiro do seu perfume original, fechou os olhos fugindo dos problemas que  estavam bem próximos.



                A casa estava silenciosa quando chegaram. O restaurante estava fechado. Chiara olhou para o relógio; ainda era cedo, não passava das oito horas. Seu pai devia estar dormindo.

— Entre, vá tomar banho. Enquanto isso vou preparar um café  bem forte, para espantar o sono.

— Ágata disse, a voz suave, quebrando o silêncio.

Marcela, ainda indecisa sobre os sentimentos da sua Italianinha, depois das descobertas recentes, querendo apagar de vez o mal-entendido, puxou para um abraço, pegou alguns fios de cabelos marrons e colocou atrás da orelha da sua Chiara, sussurrando bem próximo.

— Coloque a água no fogo baixo e venha tomar banho comigo.

No instante em que Marcela falou, a tela do celular acendeu, ela lançou um breve olhar, mas não deu importância. 

A chamada caiu. Marcela fez um gesto rápido, como quem diz “viu só? Ela desistiu”, mas nem deu tempo para o silêncio se acomodar — o toque insistente do celular começou, cortando o ar com uma urgência irritante.


— Por que não atende logo? — Chiara perguntou, mais exausta do que impaciente. — Foi assim a noite toda...

Como se Ágata estivesse ouvindo, o aparelho vibrou de novo. Marcela pegou o celular, leu a notificação, digitou algo com dedos ágeis e desligou.

— Escrevi que não fui porque a Alex ainda está com febre. — Ela suspirou, sentando-se devagar no sofá. — Isso deve dar um pouco de paz... por enquanto.


Chiara se aproximou sem dizer nada. Sentou ao lado dela, os joelhos se tocando de leve, enquanto aguardava a água começar a ferver na chaleira. 

— Eu sinto como se estivesse dentro de uma onda forte, que me arrasta para o fundo... e eu não sei onde me segurar — desabafou Chiara, com os olhos marejados, tentando parecer mais firme do que realmente estava.


Marcela entendeu de imediato. Não apenas pelas palavras, mas pelo jeito como ela apertava os lábios, como evitava o olhar direto, como sua mão tremia entrelaçada à dela. Em silêncio. Marcela a puxou um pouco mais para perto e apertou sua mão com força, como quem ancora.


— Eu te entendo, de verdade. Mas quero que saiba que vou estar do seu lado, sempre. Mesmo que tudo conspire contra sua família, eu estarei lá. Não vou te deixar sozinha nem por um segundo, porque eu sei que você é inocente. Sei disso com cada parte de mim.


Chiara desviou os olhos, mas um suspiro escapou como se finalmente pudesse respirar. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, uma voz interrompeu:


— Bambina... o que houve para já estar de volta?


O pai dela surgiu repentinamente na cozinha, com um pacote de pão ainda quente sob o braço e o rosto sereno de quem parecia ter acordado agora — apesar de todos saberem que ele virara a noite trabalhando.


Ágata levou um susto. Passou a mão nos cabelos como se tentasse se recompor num segundo indo para o fogão coar o café.


— Aconteceram umas coisas — disse, tentando soar casual, mas sua voz saiu baixa e tensa demais.


O pai olhou para as duas com atenção. Seus olhos percorreram Marcela, depois a filha, depois voltou para Marcela. Havia algo não dito flutuando no ar, denso como fumaça.


— Algumas coisas? — ele repetiu, colocando o pacote sobre a mesa e se aproximando devagar. — Que tipo de coisa?


Ágata hesitou. Marcela percebeu que ela procurava uma saída, uma forma de responder sem ter que mergulhar, na verdade. Mas naquele instante, a verdade já parecia estar entre todos ali, pairando invisível entre o silêncio e os gestos.


— É complicado, pai — ela disse, por fim, com os olhos fixos na mesa onde colocou a garrafa bom o líquido preto. 


O homem assentiu devagar, como quem não acredita, mas decide respeitar o tempo da filha. Pegou uma xícara no armário, serviu-se de café e se encostou no balcão, observando em silêncio.


Marcela continuava de pé, ao lado de Chiara, e não soltou sua mão.

— Sente papai, tenho umas coisas para perguntar— Ágata disse, a voz séria, sem rodeios.

— Vamos comendo enquanto conversamos —o pai sugeriu, sentando-se à mesa. Chiara colocou a garrafa de café junto com as xícaras. Cada um pegou um pãozinho, passando manteiga e colocando pedaços de queijo. Seu pai a olhava, tentando entender o que ela queria saber. Ágata estava muito ansiosa para permanecer calada.

— Papai, conte tudo que o senhor sabe da minha mãe no Rio de janeiro com o outro marido dela, não esconda nada—ela pediu, a urgência em sua voz.

O olhar do pai de Chiara foi para Marcela, que se ajeitou na cadeira, continuando a tomar seu café sem olhar na direção deles, mas com certeza atenta à resposta. 

— Sobre o que exatamente você está perguntando? — ele questionou, a voz cautelosa.

— Sobre o fato dela estar envolvida com bandidos — Chiara disparou, sem rodeios.

— A vida da sua mãe deixou de me interessar muito antes de você nascer. Depois que nasceu, o que ela faz da vida dela só diz respeito a ela, desde que não prejudique vocês dois", o pai respondeu, a voz carregada de um cansaço antigo.

— Pois pode prejudicar sim— Ágata retrucou, a voz ganhando força. — O criminoso do qual Marcela e Alex estão fugindo, a história que ela contou para o senhor... pois bem, tudo indica que está foragido e morando na casa do irmão e da cunhada, ou seja, da mulher que me gerou.

No momento em que Ágata falou, ela ficou preocupada. Seu pai tremeu a mão que segurava a xícara, depositando-a rapidamente na mesa para não derramar, espalhando sujeira por todo lado, e ficou pálido.

— Papai, o senhor está bem? Está sentindo alguma coisa?— Ágata perguntou, a voz cheia de alarme já de pé ao lado do pai.

— Estou bem, foi só uma tontura. — O senhor tirou os óculos, passou a mão nos olhos, em seguida limpou as lentes na própria roupa e de modo desconfiado perguntou — Isso é verdade. Marcela? — ele perguntou, a voz fraca, os olhos fixos na policial.

— Sua filha está dizendo a verdade — Marcela confirmou, a voz séria. — Ontem era para eu ir disfarçada para o Rio fazer o reconhecimento do homem que estava escondido numa casa na baixada fluminense. A Chiara ia comigo, por isso pediu o endereço da mãe ao senhor. Então descobrimos que o endereço é o mesmo, ou seja, o bandido que todos querem pôr as mãos é cunhado da sua ex-esposa."

— E como isso pode prejudicar? Ágata nunca esteve presente na vida da mãe, ou vice-versa", o pai de Ágata argumentou, a confusão evidente em seu rosto.


— Isso não é toda a informação, eu tenho uma amiga juíza, que está juntando provas para incriminar o Magnata, ela soube que ele está escondido na casa do irmão dele na baixada fluminense, e que a cunhada vem para o Ceará duas vezes por ano.—Marcela, afastou a xícara para o meio da mesa ainda com um resto do líquido e a seu lado colocou o que sobrou do seu pão gesto acompanhado pelo pai de Ágata que fez o mesmo, limpou a boca e comentou.

— Muita gente vem duas vezes por ano para Fortaleza devido às nossas praias. É normal.

— Deixa de ser normal, quando essa mulher tem o nome de Mercedes, e sempre fica no mesmo endereço, ou seja, na rua Silva paulet, para ser mais exata, na casa onde até bem pouco tempo o senhor e a Chiara moravam.


O ar pareceu desaparecer da sala.

Seu Gregório empalideceu de súbito. O garfo, que ainda segurava um pedaço de mamão, caiu no prato com um tilintar seco. Os olhos, antes firmes e vivos, se tornaram opacos, perdidos num ponto qualquer da parede à sua frente. O nome "Mercedes" ressoava em sua cabeça como um tambor surdo, batendo em loop, até que o rosto dela — mais jovem, mais viva, mais perigosa do que ele imaginava — emergiu em sua memória com força.

— Não... — murmurou, como se recusasse a aceitar o que ouvira. — Mercedes? A mãe dos meus filhos?

Passou as mãos pelo rosto com esforço, como se tentasse acordar de um pesadelo. O suor frio começava a escorrer pelas têmporas, e uma dor aguda nas têmporas o fez franzir o cenho. Sua respiração ficou rasa, irregular. O peito arfava. Tentou disfarçar para não preocupar a filha que não tirava os olhos de seus movimentos.

— Isso é... isso é sério? — perguntou, agora encarando Marcela com olhos arregalados, quase infantis de incredulidade. — Você tem certeza disso?

— Absoluta.  O rosto, a digital e o padrão de movimentação não deixam dúvidas. Ela é a gerente financeira da maior facção criminosa do Rio de Janeiro. Só está solta porque se esconde muito bem. E usa Fortaleza como refúgio. Estão agora puxando os dados das pessoas com quem ela mantinha contato.

Seu Gregório se levantou num impulso, a cadeira arrastando bruscamente no chão. Levou a mão ao peito, como se algo ali dentro estivesse se partindo devagar.

— Quinze anos... — disse, num fio de voz. — Quinze anos vindo aqui, entrando na minha casa... Eu dava café, trans*va com ela. Sempre nossa vida íntima nunca mudou, eu Pensava que ela vinha com saudade dos filhos... e era só fachada?

Cambaleou. Marcela se levantou, preocupada, pronta para segurá-lo, mas ele ergueu uma das mãos, pedindo silêncio.

— Eu dormia com ela a cada visita, não me envergonho de continuar sendo o outro, afinal eu nunca fui atrás da Mercedes, ela é que sempre vinha com o pretexto de ver os filhos.  Achei que ela fosse uma mãe amorosa, no início ela quis levar a Chiara, fui eu que não permiti, com o passar dos anos ela parou de insistir e depois veio as meninas filhas do farias, pelo menos a mais velha é dele.

Fez-se um silêncio denso. O tipo de silêncio que só a verdade cruel consegue produzir.

Seu Gregório se sentou novamente, mais devagar dessa vez. Os olhos marejados, as mãos trêmulas apertando o guardanapo com força.

— E as meninas? — perguntou, quase num sussurro. — E a pequena Zara? Meu Deus... , E se essa mulher usou as meninas também? E se tudo isso foi um plano?

— Não acredito que Mercedes seja capaz de machucar os próprios filhos — disse Marcela com firmeza, os olhos fixos em Gregório. — Mas ela é perigosa, e está envolvida com gente que não tem limites.

Gregório assentiu devagar, absorvendo cada palavra. — Obrigado por me contar... eu só não sei se consigo suportar o que vem depois.

— Vai conseguir — Marcela respondeu, sua voz firme e confiante. — Porque agora o senhor sabe com quem está lidando, e isso já muda tudo. A casa em que vocês moravam, por exemplo, está no nome de quem?

— Era alugada. Eu moro lá há muito tempo, mas o que é meu mesmo é o restaurante, o estacionamento ao lado e a casa ao lado do restaurante.

Nesse momento, Chiara interveio, olhando do pai para a policial. — Papai, o que vocês conversaram da última vez que ela veio?

Gregório suspirou. — O de sempre: minha desconfiança de que sou o pai da Zara e meu pedido por uma amostra do DNA. Ela teme que Farias descubra que a menina não é dele. Mas dessa vez, ela exigiu que Chiara viesse morar aqui, e disse que, a partir de agora, ia demorar a vir.

— Acho que ela desconfiava que estava sendo seguida, por isso a pressa — Marcela explicou, a voz grave. — O simples fato de vocês serem família... se essa informação cair nas mãos dos meus superiores, vão acreditar que caí numa cilada, que Chiara está envolvida. Até que ela prove o contrário, eu estarei suspensa, respondendo a processo, e a segurança dela ficará comprometida.

Gregório e Marcela olharam perplexos para a italiana, que começou a enumerar os obstáculos com os dedos.

— Como vamos fazer? Você não pode fazer o reconhecimento, eu não tenho argumento para chegar de uma hora para outra na casa da minha mãe, e se papai for lá, o marido da Mercedes terá certeza de que foi traído.

— Amor, não é tão simples assim — respondeu Marcela, sua voz calma, mas cheia de tensão. — Você está se esquecendo de que, se for realmente o Magnata, a polícia vai invadir a casa. Sua mãe e suas irmãs estarão correndo risco. Se ousarem revidar, haverá troca de tiros. Nenhum dos lados vai ceder, e eu não posso permitir que você fique no meio do fogo cruzado, tampouco que ajude a prender sua mãe.

Chiara ficou em silêncio por longos minutos, o coração disparado sob o peso de uma verdade que ela mesma iria ajudar a revelar. O nome de sua mãe estaria nos relatórios policiais, junto aos outros comparsas. Não como uma vítima, não como alguém manipulada, mas como parte da engrenagem.

Mercedes nunca foi sua mãe na realidade, mas ela saiu do seu ventre. Será que suas crenças e convicções a transformariam na pessoa capaz de entregar a mãe e deixar duas crianças desamparadas?

 

Fim do capítulo


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Comentários para 42 - Capitulo 42:
Mmila
Mmila

Em: 17/08/2025

Uau!

Tô com dó da Chiara e apreesinva com a situação da Marcela.

E o pai da Chiara..... totalmente vendido na situação.

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