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  • O Nosso Recomeco - 2a Temporada
  • capitulo vinte e quatro: o maior prazer

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O Nosso Recomeco - 2a Temporada por nath.rodriguess

Ver comentários: 2

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Palavras: 4385
Acessos: 755   |  Postado em: 28/08/2025

capitulo vinte e quatro: o maior prazer

CAPÍTULO 24. O MAIOR PRAZER. 

            Eu juro que tentei começar o dia sem arrumar problemas. Mas, como vocês sabem, eu sou a Anna. Uma pessoa respirando errado eu já me irritava — e quando essa pessoa era Ricardo, a irritação vinha em dobro.

            — Eu não consigo entender, Roberta. Sinceramente... — minha voz era de extrema irritação e cansaço — Eu não entendo como podemos estar com um sócio sênior tão incompetente, é só você olhar os números e ver o quanto o setor de civil está engessado, com ideias arcaicas. Me dá nervoso!

            — Anna, você só está assim porque ele mexeu com seu estagiário — ela tira os óculos do rosto para me olhar

            — Anthony está aprendendo. O nome já diz: “estagiário”. Ele não tem autoridade pra vir da puta que pariu mandar no meu cara. É o nome Florence que está na porta, porr*. — me levanto abrindo os braços, emputecida. Ou melhor, como dizem aqui as esposas dos meus presos: “embocet*da”.

            — Calma, Anna. Vamos ser racionais, ok? — ela tenta apaziguar, mas tudo o que eu quero é explodir. — Se ele protocolou a ação no juízo errado, era dever de quem estava supervisionando revisar a petição feita. Erro número um. Se ele chamou a atenção de Anthony na frente de outras pessoas, erro número dois. Não é esse tipo de liderança que prezamos aqui.

            A interrompo com a fúria já na ponta da minha língua.

            — Erro número três: ele pegou um estagiário que não era dele. Eu contratei Anthony e não dei permissão em momento algum para pegar o meu funcionário, ainda mais colocá-lo no setor de civil. Sem a minha presença. Sem a minha autorização.

            — Vou chama-lo para conversar, Anna. Eu entendo que esteja chateada e... — suspira — Infelizmente para o Conselho ele é um membro valioso.

            — Roberta, posso ser sincera? Eu tô cagando pra conselho. Resolva isso. Soluciona esse problema. Caso você não solucione, solucionarei eu mesma e garanto que a minha forma de solucionar não vai ser tão apaziguadora quanto a sua.

            Bato a porta um pouquinho mais firme do que deveria e saio, procurando respirar dentro daquele ambiente tóxico. Algumas pessoas percebem e trocam olhares umas com as outras, olho feio para elas e saio batendo pesado com os meus saltos no chão. Maldito dia que decidi usá-los.

Lembro do desenho do Bob Esponja que assisti com Cecília ontem, queria muito ser a Sandy Bochechas para andar com a porr* de um aquário na minha cabeça a fim de evitar me afogar diante de um tanto de merd*... mas infelizmente isso aqui é a vida real e eu sou a CEO número 2. Busquei o elevador e apertei o botão da cobertura, eu precisava de ar. Ou de uma estratégia.

Quando chego, a cobertura está vazia. Poucas pessoas vinham aqui, mas com certeza vinham pelo mesmo motivo: evitar surtar.

Sentei-me em um banco de concreto que havia ali por alguma razão, peguei meu celular e liguei pra única pessoa que consegue me acalmar em dias nebulosos.

— Oi, meu amor — a voz dela do outro lado da linha é doce e automaticamente meu coração se aquece

— Meu amor... qual a chance de eu sequestrar nossa família pra um lugar especial hoje?

— Está tendo um dia ruim, né? — ela sorri ao falar

— Você me conhece tão bem...

— Claro que conheço, doutora Florence. Mas se serve de consolo, eu também estou tendo um dia ruim. Logo, vou adorar se você levar a gente no japonês.

Dou um sorriso. Ela realmente sabia que sushi e vinho era uma ótima pedida para dias de merd*.

— Quer me contar o que aconteceu? — pergunto, preocupada

— No jantar.

— Que misteriosa... — digo, meio desconfiada

—  Amor, eu preciso desligar agora. Tenho uma reunião com uma cliente e essa vai me deixar mais estressada do que já estou. — ela desconversa — Te amo, procura se acalmar e ficar em paz. Lembra que mais tarde tem um abraço acolhedor e uma caminha quentinha.

— Te amo mais. Lembra que mais tarde também tem uma esposa que te ama disposta a fazer uma massagem que cura dias difíceis.

— Hmm... já estou ansiosa — ela responde com a voz rouca, aquela voz que me dá vontade de largar tudo e sair correndo até ela.

Finalizamos a ligação e eu me levanto, indo até a beirada da cobertura. O vento é frio, não anda fazendo muito sol no RJ, estamos no inverno. Mas ainda assim, é melhor que o ar que está lá dentro do escritório.

Antes de retornar para minha sala, procuro Anthony no saguão dos associados. O encontro com o olhar cabisbaixo e abrindo, pelo que eu posso ver, a terceira lata de energético. Me preocupo, óbvio. Um feedback negativo — aliás, um esculacho — pois foi isso que Ricardo fez com ele, poderia deixar ele desmotivado.

Volto aos meus afazeres e troco algumas mensagens com Fê ao longo do dia, ela estava atarefada com algum cliente, não quis dar muitos detalhes.

Antes de sair do escritório, procuro Anthony em sua mesa para conversar, mas quando vejo seu crachá em cima da mesa, me preocupo. Entro rapidamente no elevador com o pensamento positivo que ainda vou conseguir encontra-lo no caminho.

Quando chego ao lobby, posso visualizá-lo de costas, indo em direção a saída.

— O que aconteceu com seu processo? — falo um pouco mais alto, tentando chamar a atenção dele

—  Nada. Eu não dei um jeito.

— Então você vai se demitir? — ergo o crachá que estava em cima da mesa dele

— É isso ou Ricardo me inferniza ou você vai me demitir por alguma besteira que eu sei que vou fazer. — ele diz, seu tom de voz cansado denunciava o quanto ele estava exausto mentalmente

— Ricardo não tem autoridade sob você. Eu vou resolver isso. — digo, séria — acha que eu te contratei porque achava que você iria acertar 100%? Te contratei pra ser meu associado pessoal, Anthony. Fiquei responsável por te ensinar. O que Ricardo fez é bem longe daquilo que prezamos aqui.

— Então... você não vai me demitir? — ele pergunta, meio incrédulo, como se estivesse esperando o pior.

Por que as pessoas sempre esperam o pior de mim?

— Não, idiota. Se eu fosse te demitir, já teria mandado o RH te tirar da minha frente e cancelar seus acessos — reviro os olhos e balanço o crachá na frente dele — Agora, o que eu quero é que você volte amanhã de cabeça erguida, detone tudo e pare de dramatizar.

— Anna, eu não sei se consigo...

— Acha que eu já não fiz cagada pior? — dou um sorriso irônico — quando eu trabalhava no setor de civil tinha um chefe que me infernizava todo dia. Quando ele descobriu meu relacionamento com Fernanda, ele me infernizou dez vezes mais e acabou infernizando-a também. Eu me demitia todo mês. Fê resistiu, era assistente jurídica. Quando conseguiu a OAB, se mandou daqui. Abriu o escritório. Agora é uma das melhores civilistas que eu conheço — abro um sorriso sincero — Aguenta firme. Se estiver aqui de manhã, saberei que eu ainda tenho um associado.

Dou meia volta e entro no elevador olhando nos seus olhos, ele me encara um pouco perdido, mas espero sinceramente que ele se recomponha. Eu também vou me recompor. Vou acabar com a raça do Ricardo sem dó. No carro, encosto a cabeça no banco e respiro fundo. Hoje foi um dia infernal. Eu estava pronta pro meu paraíso agora à noite.

Quando cheguei em casa, encontrei minha princesinha já de banho tomado e a babá com cara de poucos amigos.

— Doutora, essa menina hoje deu trabalho.

— O que você fez, Ceci? — olhei para ela, que me olhou cabisbaixa, como se esperasse que eu brigasse com ela

— Nada, mamãe... — murmurou

— Dira? — voltei o olhar para a babá

— Fui até a cozinha pegar um copo d’água e Cecília decidiu entrar no closet da Dona Fernanda, espalhou roupas, passou batom até a testa e um salto maior que a perna dela… saiu desfilando pela casa como se estivesse na passarela. Quase despencou da escada.

Cruzei os braços, séria, tentando segurar o riso.

— Cecília, você poderia ter se machucado. — a repreendi

— Quando briguei com ela, veio cheia de argumentos. Tive que deixar a mocinha sem tablet hoje.

Cecília abaixou a cabeça, pedi que fosse para o seu quarto e me esperasse lá, enquanto eu terminava de conversar com Dira. Quando a babá foi embora, suspirei. Minha filha estava crescendo e por consequência, queria ser uma mistura de nós duas. Ela puxou o lado doce da Fê, mas herdou de mim o gênio argumentativo, que não aceitava um “não” sem um debate.

Abri a porta do quarto e lá estava ela, no chão, brincando com seu kit engenheiro: uma mini empilhadeira de plástico e um capacete que caía até os olhos.

— Vamos conversar sobre o que aconteceu hoje, princesinha? — perguntei, me abaixando ao lado dela

— Eu só desfilei, mamãe. Não foi nada demais. — respondeu, ajeitando o capacete como se fosse uma advogada diante do júri.

— Nada demais? — ergui a sobrancelha. — Você poderia ter caído da escada, se machucado feio.

— Mas eu não caí. — retrucou rápido, com aquele raciocínio afiado que era um perigo.

— E se tivesse caído? — devolvi, firme.

Ela pensou por um instante, depois deu de ombros.

— Eu teria me levantado. Modelos caem e continuam andando.

Suspirei, tentando não rir.

— Cecília, você quer ser modelo ou policial? Mas independente disso, você uma criança e saltos são perigosos.

Ela abaixou os olhos, mordendo o lábio, e disse baixinho, com a voz carregada de tristeza:

— Mas eu só queria ser igual à mamãe Fê...

Meu coração derreteu naquele momento. Senti vontade de apertá-la.

Acariciei seu rostinho, sorrindo de leve.

— Eu sei, meu amor... e você já é parecida com ela em tantas coisas lindas. Mas você não pode mexer nas coisas dela sem pedir, entendeu? E muito menos usar saltos. É perigoso demais.

Ela suspirou, vencida, e se aninhou no meu colo, ainda com o capacete torto na cabeça.

— Vamos nos arrumar pra sair, daqui a pouco mainha está chegando e temos que estar prontas.

🍣🍣

 

Quando chegamos ao restaurante japonês, Cecília correu para a área kids com a energia de quem passou o dia inteiro acumulando bateria. Fernanda arrastou a cadeira para que eu pudesse sentar e eu sorri com aquele gesto. Sentamos. O garçom chega, e Fê já pede o vinho antes mesmo de olhá-lo. A mulher sabe o que precisa.

Eu amo estar no controle, mas eu amo quando Fê toma o controle para si.

— Dia difícil, né, doutora Florence? — ela solta, apoiando o queixo na mão e me encarando com aquele sorriso de quem sabe mais do que diz.

— Se eu te contar, você vai querer pedir uma garrafa inteira. — respondo, arqueando a sobrancelha. — Mas já que você também está estressada... me conta o que aconteceu hoje.

— Uma mulher que acha que divórcio é campo de batalha, não processo judicial. Quer humilhar o ex-marido em cada cláusula do acordo. — ela gesticula, exasperada — eu juro que passei mais tempo tentando convencê-la a ser um ser humanamente melhor do que advogando.

— Parece ótimo. — digo com ironia. — Talvez eu devesse apresentá-la ao Ricardo. Ia ser a fusão do inferno.

Fê suspira, recosta na cadeira e dá uma golada no vinho que acabou de chegar.

— O que houve?

— Pegou Anthony para trabalhar com ele sem a minha permissão e o humilhou. Quase que ele pediu demissão.

— Você o convenceu a ficar? — ela pergunta

— Eu não sei, espero que sim, mas... não quero ficar sem ele. — admito

— Anna Florence? Apegada emocionalmente às pessoas? Uau. — ela diz em tom zombeteiro

— Eu sou emocionalmente apegada a mim — pisco, erguendo a taça e bebendo um gole do vinho

Conversamos mais algumas coisas do nosso cotidiano e flertamos algumas vezes. Fê parou de beber na terceira taça, minha ruiva ainda era fraquinha para bebida. O engraçado era que estávamos comendo e de pés entrelaçados debaixo da mesa, por estarmos com as mãos ocupadas.

— Não é só a mulher que está te deixando estressada... — constato

Fê desvia o olhar do meu e encara o prato com sashimis. Seu olhar perdido por alguns segundos. Eu já conheço esse silêncio — é o tipo de silêncio que ela usa quando está decidindo se vai ou não me poupar de alguma merd*.

— Não sei se deveria te contar, amor… não depois de tudo o que passamos sobre esse caso.

— Você pode me contar. — a interrompo de imediato, inclinando pra frente e baixando o tom. — Não há mais segredos entre nós, lembra? Confia na sua mulher. — pisco, tentando arrancar dela um sorriso.

Ela dá um suspiro longo.

— Áurea Zhang está dificultando as coisas, amor. Eu… — pausa longa, traga de ar pesado — acho que vou perder. Não vou conseguir dar fim a esse caso. Camila confia em mim, mas… eu tô cheia de dúvidas. Tô com medo.

O garçom passa na nossa mesa para retirar alguns pratos, nesse momento ela aproveita para direcionar seu olhar à Cecília brincando na área kids. Quando o garçom se vai, ela olha para mim e continua.

— Ela não aceita o acordo de jeito nenhum — sua voz embargada e seu olhar cansado me chamam atenção — e eu não quero ir a juízo. Acho que não sou tão boa assim…

— Amor... meu amor. — pego na sua mão e faço um carinho com o polegar —Você é a melhor advogada cível que eu conheço. Se você não encontrou uma solução até o momento, é porque está pensando demais... tenta distrair um pouquinho sua cabeça. Quando estamos com muita coisa na nossa mente, ela tende a bloquear.

Ela volta a olhar pra Cecília de novo e me olha com pesar.

— Ceci me pediu pra ir pra Disney. — a voz dela falha. — E eu quero muito ter sucesso nesse caso… Anna, eu quero arcar com a viagem. Eu quero proporcionar isso pra nossa filha. Se eu perder, eu vou decepcionar ela. E não sei se consigo conviver com isso.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, só observando minha esposa. Era engraçado… eu sempre a vi como a mais independente de nós duas. Fê sempre teve esse jeito de resolver sozinha, de não pedir ajuda, de colocar tudo no peito e dizer ‘eu resolvo, eu vou dar um jeito’. E só agora me caiu a ficha: um dos motivos de ela ter trapaceado lá atrás pra pegar esse caso era justamente esse. Não era apenas pela cliente, pela vaidade profissional. Era por ela. Por se sentir menor ao meu lado.

— Amor… — solto devagar, segurando sua mão com firmeza. — Você não precisa provar nada pra mim. Nem pra Cecília.

— Eu sei. — ela suspira. — Mas entende… eu queria muito bancar essa viagem. Queria dizer pra nossa filha que fui eu quem deu isso a ela. Não queria depender do seu dinheiro.

— Fê, escuta… — respiro fundo. — Nosso dinheiro não tem “meu” ou “seu”. A gente construiu uma vida juntas. Quando eu pago uma coisa, é como se você também estivesse pagando. E quando você consegue algo, é meu também. Esse negócio de independência, eu entendo, porque eu também sou controladora pra caramba. Mas no fim do dia, somos uma família. Os boletos também são compartilhados.

Ela me olha séria, vulnerável, como se minhas palavras fossem difíceis de acreditar.

— E se eu perder esse caso? Anna, estou nervosa...

— Se você perder, a gente parcela a Disney em doze vezes no cartão e tá tudo certo. — respondo rindo. — O que importa é a experiência da nossa filha, não quem assinou o cheque.

Ela ri, com os olhos ainda marejados.

— Você faz parecer tudo tão simples... amor, você não tem noção do que se passa dentro da minha cabeça.

— É simples, Fê — aperto sua mão — o que a gente tem não se mede por ‘eu paguei isso’, ‘você pagou aquilo’ e sim pela nossa luta todos os dias pra manter o nosso patrimônio. A gente lutou muito para ter nossa vida, nossa casa, nossa filha.

Ela olha pra Cecília brincando e dá uma risada.

— O que foi? — pergunto e Fê indica a direção de Cecília com a cabeça

Quando olho na direção da nossa filha, a vejo pegando o sushi que caiu do chão, assoprando e colocando na boca.

— Nossos 30 mil pegando comidinha do chão e assoprando como se bactérias fossem um mito. — digo, dando uma risada do jeito da minha filha

— Foram os 30 mil mais bem investidos da minha vida. Você é capaz de imaginar que eu estou vendo meu sonho realizado? Minha filha...

— Nosso sonho — a corrigi — Era seu, mas se tornou meu também. Nós sempre vamos correr atrás do melhor pra ela, amor. Não tenha dúvidas.

Ela enxuga discretamente o canto do olho e respira fundo, como se estivesse pensando na melhor maneira de me dizer algo.

— Então você não se sentiria… sei lá… sobrecarregada se eu não conseguisse contribuir tanto quanto você?

— Fê, eu já me sinto sobrecarregada por natureza. — brinco — mas não por você. Por trabalho, por gente insuportável, por Ricardo, por situações que saem do meu controle… mas nunca por você.

Ela dá uma risada curta, aliviada. Mas no seu olhar ainda havia uma sombra de dúvidas.

— Só que eu queria muito ter algo que fosse meu esforço direto, entende? Algo que eu pudesse olhar e dizer “eu proporcionei isso pra nossa filha”.

— Então vamos fazer assim. — me inclino mais perto, séria. — A gente abre uma conta conjunta. Não a conta de casa, não a do escritório, não a da planilha de despesas mensais. Uma conta só pra Ceci. Viagens, curso de inglês, faculdade, Disney, o que for. Nós duas vamos colocar dinheiro ali todo mês, proporcional ao que a gente pode. Sem cobrança, sem disputa. É da nossa filha, não é sobre quem deu mais ou quem deu menos.

Fê me encara, surpresa.

— Uma conta da Ceci…

— Isso. A “conta do Mickey”, se você quiser batizar. — dou de ombros, irônica. — Assim, quando for a hora da viagem, a gente olha o saldo e decide juntas. Se tiver pouco, a gente complementa. Se tiver muito, melhor ainda.

Ela solta uma risada de verdade agora e eu me sinto mais aliviada por ter tirado aquele peso dos ombros dela.

— Você pensa em tudo, né?

— Faz parte do pacote — dou um sorriso — E então? Vamos oficializar nosso contrato financeiro familiar ou precisamos contratar um advogado pra isso?

Ela sorri erguendo seu dedo mindinho. Ergo o meu também e entrelaçamos juntas, dando um beijinho cada uma.

— Fechado. A conta da Ceci. — sorri. — E olha, Anna… obrigada. Por me lembrar que eu não preciso competir com você.

— Amor… você não precisa competir nem comigo, nem com ninguém. Você já ganhou só por ser quem é. — respondo, dando um gole no vinho.

Pagamos a conta, ainda rindo da ideia da “conta do Mickey”. Quando Fê pegou Cecília no colo, já sonolenta e meio rabugenta, me vi olhando para elas duas e pensando que não existe investimento mais precioso do que aquele.

Quando chegamos em casa, Cecília estava apagada no banco de trás, como se tivesse corrido uma maratona na área kids. Levo nossa filha direto pro quarto, ajeito o cobertor até o queixo e beijo sua testa. Ela suspira fundo no sono, a serenidade no olhar de quem nunca vai dever um cartão na vida, se depender das mães loucas dela.

Fecho a porta com cuidado e encontro Fê na sala, já sem os saltos e os cabelos presos em um coque qualquer. Ela me olha e sorri cansada.

— Dormiu?

— Apagada. — confirmo, jogando meu celular no sofá. — Acho que até o Mickey teria dificuldade de acordar a Ceci agora.

Ela ri baixinho e me oferece espaço ao lado dela. Sento, colocando uma mechinha do seu cabelo ruivo para trás.

— Tá feliz com o nosso “contrato da Ceci”? — pergunto.

— Mais do que feliz. — ela responde, olhando pro nada. — Eu tô aliviada, na verdade. Nunca tinha parado pra pensar que ser independente não significa fazer tudo sozinha.

— Exato. — encosto a cabeça no ombro dela. — Amor, você não precisa carregar tudo sozinha só pra provar que consegue. Eu não tô do seu lado por pena, nem por status, estou porque eu quero. A vida inteira.

Ela fica em silêncio por alguns segundos. Aquele silêncio de quem está processando algo. Em seguida, ela põe a mão no meu rosto e me beija. Um beijo calmo, profundo. Quando ela quer dizer que me ama, mas não em palavras.

— Me desculpa por ter feito aquilo... — ela diz, quase em sussurro quando finalizamos nosso beijo

— Está tudo bem — a puxo para o meu colo e ela põe uma perna de cada lado do meu corpo — Já passou. Nos amamos, estamos juntas, é isso que importa. Mas não se perde de mim de novo, por favor.

Suplico e ela me abraça mais forte.

— Nunca mais...

Ela me dá um beijo na testa e permanece abraçada comigo assim por alguns segundos, enquanto eu fazia um cafuné em sua nuca.

— Amor… — digo suavemente, sentindo cada músculo dela relaxar sob meu toque — acho que você está muito tensa. Deixa eu cuidar disso.

— Então cuida... — ela pede, num tom baixo, quase tímido

Beijo seus lábios de leve, como quem promete algo e deslizo minhas mãos pela cintura dela só para tirá-la do meu colo com cuidado. Deito-a no sofá, ajeitando suas pernas abertas, enquanto me posiciono entre elas.

— Só relaxa, meu amor. — sorrio de canto, beijando seu umbigo antes de descer lentamente.

Ela solta um suspiro quando sinto seu cheiro, doce e já carregado de desejo. Passo a ponta do nariz entre suas coxas, só para provocar, e escuto o gemido manhoso que ela tenta conter.

Eu amava quando ela gemia manhosa assim.

Seguro firme em suas pernas, mas sem apertar — só para que ela saiba que está segura ali comigo.

— Hoje não vou nem usar as mãos — sussurro contra sua pele, e vejo o arrepio correr pelo corpo dela. — Só a boca.

E então eu começo.

Primeiro, beijos suaves ao redor dela... como se eu desenhasse uma trilha cheia de carinho. Depois, roço minha língua devagar, com calma, até encontrar seu ponto de prazer o que a faz jogar a cabeça pra trás e segurar meus cabelos suavemente.

— Amor… — o gemido escapa, embargado.

Alterno entre lambidas firmes e sucções no seu clit*ris, cada movimento calculado pra arrancar dela o que eu mais amo: seu gemido de entrega. Ela começa a se mover contra a minha boca, sua mão esquerda inclinada para trás segurando a almofada com força, isso só fazia eu sentir mais vontade de aumentar o ritmo.

Eu queria que ela sentisse a minha boca. A vontade que eu tinha de querer cuidar dela naquele momento.

Seus gemidos se intensificam e eu tenho que colocar uma mão tampando sua boca suavemente para não acordarmos Cecília, já que só no nosso quarto havia isolamento acústico. Olho para cima e encontro seus olhos fechados, sua boca dizendo e gem*ndo coisas maravilhosas.

O mundo inteiro que se dane, o que me importava no momento era a minha mulher se desfazendo todinha por mim.

Sinto seu corpo tremer, o quadril perder o controle, e sei que ela está perto. Faço questão de não parar, aprofundando a sucção no ponto certo, até que ela explode na minha boca e eu faço questão de lamber todo seu mel.

Demoro a me afastar, aproveitando cada segundo dela vulnerável daquela forma, ainda arfando.

Subo lentamente, beijo sua barriga, seu colo, até chegar aos lábios dela.

— Isso… é o que eu chamo de cuidar de você. — sorrio, encostando minha testa na dela.

Ela ri baixinho, ainda sem fôlego, e me puxa para um abraço apertado.

— Se meus dias difíceis acabarem com você me cuidando dessa forma, eu vou querer mais dias como esses...

Dou um sorriso e ela me puxa para selar nossos lábios.

— Pronto, amor... agora você já pode descansar — digo ao sentir que os olhos de Fê já estavam se fechando

Ela abre um sorriso preguiçoso, sem forças nem para responder, apenas passando a mão pelo meu rosto como se agradecesse em silêncio. Sinto meu coração se encher de ternura.

Ah, meu amor. Como te amo.

Então, sem pensar duas vezes, passo um braço por suas costas e outro sob suas pernas, a erguendo no colo.

— Anna… — ela protesta baixinho, rindo, mas deita a cabeça no meu ombro, entregue. — Você é maluca.

— Maluca por você. — respondo, beijando seu cabelo enquanto caminho até o quarto.

Deito-a com cuidado na cama, mas quando tento me afastar para ajeitar o cobertor, ela me puxa de repente, com aquela força doce que só ela tem.

— Fica aqui. — pede com carinho — Dorme de conchinha comigo.

Deixo escapar um riso baixo e logo me ajeito atrás dela, colando meu corpo ao dela, envolvendo-a em meus braços. Beijo de leve sua nuca, sentindo o cheiro que tanto me acalma, e fecho os olhos junto com ela.

Eu poderia ter mil dias difíceis, mas se eu encontrasse no final do dia a mulher que era o meu lar, tudo se tornaria insignificante. Assim, enroscadas no quarto silencioso, percebo que o maior prazer de todos é esse: saber que ela está segura, amada e nos meus braços.

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Gente, voltei! 

Eu só queria agradecer a todo mundo que esperou eu voltar dessas minhas férias necessárias. Queria começar dizendo que, infelizmente, nossa história está chegando ao final. Vamos até o capítulo 30. Vou postar 1x por semana, assim ela não acaba tão rápido e tbm pq eu tô sem tempo para escrever mais do que isso.

Eu só queria agradecer a vocês por não terem desistido de ONR, por acompanharem a primeira e segunda temporada e agradecer demais pela nossa história estar entre as 15 mais lidas do mês de Agosto. Ficamos em 5º lugar, obrigadaaaaaaaaaaaaa! E a nossa primeira temporada ficou em 15º, eu tô me sentindo demais com duas histórias no Top 15! Vcs são fodas, tô imensamente grata mesmo ♥♥

Espero que tenham gostado do capítulo, me sigam no insta: @nathh.autora 

Até semana que vem! 


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Comentários para 25 - capitulo vinte e quatro: o maior prazer :
HelOliveira
HelOliveira

Em: 29/08/2025

O mundo pode acabar lá fora, mas dentro de casa muito amores.....amei

 


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 30/08/2025 Autora da história
Nossas meninas são umas fofas, né? Eu sou apaixonada ??


Responder

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Mmila
Mmila

Em: 29/08/2025

O capítulo iniciou pesado e terminou nessas leveza.

Que bom que voltaram a ter um entendimento real de caso que conversa.

Perfeito o capítulo!

Parabéns autora. Siga no seu tempo.


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 30/08/2025 Autora da história
Fico feliz de vocês terem gostado, muito obrigadaaaa


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