• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Entre linhas
  • Capítulo 2 – Entre passes e silêncio

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Minha doce Ilara
    Minha doce Ilara
    Por Van Rodrigues
  • Um
    Um desejo insano chamado Leticia
    Por Nath D

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Entre linhas por CarolF

Ver comentários: 2

Ver lista de capítulos

Palavras: 2171
Acessos: 227   |  Postado em: 26/07/2025

Capítulo 2 – Entre passes e silêncio

A semana seguinte passou arrastada. Dani estava mais quieta nos treinos, evitava ficar sozinha comigo, e parecia fugir de qualquer conversa mais profunda. As meninas do time notaram a mudança, mas ninguém comentou. No vestiário, ela conversava com todas, mas sempre saía primeiro, como se tivesse pressa de escapar de mim — ou dela mesma.


Eu fingia que estava tudo bem. Me jogava nos treinos como se o suor pudesse apagar os pensamentos, como se o som da bola batendo no chão fosse alto o bastante pra calar meu coração. Mas era inútil.


Na quarta-feira, o treinador júnior anunciou um amistoso para o sábado à tarde. Um time da cidade vizinha viria jogar no nosso ginásio. Era a chance de testar o que estávamos treinando, e de provar que eu podia deixar tudo de lado em quadra. Foco, técnica e frieza.


Dani continuava hesitante, mas jogava bem. Sempre jogava bem. Nosso entrosamento ainda era visível. Os passes entre nós eram rápidos e precisos, mas havia algo novo — um espaço de silêncio entre as palavras, uma hesitação nos olhares.


Na sexta à noite, recebi uma mensagem dela: "Se concentra no jogo. Você vai brilhar."


Respondi com um emoji de coração — o mais discreto, aquele branco, como se isso disfarçasse o que eu sentia.


No sábado, acordei mais cedo do que precisava. Peguei meu tênis de futsal , prendi o cabelo como gostava, vesti a camisa do time como se fosse uma armadura. No caminho para a quadra, o céu estava cinza, carregado. Como eu.


A arquibancada estava cheia de torcedores do nosso time e alguns poucos torcedores do outro time. O treinador Júnior passou as instruções, e quando entramos em quadra, vi Dani me olhando do outro lado, mordendo o lábio. Eu queria atravessar aquele espaço entre nós, como se fosse uma linha de passe perfeita, mas não dava, não ali, não agora.


O apito soou. Começo do jogo.


Me forcei a entrar no modo automático. Dominei a bola logo na primeira jogada, driblei uma adversária, e passei para Dani sem nem olhar. Ela devolveu de primeira, e eu chutei. Quase gol. A bola raspou o travessão e saiu. A arquibancada vibrou.


Seguimos assim: jogando como se nada tivesse acontecido, como se o mundo fosse só a quadra e os minutos do cronômetro. Em quadra, a gente ainda falava pelos olhos, pelos gestos e eu sabia onde ela ia estar antes dela chegar e  ela, o mesmo comigo. Era como se nossos corpos ainda se entendessem, mesmo quando nossos sentimentos se desencontram.


Mas fora da quadra… era só silêncio.


No segundo tempo, o jogo estava empatado.  O treinador gritava orientações da lateral da quadra, e eu sentia o peso da responsabilidade nos ombros. A bola veio alta, e eu dominei no peito. Antes que pudesse passar, levei um tranco por trás. Caí com força no chão áspero, sentindo meu tornozelo estalar, e o ar fugiu dos meus pulmões. A dor não era tão forte quanto a raiva.


Fiquei no chão por alguns segundos, ouvindo a confusão ao redor. Quando abri os olhos, Dani estava agachada ao meu lado.


— Tá doendo? — ela perguntou, num sussurro que só eu ouvi.


— Já passou — menti, me levantando com ajuda dela.


Ela me segurou por um segundo a mais e nossos olhos se encontraram. Quase esqueci que o jogo continuava, quase.


Voltamos a jogar. E foi ela quem fez o gol da vitória. Um chute forte de fora da área, cruzado, impossível de defender. A arquibancada explodiu. As meninas correram pra cima dela, gritando e pulando. Eu fiquei ali atrás, parada, sorrindo de longe.


Ela olhou pra mim e por um instante, pareceu que ia vir na minha direção,  mas virou o rosto e desapareceu entre os abraços.


Depois do jogo, nos reunimos no centro da quadra. O treinador Júnior elogiou a entrega do time, a garra, o resultado e eu ouvia como quem não estava ali meu corpo presente, minha mente em outro lugar estava em Dani.


No vestiário, ela foi a primeira a sair de novo.


Enquanto trocava de roupa, ouvi uma das meninas comentar:


— A Dani anda meio estranha, né? Parece que tá fugindo de alguma coisa.


— Ou de alguém — outra respondeu, rindo.


Finja que não ouvi, pensei, finja que não dói.


Peguei minha mochila e saí. O céu ainda estava cinza, mas agora chovia fino aquele tipo de chuva que não molha de verdade, só incomoda. Caminhei devagar até o portão de saída do ginásio, sentindo cada gota como se fosse um aviso.


Meu celular vibrou.


Dani: “Desculpa por tudo, Tô confusa. Mas o que você sente… eu sinto também.”


Fiquei parada no meio da rua lendo e relendo aquela mensagem como se fosse um código secreto e meu coração batia forte, minhas mãos tremiam.


Escrevi de volta, mas apaguei e escrevi de novo só mandei uma frase:


“Então por que você corre?”


Ela visualizou e não respondeu.


E naquela noite adormeci com o celular na mão, a tela ainda acesa, como se fosse uma extensão da esperança. Quando acordei, o céu estava limpo, o sol entrando pelas frestas da janela, mas dentro de mim continuava tudo nublado.


Levantei devagar. O corpo doía, talvez pelo jogo, talvez pela queda, mas a dor mais forte era outra — aquela que vinha do vazio que Dani deixava cada vez que se afastava.


Olhei o celular e nada ela tinha visualizado e sumido.


Passei o domingo tentando ocupar a cabeça. Lavei roupa, organizei o material da escola, até arrumei meu armário — e eu odiava fazer isso e  nem isso bastava a mensagem dela martelava na minha cabeça como um eco sem fim: “Tô confusa, mas o que você sente… eu sinto também.”


Era cruel e ela dizia que sentia, mas fugia dizia que estava confusa, mas jogava com a mesma intensidade de sempre, como se nada estivesse fora do lugar como se o problema fosse só meu.


À noite, fui até a varanda do meu quarto, o vento estava frio, mas fiquei lá mesmo assim, com uma blusa velha do milan, as pernas cruzadas, os olhos no céu. peguei o celular mais uma vez sem nenhuma notificação.


Escrevi de novo:

“Você me deixa no escuro, Dani. não sei onde piso com você.”


Apaguei.. Não enviei talvez fosse demais ou talvez ela não merecesse mais, simplesmente fosse covarde demais.


Na segunda-feira, voltei aos treinos com o rosto fechado e as meninas notaram algumas tentaram puxar conversa, outras só respeitaram o silêncio. O nosso treinador chamou atenção para nosso rendimento — precisava melhorar e a  verdade é que nem eu, nem Dani, estávamos conseguindo manter a cabeça no lugar.


No final do treino, quando todas estavam indo embora, fiquei sozinha ajeitando as bolas. Foi quando ouvi passos atrás de mim virei e vi Dani parada ali, segurando a mochila com força, como se fosse escudo.


— Cris — ela chamou, baixo.


Fiquei em silêncio.


— Aquele gol… — ela começou, olhando pro chão — …foi pra você.


Meus olhos arderam a voz dela, trêmula, me desmontava.


— Então por que você não veio? — minha pergunta saiu mais suave do que eu pretendia.


— Porque eu tô com medo. — Ela olhou pra mim, e havia algo nos olhos dela que eu nunca tinha visto, vulnerabilidade, verdade. — Medo que isso muda do que eu sou, do que vão dizer.


Suspirei fundo e me aproximei um pouco, sem pressa, sem ameaça.


— Eu também tenho medo, Dani, mas… você não precisa fingir que não sente só não me deixa sozinha nisso.


Ela deu um passo em minha direção, o ginásio vazio parecia conter o tempo, a luz fraca dos refletores criava sombras longas nas paredes e tudo estava suspenso ali: o medo, a dúvida, o desejo.


— Eu sonho com você — ela disse, quase num sussurro. — E quando acordo, finjo que foi só isso, mas não é.


Minha garganta se fechou e não sabia o que dizer. Então, não disse nada. Apenas me aproximei mais, a centímetros dela não tocamos, só ficamos ali, respirando o mesmo ar, presas numa bolha de silêncio.


Até que ela quebrou.


— Se eu te beijar agora… tudo muda, não é?


Assenti, devagar.


— E se eu não te beijar… você vai embora de vez?


Demorei a responder. — Não sei, só sei que não dá mais pra viver nesse quase.


Ela fechou os olhos por um segundo, como se lutasse contra o próprio impulso quando abriu, havia uma lágrima solitária escorrendo.


— Eu não sei ser corajosa como você.


— Ninguém é — falei. — A gente só tenta mesmo com medo.


Então ela sorriu, triste e um sorriso quebrado tocou minha mão por um segundo um toque rápido, tímido, mas elétrico e então virou as costas e foi embora, sem olhar pra trás.


Fiquei ali, sozinha, no meio da quadra. Sentindo a ausência dela como um vento gelado batendo no peito mas havia algo novo naquele vazio algo que doía, sim — mas que também era real. E talvez, só talvez, fosse o começo de algo que ainda não tinha nome.

Depois que ela saiu, fiquei parada no centro da quadra por um tempo que não consegui medir tudo parecia imóvel só meu peito batia descompassado, como se tivesse corrido um jogo inteiro em silêncio.


Aos poucos, as luzes do ginásio foram se apagando, uma a uma o  zelador apareceu, me viu ali parada, e apenas acenou com a cabeça como quem já entende o que a gente sente sem precisar perguntar nada peguei minha mochila e saí devagar, atravessando a chuva fina que começava a cair outra vez, como no sábado.


Naquela noite, não dormi.


Passei horas olhando o teto, revivendo cada detalhe: a hesitação no olhar dela, o toque na mão, a forma como minha pele arrepiou no exato instante em que nossas peles se encostaram. E as palavras... aquelas malditas palavras:

“Se eu te beijar agora… tudo muda, não é?”


Sim, muda tudo.

Já tinha mudado.


Na terça, a escola parecia mais barulhenta que o normal ou talvez fosse só eu, irritada com qualquer som que não fosse a voz dela. Dani não apareceu no primeiro tempo, nem no segundo, no recreio, procurei entre os grupos no pátio, mas nada.


Tentei não pensar demais, talvez estivesse doente, talvez estivesse só evitando, talvez estivesse tentando esquecer que quase me beijou no meio do ginásio vazio.


Na quarta, finalmente apareceu.


Estava com o uniforme amassado e os olhos cansados, como se não dormisse há dias. Nossos olhos se encontraram por uma fração de segundo no corredor e ela desviou.


Fiquei gelada.


Na aula de educação física, treinamos em times separados e pela primeira vez, ela errou um passe fácil. O treinador júnior até comentou:


— O que houve, Dani? Tá com a cabeça onde?


Ela não respondeu. Só baixou os olhos.


No vestiário, o silêncio era denso e eu sabia que ela queria falar eu queria também, mas entre a vontade e a coragem existe um abismo que a gente precisa decidir atravessar.


Na saída da escola, ela esperava encostada no portão sozinha. O coração disparou no peito como se quisesse fugir dali antes de mim.


Me aproximei devagar e ela não falou nada de imediato só me olhou.


— Meus pais desconfiam — ela disse.


Assenti, sem saber o que dizer.


— Eles viram umas mensagens... e ouviram uma conversa minha com a Jaqueline e minha mãe perguntou se eu tava “estranha” por causa de alguma “amizade”.


Fiquei em silêncio, o tipo de silêncio que não é falta de palavras, é excesso de medo.


— E você? — ela perguntou. — Eles sabem?


Balancei a cabeça.


— A minha mãe desconfia, mas ela finge que não vê.


Ela assentiu, olhando pro chão.


— Isso tá me sufocando, Cris. e eu não sei quem sou fora da quadra ali dentro tudo parece fazer sentido porém aqui fora... parece errado sentir isso.


Minha voz saiu antes que eu conseguisse pensar.


— Amar não é errado, Dani.


Ela sorriu de lado um sorriso cansado, quebrado.


— A gente nem se beijou, Cris. Como pode doer tanto?


— Porque a gente sente mesmo sem tocar.


Ela me olhou, os olhos estavam úmidos também.


— Eu não sei se dou conta — ela sussurrou.


— Eu também não sei, mas tô aqui.

Ela deu um passo na minha direção e outro. Ficamos frente a frente, como no ginásio, mas dessa vez era dia, havia gente passando do outro lado da rua, motos barulhentas, o som distante da escola fechando os portões.


— E se eu fugir de novo?


— Eu te espero — respondi. — Só não demora demais.


Ela sorriu com tristeza, me tocou o braço, e dessa vez o toque ficou por um segundo a mais o suficiente pra me lembrar que havia sentimento, mesmo quando não havia certeza.

 

Nos despedimos sem beijo, sem promessas, só com o que dava pra ter naquele momento: uma esperança torta, mas real.

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 2 - Capítulo 2 – Entre passes e silêncio :
Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 30/07/2025

Belíssimo, adorei!! Copa América rolando e um romance adolescente em meio ao futebol. Fantástico!


CarolF

CarolF Em: 01/08/2025 Autora da história
Muito obrigada, espero que esteja gostando os outros capítulos1


Responder

[Faça o login para poder comentar]

Dessinha
Dessinha

Em: 30/07/2025

Belíssimo, adorei!! Copa América rolando e um romance adolescente em meio ao futebol. Fantástico!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web