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Striptease por Patty Shepard

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Palavras: 6161
Acessos: 1282   |  Postado em: 20/07/2025

Capitulo 55

 

Costumava pensar que era uma pessoa calma e extremamente centrada, sempre foi muito tranquila com seus pensamentos e principalmente com os seus sentimentos, porém, naquele dia em questão, Helena estava definitivamente pensando que não era nem um pouco tudo aquilo que havia pensado. A forma como o seu coração batia dentro do peito, o jeito como suas mãos tremiam suavemente, logo elas que sempre foram tão estáveis, as pernas que não pareciam ficar inteiramente firmes de forma alguma.

Encarava-se no espelho de seu quarto, até mesmo seus olhos pareciam agitados, nunca ficavam fixos em um ponto só por muito tempo, estavam sempre se movendo, buscando qualquer coisa a qual nem mesmo Helena de fato sabia o que era. Que bagunça. Respirou fundo, seus olhos automaticamente fecharam-se por alguns segundos, como se silenciosamente tentasse potencializar o que tanto queria: se acalmar.

Seus olhos voltaram a se abrir e ela voltou a encarar a feição um pouco assustada que tinha na face, quase quis rir de sí mesma, mas parecia absurdo demais para si mesma naquele momento. O suave toque de seu celular começou a soar pelo quarto, algo que já esperava desde que havia começado a se arrumar, assim, não teve surpresa nenhuma quando viu o nome de sua namorada no visor do aparelho quando o pegou.

— Estava esperando a sua ligação. — Helena falou no momento em que atendeu.

— Você tem mesmo certeza que não quer que eu vá com você?

— Eu tenho. — respondeu, mas mentiu, naquele momento ela não tinha mais certeza nenhuma, no dia anterior parecia algo tão fácil, mas naquele dia em questão as coisas já haviam mudado completamente, era muito mais fácil idealizar todo aquele momento em sua cabeça do que de fato executar.

Amélia respirou fundo e foi-se possível ouvir isso através da chamada, isso levou Helena a respirar fundo igualmente, como se silenciosamente as duas concordassem com uma coisa: A preocupação.

— Vai ficar tudo bem, amor. Logo eu vou estar na sua casa. — afirmou para a namorada, mas no momento também afirmava para sí mesma.

— Eu estou torcendo por isso.

Então, silêncio, Helena voltara a se encarar pelo reflexo do espelho, vestida com aquele sobretudo que tanto já havia usado, mas a diferença agora é que não havia lingerie por baixo e sim calça e uma camisa confortável, mas a máscara estava em cima da cama a esperando.

— Eu acredito em você, sabe disso, não é? — repentinamente a voz de Mia quebrou o silêncio.

Helena não respondeu.

— E eu estou orgulhosa de você, você nem imagina o quanto. Por mais que eu odeie o fato de você voltar pra lá, me deixa feliz saber o quanto você cresceu nos últimos meses a ponto de decidir encarar isso por vontade própria. Mesmo que não presencialmente, eu estou com você em cada momento, amor... Estou te esperando.

— Eu chegarei logo, Cariño. — sorriu de forma bem mais aliviada que antes, sentindo finalmente que agora conseguiria, precisava muito daquelas palavras e agora entendia isso.

A ligação findou-se, mas o sorrisinho no canto dos lábios de Helena seguiu lá, assim, mais motivada do que antes, deu meia volta, pegou a máscara sobre a cama e em uma questão de minutos estava a caminho do bar. Ainda assim enquanto olhava pela janela do Uber, involuntariamente sua perna mexia-se de forma frenética, seu coração não havia batido com calma um segundo sequer e seus olhos fitavam as imagens borradas pela velocidade através da janela do carro em movimento. Que situação inusitada e tão esquisita, pensava.

Colocar a máscara novamente fora uma sensação que não sabia definir, mas tinha a absoluta certeza de apenas uma coisa: Não foi agradável. Trazia-lhe uma sensação semelhante ao nojo, por que imediatamente pensava nas coisas que realmente havia feito com a ajuda daquela máscara, coisas que ela nunca faria em sã consciência, em uma fração de segundos recordou-se até mesmo das vezes que Ally brigou com ela sobre o que fazia naquele bar, agora conseguia enxergar como a amiga estava certa. Como pudera encontrar uma forma de escape tão absurda? Dançar para homens sedentos por um objeto, afinal, no momento em que subia no palco era isso o que a dançarina se tornava aos olhos dos homens, um objeto de desejo que seria usado unicamente como um objeto com um orifício onde eles poderiam enfiar o pau a vontade e tudo se tornava ainda mais interessante para eles quando todo o desejo deles pareciam mais inalcançável com a inacessibilidade que tinham quando se tratava da dançarina.

Era realmente nojento.

E extremamente irônico.

Pensar em toda a sua história, em todos os abusos que havia passado nas mãos do ex marido e ver a forma como ela havia seguido até conseguir a sua válvula de escape era realmente absurdo.

Três batidas na porta dos fundos do bar e não demorou mais que alguns segundos para que a porta metálica fosse aberta, Helena fora recebida primeiramente por uma lufada de ar frio misturada com uma variedade de perfumes que tomavam forma de algo insuportável.

— Quanto tempo, mascarada. — o segurança parecia extremamente satisfeito.

Helena se limitou a acenar com a cabeça ao passar por ele. O cheiro daquela mistura de perfumes se tornava mais insuportável e a medida que ia andando pelo corredor dos bastidores começava a sentir também o odor de cigarro e de álcool. Aquilo revirava o seu estômago, como nunca havia se incomodado com aquilo?

Enquanto sua mente parecia estar em câmera lenta, tudo ao seu redor estava em um verdadeiro frenesí, as garotas iam para lá e para cá, rápido demais, as vezes lhe lançando olhares surpresos, era um vai e vem que Helena não prestou muita atenção e também não entendia muito bem agora que olhava melhor, nunca havia feito isso.

Uma das salas parecia um vestiário, era pequeno e duas garotas dividiam um espelho enquanto retocavam seus batons. Outra sala aberta parecia ser uma sala abarrotada com roupas, algumas outras salas estavam fechadas, a pintura das paredes estava desbotada, era um local que claramente não se tinha muito cuidado e muito pouca manutenção. Por que nunca havia notado isso?

Antes mesmo que realmente pensasse nisso, subia as escadas que davam acesso a sala onde Seline, a dona do bar, ficava. Bateu três vezes e enfiou as mãos nos bolsos do sobretudo, olhou brevemente para baixo enquanto mais uma vez sentia seu coração saltando dentro do peito.

Diferente de outras vezes, não ouviu a voz de Seline permitindo a sua entrada, dessa vez a porta se abriu a sua frente e pode ver a belíssima mulher abrindo-a devagar, aqueles olhos sedutores e analíticos parecendo encarar a sua alma.

— Que doce surpresa não foi receber a sua mensagem. — a voz de Seline era igualmente sedutora, era uma mulher que parecia sempre estar pronta para flertar. Ela deu um passo atrás, dando espaço para que Helena adentrasse a sala que de imediato se notava ser tão diferente de todo o resto. Todo o barulho se extinguiu no momento em que a porta fora fechada, Helena automaticamente olhou ao redor, era realmente diferente, tudo bem cuidado, coisas claramente caras em busca do máximo de conforto, um belo frigobar, uma estante de bebidas notoriamente caras, era bem cuidado, era luxuoso.

— Sentiu minha falta? — Helena questionou com seriedade enquanto calmamente caminha até a grande parede de vidro de onde poderia ter a plena visão de todo o bar, estava cheio, como sempre estava. Olhou muito bem, olhou para cada mesa, para as garotas rodeando alguns homens, olhou para mulheres dançando sinuosamente no colo de alguns, outras servindo bebidas, haviam uma mulher só dançando no palco e alguns homens ao redor comemorando.

— Todos nós, eu diria. — Seline respondeu, enquanto isso Helena sentia muito bem que a mulher estava se aproximando. — O que houve?

Helena deu de ombros e sorriu, então virou-se um pouco, encostou-se no vidro e encarou a mulher com quem um dia já teve um caso.

— Eu apenas cresci. — respondeu, imediatamente vindo a sua mente a imagem de sua namorada. — E contrariando os seus pensamentos, eu não vim para dançar.

— Depois de todo esse tempo, eu não fico surpresa com isso. Encontrou uma diversão melhor?

— Não era uma diversão, Seline. — sentiu a necessidade de a corrigir. — Você sabe disso.

A dona do bar não respondeu, mas encostou-se no vidro logo a frente de Helena, os olhos inteiramente fixos nos dela em uma troca de olhar forte, se encaravam em silêncio, mas pareciam conversar idiomas diferentes. Helena ergueu a mão direita e calmamente agarrou a mascara e a puxou para cima até conseguir a tirar, então olhou para o lado só para ver onde estava a poltrona mais próxima e a jogou. Quando voltou a encarar Seline, a mulher tinha um olhar claramente surpreso.

— Entendi. — declarou e então riu enquanto desencostava-se do vidro e então virou-se de frente para ele e encarou o seu bar, tinha um sorriso nos lábios. — Fico feliz por você e além do mais, está claramente mais maravilhosa do que antes.

— E você ainda continua casada? — Helena rebateu.

Seline gargalhou.

— Casamento é só um papel, meu doce. Só aparências.

Helena não respondeu.

— Está com alguém não é?

— Sim, alguém que me fez abrir os olhos para o quão absurdo era o que eu fazia aqui e é extremamente satisfatório olhar para aquele palco e ver que eu não sinto mais nada além de asco.

Seline riu por breves segundos e então respirou fundo.

— Eles perguntaram muito pela mascarada, nenhuma se compara a você.

— Por que nenhuma delas passou pelo que eu passei e desejo que não passem.

— Está falando mais uma vez como aquela mulher ingênua que veio aqui na primeira vez com curiosidade... Mas isso é bom.

— Agora não é mais ingenuidade, agora eu sei muito bem o que eu preciso, enxergo muito bem tudo a minha volta, estou com os dois pés no chão... Eu te agradeço, Seline... Por um tempo esse lugar realmente me proporcionou alívio, fico feliz agora de olhar para esse lugar e o enxergar de uma forma completamente diferente.

— Você sabe que é esse lugar que alimenta muitas famílias, não cuspa no prato que comeu, Helena.

— Jamais. O fato de esse lugar ser nojento de muitas formas, não anula o fato de que gera empregos a garotas que precisam e possivelmente não tem muitas opções.

— Eu já fui uma dessas garotas... É por isso que hoje em dia tento proporcionar o melhor que posso a elas.

— Espero que isso seja mesmo verdade. — rebateu e antes de olhar para Seline mais uma vez deu uma última olhada para o palco e para todos os homens daquele lugar, realmente não sentiu nada além de asco, isso a fez sorrir, sorriu com orgulho de sí mesma e então, olhou para a mulher. — Até algum dia, Seline.

Seline não respondeu, apenas seguiu Helena com o olhar, um sorriso fraco no canto dos lábios enquanto observava a mulher saindo pela porta de seu escritório, claramente mais feliz e mais leve do que um dia já fora desde que a conheceu.

E mais uma vez Helena nada sentiu ao encarar as escadas que davam para o palco, isso a fez sorrir mais uma vez, que alívio que sentia com aquilo, estava se sentindo tão leve e tão estranhamente bem que sentia que podia levitar, que passo enorme havia dado, havia superado tudo aquilo de uma forma que jamais havia pensado que um dia iria conseguir, parecia tão surreal, mas naquele momento Helena sentiu que era capaz de tudo e não era nenhuma máscara que estava dando esse sentimento a ela, era só o sentimento de acreditar em sí mesma. Era incrível.

Caminhou por aquele corredor sem máscara, livre de quaisquer segredos, um sorriso vitorioso em seus lábios, agora era hora de ir correndo de volta para os braços de sua morena. Ao menos era isso que ela desejava, mas não era o que aconteceria.

Seus passos cessaram repentinamente para não esbarrar na garota que atravessou o corredor praticamente correndo, havia saído de uma porta e corrido diretamente para outra, Helena se assustou com a movimentação e seu coração se acelerou quando voltou a andar, precisou só dar dois passos, seus olhos automaticamente olharam para dentro do quarto onde a garota havia entrado com tanta rapidez e o que viu fez o chão sumir de baixo de seus pés, a primeira mão tudo o que via era sangue, a segunda mão o que via era um aglomerado de cinco garotas ao redor de apenas uma que tinha a face inteiramente desfigurada e banhada a sangue.

— O que aconteceu? — Helena não havia nem mesmo percebido que seu corpo havia agido antes mesmo que seus pensamentos, se enfiav* entre as garotas e ia diretamente para aquela garota ferida.

— O cara violento, ele passou dos limites dessa vez. — a garota que segurava a machucada falou de forma exasperada, tinha lágrimas nos olhos. Helena imediatamente tomou a frente da situação, tomando o lugar da dançarina que tentava conter o sangue, mas tremia demais para isso. — Lilly! Acorda, por favor!!

Helena se abaixou rente a cadeira que estavam e ergueu as mãos tocando o rosto da garota, a encarou rapidamente, olhou todo o corpo, estava parcialmente nua e não era só o seu rosto que estava machucado, haviam muitas escoriações sobre a pele clara, haviam marcas claras de mordida nos seios expostos, podia ver até mesmo sangue saindo de algumas, haviam muitas marcas de dedos nos braços e tantas outras marcas que no momento não sabia distinguir, mas a fizeram ficar enojada.

— Lilly! — segurou o rosto da garota, podia ver sangue saindo do nariz claramente quebrado, da sobrancelha estourada e de alguns outros machucados, aquilo era absurdamente desumano. — Lilly, você pode me ouvir?

Seus dedos escorregaram pelo sangue, deu pequenos tapas no rosto machucado, mas não teve absolutamente nenhuma reação, mas notava que a garota oscilava entre o consciente e o inconsciente, mas logo a resposta veio, a garota se contorceu e então vomitou, mais sangue do que qualquer outra coisa.

As garotas se desesperaram, gritos e falas que Helena não entendeu, mas até mesmo ela se sentiu aterrorizada naquele momento por que tinha absoluta certeza de que aquilo não era um sinal bom.

— Eu vou chamar a ambulância. — Helena declarou imediatamente, finalmente notou que estava tremendo quando enfiou a mão no bolso do sobretudo e agarrou o celular.

— Eles não permitem! — ouviu repentinamente e olhou em direção a uma das garotas, uma negra de corpo esguio e olhar desesperado. — Nós que devemos cuidar delas.

— Como assim eles não permitem? Você não vêem a gravidade da situação? — Helena praticamente gritou. Uma das garotas se encolheu, ficando de cócoras no chão e tentando claramente esconder a cabeça entre as pernas enquanto chorava copiosamente. Helena sentiu vontade de chorar ao encarar aquela cena que lhe trouxe tantas lembranças.

— Eles não permitem! Nós não somos nada pra eles! Não é a primeira vez que isso acontece, semana passada esse desgraçado quebrou o braço da Sun e eles não fizeram nada por que ele paga muito bem pra foder uma de nós! A regra é clara, se uma de nós se machuca, nós nos cuidamos e voltamos a trabalhar. — a mesma mulher falou com muita rapidez e de forma quase desesperada como se estivesse contando algo que não deveria.

O coração de Helena chegou a parar por alguns segundos, o olhar aterrorizado e a boca entreaberta.

— Ela prostitui vocês? — sua voz quase não saiu.

— O que está acontecendo aqui? — uma voz grave e repleta de ignorância soou na porta. — Por que ainda não resolveram isso?

Helena encarou o segurança, o olhar ainda inteiramente incrédulo e arregalado como se tivesse recebido o maior soco no estômago que já levou na vida.

— Ela precisa de uma ambulância, agora. — não soube de onde tirou a voz, mas conseguiu falar e erguer-se para tentar minimamente se impor.

— Eu já disse, sem ambulâncias, perguntam demais. — o segurança era enorme e Helena já havia o visto algumas vezes.

— O que porr* você está falando? — gritou, nada daquilo conseguia descer por sua garganta, como não conseguiam enxergar o estado daquela garota? — Esse lugar também precisa da visita da polícia.

O homem avançou em sua direção, Helena sentiu claramente o momento que as garotas se aproximaram e tomaram a sua frente como uma parede humana de escudos... Como mulheres que estavam acostumadas com aquilo.

— Não vamos chamar ninguém. — falaram quase juntas e Helena olhou para as mulheres sem entender por alguns segundos, olhou em volta, a mesma garota que segurava a garota  machucada agora a segurava com ainda mais afinco como se tentasse a proteger de tudo aquilo, a outra que estava encolhida parecia ter quase se fundido a sí mesma de tão encolhida que estava e a sua frente tinha um brutamontes de olhar furioso sendo contido por três garotas pequenas, mas tão corajosas. Entendeu, ela não tinha escolha, elas não tinham escolha. Uma lágrima grossa escorreu por seu olho direito e ela nem havia se dado conta do momento em que havia começado a chorar.

— Eu tenho uma amiga que pode ajudar, sem polícia, sem hospitais, ela só vem, ajuda, não fala nada. Se ela não vier, é provável que a garota morra, os machucados são muito graves. — falou, a voz estranhamente calma, enquanto olhava fixamente para o homem. — Sem polícia e sem hospitais. — repetiu.

O homem que era quase seguro pelas mulheres parou, olhou para a garota machucada por alguns segundos e então voltou a olhar para Helena.

— Vou falar com a chefe. — declarou antes de dar meia volta, mas não sem antes lançar mais um olhar nada amistoso para Helena.

O ar pareceu ficar mais leve no momento em que ele saiu, mas rapidamente Helena virou-se de volta para Lilly, a jovem machucada, imediatamente desamarrou o nó do sobretudo e o retirou e logo em seguida cobriu o corpo seminu da jovem e em seguida pegou o pano ensanguentado ao lado e fez pressão sobre a sobrancelha rasgada para que parasse de sangrar ao menos um pouco.

— Você é a dançarina mascarada não é? — a voz de uma das garotas que havia a defendido soou baixa, cuidadosa.

— Era. — respondeu e virou o rosto para encarar a jovem de olhar assustado.

— Era bom quando você vinha, ganhávamos uns extras, compensava os abusos dos outros dias.

— O problema é que quando percebiam que não podiam ter você, descontavam em nós.

— Alguns pediam pra gente usar máscara durante os programas, depois começaram a se tornar violentos, cada vez mais, sempre existiu os clientes violentos que sentem tesão em bater em mulher, mas tudo piorou...

Helena estava muda, cada garota falava uma coisa como se elas estivessem completando o mesmo raciocínio, e era exatamente isso já que todas pensavam a mesma coisas, todas já haviam conversado entre sí aquele assunto uma boa dezena de vezes.

— Como ela está? — uma voz diferente, afobada, surgiu na porta do quarto e todas olharam em direção a mais uma garota que surgira, uma que claramente viera correndo ao saber do ocorrido. — Meu Deus. — ela levou as mãos a boca como se quisesse conter a vontade de gritar.

— Ele quase a matou. — a jovem que segurava Lilly falou em meio ao choro desesperado.

Helena quis chorar junto, não teve nem forças para falar nada enquanto tantas palavras soavam em sua mente. Era culpa dela. Como nunca havia notado nada daquilo? Por que havia sido tão cega por tanto tempo? Como algo que fizera para se sentir bem havia desencadeado toda aquela desgraça? Como Seline era capaz de prostituir aquelas garotas depois de dizer a minutos atrás que tentava proporcionar o melhor para elas? Então, pensou melhor... Ela realmente conhecia Seline?

— O que está fazendo aqui? Circulando, agora! — a voz ignorante soou mais uma vez na porta e Helena olhou para o homem mais uma vez.

— Ok, mas pense bem no que vai fazer antes de qualquer coisa. — o segurança falou com seriedade para Helena e não precisou de mais nada além disso para ela entender o que ele queria dizer, era uma ameaça muito bem feita, mas apesar de tudo, estavam lhe dando a permissão para pedir ajuda.

Helena apenas acenou rapidamente com a cabeça e quase engoliu em seco enquanto se levantava.

— Segura bem firme. — pediu a garota que amparava o corpo quase desfalecido de Lilly e então se afastou indo mais para o canto da sala pequena, voltou a pegar o celular com as mãos ensanguentadas, a tela suja nem mesmo a incomodou quando buscou o nome de Amélia nas chamadas recentes e quando discou ligar colocou o celular no ouvido, não podia fazer nada além daquilo, o risco que aquelas garotas corriam era absurdo, se desconfiassem que ela estava chamando a polícia, o pior aconteceria antes mesmo que a polícia chegasse naquele lugar.

— Amor? — ouviu do outro lado da linha a voz claramente preocupada de sua morena.

— Eu preciso de ajuda. — Engoliu o choro e sentiu seu corpo inteiro formigando com a vontade absurda de se desfazer em lágrimas e se encolher naquele chão frio. — Uma garota foi espancada brutalmente por um cliente, ela está muito mal, eles não permitem que chamem ambulância... — notou que sua voz falhava a cada nova palavra, como se o desespero que sentia começasse a ameaçar tomar conta de si.

— Não precisa falar mais nada, eu estou a caminho.

— Pela porta dos fundos. — foi a única coisa que Helena conseguiu dizer antes de findar a conversa.

— Ela pode mesmo ajudar? — ouviu atrás de si, quando virou-se encontrou olhares que pareciam carregar um misto de esperança e de apreensão.

Helena acenou positivamente com a cabeça, mesmo em meio a todo aquele caos, ela não pensou nem mesmo duas vezes antes de ter a certeza de que Amélia saberia o que fazer, ela sempre sabia.

— Por que está fazendo isso? Você sempre agiu como se nós nem existíssemos. — mais um chute em seu estômago e por um breve segundo recordou-se do sentimento de prepotência que a dançarina lhe trazia. Negou com a cabeça, desaprovando mais uma vez tudo o que havia feito.

— Por que eu fui vítima de um homem violento. — respondeu, a voz que sempre era rouca e forte, parecia tão fraca que no momento Helena mal reconheceu a própria voz. Caminhou devagar, passos lentos e tão, mas tão pesados que aquele breve caminhar pareceu durar uma eternidade. — Várias e várias vezes, tanto sangue quanto agora, tantos machucados quanto os dela, inúmeros ossos fraturados, inúmeros inchaços nos olhos, incontáveis cortes na boca, mais costelas fraturados do que deveria ser possível e uma filha assassinada. — enquanto falava, Helena muito cuidadosamente tocava o rosto da jovem machucada, contornando os machucados, deslizando os dedos pelo sangue, estava silenciosamente lamentando por cada machucado, silenciosamente se desculpando como se estivesse se vendo. — De alguma forma deturpada, a dançarina mascarada nasceu de mim, alguém completamente diferente do que eu realmente sou e que tinha a única função de ser superior e trazer alguma sensação de segurança para que eu superasse o terror que eu sentia e sinto pela maioria dos homens. 

Naquele segundo, enquanto proferia tais palavras, sentiu ânsia de vômito e precisou engolir um pouco de saliva para conter aquela sensação, aquele não era o momento para que ela perdesse o controle, mas ela não precisava pensar demais para entender o que estava acontecendo: estava sentindo nojo de si mesma.

— Por que continuam aqui? — sussurrou, não estava colocando nenhuma culpa nas garotas, mas precisava saber o que as prendiam, precisava fazer alguma coisa.

— Algumas de nós não tem lugar para ir, a Lilly só tem 19 anos, é uma das mais novas, fugiu de casa a quatro anos por que era espancada e estuprada pelo padrasto e a mãe é uma drogada. Os abrigos também abrigam pessoas tão cruéis quanto, então não são locais seguros pra jovens.

— Algumas tem dívidas com a Seline, trabalham para pagar, mas a dívida é muito grande para serem pagas facilmente. Outras estão aqui ilegalmente, foram trazidas pra cá na inocência de um bom emprego, não podem pedir ajuda por medo de serem deportadas.

As garotas atrás de si contavam suas histórias e Helena ouvia em silêncio, enquanto algumas lágrimas escorriam por seus olhos sem que ela desse permissão, mas não tinha como controlar. A cada segundo que passava, mais difícil era conseguir manter o controle sobre si mesma, mais a vontade de se encolher e chorar crescia, queria se esconder do mundo e se afundar na própria dor e nojo onde passaria horas se martirizando pelo fracasso que era como mulher. 

Ela não soube exatamente quanto tempo passou, mas ela lembrava com perfeição de cada palavra que ouviu das bocas daquelas garotas que aproveitavam que o segurança já havia partido e desabafavam com quem parecia ser uma pequena luz de esperança.

Eram tantas perspectivas naquele quarto, enquanto Helena ficava mais e mais enojada com tudo aquilo e com si mesma, as garotas pareciam sentir cada vez mais segurança na mulher que elas conheciam como a Dançarina Mascarada, talvez fosse na atenção que ela lhes dava, ou no claro cuidado que ela demonstrava com a garota tão machucada, afinal, Helena não havia mais se afastado, mantinha-se rente a jovem, segurando sua mão cuidadosamente, limpando seu rosto, a acalentando quando ela parecia querer recobrar a consciência e a cuidando com tanto zelo, algo que nenhuma daquelas garotas parecia acostumada a ver.

— Onde ela está? — vozes alteradas fora do quarto e o coração de Helena saltou com força dentro de seu peito quando olhou em direção a porta na esperança de ver a sua garota. — Não encosta em mim! — Amélia esbravejou e repentinamente apareceu no campo de visão de todas dentro do quarto, no momento claramente puxava seu braço do aperto de um dos seguranças. — Vem. — chamou e logo em seguida uma nova figura apareceu claramente com roupas de enfermeira. — Se você tocar em mim de novo, a polícia e uma dúzia de advogados vai bater nesse lixo de lugar antes mesmo que você conseguia comunicar essa informação a merd* da sua chefe. — a doce mulher como sempre fora, agora parecia um verdadeiro poço de ignorância, transbordava determinação em seus olhos e estava completamente preenchida pelo cuidado que tinha pela mulher que amava.

— Meu Deus, o que fizeram com ela? — a enfermeira praticamente correu para dentro do quarto quando notou o que lhe esperava e quando se aproximou o suficiente já fora se abaixando ao lado de Helena e por um segundo os olhos azuis da mulher se fixaram nos de Helena e silenciosamente disseram: deixa comigo.

— Lizzie. — sussurrou, aliviada enquanto automaticamente se afastava e então ergueu os olhos e já viu sua morena vindo em sua direção com urgência.

— Você está bem? Eles machucaram você? — questionou enquanto se abaixava na frente de Helena e imediatamente tomava sua face, em seguida olhava para todas as partes do corpo de Helena. — Eles machucaram você?? — a voz de Mia se alterou quando viu o sangue em Helena e a Mexicana viu claramente os olhos de sua namorada tremerem e se arregalarem.

— O sangue não é meu. Não é meu. — Helena pontuou com firmeza enquanto erguia as mãos sujas para segurar as mãos de Mia com firmeza, seu coração imediatamente sentiu um pouco de acalento, mas isso só fez com que Helena sentisse ainda mais vontade de chorar e a expressão que fez, fez com que Mia entendesse, tanto é que logo em seguida puxava sua garota para um abraço.

— Está tudo bem, vamos resolver tudo isso. — sussurrou enquanto a apertava em seus braços.

— É tudo culpa minha. — Helena sussurrou de volta, um claro desespero na voz embargada.

Amélia olhou para o lado e só então notou a gravidade da situação e entendeu por que Helena estava suja de sangue. Seu estômago se embrulhou e ela virou o rosto imediatamente, havia até mesmo perdido a fala e nem sequer soube ou conseguiu responder a Helena.

— Eu preciso de espaço e ajuda pra deitar ela no chão, com muito cuidado, ela com certeza está com alguma costela fraturada e se já não estiver com uma hemorragia interna, eu não quero que ela ganhe uma agora. — Lizzie enfim tomou o total controle da situação, estava em meio a mais um plantão quando recebeu uma ligação de Amélia e não precisou nem mesmo de 2 segundos para dizer que sim. Não era a primeira vez que saia tarde da noite para socorrer alguém mesmo que fosse apenas uma enfermeira, não era a primeira vez que via uma mulher machucada daquela forma e nem era a primeira vez que ela sabia que teria que ficar em silêncio sobre tudo aquilo.

Com muito cuidado e com instruções muito firmes da enfermeira Elizabeth, a jovem Lilly fora deitada no chão para que recebesse os cuidados necessários, mesmo que não fosse os adequados devido a pouquíssima estrutura, tudo o que Elizabeth tinha consigo era o seu conhecimento e uma maleta com medicações e mais alguns utensílios.

— O que houve? — Amélia enfim questionou quando a situação se mostrou minimamente sob controle, estavam em um canto do quarto, as outras garotas estavam reunidas em outro canto amparando umas as outras e com os olhos atentos a tudo o que Lizzie fazia e na porta do quarto, estava o segurança olhando para absolutamente todo e qualquer movimento da enfermeira.

Helena olhou bem para Amélia, os olhos estavam levemente avermelhados e a expressão era de uma clara derrota, estava praticamente gritando socorro apenas com o olhar, toda aquela situação era uma variedade absurda de gatilhos, era coisa demais para que ela conseguisse suportar e a única coisa que a impedia de surtar era saber que deveria manter a pose diante das garotas naquele quarto.

— Eu já estava indo embora quando encontrei ela desse jeito. — explicou em um tom de voz não mais alto que um sussurro, então olhou brevemente em direção ao segurança na porta, apenas checando se ele não ouviria. — Eles prostituem as garota a força, e alguns homens se divertem batendo nelas, descontam suas frustrações nelas quando descobrem que não podem ter a dançarina mascarada.

A boca de Mia se entreabriu com o choque daquelas palavras, os olhos se arregalaram um pouco mais e as palavras definitivamente sumiram de sua boca.

— Mas...

Helena negou com um aceno de cabeça como se silenciosamente pedisse que a morena não falasse nada.

— Eu não sabia de nada disso, eu juro. — prometeu em um sussurro tão sofrido que fez o coração de Amélia despedaçar-se. A Designer suspirou, sentiu vontade de chorar, mas tudo o que fez foi espalmar a mão na cabeça de sua morena e a puxar para pertinho.

— É claro que você não sabia, você não precisa me dizer isso. Eu sei que nunca deixaria que isso acontecesse se soubesse. — Mia falou com convicção, muito próximo ao ouvido de sua garota. E então beijou-lhe os cabelos com todo cuidado, ela havia falado com toda sinceridade, realmente acreditava naquilo, mas toda a situação não deixava de ser absurda por isso.

Helena não respondeu, tudo o que fez fora abraçar o corpo de Amélia com toda a sua força, como se precisasse daquela sensação para não surtar. O enjoo que sentia, a dor que o coração muito acelerado causava em seu peito, não sentia firmeza nas próprias pernas e nem mesmo força o suficiente nos braços, sentia que no momento em que relaxasse somente um pouco, ela iria direto para o chão. 

— Simplesmente absurdo como vocês permitem que façam isso com uma garota de vocês. — Lizzie quase rosnou ao olhar para o segurança parado na porta. — As lesões aparentes eu consigo cuidar, mas ela tem fraturas que não irão se curar em um quarto fedido sem o cuidado correto.

— Sem hospitais. — o homem rebateu de forma completamente impassível.

— Por que ainda está uma bagunça aqui? — a voz sedutora e arrastada soou repentinamente vinda de trás do segurança, automaticamente o grande homem deu um passo para trás e virou o corpo, dando a plena visão de Seline parada atrás de si, quando a passagem ficou livre, ela deu alguns passos adentro.

Não deu tempo de ninguém responder aquela pergunta, já que no segundo seguinte tudo se tornava um caos, em uma fração de segundos Helena conseguiu atravessar o quarto em poucos passos e agiu por impulso, em meio a uma explosão de emoções quando seu punho direito acertou em cheio o nariz de Seline, houve sangue, Seline gritando com as mãos no nariz e seguranças que pareciam vir de todos os lados.

— Hija de puta! Você me disse que cuidava delas! Como tem coragem?? — Helena estava se debatendo nos braços de um segurança, teve a certeza de que acertou um deles com o seu cotovelo.

— Solta ela, seu filho da puta!! — a voz de Amélia se sobressaiu do caos em algum momento, outro segurança a agarrava enquanto ela tentava se soltar para ir até Helena, em vão é claro. Em algum momento de todo o caos Lizzie ainda conseguiu ser ágil o suficiente de dar uma ampola de remédio e umas seringas a uma das garotas, deu instruções urgentes enquanto era puxada a força por um segurança, sabia muito bem o que iria acontecer, iriam ser expulsas.

Nada parecia mais ser entendido, eram apenas gritos enquanto eram arrastadas a força pelo corredor, a primeira fora Helena, que em um segundo estava presa com muita força por braços nada delicados, no outro estava sendo praticamente arremessada no chão do beco escuro que ficava por trás no bar, não soube se foi jogada com força demais ou era por que não tinha força para se segurar, mas fora diretamente para o chão e a dor que sentiu nos braços a fez ter certeza que ganhou alguns arranhões.

— Vocês vão se arrepender de cada coisinha que já fizeram. — Amélia rosnou ao ser empurrada quase ao mesmo tempo que Lizzie, mas ela manteve-se firme, o olhar feroz encarava os seguranças na porta.

— Não deveria dizer isso quando seu irmão está lá dentro aproveitando os serviços que você está reclamando. — o segurança praticamente cuspiu aquelas palavras e aquilo foi mais do que o suficiente para calar Mia, a morena fora praticamente golpeada com força e seu corpo chegou até mesmo a gelar, não por medo, por incrível que pareça, ela não sentiu medo que fizessem algo com o seu irmão, mas sentiu nojo por seu irmão frequentar um lugar como aquele.

— Helena! — Lizzie falava alto, chamando-a repetidas vezes, isso acordou Mia de seu “transe”, agora encarava a porta fechada, mas logo virou-se e pode encarar Helena de joelhos no chão, se contorcendo enquanto vomitava.

— Merda. — Mia sussurrou enquanto corria em direção a namorada, ajoelhou-se atrás dela, Lizzie estava logo ao lado.

— Ela está tendo um ataque de pânico. — Lizzie alertou no momento em que Helena erguia a cabeça puxando o ar e então se afobava completamente, era visível o desespero em seu olhar, a forma como tremia e o jeito acelerado como as mãos iam até o peito e a garganta, deixando claro que ela não conseguia respirar, as lágrimas escorriam em abundância por seu rosto. — Helena, Helena! Respira, calma. — Lizzie colocou uma mão no peito da mexicana e uma mão fora para o rosto banhado em lágrimas e terror.

— Amor, eu estou aqui. — Mia envolveu os ombros da morena com seu braço esquerdo e o direito envolveu a cintura, mas não a apertou. — Calma, eu estou aqui.

— Você consegue, está segura agora, você consegue. — Lizzie a olhava nos olhos, a mão espalmada no peito dela esfregava-o suavemente como se incentivasse Helena a respirar.

Então, Helena respirou, respirou fundo, demorado, mas ao invés de se acalmar, ela fechou os olhos e o choro viera com força, alto, desesperado, não sentia o chão abaixo de sí e mesmo quando fora abraçada até mesmo por Lizzie, tudo o que conseguia sentir era medo, dor, desespero e uma sensação absurda de vazio que parecia começar a consumi-la cada vez mais. Estava perdida.

Fim do capítulo


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