Capitulo 3 - A ex
Olivia
Quando entro no carro, mando uma mensagem para minha mãe avisando que estou indo buscar Theo em 20 minutos, o rapazinho me ligou dizendo que já queria ir embora, e levando em conta que a universidade é perto e não levará nem 5 minutos para deixar a moça de olhos claros em seu dormitório, não demorarei a chegar até a casa de meus pais.
Aproveito para mandar mensagem para Aurora também, para que já arrumasse suas coisas que eu não demoraria a ir buscá-la.
- Você realmente não precisa me levar até lá, eu posso ir muito bem sozinha – E a tagarela volta com a ladainha de ir sozinha.
- Claro que pode, mas não vai – Falo enquanto dou partida com o carro.
- Você é chata hem! – Ela solta contrariada.
- E você parece uma criança mimada, que não gosta de ser contrariada – Rebato rindo da situação.
- Eu poderia te mostrar que de criança não tenho nada – Fala cruzando os braços, mas depois se dá conta do que falou – Desculpa.
- Você tem cara de quem fala muito e não faz nada – Provoco, porque realmente ela parece uma criancinha agindo dessa forma. Sua boca abre e fecha, como se tivesse perdido a fala.
- Não vou lhe responder sobre isso, porque devo respeito por você ser mais velha, mas uma próxima vez, não terá tanta sorte assim – Diz realmente brava.
- Ué, perdeu toda a valentia agora? – Me encara novamente com a boca aberta.
- Apenas ia dizer que se tem tanta dúvida do que posso fazer, é simples, você pode provar do que sou capaz – Sua voz soa galante.
- Garota, garota, eu já passei do tempo em que esses joguinhos funcionavam, isso é coisas para pessoas da sua idade – Estico o braço em sua direção e aperto sua bochecha, isso a deixa ainda com mais raiva - na minha, a gente apenas faz, e faz bem feito.
- Seu namorado sabe que você sai falando essas coisas para as pessoas? – Dá um leve tapa em minha mão para afastá-la de seu rosto.
- Primeiro, não saio falando essas coisas para as pessoas, apenas para aquelas que tentam me provocar de alguma forma – Vi seus lábios se curvarem em um sorriso discreto e malandro - E segundo que namorado? Sou muito bem solteira.
Viro a esquina que dá ao dormitório e está tudo fechado por vários carros de bombeiros.
- Theo não é seu namorado? – Questiona antes de perceber o caos que há lá fora.
- Não.
É a única coisa que respondo antes de parar o carro, tiro o cinto de segurança e saio para ver o que ocorreu, e como farei para deixar essa criatura em segurança em sua casa.
Ao me aproximar dos bombeiros, percebo que a jovem está ao meu encalço. Um rapaz vem ao nosso encontro para não nos deixar chegar muito perto dos caminhões.
- Boa noite senhoritas, infelizmente vocês não podem passar dessa área – Nos informa.
- E você poderia nos dizer como chegar até os dormitórios da universidade? – Pergunto. O rapaz me olha de cima abaixo para só depois responder.
- Infelizmente vocês não vão conseguir, os dormitórios estão interditados, tivemos que evacuar o prédio, teve vazamento de gás e terá que ficar fechado por alguns dias.
- E minhas coisas que estão lá? – Giovana fica um pouco assustada com a situação – E onde o pessoal vai ficar?
- Isso já não é mais da minha conta garota – O bombeiro é um verdadeiro babaca – Temos apenas a ordem de não deixarmos ninguém entrar, e todos estão tendo que sair.
- Vamos Giovana – Puxo a mais nova pelo braço, mas ela parece não querer se mover – Venha, não vai resolver nada ficarmos aqui.
Voltamos para o carro e vejo que ela não faz o movimento de quem vai entrar nele, olha apenas para o chão com as mãos na cintura.
- Você não vai entrar? – Me aproximo dela – O que houve?
- O que houve? Você não ouviu o que aquele babaca acabou de falar? – Me encara.
- Sim, que está interditado.
- Então Olivia, é isso mesmo que você ouviu – Começa a andar de um lado para o outro – Você sabe o que isso significa?
- Obvio que sei Giovana, o prédio ficará fechado por alguns dias, foi isso que o bombeiro acabou de falar, não sou surda – Ela está achando que sou idiota?
- Não é só isso que significa – Respira fundo – Significa que eu não tenho onde ficar, que Valentina não tem onde ficar, que muitas pessoas que moram aqui não terão onde ficar – Coloca as mãos no rosto em forma de frustação.
- E seus pais não moram aqui em Criciúma? – Ela solta um riso de forma sarcástica – Não tem ninguém que possa ceder um lugar para vocês? Uma amiga?
- Não, meus pais não moram aqui, nem os da Valentina – Balança a cabeça como se não estivesse acreditando – Pensa Giovana, pensa no que pode ser feito – Fala sozinha.
- Vou avisar Gabriela e Valentina, enquanto você respira um pouco e pensa no que fazer.
- Pensar no que fazer? Você está de brincadeira com a minha cara? – Urra – Eu não tenho opção Olivia, eu não conheço ninguém além da Valentina nessa cidade, eu não tenho amigos aqui, e agora nem roupas eu tenho mais para os próximos dias, nem meus materiais, e você quer que eu faça o que?
Eu sei que é um momento difícil, e vou deixar passar esse acesso de raiva dela, em consideração a dificuldade da situação. Deixo-a sem respostas e me afasto um pouco para mandar mensagem para minha amiga, como elas estão no cinema ou a caminho dele, provavelmente ela não me atenderá se eu ligar. E sua resposta não tarda a chegar.
Gabriela: Como isso foi acontecer vou ver com a valentina como podemos ajudar
Eu: Giovana falou que não tem onde ficar.
Gabriela: foi o que a Val acabou de falar. vou levar ela para meu apartamento essa noite, você tem como levar a Giovana até lá? Mas chegaremos tarde, o filme é longo e não queria piorar as coisas tendo que sair agora daqui.
Eu sinto que irei me arrepender muito do que eu estou prestes a fazer, sei que amanhã desejarei bater na minha própria cara, mas tenho que fazer algo, não tenho coragem de deixá-la desabrigada.
Eu: pode ficar tranquila, ela ficará em minha casa.
Volto a guardar meu celular e caminho para perto do meu carro, e me preparo para a garota espernear até aceitar meu convite.
- Entre no carro, já falei com as meninas, Valentina ficara na casa da Gabriela por essa noite.
- Menos mal, pelo menos ela tem onde ficar – Puxa o ar um pouco mais fundo – Olha, obrigada por me trazer até aqui, não quero atrapalhar o resto da sua noite, pode ir, daqui eu me viro.
- Você vai comigo para minha casa – Abro a porta do carro – E se não quer me atrasar mais então entre logo.
- Não vou ir com você para sua casa, não precisa disso.
- Claro que precisa – Percebo que ela não faz nenhum movimento indicando que irá entrar – Olha, é o seguinte, você não queria essa situação, eu sei disso, e sei também que você é minha aluna, é antiético o que estou fazendo, mas eu estou aqui no momento que você está precisando de uma pequena ajuda, então eu vou ajudar.
- Mas eu não quero atrapalhar, você não precisa fazer isso – Ela baixa a guarda.
- Eu sei que não preciso, mas eu quero – A encaro – Não é o fim do mundo, é só uma ajuda.
Ela sabe que não tem muito o que ser feito, se não aceitar minha ajuda terá que achar algum outro lugar para dormir, e sabemos que seria difícil de encontrar a essa hora. Por fim ela se rende e entra no carro.
- Espero que não se importe de eu ter que passar em dois lugares antes de ir para casa – Dou partida.
- Sem problemas – Encara a janela.
O caminho até a casa dos meus pais está sendo silencioso, por mais que eu seja muito reservada com minha vida privada, não estou me importando com o fato de Giovana me acompanhar em locais que eu jamais levaria uma pessoa que conheci a pouco tempo, por algum motivo, sinto que ela é de confiança.
Estaciono o carro e vejo a porta da grande casa se abrir e por ela sair um tiquinho de gente apressado. Desço e vou ao seu encontro, para ajudá-lo a descer as escadas sem se machucar, mas logo noto que meu pai vem logo atrás.
- Mama – Theo grita ao me ver – Sadade de você.
- Eu também estava morrendo de saudade minha vida – Me abaixo para pegá-lo em meu colo, abraçar e sentir o seu cheirinho de bebê – Pronto para ir para casa?
- Sim – Ele faz sinal que quer ir para o chão e eu atendo sua vontade, ele desce um degrau a mais da escadas, mas para quando vê que tem alguém no carro – Amiga da mama?
- Sim, ela ficará conosco hoje – Meus pais estão parados ao meu lado – Ele deu muito trabalho?
- Não, nosso menino é maravilhoso, ele sempre se comporta, apenas quando teve que comer os brócolis, não teve jeito, ele não quis – Enquanto minha mãe fala, ele sobe o degrau novamente e esconde o rosto em minhas pernas.
- Ai ai mocinho, o que conversamos sobre a importância das verdurinhas?
- Mas Theo não gosta – Ele baixa o olhar e junta as mãozinhas – A barriguinha de Theo também não gosta.
- Mas é só se acostumar meu amor – Pego sua mochila para irmos embora e me direciono para meus pais – Obrigada por ficarem com ele, vocês são incríveis.
- Você sabe que pode trazer ele todos os dias se precisar, e mande um abraço para nossa princesa.
- Pode deixar, irei buscar ela agora, parece que andou aprontando – Peguei a mão do meu filho para auxiliá-lo até o carro, mas ele pede colo.
- Tente entendê-la Olivia – Agora é meu pai quem fala – É difícil para ela.
- Eu sei que sim, mas não é nada fácil lidar com uma pré-adolescente – Começo a caminhar e eles me seguem – E o problema nem sempre é ela, vocês sabem quem é o grande e único problema.
Quando estou próxima ao carro, Giovana abre a porta e sai. Me espanto, mas tudo passa quando ela estende as mãos para pegar as coisas de Theo e me ajudar a guardar. Foi uma atitude bonita.
Vi que ela colocaria no banco de trás junto com a cadeirinha, então peço para colocar no porta-malas, sendo que o espaço ali logo será ocupado.
Percebo que minha mãe a encara, fazendo sua famosa inspeção de “quem é você que está perto da minha filha?”. Mães. Hoje em dia não a julgo mais, pois faço a mesma coisa com Aurora, porém mesmo assim é estranho, quando estamos do outro lado da situação.
Meu pai tenta conter o sorriso enquanto nos olha, ele chega perto de mim e fala baixinho.
- Não sabia que você gostava de novinhas minha filha – E solta uma gargalhada.
- Pai – O repreendo, todos me olham e sinto meu rosto queimar, provavelmente estou vermelha – Ela é só uma amiga, nada mais.
- É assim que chamam agora? – Ele continua rindo e tirando onda com minha cara – Na minha época quando alguém saia acompanhada de uma outra pessoa e ela era assim, toda solícita, era porque tínhamos interesses.
Eu quero me enfiar em qualquer buraco, porque essa última parte Giovana escuta e me encara com uma cara bem assustada.
- Agora a gente chama de amizade, pai – Falo enquanto coloco o pequeno na cadeirinha, e noto que ele já está com sono.
- Tudo bem filha, chame quando quiser – Se vira para a garota – E como você se chama, minha jovem? Já que Olivia não nos apresentou.
- Giovana, muito prazer – Responde um pouco envergonhada e estende a mão.
- O prazer é todo meu, querida, saiba que se está com minha filha, sempre será bem-vinda nessa casa, a não ser que trate ela como a última com quem ela estava.
- Mãe você poderia me ajudar a controlar a boca do seu marido? – Tento recorrer a única pessoa que pode fazê-lo parar.
- Deixe de palhaçada homem, não está vendo que sua filha já é uma mulher formada, a deixe escolher quem quiser – Tenta ajudar.
- Bom, já está na hora de irmos, e vocês se cuidem e qualquer coisa que precisarem, me liguem.
Abraço-os e me despeço, e eles fazem o mesmo com meu filho, e consequentemente com Giovana.
Giovana
Não sei o que me chocou mais essa noite, descobrir que estou sem onde ficar por alguns dias, descobrir que Olivia tem um filho, descobrir que ela gosta de mulheres e que já se relacionou com uma ou passar por alguma ficante dela. Não que eu reclamaria se a última parte fosse verdade, afinal ela é muito gata, não seria sacrifício nenhum ficar com ela, mas conhecer a família já seria um pouco sério demais.
Quando estamos em movimento com o carro, posso admirar mais um lado dessa mulher, o seu lado mãe. O pirralhinho é bem bonitinho, com todos os traços da morena, não dá para negar que é seu filho.
- Mama – A coisinha no banco de trás chama.
- Oi meu amor – Responde sem desviar o olhar do trânsito, mas dá para notar que o vê pelo retrovisor.
- Onde está a Olola? – O jeito que ele fala é muito fofo, ele deve ter em torno de uns dois ou três anos.
- Estamos indo buscar ela, daqui a pouquinho já chegamos.
- Na ota mamãe dela?
Não disfarço meu olhar questionador para ela, e Olivia fica ainda mais sem jeito em responder, mas como parece ser uma ótima mãe, não deixa sua cria sem resposta.
- Sim.
O assunto acaba, e muitas coisas se passam pela minha mente nesse momento. “Olola” seria a Aurora? A pessoa que ela e Gabriela estavam falando no restaurante? O nome do restaurante de Olivia tem esse nome, então ela deve ser muito importante. Será que é o nome da ex-namorada dela?
Logo minhas dúvidas são sanadas. Pouco tempo depois Olivia para o carro na frente de uma casa enorme, pode-se dizer que é uma mansão. Desliga o carro e sai para ajudar uma menina que vem em nossa direção aparentemente muito irritada. Atrás dela vem uma mulher ruiva, a menina tem uma aparência muito semelhante com ela, diria de cara que é sua filha.
A ruivinha beija o rosto da minha professora e vai guardar sua bolsa no porta-malas, e depois dá a volta no carro e entra no banco atrás do meu.
Nesse mesmo tempo, as duas adultas ficam ao lado da porta do motorista conversando, ou melhor, batendo boca, e pelo volume da voz dá para ouvir de onde nós estamos.
- O que você colocou na cabeça da menina? – A ruiva fala mal-humorada – Ela está respondona e mal criada.
- Eu não coloquei nada na cabeça dela, não tenho culpa se sua filha está crescendo e criando personalidade e você não sabe lidar com isso – Olivia responde no mesmo tom que a outra fala.
- Pois se ela acha que pode falar com a Fernanda do jeito que falou nesse fim de semana, ou ter as atitudes que ela teve, ela está muito enganada – Urra – Vou ensinar essa menina a ter bons modos, e no fundo eu sabia que não deveria ter deixado ela com você, olha no que você está transformando a minha filha.
- Nossa filha – Olivia a corrige – Não se esqueça que ela também é minha filha, e não ache que você tem mais direito sob ela do que eu. E outra, ela é assim só aqui, na minha casa Aurora é um amor de menina, se ela não se sente bem na sua casa, a culpa é sua e não dela.
- É por isso que ela não gosta de ficar aqui, porque eu imponho limites e você só passa a mão na cabeça de uma pré-adolescente mimada.
A mais alta está bufando de tanta raiva, ela vira o corpo para pegar um ar e acaba me vendo dentro do carro, não desvio o olhar, se ela acha que poderia me intimidar, errou.
- Ela não gosta de ficar aqui porque sabe que você não se importa com ela, só quer saber da filha agora, antes nem no aniversário dela você ligava. Agora achou outra namorada, e quer bancar a família feliz – A professora volta a gritar – Não use minha filha para isso.
- E o que importa se eu estou com outra pessoa? Quer falar de mim e está namorando também? Ainda traz ela na frente da minha casa, só para me fazer sofrer ainda mais por não ter mais minha família –Acalma a voz, deixando-a no tom de drama.
- Não queira reverter a situação, você não está mais com sua família por escolha própria, por cada ação sua e eu não vou ficar aqui discutindo com você a noite toda, meus filhos estão no carro e eu tenho mais o que fazer.
Ela se afasta para abrir a porta do carro e entrar, mas a ruiva chata segura seu braço para impedi-la, e quando eu vejo essa cena, meu instinto fala mais alto e tiro meu cinto e saio para confrontá-la.
- Algum problema? – Pergunto ao me aproximar, dou a volta no carro e fico ao lado de Olivia.
- Olha, ela ainda é corajosa – A ruiva fala com deboche – Acho que seria melhor você voltar para o carro que é o lugar onde estão as crianças, e deixe os adultos resolverem os assuntos de adultos.
Só percebo que dou passos em direção a ela quando sinto a mão da minha professora em meu braço me segurando.
- A única criança aqui é você, gritando igual uma louca e querendo se aparecer, quando está nítido que é apenas uma descontrolada – Cuspo as palavras sem nem pensar no que dará.
- Se você não quer que sua namoradinha se machuque, acho melhor tirar ela da minha frente – Responde em direção a morena ao meu lado – Ou eu não respondo por mim.
- Tente a sorte – Não desvio os olhos dela e me preparo para qualquer reação sua.
- Vamos Giovana – Sinto as mãos me puxarem novamente – Não vale a pena se incomodar com essa aí.
- Isso mesmo, vai indo enquanto a gente termina de conversar.
Ela tenta tocar a mão de Olivia, e por puro reflexo eu a impeço antes de completar o ato. Ficamos nos encarando, se ela quer medir forças, iremos medir na mesma proporção, porque eu não tenho medo nenhum.
Só então ela percebe que eu não vou recuar, sendo assim, se livra do meu aperto e ergue as mãos em sinal de rendição e se afasta um pouco. Entramos no carro sem falar nada. Não houve despedidas.
Ao perceber que o clima está tenso, olho para o banco de trás e vejo a coisinha maior segurar a mão da coisinha menor, meu olhar cruza com o da ruivinha.
Não é preciso ser dito nada, eu sei que é uma situação muito complicada para ela ver as duas mães brigarem.
A noite não para de me surpreender, confesso que foram muitas descobertas para um dia só. Olivia com dois filhos, uma família linda, uma ex-namorada problemática e pais fofos. Realmente. Por essa eu não esperava.
O caminho até a casa da família Garcia é feito em completo silencio, nenhum dos quatro se atreve a falar uma palavra. Não é algo incomodo, mas minhas mãos ainda tremem de tanta raiva que eu estou daquela mulher.
A casa de Olivia é grande, na parte da frente não há muito jardim, há uma entrada direta para a garagem. É uma casa moderna e de estrutura quadrada e sem contar que fica localizada em um dos bairros mais nobres da cidade. Quando entramos na residência, tento ajudá-la com as bolsas enquanto ela se encarrega de auxiliar o pequeno. A irmã mais velha não aceita minha ajuda com suas coisas, apenas agradece com um balançar de cabeça.
O local é bem espaçoso, no primeiro andar fica uma sala é enorme, com um sofá e uma televisão de dar inveja, foi inevitável pensar como seria maravilhoso assistir qualquer coisa nesse lugar. Os moveis são claros, casando-se muito bem com os detalhes amadeirados distribuídos nas paredes.
A cozinha pode ser vista da sala, sendo que os ambientes são conjugados. O espaço é bem iluminado e aconchegante.
A mais velha pede licença para colocar a coisinha 1 na cama e avisa que logo voltará para me mostrar onde eu dormirei. Mas antes de subir as escadas, pede para a coisinha 2 me oferecer alguma coisa para beber, aceito apenas um copo de água.
- Você é namorada da mama? – Me questiona com uma cara não muito agradável.
- Por que hoje todo mundo tirou o dia para achar isso? – Tomo um gole da bebida e me sento no sofá, ela senta-se na poltrona ao lado.
- Porque pareceu – Fala simples.
- Mas nem tudo é o que parece – Retruco – Nem sei se posso dizer que somos amigas, ela está apenas me ajudando.
Ela me olha um pouco desconfiada, como se eu fosse um ser estranho com três cabeças.
- Mama não costuma ajudar pessoas que não são amigas, se você não sabe se são, algo está errado – Tenta explicar – Para ela você é amiga.
- Então somos amigas – Termino de beber todo o líquido e começo a me levantar para levar o copo até a pia.
- E por que deixaram minha mãe acreditar que vocês são namoradas? – Interrompe meu ato.
- Mas sua mãe sabe que não namoramos, nunca tivemos nada, como ela acharia que somos algo a mais? – Estou confusa.
- Não estou falando da mama, estou falando da minha outra mãe, a Pietra – Revira os olhos como se estivesse tendo que explicar algo ao seu irmãozinho.
- Ah! – Entendo o que ela quer dizer – Na verdade eu nem pensei nisso, nem me atentei a esse detalhe, na hora só não achei legal a situação.
- Foi legal da sua parte defender a mama – Ela não me olha, encara apenas os próprios pés – Eu não costumo gostar das namoradas das minhas mães, mas se você um dia se tornar uma, eu vou tentar respeitar.
Essa menina tem quantos anos? 25? E por que eu estou tendo esse papo com essa garotinha? Eu nem penso em me tornar namorada da mãe dela.
Chacoalhei a cabeça para espantar esses pensamentos.
- Obrigada por respeitar um futuro relacionamento que não existirá – Falo tentando brincar com a menina.
- Todas querem namorar a mama, mais cedo ou mais tarde você também vai querer – Dá de ombros – de qualquer forma, fique à vontade, vou para meu quarto. Tenha uma boa noite.
- Boa noite, durma bem ruivinha.
Essa dá um sorriso simples e sobe as escadas. Levo o copo até a pia e quando volto para a sala minha professora está descendo com uma muda de roupa nas mãos. Me sento novamente no sofá e ela fez o mesmo.
Ela parece cansada.
Olivia se senta de lado, encolhe suas pernas sobre o sofá, leva as mãos até os cabelos e os ajeita em um coque mal feito. Até assim ela fica linda. Ficamos alguns minutos em silêncio, não sei o que falar.
Mas tenho certeza de que o assunto é sério.
Fim do capítulo
Olá pessoal!!!!!
O que acharam dessa Ex da Olivia????
Não deixem de deixar suas opniões....
Muito obrigada por estarem acompanhando a história.
Espero que a leitura tenha te feito uma boa companhia. Até breve.
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Raquel Santiago
Em: 27/09/2025
A Aurora foi minha orientadora na faculdade kkkk Muito madura ela.
Raquel Santiago
Em: 27/09/2025
Uma noite e ela já sabendo tudo da vida Olivia. kkkk
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Mmila
Em: 12/08/2025
Eita que complicada é a vida da Olívia.
Paloma Matias
Em: 13/08/2025
Autora da história
Olivia precisa ter uma paciência que não sei se muitas pessoas teriam.....
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Socorro
Em: 17/07/2025
Ex smp é pé no saco .... já não gosteiiii kkkk
amei as crianças
Paloma Matias
Em: 18/07/2025
Autora da história
Kkkkkkkk bem isso
Paloma Matias
Em: 19/07/2025
Autora da história
Kkkkkkkk bem isso
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