Capitulo 2 - Café da tarde
Giovana
A primavera está dando suas caras, depois de muito tempo consigo sair do meu dormitório vestindo apenas uma calça jeans e uma camiseta, meus cabelos estão soltos e nos pés meu inseparável All star.
Depois de cumprir meu turno na floricultura, passo na coordenação para falar com Matilda, e descubro que o estágio foi aprovado e eu começo na próxima segunda feira.
Agora estou na biblioteca. Sempre procuro ficar no setor de livros sobre antiguidade, normalmente é o local mais afastado e menos frequentado. Quase todos os dias têm apenas eu.
Quando viro a página do livro que estou lendo, ouço um resmungo, ao olhar para meu lado direito vejo uma mulher que tenta pegar um livro na prateleira mais acima e não está alcançando. Volto a focar minha atenção na minha leitura, mas ouvi novamente o resmungo, quando me viro a ela novamente, a vejo nas pontas dos pés em uma tentativa falha de alcançar. Solto um longo suspiro e me levanto, não é possível que nem aqui eu tenho paz para ler.
Ao me aproximar, noto um pouco melhor a mulher. Calça de alfaiataria na cor creme e uma regata na cor preta, seus cabelos estão presos em um coque bem feito, em seus pés um salto médio preto.
Apenas um pensamento. Gostosa.
- Precisa de ajuda? – Fico próxima a ela e quase desmaio quando a pessoa se vira em minha direção. Só pode ser brincadeira.
- Oh, não vi que você estava por aqui – Ela responde tímida enquanto olha de mim para o livro e vice e versa.
- Qual livro você precisa pegar, professora? – Dou um passo à frente e levanto o braço esperando-a responder, noto seu olhar se prolongar em minhas tatuagens que cobrem ele todo.
- Esse com a capa vermelha – Aponta para me indicar qual pegar – Não sei por que eles não deixam uma banqueta ou escadinha para que a gente possa alcançar nos locais mais altos – Fala emburrada.
Eu não sou muito mais alta que Olivia, mas os poucos centímetros que ela tem a menos fez falta nesse momento e ver sua cara brava é a coisa mais fofa que eu poderia ver no dia de hoje.
EI, VOCÊ PODE PARAR DE REPARAR TANTO ASSIM NA SUA PROFESSORA? Meu subconsciente grita.
- Muito obrigada por mais uma ajuda – Ela agradece quando entrego o livro em suas mãos.
- Mais uma? – Não entendo.
- Sim, no sábado, minha avó amou as flores e até ficou bem emocionada – Me explica.
- Fico feliz em saber, mas não precisa agradecer por nenhuma das duas ajudas, não foi nada demais – Coço minha nuca sem graça, nunca lidei muito bem com elogios ou agradecimentos – Apenas parece que o destino está me colocando sempre no seu caminho quando você precisa de ajuda.
- Também estou achando – Estamos as duas encarando o chão – Mais uma vez obrigada, e não se atrase para a aula daqui a pouco - Pisca um olho e vai em direção a saída da biblioteca.
Não sei o que o destino quer nos mostrar, mas não estou achando ruim esses encontros por acaso. Muitos alunos são loucos para ter uma chance com a essa professora, até onde todos sabem, ela é solteira, porém muito reservada com sua vida pessoal, sempre que a vi passando, via também os olhares de todos os alunos a seguindo, e não tem como julga-los, ela realmente é muito bonita. Mas é professora, e isso seria muito estranho de acontecer.
Arrumo minhas coisas e sigo para a aula, não chego atrasada, mas também não chego muito mais cedo que o necessário. Procuro Valentina e me sento ao seu lado.
Foi uma aula tranquila, Olivia explicou que nesse semestre iremos ter primeiro a parte teórica da matéria, e depois começaríamos ter a prática, mal posso esperar para que chegue esse momento.
******
A semana passou voando, os professores já começaram com tudo, já temos vários trabalhos para entregar e várias matérias para estudar para provas.
Hoje é sábado e estou aproveitando para adiantar tudo, já que segunda feira começo o estágio e terei menos tempo ainda. Quero chegar viva ao fim do semestre, mas não garanto nada. Riu sozinha com meus pensamentos.
- Por que está sorrindo aí sozinha, Gio? – Valentina acaba me assustando, não percebi que ela já voltou do seu rolê – Viu o passarinho verde?
- Apenas rindo da minha própria desgraça – Me viro na cadeira para poder olhar para minha amiga que se jogou na cama – Você já viu a quantidade de coisas que já temos que entregar e tem apenas uma semana que começou as aulas? – Pergunto indignada.
- Você leva tudo muito a sério – Bufa – Temos tempo ainda e você deixa de aproveitar o fim de semana para ficar com a cara enfiada nesses livros, você precisa relaxar um pouco.
- Eu relaxo quando isso tudo ter terminado, caso contrário, não tem como relaxar, mas confesso que por hoje eu vou parar, já fiz muita coisa e estou cansada – Me levanto, apago a luminária que fica sob a mesa de estudos e me deito em minha cama como minha amiga já está na dela – E como foi seu encontro?
- Não foi um encontro – Rebate.
- Vocês estão saindo há três semanas e ainda não é um encontro? – Começo a rir – Quando será então?
- Quando ela me chamar para um encontro e não apenas com a desculpa que está livre e se quero fazer companhia para ela – Ela demonstra chateação.
- Você sabe que pode ser que ela não saiba como te convidar de uma forma diferente ne? Você pode dar o passo e convidá-la.
- A Gabriela é uma pessoa super bacana, madura, mas as vezes acho que somos muito diferentes e que nunca dará certo – Encara o teto – Enquanto ela quer sair para nos conhecermos, dizendo que está adorando nossa amizade, eu não vejo a hora de beijar aquela boca – Suspira mais uma vez.
- E por que você não fala isso para ela?
- Ela vai achar que eu sou uma assanhada. Você sabe que tem a questão da diferença de idade, ela me acharia uma criança que não sabe esperar as coisas acontecerem, mas eu realmente estou gostando muito da companhia dela, dos papos, dela num todo, e quando estou com ela depois de meia hora só penso em como a gente poderia passar muito tempo se beijando – Se vira na cama e afunda a cabeça no travesseiro para soltar um grito abafado.
- Val, acho que esse lance de diferença de idade é só uma desculpa para você não criar coragem, se ela está querendo te encontrar sempre, e ela quer, porque ela sempre arranja um jeito de te chamar, ou dizendo que estava por aqui por perto, ou porque tinha algum cliente que desmarcou, é porque ela também está aproveitando e não te acha uma criança – Ela passa a prestar mais atenção – Acho que você deveria investir mais diretamente.
- Como posso fazer isso? – Arregala os olhos como se lembrasse de algo – Ela me convidou para sair amanhã novamente, e você também vai - Não foi uma pergunta, ela está afirmando.
- Eu? – Me espanto com o que ouço – Eu não vou sair com vocês para segurar vela.
- Você não vai segurar vela, ela vai levar uma amiga dela – Suspira pela milésima vez – Elas tinham combinado de ir em um café novo que abriu perto do Restaurante Aurora.
Esse nome me dá arrepios, só de lembrar que falta dois dias para eu começar a fazer o estágio lá, sobe o frio na barriga.
- E me convidou para ir, disse que eu poderia levar alguma amiga se ficasse desconfortável de ir sozinha com elas – Continua – Claro que eu inclui você nessa, mas será mais um dia que não acontecerá nada, apenas vamos sair e conversar.
- Nunca se sabe – Tento soar positiva – Mas acho melhor irmos dormir que está tarde, amanhã irei conhecer essa mulher e poder analisar ela melhor, saber quais as intenções dela com você.
- Pare de falar besteira – Joga uma almofada em minha direção – Boa noite Gio, obrigada por sempre me ouvir.
- Não precisa me agradecer Val, você já me ouviu desabafar tanto também, somos amigas e é para isso que servem as amigas – Me ajeito melhor na cama e desligo o abajur – Boa noite. Te amo.
Quando abro meus olhos, ouço uma música baixa vindo do banheiro, sinal de que minha amiga está tomando banho e fazendo seu show embaixo do chuveiro. Me espreguiço e olho o relógio, como imaginei, dormi demais. Domingo sempre é meu dia de dormir sem hora para acordar, e nesse não foi diferente, já são 13:45hrs.
Me levanto, mas ainda estou com muita preguiça, abro meu guarda-roupas para decidir o que irei vestir, e como sempre não tenho muito trabalho com isso, optei por um short jeans preto, uma regata branca larga e meus all star.
Quando Val sai do banheiro eu entro para tomar banho e me arrumar, lavo meu cabelo e o deixo secar naturalmente, os prefiro assim e estou pronta.
Estamos a caminho de onde vamos encontrar as meninas, e uma ideia vem a minha mente enquanto estamos passando frente a floricultura que eu trabalho.
Entro no local com minha amiga atrás de mim, ainda confusa com minha loucura. Como é domingo, a loja está fechada, mas Dona Lucia deixa uma chave comigo para os dias que ela não pode vir abrir. Levei minha amiga até um lindo vaso pequeno com uma Mini Gardênia, expliquei minha ideia e ela resolveu arriscar.
Gardênias representam o amor secreto, e por agora, representa bem o que minha amiga está começando a sentir pela mulher. Vamos ver se dará certo.
Chegando ao café, vi Valentina olhar ao redor e ir em direção a mesa que há uma mulher loira, de cabelos cacheados e outra que está sentada de costas para nós.
- Boa tarde meninas – A mulher cumprimenta primeiro minha amiga que lhe entrega o presente, ao que tudo indica, apesar de estar surpresa, ela parece ter gostado – Não precisava meu bem, mas é lindo – Voltou a abraçá-la até que rompeu o momento lembrando da minha presença – Olá, prazer, eu sou Gabriela.
- Muito prazer, Giovana – Aperto a mão que ela estende em minha direção.
- Essa é minha amiga, Olivia – Aponta para a outra moça que permanece de cabeça baixa, alheia a nossa conversa, mexendo em seu celular – Olivia, as meninas chegaram.
Só então vi de que Olivia se tratava, tal foi seu espanto também ao nos ver, nos deixando sem saber muito bem como reagir.
- Essa é a pessoa que te falei, Valentina – Aponta para minha amiga – E essa é a amiga dela, Giovana.
- Olá professora – É a minha amiga quem fala, parece que as palavras estão sumindo de mim e da pessoa a minha frente.
- Oh – Exclama a loira – Vocês já se conhecem então?
- Sim – Olivia resolve abrir a boca – Sou professora delas na faculdade – Resolve também agir, se levanta e estende a mão para nos cumprimentar – Boa tarde meninas.
- Bom que assim não fica um clima estranho então – Sorriu – Mas sentem-se, nós pedimos apenas café, estávamos esperando vocês.
Valentina se apressa para sentar-se ao lado da sua paquera, e sobrou para mim apenas o espaço ao lado da professora, de certa forma é melhor assim, pelo menos não preciso ficar encarando seus olhos cor de caramelo.
Fizemos nossos pedidos e começamos a conversar sobre coisas totalmente aleatórias. Olivia interage conosco, mas é perceptível que está desconfortável e não desgruda sua atenção de seu telefone.
De repente seu celular toca, chamando atenção de todas da mesa.
- Com licença, eu preciso atender – Seu olhar encontra o de Gabriela, como se pedisse que ela entendesse a situação – Já volto.
“O que você quer?” deu para ouvir enquanto ela se afasta.
- Desculpem, hoje está sendo um dia um pouco estressante para ela – Justifica a atitude da amiga.
- E quando, não é? – Solto sem pensar – Ela está sempre estressada.
- Sem problemas – Val responde me dando uma cotovelada enquanto eu volto a olhar para onde a professora está, ela parece ainda mais nervosa – Mas ela parece um pouco irritada.
- Apenas problemas familiares. Mas daqui a pouco ela volta – Toma um gole do seu café – E você Giovana, sua amiga me contou que você não costuma sair muito aos fins de semana, mas que renunciaria a isso para vir hoje, muito obrigada por isso.
- Eu que agradeço o convite, fiz uma boa escolha em vir – E não é mentira, afinal a companhia delas está agradável, e agora me deu mais vontade ainda em desvendar minha querida professora – E também é importante eu saber com quem Valentina está saindo – Dou uma risadinha e a loira me acompanha.
- Espero que esteja mais tranquila agora sabendo que ela não está saindo com nenhuma psicopata. Até porque eu pretendo continuar saindo com ela – O olhar das duas se encontram, e eu me sinto sobrando nesse momento, não sei como elas podem ser tão lerdas assim, é notável a química entre as duas.
- E tem todo meu apoio para que isso aconteça – Mostro que realmente sou a favor desse futuro casal.
Gabriela parece ser uma mulher muito boa, e ela faz bem para minha melhor amiga, então não tem como eu ser contra a qualquer envolvimento entre elas.
A conversa fluí fácil, nos demos muito bem.
Depois de uns 15 minutos, Olivia volta para a mesa, e demonstra estar um pouco mais tranquila.
- Desculpa meninas, mas realmente era importante – Fala sem jeito.
- Não tem problema, desde que tenha conseguido resolver o que tinha para resolver – As palavras saem pela minha boca sem eu nem perceber, e isso chama atenção dela.
- Consegui sim, finalmente.
- Aurora está bem? – A loira pergunta.
- Está sim, mas não era ela na ligação, pelo menos não no início – Explica. Não faço a mínima noção de quem seja Aurora, mas deve ser alguém importante – Mas agora posso comer em paz – Guarda seu celular na bolsa.
- Liv, eu estava falando para Giovana que não precisa mais se preocupar, que a amiga dela está segura comigo – A professora direciona o olhar para mim.
- Você estava preocupada?
- Sim – Dou de ombros – Afinal, Gabriela é alguém que eu não conhecia, agora fico mais tranquila conhecendo.
- E está certa, nunca se sabe como são as pessoas nos dias de hoje, apesar de eu ter certas dúvidas se sua amiga está realmente segura com a minha – Baixa um pouco a voz e se aproxima mais – ela parece inofensiva, mas é meio maluquinha.
- Ei! Eu ouvi isso – Gabriela joga um guardanapo na morena ao meu lado – Não dê ouvidos a ela.
O clima está leve, falamos sobre várias coisas, rimos bastante sobre as provocações entre as mais velhas. Depois de um tempo, minha amiga avisa que irá até o banheiro, prontamente a loira diz que irá junto.
Quando percebemos que estamos sozinhas, eu e a professora desviamos o olhar, não sabendo como agir sem as outras duas aqui. Beberico do meu café, e quando volto a olhá-la, a vi encarando meu braço fechado por tatuagens, assim como havia feito na biblioteca.
- Gostou? – Ela se espanta ao me ouvir e uma coloração vermelha aparece em suas bochechas – Desculpe, não queria lhe assustar.
- Quer me matar do coração? – Me repreende pelo susto – Não sou mais uma jovem como você para levar esses sustos – Sorri ao terminar e pude perceber que ela tem um lindo sorriso.
- Ah! Pare com isso, você nem deve ser tão mais velha que eu.
- Você se surpreenderia – Pega sua xicara de café para tomar.
- Você não respondeu minha pergunta – Ela volta a me encarar – Não é a primeira vez que vejo você olhando para meu braço. É contra tatuagens?
- Definitivamente, não – Larga a xicara sobre a mesa – Apenas achei bonitas e estava olhando. Doeu para fazer?
- Somente em algumas partes, mas valeu a pena – Agora nós duas encarávamos meu braço – Você não tem nenhuma? – Tento alongar o assunto, já que não sei o que fazer perto dela.
- Tenho, e doeu bastante, por isso não fiz mais.
- Onde fica? – Vejo seu rosto ficar vermelho novamente e percebo que não foi uma boa pergunta – Foi mal, não precisa responder.
- Começa na costela.
E deve terminar onde poucas pessoas podem ter acesso, isso me acende mais do que deveria. Sortudo de quem já pôde ver.
- As meninas estão demorando, será que aconteceu algo? – Leva sua atenção em direção ao banheiro e muda de assunto descaradamente.
- Minha amiga deve estar fazendo respiração boca a boca na sua – Solto sem pensar e rapidamente vejo seus olhos se arregalar.
- Eu daria os parabéns se ela fizer isso, porque se depender da minha, a sua amiga vai cansar de esperar ela ter atitude – Confidencia.
- Mas a minha amiga tem medo de tomar a iniciativa, e a sua amiga achar que ela está indo rápido demais – Confidencio também.
- Tolas, estão perdendo tempo.
- Eu também acho.
E mais uma vez o assunto parece morrer. Não sei o porquê fico nervosa perto dessa mulher.
- Achei que a senhorita trabalhasse aos fins de semana, fiquei surpresa ao vê-la aqui – Mudou mais uma vez de assunto e eu agradeci a Deus por ela achar outra coisa que podemos conversar.
- Não, eu trabalho apenas de segunda a sexta, semana passada trabalhei no sábado apenas porque Dona Lucia precisava ir ao batizado do seu neto, então trocamos meu dia, folguei na quinta – Explico à ela – Mas confesso que de todas as pessoas do mundo, você era a última que eu esperava encontrar aqui hoje.
- Digo o mesmo, e não sabia também que era com a Valentina que Gabriela estava saindo.
- Se soubesse que seria nós quem iria encontrar aqui, você teria vindo? – Ela se surpreende com minha pergunta.
- Não sei – Responde em um fio de voz – Talvez não, por ser um local próximo a universidade.
- Mas não estamos em sala de aula, aqui você não é nossa professora – Ela abaixa a cabeça quando ouve minha resposta – Sinto em lhe informar, mas aqui, nesse café, não te vejo como minha professora, te vejo apenas como uma mulher com quem estou conversando.
- Você não sabe o quanto eu já tive de problema com alunos que vieram com esse mesmo papinho – Volta à postura defensiva que sempre tem quando a encontro na universidade.
- Sinto lhe informar também, que não sou como os outros – A encaro – afinal, somos adultas, e estamos fora da universidade, então o que fazemos ou deixamos de fazer é da nossa conta e não de outras pessoas.
Nesse instante as outras duas resolveram voltar do banheiro e estão com cara de quem aprontaram. Valentina me olhou como se quisesse me falar alguma coisa, e pelo seu sorriso discreto eu sei que elas acabaram de ficar, até que enfim uma das duas teve atitude.
Seguimos conversando e nos conhecendo um pouco melhor, pude descobrir que as duas são muito engraçadas juntas, e que Olivia se torna outra pessoa quando está fora da universidade, não que eu tenha tido muito contato com ela, mas os poucos momentos que tivemos, ela sempre se mostrou uma pessoa muito fechada e muito reservada, fora os assuntos que eu já havia ouvido pelos corredores do campus, de pessoas que tentaram se aproximar dela e tiveram um belo fora em letras maiúsculas.
Sem contar que ninguém sabia nada sobre a vida dela e todos tinham medo de como ela agia em sala de aula. Devo admitir que no começo também tive, ela realmente é o cão, mas apenas com quem merece, e analisando agora, sei que mereci como ela agiu no começo e a bela nota negativa que tive no meu texto.
Em meio a nossa conversa, teve momentos que pude me distrair do assunto e prestar mais atenção nela, em seu jeito, seu sorriso, seu perfume, ela era uma mulher muito cheirosa e linda. Porr*, não é possível que eu possa estar desenvolvendo algum tipo de queda pela minha professora, isso é algo tão adolescente.
Perto das vinte horas, resolvemos que já é hora de irmos para casa, afinal o local já vai fechar.
- Eu e a Gabriela tínhamos combinado de ir ao cinema hoje à noite, vocês gostariam de nos acompanhar? – Val solta quando passamos pela porta do café.
- Infelizmente vou ter que ir embora, já deu minha hora – Olivia olha em seu relógio – Mas desejo um bom cinema para vocês.
- Também não vai rolar para mim meninas – Coço a nuca – Eu preciso organizar minhas coisas para amanhã.
- Sem problemas – Gabriela fala não se importando nenhum pouco, aposto como elas estão loucas para ficarem sozinhas – Olivia, você pode dar uma carona para a Giovana? Assim já vamos direto.
- Não precisa se incomodar – Me meto na conversa – Eu vou a pé mesmo, é pertinho.
- Nada disso – Minha amiga é enfática – Se a professora não lhe levar nós vamos, ou eu vou com você até o dormitório e a Gabi me busca lá depois, mas sozinha você não irá esse horário.
- E qual o problema? Eu já estou acostumada – Rebati.
- Já disse que não – Minha amiga fala mais séria.
- Podem ficar tranquilas que eu a levo – Olivia por fim se pronuncia.
- Não precisa – Tento mais uma vez.
- Não sei se você percebeu – Ela se vira totalmente em minha direção, está com o celular em uma das mãos e o levou até o ouvido com a cara de poucos amigos. Mesmo assim muito linda – Mas somos três votos contra um, e você vai ir comigo e pronto, só preciso fazer uma ligação e já vamos – Respira fundo e começa a se afastar – Theo....
Sai mais uma vez de perto de nós para que pudesse falar ao telefone. Theo deveria ser seu namorado e ela iria avisá-lo que chegaria uns minutos mais tarde por ter que me levar. Odeio ser um incomodo para as pessoas.
- Vamos? – Fala ao voltar – Aproveitem o cinema meninas – Se despede das outras duas.
Aproveito o embalo e faço o mesmo, dou um rápido abraço nas duas e minha amiga aproveita para falar baixo que provavelmente não voltará para dormir no dormitório. Alguém se dará bem nessa noite, e não será eu, mas estou feliz por elas.
Fim do capítulo
Olá pessoal!!!!!
O que acharam esse dessa troca de conversa entre elas? deixe aqui nos comentários que eu vou amar saber a opinião de vocês :)
Espero que a leitura tenha te feito uma boa companhia. Até breve.
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Raquel Santiago
Em: 27/09/2025
A Olivia não parece ser nada do que as outras pessoas dizem. Ela só tenta separar a vida pessoal da profissional. E parece ser uma professora normal, que só espera o mínimo dos seus alunos. Eu gosto do diálogo delas, apesar da Giovana ter 22, ela é bem madura. Deve ter amadurecido na marra, já que cuida dos estudos e da vida financeira sozinha.
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