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TUDO NOVO por Donana

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Palavras: 3267
Acessos: 316   |  Postado em: 14/07/2025

Capitulo 12 - A festa de Aniversario

O sol já havia rompido totalmente o véu da manhã quando Júlia abriu os olhos devagar. Por um instante, não reconheceu o ambiente — o teto de madeira, o cheiro suave de um perfume cítrico, o murmúrio longínquo dos pássaros na mata ao redor da fazenda, misturado aos sons de passos e alguém dedilhando um violão com uma música brasileira que não reconheceu totalmente. Então sentiu: o calor ao seu lado, a respiração tranquila de Laura, e a lembrança viva da noite anterior a invadindo como um sopro doce.

Laura dormia de lado, os cabelos claros espalhados pelo travesseiro, uma expressão serena no rosto. Júlia a observou por longos minutos, sem pressa. Havia algo de sagrado naquele silêncio compartilhado, como se o tempo tivesse parado ali só para elas. Passou a ponta dos dedos suavemente pela curva do ombro da namorada, desenhando caminhos invisíveis sobre a pele que já conhecia por toque, mas agora queria decorar por afeto.

Laura se mexeu devagar, os olhos ainda fechados, mas o sorriso surgindo nos lábios como quem sente o carinho mesmo antes de acordar completamente.

— Bom dia… — murmurou, com a voz rouca de sono.

— Bom dia, dorminhoca — respondeu Júlia, rindo baixo. — Você ronca um pouco, sabia?

— Eu ronco? — Laura abriu os olhos arregalados, fingindo indignação.

— Um pouco… mas é fofo. — Júlia pegou sua mão e a beijou com carinho. — E depois de ontem, acho que posso conviver com esse defeito.

Laura riu, escondendo o rosto no travesseiro.

— Ontem… foi tudo tão… — ela procurava a palavra, mas Júlia a interrompeu com um beijo leve nos lábios.

— Foi perfeito.

Ficaram assim por mais alguns instantes, envoltas nos lençóis amassados e naquela sensação tranquila de quem, pela primeira vez em muito tempo, não precisava se esconder de nada — nem dos outros, nem de si mesmas. Até o estômago de Júlia resolver se manifestar com um ronco audível.

— Uau! Acho que tem um monstro aí dentro — disse Laura, rindo.

As duas caíram na gargalhada.

— Desculpa esse estômago traidor... É que aqui está tão bom que eu não queria me levantar. A gente pode comer os morangos e o queijo que nem chegamos a aproveitar ontem à noite?

— Tem certeza que não prefere um café coado no pano e um bolo de fubá com goiabada pra alimentar esse monstrinho aí? Ou está só tentando fugir do risco de mais uma rodada de drama Becker no café da manhã?

Júlia sorriu, preguiçosa, e puxou Laura mais para perto.

— Troco tudo isso por mais um tempinho aqui, na sua companhia… todinha nua.

— Nossa… aí quem vai roncar sou eu — sussurrou Laura, antes de beijá-la com gosto de riso e desejo.

Júlia deslizou a mão pelas costas nuas de Laura, sentindo a pele quente e macia sob seus dedos. O clima entre elas havia voltado a esquentar — os beijos ganhavam intensidade, lentos, mas carregados de vontade. As pernas se entrelaçaram de novo, e os corpos pareciam conversar em uma língua muda que ambas entendiam perfeitamente.

— Você tem ideia do quanto me deixa louca? — sussurrou Laura entre um beijo e outro, sua boca roçando o pescoço de Júlia.

— Se for o mesmo tanto que você me deixa boba, então acho que estamos empatadas — murmurou Júlia com um sorriso, suas mãos explorando devagar as curvas que já começavam a decorar.

Laura deslizou por cima dela, apoiando-se em um dos cotovelos, olhando-a de cima como se contemplasse uma obra-prima. Júlia sorriu, mordendo levemente o lábio inferior, e puxou a namorada para um beijo mais profundo.

E foi nesse exato momento, no ápice da tensão, que bateram à porta do chalé.

Toque. Toque. Toque.

Ambas congelaram.

— Você ouviu isso? — sussurrou Júlia, ainda de olhos fechados, como se o som fosse só um delírio do desejo.

Toque. Toque.

— Ai, não… — murmurou Laura, afundando o rosto no travesseiro. — Só pode ser castigo divino.

Toque. Toque. E agora uma voz.

— Laurinha, Dra. Júlia… a vovó pediu pra vocês se apressarem. Ela não quer a ausência de vocês, causem um drama hoje, ela quer todos bem relaxados, ou ela mesma vem buscá-las Do meio dos lençóis, Laura soltou um gemido de frustração e rolou para o lado, enfiando o rosto no travesseiro.

— Espera… eu conheço essa voz… não… não me diga… — Júlia ergueu a cabeça, ainda sonolenta. — A minha residente do primeiro ano é uma Becker?! Ela é minha sombra naquele hospital.

Laura apenas assentiu com a cabeça, como quem diz “sim, é isso mesmo”. Júlia ficou boquiaberta.

— Sério, Laura? Tem mais algum de vocês escondido por aí? Um primo anestesista? Um irmão perdido na oncologia? Alguém na radiologia, talvez?

— Carlinha, diga à vovó que estaremos prontas em trinta minutos, respondeu Laura, abafando a voz no travesseiro.

A residente Becker fez uma pequena continência brincalhona e saiu apressada.

Laura virou-se para a namorada, já mais acordada, e disse:

— Acho melhor a gente tomar um banho e se vestir antes que mandem a cavalaria atrás da gente.

Júlia olhou de lado, com um sorriso travesso.

— Banho… 

— Sozinhas doutora... Ou não vamos a festa nenhuma.

Júlia arqueou uma sobrancelha, mordeu o lábio e respondeu:

— Deus me livre estragar a tradição da família Becker. Vamos manter a pontualidade... depois.

Como Laura havia comentado, as recepções de Sofia Becker eram imbatíveis em termos de luxo e requinte. A recepção daquela tarde acontecia ao redor da piscina, e Júlia jamais imaginou que um churrasco pudesse parecer tanto com uma recepção de príncipes.

Na sua família, churrasco sempre foi sinônimo de cerveja gelada, carne na grelha, pão de alho, salada de alface com tomate, arroz branco soltinho e música sertaneja no fundo. Ali, não. Ali até o conjunto musical parecia saído de um festival de jazz intimista, e as comidas... nem se fala. Tudo era sofisticado — do tempero à apresentação.

Júlia estava em frente à pista de frios, tentando montar um prato decente, já que o café da manhã tinha sido ignorado. Afinal, entre o banho e as "brincadeiras" com a namorada, os trinta minutos prometidos haviam virado quase o dobro. Mas valeu a pena — pensava ela, com um leve sorriso no rosto, enquanto escolhia os queijos.

Lembrou-se da cena mais cedo: ela tinha entrado no banho primeiro, mas Laura — contrariando o que havia decretado — apareceu dois minutos depois. Entrou com aquele olhar atrevido e, antes que Júlia pudesse protestar, as duas estavam se envolvendo em beijos quentes, mãos curiosas e corpos entrelaçados.

Foi uma trans* lenta, gostosa e natural. O tipo de entrega que não pedia pressa, nem roteiro — só presença e desejo.

Agora ali, diante de uma tábua de queijos franceses e frutas frescas, Júlia tentava focar no prato, mas a memória recente ainda arrepiava sua pele de leve. E o melhor de tudo era saber que, naquela festa cheia de pompa, ela finalmente pertencia — não ao luxo, mas à vida ao lado de Laura.

— Vejo que está com um sorriso diferente e um olhar brilhoso nesta manhã, Dra. Júlia.

Júlia levou um leve susto, sendo arrancada de seus pensamentos.

— Dr. Hermes…

— Nada como o amor para nos dar uma nova perspectiva de vida, não é? Tenho certeza de que a Dra. Laura cuidou muito bem de você essa noite.

Júlia corou imediatamente.

— Parece que agora fazemos parte da mesma família… Que festa linda, não é? A Sofia realmente sabe como impressionar o público.

— Mas o senhor já pertencia a essa família antes, afinal carrega o sobrenome Becker.

— Sim… Cresci correndo com Eunice e Otávio por entre os pomares e cafezais desta fazenda. Antes das parreiras, o que havia por aqui era café. Essa terra tem história… — disse com um sorriso nostálgico.

— Então vocês se conhecem desde sempre?

— Nossos pais eram grandes amigos. Frederico Klein e Joaquim Becker. Médicos visionários que sonhavam em fundar o melhor hospital escola de especialidades do Sul do país. Se espelhavam no Albert Einstein de São Paulo e no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Eu, na época, achava que eles torciam para que Eunice e eu nos casássemos e levássemos adiante esse legado.

Júlia ouvia com atenção e curiosidade crescente.

— Mas Eunice se apaixonou pelo meu primo: Bernardo Becker. Advogado, político, boa pinta e muito carismático. Eu segui meu caminho: mergulhei nos estudos, me tornei professor, casei, tive filhos... e acabei me afastando do nosso hospital.

Ele suspirou, nostálgico.

— Quando nossos pais faleceram, voltei para ajudar Eunice a manter vivo o sonho deles. Desde então, divido minha vida entre Curitiba e Ribeirão Preto. Ainda é um objetivo transformar o Memorial Klein & Becker em uma referência nacional em ensino e excelência médica.

Júlia sorriu, tocada pela história e pela paixão que ainda brilhava nos olhos de Dr. Hermes.

— Que privilégio fazer parte disso, doutor. Acho que nossos caminhos se cruzaram no tempo certo.

Ele retribuiu o sorriso, com um olhar gentil.

— Sem dúvida, minha cara. Sem dúvida. Acho que sua namorada está te procurando, vou ver onde está a minha.

 — Até mais Júlia…

— Até Doutor.

Cada um saiu para um lado.

Havia na festa alguns políticos. Os Becker, além de dominarem medicina e direito, sabiam fazer política como poucos. Júlia descobriu, naquele dia, que o avô de Laura havia sido Deputado Estadual e, mais tarde, Deputado Federal. Contribuiu significativamente para o crescimento do estado e, especialmente, da região onde estavam. Já a avó, além de presidir o conselho do Memorial Klein & Becker, também estava à frente do conselho do grupo de hospitais da região. A família Becker não era apenas rica — era influente, poderosa e profundamente enraizada tanto ali quanto em Curitiba.

Laura havia se dispersado entre os convidados. Júlia, por sua vez, conversava com Alice, tia de Laura, sobre a vinícola que a família mantinha na outra fazenda — onde Alice morava com o marido, Carlos, e os filhos: Heitor, Frederico e Daniel. A conversa fluía leve, até que foi interrompida por uma presença inesperada.

— Júlia… — disse uma voz já levemente arrastada pelo efeito do espumante.

Era ninguém menos que Natália, ex-namorada de Laura, visivelmente mais solta do que o habitual.

— Será que a gente pode conversar? Só um minutinho. Prometo que não é uma armadilha.

— Claro, Natália. O que você precisa?

Natália tomou um gole da taça que segurava, como quem buscava coragem nas borbulhas douradas, antes de continuar:

— Eu sei que pode parecer estranho... mas queria pedir um favor. Talvez o favor mais maluco que você já recebeu de uma ex.

Júlia arqueou uma sobrancelha, intrigada.

— Ok… você tem minha atenção.

Natália suspirou, resignada, como se o que estivesse prestes a dizer pesasse muito.

— É sobre o Eduardo. Meu marido. Ele… ele está sofrendo com o distanciamento da Laura. Você sabe, os dois sempre foram muito ligados antes de... tudo isso.

Júlia franziu o cenho, escutando com atenção.

— Sim, eu sei que eram próximos.

Com um sorriso triste, porém sincero, Natália continuou:

— Ele sente falta dela. Finge que está tudo bem, mas não está. E, sinceramente, acho que essa distância só está piorando as coisas. Eles são primos, mas cresceram como irmãos. A Laura tem um coração bom… só carrega mágoas demais.

Júlia segurou a taça com firmeza — talvez até com um traço de irritação —, mas sua voz saiu gentil:

— E por que está me pedindo isso?

— Porque ela te ouve. Porque confia em você. Observei como ela olha pra você… E talvez — só talvez — se vier de você, ela escute. Não estou pedindo pra obrigá-la a nada, claro. Só... que peça que pense. Que considere.

Júlia respirou fundo.

— Natália, eu entendo sua preocupação. E admiro sua coragem em vir até mim. Mas conheço as feridas da Laura. E elas não se curam com pedidos alheios — nem meus, nem seus.

Natália murmurou, quase num sussurro:

— Eu só queria que a gente parasse de fingir que está tudo bem.

— Eu posso conversar com ela, sim. Mas não vou tentar convencê-la. Só lembrar que família — por mais complicada que seja — também merece uma chance de recomeço.

Natália, já com os olhos marejados, assentiu em silêncio. Não sabia se chorava pela culpa que carregava, pela generosidade da mulher à sua frente ou pela vontade sincera de ver os dois primos voltando a se falar — mesmo que, no fundo, isso a apagasse da história.

— Obrigada… é tudo o que eu podia pedir.

Júlia deu um passo mais perto, com suavidade na voz:

— Só uma coisa, Natália… você teve muita coragem vindo até aqui. Mas talvez o mais difícil ainda seja conversar com ela também. De mulher pra mulher.

Natália forçou um meio sorriso triste.

— Eu sei. E um dia, eu vou ter que fazer isso. Mas agora… agora ainda não tenho coragem.

A festa já estava chegando ao fim. Os convidados mais velhos, incluindo a própria aniversariante, Eunice Becker, já haviam se recolhido. Os garçons começavam a recolher os últimos copos e arrumar as mesas, enquanto o DJ desmontava o equipamento. A noite, no entanto, ainda parecia jovem para os primos Becker, que surgiram no centro do salão com uma caixa de som portátil conectada via Bluetooth.

Uma música animada começou a tocar, e como se tivessem voltado no tempo, os primos começaram a dançar — despreocupados, rindo alto, girando uns aos outros de maneira desajeitada e divertida. Eduardo estava entre eles, sorrindo de verdade pela primeira vez naquela noite. Ali, por alguns instantes, as diferenças tinham sumido e restava apenas o laço familiar que os unia.

Sentadas numa mesa próxima, observando a cena com ternura, estavam Júlia, Fernanda e Lívia, cada uma com uma taça na mão e um sorriso no rosto.

— Então, Fernanda… agora é oficial? Você e o Leonardo vão assumir o relacionamento? — perguntou Lívia com um tom gentil e curioso.

Fernanda deu um pequeno sorriso, olhando para os primos dançando.

— Ele me pediu em casamento ontem à noite.

— E você respondeu...? — Júlia inclinou-se, interessada.

— Ainda não. — Fernanda suspirou, com a taça de suco de uva entre os dedos. — Não queria que ele tivesse feito isso só por causa do bebê.

Lívia assentiu devagar.

— Entendo você… Mas às vezes, um motivo inesperado pode ajudar alguém a tomar a coragem que já devia ter tomado.

— Exatamente — disse Júlia. — Não é como se você tivesse pressionado. Ele só percebeu o quanto você é importante e decidiu agir. Pode ter sido por impulso… mas também pode ter sido por amor.

Fernanda sorriu, tocada.

— É que eu queria que fosse tudo do jeito certo, sabe?

— Eu sei — respondeu Lívia com doçura. — Mas o “jeito certo” nem sempre vem embalado como a gente espera. O importante é como vocês vão construir isso juntos daqui pra frente.

Júlia olhou para o centro da pista, onde Laura agora ria abraçada com Carla a sua residente camuflada, e comentou:

— Amar um Becker é uma aventura. São intensos, orgulhosos, mas quando se entregam… entregam tudo.

Fernanda riu baixinho, emocionada.

— Eu o amo. Só estava com medo de dar esse passo e perder o que temos.

— Então talvez esse bebê seja o empurrãozinho certo. — disse Lívia, tocando o braço da amiga. — E você não está sozinha. Tem uma família enorme aqui. Literalmente.

As três riram, e brindaram de leve. Ao fundo, a música seguia e os risos dos primos ecoavam como uma melodia reconfortante. Era uma família cheia de histórias, cicatrizes e recomeços — mas, no fundo, era isso que tornava tudo ainda mais especial.

A noite já avançava, e a lua se erguia alta no céu quando Júlia finalmente encontrou Laura encostada numa das varandas internas da casa principal, rindo sozinha com um copo de espumante quase vazio na mão.

— Ei… — Júlia se aproximou com cuidado, sorrindo ao ver o estado da namorada. — Está se divertindo, Senhorita Becker?

Laura virou-se devagar, os olhos levemente vermelhos de álcool e emoção, e o sorriso solto no rosto.

— Júlia… minha namorada linda e maravilhosa… — disse com a voz arrastada, apontando o dedo como se estivesse revelando um grande segredo. — Sabia que você é a pessoa mais incrível que já pisou nessa fazenda?

— Imagino que o espumante esteja te dizendo isso — respondeu Júlia, contendo a risada e tomando o copo da mão de Laura com delicadeza. — Hora de dar boa noite pra família e ir dormir, amor.

— Dormir? Mas a festa tá tão boa… — protestou, tropeçando levemente no tapete. Júlia a amparou rápido, antes que perdesse o equilíbrio.

— Você mal consegue manter os olhos abertos, meu bem. Vamos, eu cuido de você.

Com o braço envolvendo a cintura da namorada, Júlia a guiou com paciência pelos corredores silenciosos até o chalé em que estavam hospedadas. Laura tagarelava coisas desconexas — sobre os primos dançando, os vinhos da tia Alice e alguma lembrança do avô e os cavalos — e Júlia apenas ouvia, sorrindo com ternura a cada frase embolada.

No quarto, Laura começou a se sentar direto na cama, mas Júlia a impediu com um gesto suave.

— Espera aí, mocinha. Antes de se jogar aí como uma pedra, você vai tomar um banho. Vamos tirar esse glitter, o espumante e o cansaço todo.

— Você quer me dar banho, Dra. Júlia? — perguntou Laura com um sorriso brincalhão e bochechas coradas.

— Sim, senhora. Banho de cuidado, não de malícia… por enquanto.

Laura riu alto e deixou-se conduzir até o banheiro. Júlia abriu o chuveiro, testou a temperatura da água e ajudou a namorada a tirar o vestido com paciência, desabotoando nas costas e afastando os cabelos do pescoço com um carinho que fez Laura suspirar.

A água morna escorria pelas costas da loira enquanto Júlia passava um sabonete líquido de florais pelos ombros, braços e costas com as próprias mãos. Era um gesto mais de amor do que qualquer outro — silencioso, respeitoso, íntimo. Laura fechava os olhos, se entregando à sensação reconfortante.

— Você cuida tão bem de mim… — murmurou.

— Porque eu amo você — respondeu Júlia baixinho, enxaguando a espuma com a ajuda do chuveirinho de mão. — E quero que você acorde bem amanhã, sem dor de cabeça e sem glitter no travesseiro. Aproveitou e se lavou também.

Depois do banho, Júlia a enxugou com uma toalha felpuda e a ajudou a vestir uma camiseta larga e confortável, a mesma que Laura já tinha trazido na mala. Levou-a até a cama, ajeitou os travesseiros, cobriu-a com o edredom e se sentou ao lado.

Laura, já com os olhos pesados de sono, ainda arriscou um último gesto: estendeu a mão para tocar o rosto de Júlia.

— Sabe… mesmo bêbada, eu sei que você é meu lugar no mundo.

— E você é o meu — respondeu Júlia, beijando sua testa com doçura.

Antes de apagar a luz, ouviu a voz baixa da namorada, quase sussurrando, já vencida pelo sono:

— Promete ficar comigo pra sempre?

— Prometo — disse, com os olhos marejados e o coração leve, deitando-se ao lado dela, envolvendo-a num abraço sereno, como quem protege o amor mais precioso da vida.

 

E assim adormeceram: duas mulheres, um só coração, embaladas pela noite calma da fazenda, onde até os grilos pareciam sussurrar bênçãos.

Fim do capítulo


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Comentários para 12 - Capitulo 12 - A festa de Aniversario:
Mmila
Mmila

Em: 14/07/2025

Lindas.

Surgindo algo mais forte e poderoso entre elas.

Responder

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Socorro
Socorro

Em: 14/07/2025

Como é gostoso ver o crescimento de ambas nesse relacionamento.. 

 

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