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Entre Garras e Beijos por DeboraBatista

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Palavras: 3167
Acessos: 156   |  Postado em: 06/07/2025

O Sussurro das Raízes

 

A noite já havia passado do ponto em que se tornava perigosa. Não só pela escuridão que envolvia o mundo como um véu pesado, mas pelo que se escondia por trás dela. Cada som entre as árvores parecia amplificado. Galhos se partiam ao longe como ossos finos. As corujas pararam de piar. E nem mesmo o vento ousava cantar.

Rhae Cerwyn caminhava atrás de Clara, os olhos atentos à trilha iluminada por pequenas chamas azuladas que flutuavam sem apoio. Espíritos antigos, talvez. Ou magia condensada. Não sabia. E por mais que quisesse fingir que aquilo não a impressionava, seu corpo traía seu orgulho — os pelos dos braços estavam eriçados, e o coração batia num ritmo fora do habitual.

Clara seguia à frente como se tivesse nascido naquele bosque. Seus pés não faziam som. A barra do vestido negro flutuava sobre as folhas como se o chão a reverenciasse. De tempos em tempos, ela virava o rosto para trás e fitava Rhae com um olhar que era misto de alerta e provocação. Como se dissesse: “Você ainda pode voltar”. Mas Rhae não voltaria. Sabia disso desde o momento em que seus olhos se cruzaram naquela taverna.

A trilha parecia mais antiga que o vilarejo de Eiswalt. Talvez mais antiga que qualquer alcateia. As árvores cresciam tortas e densas, com galhos retorcidos que formavam túneis naturais, e o solo era forrado de musgo espesso que amortecia os passos. O ar estava impregnado de umidade e de algo mais... algo ancestral. Um perfume que misturava terra molhada, sangue antigo e lembranças esquecidas.

— A floresta não gosta de estranhos — disse Clara, sem virar o rosto. — Mas ela reconhece lobos. E você tem o cheiro dos primeiros.

— Primeiros?

— Antes das alcateias. Antes das regras. Antes dos nomes.

Rhae franziu o cenho, desviando de uma raiz que parecia querer agarrar seus tornozelos.

— Tá dizendo que lobos são mais velhos que os humanos?

— Que os humanos? Sim. Que os deuses? Quase.

Clara parou diante de uma clareira que não existia há segundos atrás. Era como se a floresta tivesse se aberto para elas. No centro, havia uma pedra gigante em forma de meia-lua, coberta de líquens e runas apagadas pelo tempo. Ao redor, estacas cravadas no chão seguravam fitas vermelhas que dançavam com um vento que não vinha de lugar nenhum.

Rhae olhou em volta, desconfiada.

— Isso aqui é um altar?

— Era. Muito antes de qualquer um de nós nascer. Aqui os lobos vinham buscar respostas. Ou oferendas. Depende de quem você pergunta.

Clara ajoelhou-se diante da pedra e tocou uma das runas com os dedos pálidos. O colar em seu pescoço brilhou levemente, como se reconhecesse o lugar. Rhae, ainda de pé, cruzou os braços.

— Você trouxe todas suas pretendentes pra cá, ou sou especial?

— É a primeira vez que trago alguém.

Rhae sentiu o estômago revirar, mas não era de medo. Era de algo mais perigoso: esperança.

— Isso é magia de sangue? — perguntou, observando as fitas. — Tem cheiro de ferro no ar.

— Muito perspicaz. A maioria das pessoas sente só o incômodo e chama de “cheiro de chuva”.

Clara se levantou, os olhos mais escuros sob a luz azulada.

— A floresta guarda o que queremos esquecer. Os erros. As mortes. As paixões que não podiam existir. E é aqui que começa o caminho para a verdade. Mas você precisa ter certeza, Rhae. Ainda pode voltar para o vilarejo, fingir que nada disso aconteceu. Beber, caçar, brigar. Ser só mais uma loba que morde primeiro e pensa depois.

Rhae deu um passo à frente.

— Se você acha que eu vim até aqui pra desistir, é porque não me conhece.

— Talvez. Ou talvez eu esteja testando você.

Clara estendeu a mão. Pela primeira vez, Rhae hesitou. Havia algo solene naquele gesto. Como se aceitar aquela mão fosse o mesmo que assinar um pacto sem volta. Um voto silencioso diante de forças que ela nem entendia.

Ela estendeu a sua.

As pontas dos dedos se tocaram.

E o mundo virou de cabeça para baixo.

Quando Rhae voltou a si, já não estavam mais na floresta.

Pelo menos, não na mesma floresta.

Estavam em um salão subterrâneo, iluminado por raízes grossas que brilhavam como veias vivas. O teto era alto, quase infinito, sustentado por colunas formadas por troncos entrelaçados. Um lago escuro refletia as luzes etéreas do ambiente, e no centro havia uma árvore imensa, cujas raízes se espalhavam por todo o chão como tentáculos antigos.

Clara soltou sua mão e caminhou até a árvore. Tocou seu tronco com reverência. A madeira respirava. Pulsava. Como se tivesse coração próprio.

— Isso é... — Rhae não conseguiu terminar.

— O Coração da Terra — respondeu Clara. — O primeiro elo entre as criaturas da noite. Lobos. Feiticeiras. Filhas da lua. E outras coisas... menos nomeáveis.

Rhae deu alguns passos, olhando ao redor como quem teme despertar algo adormecido.

— Isso parece sagrado.

— É. Mas também é perigoso. Aqui, a floresta sussurra. E nem tudo que ela diz é verdade. Mas tudo o que ela mostra... é.

Clara tocou o colar e murmurou palavras em uma língua que Rhae não reconhecia. A árvore emitiu um som baixo, como um gemido ancestral. Um círculo se formou no chão ao redor delas, e imagens começaram a se projetar do lago: sombras em movimento, cenas do passado — um lobo correndo entre fogueiras, uma mulher com olhos dourados enfrentando uma multidão, um beijo roubado à beira de um precipício, e sangue. Muito sangue.

Rhae caiu de joelhos, o impacto das visões a deixando tonta.

— Que porr* é isso?!

— Fragmentos de memória. De quem já passou por aqui. De quem deixou parte de si. — Clara se ajoelhou ao seu lado, a voz calma como um sussurro. — É assim que você entende a floresta. Ela te mostra. Você sente. E, se sobreviver, sai mais forte.

Rhae olhou para Clara, os olhos ardendo.

— Você sobreviveu?

— Nem sempre.

Um silêncio pesado pairou entre elas.

— Eu perdi coisas aqui — continuou Clara. — Uma irmã. Um amor. Parte da minha humanidade. Mas ganhei poder. Conhecimento. Longevidade.

— Você é imortal?

Clara sorriu, melancólica.

— Não. Só velha demais pra contar.

Rhae tocou o chão, sentindo a vibração da terra debaixo dos dedos.

— O que isso tem a ver com o corpo na trilha?

Clara olhou para o lago, onde a imagem de um homem sendo despedaçado surgiu. Rhae estremeceu ao reconhecer o brasão da alcateia Mossfang na capa rasgada.

— A coisa que o matou... está acordando. E tem cheiro de antigo. Cheiro de lobo. Mas não é um dos nossos.

— Então o que é?

— Um erro. Um eco de tempos esquecidos. E se não fizermos nada, ele vai vir atrás de você.

— De mim? Por quê?

Clara se aproximou, tocando o rosto de Rhae com uma delicadeza que contrastava com o peso das palavras.

— Porque você é uma chama viva. E ele se alimenta de fogo.

O calor do toque de Clara ainda queimava na pele de Rhae, mas não era o tipo de calor que se sentia à luz do sol. Era um calor denso, escuro, como o das brasas que permanecem vivas mesmo sob a cinza. Um toque que dizia mais do que palavras jamais diriam.

— Se ele se alimenta de fogo, por que viria atrás de mim? — Rhae repetiu, tentando conter o tremor na voz.

Clara manteve os dedos sobre sua bochecha, como se aquele contato fosse necessário para segurar alguma verdade que ainda hesitava em ser dita.

— Porque você carrega uma chama que não pertence apenas a você — murmurou. — Está no seu sangue, na sua herança. Você é filha de uma linhagem esquecida. Uma descendente direta das primeiras lobas.

Rhae arregalou os olhos, tentando rir, mas o som saiu falhado.

— Tá brincando, né? Minha mãe é uma curandeira de pelos brancos e gosto duvidoso pra poesia. Meu pai morreu quando eu era criança. Não tem nada de épico nisso.

Clara balançou a cabeça lentamente.

— Sua mãe te criou. Mas não foi ela quem te gerou. E quanto ao seu pai… o que você sabe realmente sobre ele?

Rhae recuou um passo, como se a revelação tivesse mãos e a empurrasse de volta.

— Isso é loucura.

— Não é loucura. É sangue. E ele sempre fala mais alto.

As raízes que cobriam o salão começaram a se mover. Lentamente, como cobras despertando do sono, arrastavam-se pelas paredes, pulsando com luz dourada. No centro do lago, imagens voltaram a se formar — desta vez, mais claras. Uma mulher ruiva, com olhos dourados e um colar idêntico ao de Clara. Ela lutava. Gritava. Transformava-se. Era... Rhae?

Não.

Era outra.

Mas tão parecida com ela que fez seu estômago afundar.

— Quem é ela?

— Sua avó. A loba que quase destruiu as Três Casas. Aquela que desafiou os deuses. Aquela que abriu os portões para que a fera passasse. Ela foi contida. Silenciada. E todos os registros foram apagados.

— Por que ninguém me contou isso?

— Porque é mais fácil fingir que você é só mais uma loba rebelde. Mais fácil do que aceitar que a chama dela reacendeu em você. Que você é a fagulha que ele — a criatura da trilha — está procurando para se libertar completamente.

Rhae engoliu em seco. A imagem no lago mostrava a mulher ruiva sendo cercada por bruxas e lobos. Ela gritava algo. Um nome? Um feitiço? Não dava pra saber. Em seguida, um clarão de luz, e tudo desaparecia.

Clara se ajoelhou ao lado do lago, tocando a água com a ponta dos dedos.

— Essa criatura que matou o lobo Mossfang... ela quer se completar. Está incompleta. Enlouquecida. Parte dela foi selada aqui, nesta árvore. Parte está solta. E você é a chave que ele precisa.

Rhae fechou os olhos. A respiração estava irregular. Pensamentos demais. Emoções demais. Revelações demais.

— Então o que eu faço? Fico parada esperando ele me achar?

— Você tem uma escolha.

Clara se levantou e caminhou até a árvore. Tocou seu tronco novamente. Uma abertura se formou na madeira viva, revelando uma escadaria estreita, esculpida para dentro da própria árvore, descendo rumo ao interior da terra.

— Lá embaixo estão as raízes mais antigas. E dentro delas, respostas. Armas. Memórias. Mas o que você encontrar pode mudar tudo. Até você.

— E se eu não gostar do que encontrar?

Clara sorriu, triste.

— Ninguém gosta.

Rhae olhou para a escadaria. A escuridão parecia viva. Parecia observá-la de volta. Sentia o coração martelar nas costelas, as mãos trêmulas, e um calor estranho no peito — não de medo, mas de fúria ancestral. Como se algo dentro dela pedisse para ser liberto.

Deu um passo à frente.

E outro.

Desceu.

O ar ficou mais denso conforme Rhae descia. Cada degrau parecia um século, e o silêncio era tão absoluto que podia ouvir seu próprio sangue correndo nas veias. As raízes ao redor brilhavam fracamente, iluminando o caminho como fios de ouro enterrados no interior da terra. O cheiro era de madeira, ferro e algo adocicado que ela não conseguia nomear.

Ao final da escada, havia uma câmara circular. No centro, uma pedra negra, perfeitamente lisa, como obsidiana líquida. Ao redor, símbolos antigos esculpidos no chão. E nas paredes, três espelhos de água flutuavam no ar, sem apoio, girando lentamente como luas pequenas.

Clara não a seguiu. Rhae estava sozinha.

Ela se aproximou da pedra.

— Que merd* é essa...

Ao tocar sua superfície, o mundo tremeu.

Os espelhos brilharam. E, de repente, ela viu.

Viu o nascimento da primeira loba. Viu o primeiro pacto com a lua. Viu a traição das Três Casas. Viu o aprisionamento da criatura sem nome — uma fusão de carne, magia e ódio. Viu sua avó. Viu seus olhos dourados cheios de fúria. Viu um amuleto sendo partido. Um feitiço sendo escrito com sangue. E, finalmente, viu a si mesma.

Não como era agora.

Mas como seria.

Com os olhos em chamas. Com as presas expostas. Com a floresta atrás de si. E Clara ao seu lado.

— Isso... isso sou eu?

A imagem sumiu.

O chão tremeu.

A pedra se rachou.

E de dentro dela, algo se libertou.

Uma corrente de energia percorreu o corpo de Rhae, queimando seus ossos, rasgando sua mente, como se partes dela estivessem adormecidas e fossem obrigadas a despertar de uma vez. Ela gritou. Caiu de joelhos. As garras surgiram. Os olhos brilharam. O cabelo se espalhou como chama.

E então… silêncio.

Ela respirou.

Estava diferente.

Não sabia como, mas sabia.

Havia acordado.

Rhae ficou ali ajoelhada por longos segundos, os dedos cravados na terra úmida e viva sob o chão da câmara. A pedra negra diante dela havia se partido como um ovo antigo, libertando um fluxo de energia que ainda zumbia ao seu redor. As raízes ao longo das paredes pareciam vibrar em resposta ao despertar — como se o próprio mundo estivesse tomando fôlego com ela.

Ela ainda sentia o eco daquilo que tinha visto: os pactos antigos, a criatura sem nome, sua avó, os olhos em chamas... E agora, algo novo dentro de si. Uma vibração sob a pele, uma fome diferente. Mais aguda. Mais intensa.

Ela se levantou devagar, os músculos ainda tensos, como se tivessem sido reordenados.

E então Clara apareceu no topo da escada.

— Você desceu sozinha — disse, com um leve sorriso. — Isso é mais do que a maioria conseguiu.

Rhae levantou o rosto para ela. Algo no modo como olhava para Clara havia mudado. Não era mais apenas desejo ou atração. Era reconhecimento. Como se finalmente visse, de verdade, quem ela era.

— Eu vi coisas — disse Rhae. A voz estava rouca, grave, como se tivesse envelhecido cem anos em minutos. — Coisas que estavam dentro de mim. Que eu não sabia... mas que sempre estiveram ali.

Clara desceu os degraus com passos lentos, mas não hesitantes. Quando chegou à base da escada, os olhos dela correram por Rhae de cima a baixo. Não com luxúria — não ainda. Era outra coisa. Como se admirasse uma tempestade prestes a se formar.

— Você despertou o selo — sussurrou Clara. — Parte do poder da sua avó estava adormecido no seu sangue. Agora... agora ele corre livre.

Rhae deu um passo à frente.

— E agora? O que eu faço com isso? Como controlo?

Clara hesitou, e pela primeira vez, Rhae notou uma sombra de preocupação na expressão da mulher.

— Não se controla algo assim. Você aprende a conviver com isso. Ou ele te consome.

Ela estendeu a mão. Rhae a pegou. A corrente que passou entre as duas foi diferente daquela da primeira vez. Mais intensa. Quase... íntima. As respirações se misturaram. O calor entre os corpos aumentou.

Rhae puxou Clara de leve pela mão, e as duas ficaram tão próximas que os narizes quase se tocavam. O cheiro de Clara — doce, ferroso, misterioso — parecia mais forte agora, como se estivesse sendo puxado por algo dentro da loba.

— Tem certeza que você não é perigosa? — perguntou Rhae, num sussurro.

Clara sorriu, suave.

— Eu sou. Mas você também.

E então, com uma lentidão quase cruel, Clara encostou a testa na dela. Foi um gesto de intimidade e de algo mais profundo: confiança, reverência, promessa. Os olhos fechados, as respirações sincronizadas, os corpos ainda não colados, mas conectados.

— Quando eu vi você pela primeira vez no telhado — disse Clara, a voz entrecortada — eu soube. Que era você. A herdeira. A fagulha. Mas não esperava que fosse tão... viva.

Rhae abriu os olhos. Os dela ainda carregavam o brilho dourado que havia surgido durante a visão. Ela ergueu a mão e tocou a clavícula de Clara, bem onde o colar pulsava.

— Isso aqui... não é só um enfeite, né?

Clara balançou a cabeça.

— É parte de mim. Assim como a marca em você agora é parte de quem você é.

Rhae abaixou os olhos, e pela primeira vez viu: em seu ombro, onde o arranhão deixado pela queda na taverna havia estado, havia agora um símbolo brilhando fraco. Uma runa. Antiga. Em brasa viva. Como uma cicatriz mágica.

Ela passou os dedos sobre ela.

— Isso vai sumir?

— Nunca.

Rhae não disse nada por um tempo. Depois, com um sorriso cansado:

— Então vou precisar de roupas melhores.

Clara riu, e o som da risada ecoou pelas raízes do salão como um feitiço de calor. Mas, antes que a leveza pudesse dominar o momento, uma vibração percorreu o chão.

Algo havia se movido acima.

Ambas se entreolharam.

— A criatura? — sussurrou Rhae.

Clara assentiu.

— Ela sentiu. Sentiu você acordar. Agora está vindo.

— Quanto tempo temos?

— Não muito.

Rhae respirou fundo. O peito subindo e descendo devagar. Ela se aproximou de Clara e, num gesto impulsivo, selvagem, tocou os lábios dela com os seus.

Foi breve.

Mas foi incendiário.

Quando se afastou, Clara estava com os olhos levemente arregalados, surpresa não com o beijo, mas com o que havia dentro dele.

— Isso é por me fazer descer até o centro do mundo — disse Rhae, sorrindo de lado. — E por não me contar tudo desde o começo.

Clara sorriu de volta, os olhos brilhando.

— Se eu tivesse contado, você não teria vindo.

— Talvez não. Mas agora estou aqui. E ele vai se arrepender de ter me procurado.

As duas se entreolharam uma última vez. O laço estava selado. Não com promessas. Não com palavras. Mas com algo muito mais antigo: instinto.

Rhae virou-se.

— Vamos subir.

— Sim — respondeu Clara, os dedos ainda tocando os lábios que Rhae beijara. — O mundo lá fora vai queimar. E desta vez, estaremos no centro do incêndio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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