• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • 34
  • O milagre de Dandara

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • A ESCOLHA DE RUTE
    A ESCOLHA DE RUTE
    Por Solitudine
  • Recomeçar
    Recomeçar
    Por preguicella

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

34 por Luciane Ribeiro

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 3796
Acessos: 413   |  Postado em: 04/07/2025

O milagre de Dandara

CASA VERDE 31/05/2024

-O que aconteceu? Por que ela está aqui?

-É uma longa história. E não temos tempo para explicar agora. Vamos dar 20 ml de Diazepam.

-Espere doutora! A convulsão está parando e parece que as funções cerebrais, os batimentos cardíacos e a oxigenação estão aumentando.

-Vamos aguardar um pouco Helena !

Me sentei em uma das cadeiras tentando absorver aquela notícia, porém, segundos após eu me sentar  o coração dela começou a falhar e parou, conseguimos estabiliza la,mas apenas o suficiente para mante la viva por algumas horas. Lentamente os seus sinais vitais começaram a diminuir. Não ia demorar para  o seu coração parar de bater de vez. Erika se sentou em uma cadeira e começou a chorar. Dandara e Carolina foram até ela. Elas também choravam. Tentei ser forte e fazer o que era necessário ,mas não consegui segurar minhas lágrimas por muito tempo ,logo elas começaram a descer silenciosas pelo meu rosto. Senti um nó na garganta e a  sensação de estar sem ar me fez sair caminhando sem rumo pelos corredores.Me sentei no jardim tentando entender e aceitar o que havia acabado de acontecer. Eve tinha sido meu primeiro e por mais que eu negasse continuava sendo meu único amor.Eu sei que ela tinha feito da minha vida um inferno. Mas ela também me mostrou o que é querer tanto alguém que somos capazes de enfrentar tudo por essa pessoa. Como em nosso último encontro antes do intercâmbio, quando mesmo sabendo que minha avó poderia aparecer ,ela voltou e me pegou em seus braços...O calor que senti naquele momento ,mesmo eu negando e fingindo que não aconteceu, só fui sentir novamente, na primeira vez que nos reencontramos, anos atrás em Londres. As lembranças daquela noite sempre me assombravam, eu sentia culpa e arrependimento por ter  cometido aquele pecado, mas eu não consegui e naquela hora ,eu não queria evitar...mesmo que eu tenha fugido desesperadamente depois.

 

 

Aquele quarto de hotel

Londres  setembro de 2016

 

Apesar da minha carreira estar indo  bem e de eu ter  bons colegas e  meu irmão que se esforçava muito para que eu não sentisse a falta de nossos pai.Eu me sentia sozinha. Como se dentro de mim existisse um poço infinito de vazio e solidão. Em maio do meu quarto ano como pesquisadora ganhei o prêmio Cientista do ano e a Travinski organizou uma grande festa para comemorar .A lista de  convidados incluía os chefes de cada uma das três divisões de pesquisa, juntamente com os pesquisadores chefes e seus estagiários. A pesquisadora chefe e mais alguns cientistas dos Laboratórios Isabel Montello e alguns dos patrocinadores mais importantes. Dessa lista ,poucos eram os que eu realmente conhecia, porém precisei dar sorrisos e ser pelo menos cordial com todos eles.

Depois de quase meia hora de festa, minha intenção era a de sair à francesa, mas Erika já me conhecendo,me convidou a me sentar em sua mesa, que naquele momento era ocupada apenas por seu marido e Karina Resquier. Confesso que fiquei animada ao me sentar com ela ,os Resquier eram uma família que me intrigava bastante. Não apenas por seu patriarca ser uma versão real de médico e monstro, mas também por eles serem responsáveis por terem promovido grandes e revolucionárias inovações científicas. E agora  os dois laboratórios negociavam uma nova parceria que talvez me ajudaria a ter acesso às suas pesquisas.

-Meus parabéns Helena. Esse prêmio foi muito merecido. Sua pesquisa sobre os neurotransmissores é a produção de hormônios é brilhante! Ela vai ajudar bastante em meu estudo sobre diabetes infantil. Estou muito feliz que a Travinski aceitou fazer essa parceria.

-Fico muito feliz em ouvir isso. Acredito que a união entre os nossos laboratórios será muito benéfica para a ciência. E espero trabalhar com você  um dia.

-Com certeza não faltará oportunidades. Por enquanto eu peguei emprestada a melhor bioquímica de vocês e estou pensando em nunca mais devolver. Não é   Eve?

-Se meu salário for melhor ,eu posso pensar no assunto.

Quando ouvi a voz dela ,meu coração deu um solavanco, senti um pequeno frio na barriga.Eu devia ter previsto que ela estaria ali.   Eve estava incrivelmente linda em um vestido cor de vinho. Usava sandálias de salto alto e os cabelos estavam presos ,dando uma aparência sofisticada e madura ao seu look.Ela se sentou de frente para mim.

-Olá Helena. Meus parabéns pelo prêmio.

-Obrigada...

Ela começou a conversar animadamente com Karina e as outras pessoas da mesa. A presença dela estava me deixando ansiosa e distraída. Era estranho ver que a menina de cabelos bagunçados e sorriso maroto, agora era uma mulher linda, sensual e aparentemente séria e responsável. Eu acreditava que a odiava com todas as minhas forças ,mas quando ela olhava para mim e sorria ,do outro lado daquela mesa, todas as lembranças do tempo que passamos juntas ,surgiam. Principalmente a lembrança do calor de seus braços e o gosto salgado de suas lágrimas quando me beijava da última vez que nos vimos. As pessoas falavam comigo o tempo todo, mas eu dava respostas vagas. Não estava conseguindo controlar minhas emoções que oscilavam entre o ódio, a saudade , raiva e desejo. Erika ,que provavelmente já havia notado a tensão em mim, chamou a todos da mesa para tirar uma foto. Todos se reuniram ,para meu desgosto, durante a organização das posições ,Eve precisou ficou bem perto de mim. Não sei se foi por costume ou se foi  para me provocar, mas senti ela colocar o braço em minha cintura e apertar de leve. Senti seu perfume, ainda era o mesmo que eu me lembrava. Olhei para ela querendo repreendê la,mas nossos olhos se encontraram e meu coração começou a bater acelerado. Assim que a foto foi tirada me sentei por mais alguns segundos tentando acalmar meu coração, mas não consegui. O melhor era ir embora.

-Obrigada pela companhia de vocês hoje , mas já está na minha hora.

-Ainda é cedo doutora!

-Hiragi meu amor, conhecendo a Helena , ela já ficou até demais...Vou pedir a alguém para te levar.

-Não precisa!Eu vim no meu carro..

-Tem certeza? A estrada fica muito diferente a noite. Quem não está acostumado pode acabar se perdendo.

-Não se preocupem ,meu gps nunca me decepcionou, duvido que vá começar agora. Tenham todos uma boa noite!

-Me ligue para avisar que chegou bem em casa.

-Pode deixar.

Quando estava saindo ,  Eve estava voltando para a mesa.

-Está indo embora?

-Sim!

-Helena...Desculpe se minha presença te deixou, desconfortável. Não precisa deixar a sua festa por minha causa. Já estou de saída.

Que audácia a dela de achar que eu iria embora por causa dela. Pode até ser verdade ,mas não queria que ela pensasse que ainda tinha alguma importância para mim.Queria mostrar que a presença dela não mudava em nada na minha escolha de ir para casa.

-Sua presença não faz diferença alguma. Estou indo embora porque foi um dia longo e estou cansada. Não tem nada a ver com você. Aproveite a festa ,sei que você gosta.

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa,eu fui embora sem olhar para trás. A estrada estava escura e quase não dava para enxergar nada à minha frente. Em determinado lugar ,meu carro começou a fazer barulhos estranhos.Continuei dirigindo mais alguns quilômetros, depois ele parou por completo.Eu não estava acreditando que o carro tinha dado problema justo naquele momento em que eu estava longe de qualquer civilização. Meu irmão sempre me dizia" Helena, sempre tenha o número do seguro e o de um bom mecânico no celular. "Naquele momento eu estava muito arrependida por não ter seguido aquele conselho. E agora? Pensei por alguns instantes e cheguei a conclusão de que minha única saída ,era ligar para a Erika. Liguei duas vezes, como sempre ela só atendeu na terceira. Expliquei a ela a situação e ela falou que mandaria alguém para me pegar e levar para casa. É claro que ela não ia deixar de me dar uma lição sobre minha teimosia. Minutos depois um carro veio se aproximando e parou logo atrás do meu carro. Peguei minha bolsa e fui em sua direção.Me assustei quando a porta do carro se abriu e vi que quem dirigia era  Eve.

-Antes que comece a me atacar. Erika me mandou porque ela e o marido não estão de carro e não havia mais ninguém sóbrio que ela pudesse pedir. Além disso eu já estava de saída.

-Tão cedo?

-Eu tinha um único objetivo ao ir. Cumpri, agora estou indo embora. Você vai entrar ou vai passar a noite aí fora com seu carro?

-Obrigada...

Eu não  devia ter entrado naquele carro...

 

ATUALMENTE

-Helena...

 Voltei das lembranças ao ouvir Erika me chamando. Ela  se aproximou e me deu um abraço. Senti ela tremendo ,percebi que ela estava tentando ,mas estava muito perto de desmoronar com aquela situação. Depois que ela me soltou do seu abraço ,ela olhou nos meus olhos e disse:

-Vamos! Está na hora de nos despedir e desligar os aparelhos. Não vamos prolongar ainda mais esse momento...

-Não devia ligar para a família?

-Não! Seria muito cruel faze los passar por isso novamente. Vou ligar para eles depois que tudo já estiver terminado.

-Erika...porque não me contou que era ela!

-Me desculpe...Tentei fazer isso por diversas vezes ,mas nunca parecia ser a hora certa...Eu tinha certeza que ela ia melhorar...E todo esse pesadelo ficaria para trás.

-Eu queria...

-Eu sei. Esperávamos um resultado diferente ,mas a morte dela não vai ser em vão. Graças a ela agora sabemos que o 34 é viável. Só precisamos continuar aperfeiçoando a fórmula. Em alguns anos ele salvará milhares de vida...

-Mas não salvou a vida dela...Tem tantas coisas que eu queria dizer ...Queria pedir desculpas por ter colocado nela a minha culpa por ter pecado.Eu queria dizer a ela que eu...

-A ama!

-Não ...não é isso...

-Helena! Em todo esse tempo você esteve determinada em trazer a ruiva de solta..!Eu tenho certeza que  na verdade você sabia esse tempo todo quem ela era..

-Confesso!Eu soube no momento em que a vi, porem ,eu não queria...não conseguia aceitar...Não posso ...eu preciso que ela viva...

-Helena...

-Erika ...Como posso amar alguém  que me fez tão mal no passado?

-Quando amamos alguém de verdade não existe tempo ou distância. E o perdão nada mais é do que uma forma de amor.

-Eu tentei de todas as formas esquecer e seguir em frente, mas sempre que eu a via, ficava perto dela. Tudo que eu conseguia pensar, era no quanto eu sentia a falta e queria ela. Mesmo depois de tantos anos! Mesmo sabendo que é errado amar uma mulher!

-Helena...ela está morrendo. É sua última chance de dizer o que realmente sente.E se despedir. Não se prenda ao que passou ,nem ao que lhe disseram ser o certo. Apenas faça o que seu coração pede.

Aquela amarga verdade ,estava doendo tanto ,que eu sentia meu coração sendo esmagado. Porque não disse a ela naquela noite? Se eu soubesse que tudo terminaria assim, não teria ido embora quando o dia ainda amanhecia. Agora era tarde.Eu a estava perdendo para sempre...

Erika e eu ficamos sentadas por quase uma hora tentando reunir coragem para entrar e colocar um ponto final em tudo aquilo. Fomos interrompidas pela chegada de Carolina que parecia completamente eufórica.

-Doutoras!Venham! Aconteceu uma coisa incrível!

-O que?

-Melhor vocês verem por si próprias...

Erika e eu voltamos ao laboratório. Ficamos confusas e totalmente surpresas ao ver que os monitores mostravam que   Eve estava totalmente estável.

-Como isso aconteceu?

-Dandara literalmente a reiniciou. Antes do coração parar ,ela fez uma última tentativa para salva la.Conte a elas o que fez Dada!

-Misturei 45 ml de adrenalina, com 20 ml do 34 e injetei no coração dela. Depois inseri 200 ml de glicose na corrente sanguínea dela. Por último usamos o desfibrilador em 500.

-Achei que ela estava louca, mas o coração da doutora   Eve começou a bater mais forte. A pele dela foi voltando a cor e de repente os sinais do cérebro se estabilizaram.

Eu estava tão chocada que não conseguia me mexer. Aquilo estava mesmo acontecendo ou era um sonho? Erika estava tão perplexa quanto eu,mas ao contrário de mim ela  se aproximou da cama e começou a examiná la.

-Meu Deus!Lena!Os batimentos estão estáveis, como se não o coração não  estivesse parando, a 40 minutos atrás! Você tem idéia do que fez Dandara?

-Sei que não deveria ter feito nada disso, mas não aguentei ficar só olhando os batimentos dela  caindo cada vez mais.

-O que te deu a idéia de injetar o 34 no coração dela?

-Enquanto esperávamos ,dei uma bisbilhotada no computador central. Vi que a formula que me mandou preparar  era a mesma dos dados da pesquisa que a senhora me mostrou quando visitávamos o seu laboratório.Ai entendi que o 34 é a tentativa real do que a pesquisa propunha.

-Mostrou a pesquisa para ela?

-Sim!Eu estava sendo arrogante, pensei que ela não fosse entender nada, mas como pelo que vi e continuo vendo. Ela entendeu totalmente. Continue a explicação Dandara.

-Depois que li sobre a superestimação do cérebro me lembrei de uma bronca que levei anos atrás.

-Sua idéia veio de uma bronca? Isso é fascinante!

-Erika! Pare de interrompe la.Estou curiosa para saber onde estávamos errando.

-Certo!Certo!Continue Dada!

-Quando minha tia Karina me deixava entrar no laboratório dela ,eu ficava tão concentrada e empolgada com  tudo que eu via,que não queria sair dali nem para comer. Um dia já sabendo que eu iria fazer birra quando minha mãe fosse me buscar para comer. Ela pegou minha mão, me levou para fazer um lanche e disse:

" Dada! Como seu cérebro vai crescer e funcionar direito se você não come para ter energia suficiente? Nosso corpo precisa ser tão bem cuidado quanto nossa mente para que ambos funcionem como deve ser!"

Quando me lembrei das palavras dela ,comecei a considerar que como o cérebro estava recebendo doses grandes de estimulantes, talvez o coração dela também precisasse receber o mesmo tipo de estímulo. Por isso injetei o 34 no coração e a glicose foi  para que o corpo tivesse energia suficiente para aguentar a super estimulação de ambos.Bem ...é isso...Não sei se  consegui explicar direito...

-Minha nossa !Você está totalmente certa. Em um caso normal a alimentação que ela está recebendo seria mais do que suficiente para ela, mas nesse caso estamos fazendo uma super estimulação do crescimento de novas células cerebrais, com isso a medida que o cérebro foi se recuperando, ele pode ter começado a tentar enviar inúmeros sinais diferentes para o corpo "reagir", mas não recebia respostas porque o corpo está fraco.Como não vimos isso?

-Isso é como tentar  ligar um carro sem ter gasolina!

-Isso mesmo, Carol!!Erramos no básico!

-Você é mesmo um gênio !Eu sabia que você era a peça que faltava Dada! Nós estávamos tentando reativar o cérebro quando o corpo estava quase sem energia. Não estávamos vendo o quadro todo!!!Como se não tivesse salvado a vida da doutora   Eve ,você também acabou de nos mostrar que o 34 pode reativar um coração fraco também! Isso é fantástico!

-Doutora Helena, a senhora está bem?

-Dandara ...Muito obrigada!!!

-De nada ...Ela vai acordar?

-Está vendo essa linha aqui no monitor?

-Sim.

-É o subconsciente da  Eve! Essas alterações mostram que agora ela está no estado que chamamos de semi consciente. Isso significa que agora temos realmente uma chance disso acontecer.

-Doutora!!!Olhe !Ela mexeu os dedos do pé!

-Os impulsos nervosos voltaram!!!

-Isso não deveria ser possível ainda. Precisamos fazer uma tomografia e vários outros testes ,Irrita!Me ajudem a levá la!

A tomografia nos deixou ainda mais eufóricas. Ela nos revelou atividade em todas as áreas do cérebro. Assim como uma regeneração celular acelerada  em todas as áreas do seu corpo.

-Helena...isso é sem precedentes...O 34 funciona melhor do que imaginamos.

-Eu sei...

Depois dos testes e de colocar   Eve  novamente em sua cama, ficamos mais um tempo analisando e verificando todas as mudanças que estavam acontecendo no corpo dela. Nenhuma de nós queria ir embora ,mas Erika recebeu uma ligação de seu marido dizendo que a filha estava com febre. Ela então disse que tinha que ir, se ofereceu para levar Dandara ,mas como ela havia saído para uma "aula" junto comigo.Deveria voltar também comigo, ou eu teria que dar inúmeras explicações ao meu chefe. Antes de levar Dandara de volta ao seu quarto no Instituto, Decidi levar ela a um pequeno passeio em um café especializado nos mais diversos tipos de bolos e doces. Esperava que ela fosse enlouquecer nos doces como a maioria das crianças ,mas ela parecia meio perdida. Pediu apenas um suco natural sem açúcar.

-Você merece um presente Dandara!! Pode escolher qualquer coisa!

-Saber que ela vai melhorar já é um grande  presente! Gosto muito da doutora   Eve! Não queria que ela morresse.

-Como vocês se conheceram?

-Nos conhecemos quando eu participei de um estudo sobre diabetes infantil. Ela e tia Karina trabalhavam juntas em uma alternativa para o uso da insulina. Pena que o projeto foi cancelado. Estava bastante esperançosa para que eu não precisasse mais injetar insulina em mim mesma.

-Você é diabética?

-Sim! Fui diagnosticada aos cinco anos. Por isso minha mãe e tão superprotetora! Ela acha que vou me esquecer da insulina e morrer se ela não estiver perto de mim.

-E eu trouxe você logo em um café cheio de coisas que não pode comer...Me desculpe!

-Tudo bem!Já passei da fase de ficar lamentando por não poder comer tantos doces como as outras pessoas.

-Deve ser difícil ter tantas restrições alimentares.

-Quando era mais nova,eu tinha vergonha de dizer na escola que precisava ir a enfermaria para tomar insulina ,então eu dizia que ia tomar remédio para bronquite.Eu às vezes ficava triste nas festas infantis. Isso deixava minha mãe de coração partido, então ela começou a criar os mais diversificados cardápios zero açúcar para me deixar feliz. Vendo que eu gostava ela decidiu implementar isso no cardápio infantil do buffet dela para que outras crianças como eu pudessem aproveitar as festas totalmente. E esse cardápio especial é oferecido sem custos adicionais para quem contrata as festas.

-Isso é muito gentil e atencioso da parte dela.

-Sim!!Ela é mesmo incrível!!

-Vamos embora?

-Sim!

Aquela baixinha me ensinou que milagres realmente existem e chegam quando menos esperamos. Ela também me ensinou que devemos sempre manter a esperança viva mesmo quando achamos que tudo está perdido. Depois que deixei Dandara em seu quarto fui para casa tomar um banho e tentar comer alguma coisa. Quando passei pela porta aquele cachorro enorme veio correndo e pulou em mim.Apesar do incômodo, eu achava divertido esse jeito atrapalhado de Tris. O cachorro que agora eu sabia que era de   Eve...Ele parecia diferente naquela noite. Estava agitado e correndo para todos os lados, às vezes ele parava e ficava olhando para o nada como se estivesse vendo algo ou alguém que o deixava muito feliz. Quando ele finalmente se acalmou, se deitou no tapete ao lado da minha cama e ficou olhando para mim como se estivesse esperando eu me deitar. Achei estranho ,ele normalmente gostava de dormir em sua casinha.

-Hoje eu não irei dormir aqui amigo...Não me olhe assim...Tá bom!Vou me deitar só um pouquinho.

Pensar que cedo ou tarde ele voltaria para sua verdadeira dona me deixava feliz, mas ao mesmo tempo um pouco triste.Eu ia ter que me acostumar a não ter a companhia de meu companheiro canino. Devo ter dormido pouco mais de meia hora. Acordei ouvindo Tris latindo.

Ele estava parado olhando para a cama. Me sentei e olhei em volta assustada. Não vi nada ali. Depois ele saiu correndo para fora do quarto. Mesmo estando com um pouco de medo, fui atrás dele. Ele desceu, saiu pela sua portinha e parou em frente ao portão da garagem, como fazia quando eu ia levar ele para passear. Vi a coleira dele pendurada ao lado do portão e me lembrei que já fazia um tempo que não saia com ele para passear. Talvez aquele comportamento estranho fosse porque ele estava estressado. Meu retorno à Casa Verde ,teria que esperar. Não ia devolver um cachorro estressado para dona...Mudei minhas roupas, peguei meus fones de ouvido e saí com ele pela rua.A noite estava  quente mas agradável. Passava tanto tempo dentro do laboratório e dentro de casa em minhas raras folgas, que às vezes me esquecia do quanto meu bairro era bonito e agitado à noite. Embora eu não tivesse uma vida social ,me sentia animada de ver as pessoas interagindo entre si nos bares e nas esquinas. Era um lugar que com certeza   Eve gostaria de morar...Pare Helena! Não comece! Nada mudou! Sonhar estar casada com ela , ainda era pecado. Acabei me distraindo em minha caminhada. Deixei Tris ir me guiando pelas ruas, quando percebi já havíamos andado três quarteirões. E estávamos em um lugar no qual eu nunca havia estado. Quando passávamos em frente a uma rua paralela á rua principal ,Tris começou a ficar estranho novamente. Chorava e puxava a coleira indo em direção à ruela.

- Vamos embora!Não vamos nos meter nesse lugar estranho!

Eu tentava puxá lo ,mas como ele era muito grande ,não estava conseguindo.Em determinado momento ele se soltou da coleira e saiu correndo.Senti meu coração se acelerar. Não podia correr o risco dele desaparecer ,então sai correndo atrás dele. Encontrei ele arranhando e latindo em frente a porta de uma das casas.

-Seu cachorro maluco! Não vai ganhar lanchinho essa noite. Vamos!!!

Tris de repente parou de latir e ficou olhando fixamente para a porta da casa, que logo se abriu. Um garoto de uns 12 anos abriu a porta.

-Me desculpe a confusão em sua porta!Eu não sei o que deu nesse cachorro! Vamos Tris?

-Tris?

-Sim!

-Que nome legal!

-Nicolas !Quem está na porta?

-É uma moça,mamãe!O cachorro dela fugiu e veio para nossa porta.

Uma mulher muito bonita,de cabelos pretos e olhos escuros apareceu ao seu lado. Antes da mulher dizer alguma coisa Tris entrou na casa sem nem se importar de não ter sido convidado!

-Desculpe. Posso entrar e pegar ele?

-Claro! Helena!

-Como sabe meu nome?

-Você cresceu bastante, doutora cérebro.

Senti um frio na barriga ao ouvir aquele apelido. Poucas pessoas sabiam sobre ele. Fiquei olhando para ela confusa e um pouco assustada. Quem era aquela mulher?

-Entre! Vamos tomar um café.

Entrei na casa ainda desconfiada. Tris já se encontrava espalhado no tapete juntamente com o menino. Parecia estar em casa.

-Não precisa ter medo,Helena!Jamais faria mal a você. Acho que tenho uma coisa que vai te ajudar a ficar mais tranquila em relação a mim. Espere um pouco.

Quem era aquela mulher?

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 8 - O milagre de Dandara:
HelOliveira
HelOliveira

Em: 04/07/2025

Nossa comecei a ler e não consegui parar, já estou muito curiosa para ler o próximo....

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web