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Striptease por Patty Shepard

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Palavras: 4420
Acessos: 1286   |  Postado em: 03/06/2025

Capitulo 53

 

Aquela sexta feita em questão havia começado com um misto de ansiedade para todos, alguns por motivos semelhantes, era o caro de Helena e Amélia. Helena havia saído de casa naquele dia logo pela manhã, como fazia absolutamente todos os dias, e foi diretamente para seu estúdio trabalhar, mas com o pensamento completamente consumido por sua garota, Amélia. Aquela sexta feira em questão tinha só uma coisa que a diferia das normais: haveria um jantar na casa da Mexicana, um jantar entre amigos. E isso não era o suficiente para tornar aquela sexta feira diferente de qualquer outra, o que a tornava diferente era o fato de que Amélia havia feito Helena prometer que só voltaria para casa após a sua ida a terapia, algo que sempre ocorria apenas ao fim da tarde.

E assim foi criado o misto de ansiedades. Ally, envolvida como sempre, ansiava por saber dos detalhes sobre a reação de Helena quando visse tudo, Hernando, o maior ouvinte de todos, já sabia de absolutamente todos os detalhes e até mesmo havia ajudado como poderia, por tabela é claro que Drew também já sabia e sentia uma igual ansiedade para o jantar daquela noite. No ponto de partida de tudo isso, estava Amélia, tremendo de ansiedade, imaginando uma variedade de cenários, imaginando até broncas que poderia receber de Helena, fora ousada, sabia disso.

E, no centro de tudo isso, estava Helena retornando para casa sentada no banco de trás de um taxi, balançando a perna freneticamente enquanto sentia a ansiedade lhe corroendo, não de forma ruim, era uma ansiedade muito boa por que sabia que surpresas vindas de Mia eram sempre maravilhosas. Havia estranhado quando no dia anterior sua namorada havia pedido, com muito cuidado, para passar o dia em sua casa preparando algumas coisas para o jantar e uma surpresa que necessitava da ausência de Helena para que fosse ainda mais perfeita. Helena topou sem nem pensar demais, com a plena certeza de que não se arrependeria e havia até mesmo deixado isso claro para a sua psicóloga da qual havia se despedido a minutos atrás.

— Aqui. — sinalizou ao motorista no momento em que aproximava-se da casa com o carro vermelho parado em frente a garagem, o carro de sua namorada. — Obrigada, pode ficar com o troco. — agradeceu com simpatia e um sorriso nos lábios pouco antes de sair, seu coração saltou dentro do peito no momento em que começou a caminhar para a varanda de sua casa ao mesmo tempo em que buscava suas chaves na bolsa.

Em poucos segundos adentrava a residência e era recebida pelo costumeiro cheiro de lar que tanto gostava, mas foi recebida pelo silêncio e nada de diferente ao redor, olhou em volta buscando indícios de sua namorada, a bolsa fora largada no sofá enquanto caminhava a passos lentos, quando adentrou mais a casa pode sentir o aroma de comida, o típico aroma que só o tempero de Mia era capaz de deixar e Helena já o conhecia muito bem. Seu coração saltou novamente dentro do peito e se aqueceu com aquele misto de sensações, fora direto para a cozinha jurando que seria onde encontraria sua morena, porém estava tão vazia quanto o resto da casa, foi aí que notou a porta do quintal aberta e foi andando devagar até ela, naquela altura do campeonatos o seu coração parecia que ia conseguir rasgar seu peito de tão forte que batia e bastou apenas que desse um passo para fora da cozinha e entrasse no quintal para que seus olhos recaíssem na surpresa e seu coração parasse por pelo menos um segundo, sentiu imediatamente o chão sumindo abaixo de seus pés e as lágrimas enchendo seus olhos com uma rapidez alucinante. 

Os restos de um coreto inacabado que jaziam em um canto de seu quintal por anos após o início do serviço por seu ex marido e o qual Helena nunca havia ousado mexer depois de tudo, haviam simplesmente sumido e no local agora muito bem limpo e cuidado, uma nova obra havia tomado forma, mas dessa vez concluída, era um deck de madeira perfeitamente montado sobre uma baixa plataformas quadrada também de madeira, o teto era feito de ripas e entre elas caiam alguns galhos de uma planta que Helena sabia que era uma adição nova ao seu jardim, bem no meio havia uma mesa redonda com 6 cadeiras, sendo uma delas perfeitamente ocupada por Mia, que estava distraidamente em pé sobre o móvel de madeira, uma madeira rústica igual a madeira usada para toda a estrutura ao redor, e com toda atenção aos detalhes ajeitava uma série de lâmpadas para que ficasse exatamente onde queria, perfeccionista como era...

Sua atenção só fora chamada no momento em que ouviu os miados estridentes de Vadia que saia de onde estava, antes rondando Mia sem parar, para ir recepcionar a sua dona. Foi só aí que Mia viu, quando inconsciente seu olhar seguiu Vadia, e viu que não mais estava sozinha, viu uma Helena imóvel rente a porta e com o rosto banhado em lágrimas, assustou-se, os olhos se abrindo mais, o coração saltando dentro do peito enquanto se abaixava rapidamente para equilibrar-se no encosto da cadeira e então pular para o chão, deu alguns passos a frente e desceu do deck, mas parou repentinamente, o olhar um pouco assustado sem saber de fato o por que Helena chorava, ela podia estar com raiva, havia mexido em algo que a própria Helena havia se recusado a mexer por anos e havia o feito sem a sua permissão.

— Surpresa... — falou baixinho, de forma quase acanhada enquanto olhava para a sua morena, ansiosa, sem saber o que fazer a seguir.

Já Helena mal tinha voz, o choro parecia travar sua garganta e ela nem mesmo conseguia pensar muito bem, seu coração batia tão forte dentro do peito que a deixava assustada, assustada por que não sabia que era capaz de sentir tanto amor por uma só pessoa.

— Díos... — arfou e levou as mãos ao rosto, com a vontade de correr para a sua morena, mas ao mesmo tempo sem a confiança já que sentia o corpo inteiro formigar e tinha medo que se desse um mero passo, iria direto ao chão. Mas antes mesmo que voltasse a olhar para Mia, já sentiu o toque delicado das mãos de sua morena sobre as suas a fazendo afastar as mãos do próprio rosto e então encarar a sua garota, agora bem rente a si.

— Eu passei do limite? — Mia questionou, os olhos azuis pareciam agitados enquanto buscavam informações nas feições de Helena.

Helena riu, riu e chorou ainda mais do que já chorava enquanto finalmente pode jogar-se nos braços da mulher que amava e então a apertar em um aperto tão forte como se seu próprio corpo gritasse para o de Mia que ele o pertencia.

— Você é o sol que tem iluminado a minha vida. — a mexicana sussurrou e respirou um pouco fundo para tentar limpar um pouco da voz embargada. — Você me aquece todos os dias somente com o fato de existir no meu mundo, Amélia. Eu realmente achei que conhecia o amor e agora mesmo eu entendi o quão pobre e inocente eu era, por que você enriqueceu a minha alma e me mostra diariamente o quão bom é o amor.

Mia emudeceu na hora, seu coração bateu tão forte que ela sentiu como se o órgão de seu corpo estivesse prestes a sair pela sua boca tamanho fora o impacto de ouvir aquelas palavras da boca de Helena, algo que é claro naquele momento não esperava.

Helena então sorriu enquanto erguia ambas as mãos para tocar o rosto de sua garota com muito carinho, sorria completamente boba e principalmente apaixonada enquanto a olhava, a conhecia muito bem para saber que havia a deixado sem palavras.

— Você nem imagina o quanto isso que você fez significa para mim, Amélia. Eu nunca vou esquecer disso, foi uma das coisas mais atenciosas que alguém já fez por mim, eu nunca esperaria por isso quando você disse que queria me fazer uma surpresa.

Amélia sorriu completamente orgulhosa após ouvir aquelas palavras, mas seguia inteiramente derretida e ainda mais com o toque carinhoso de Helena em sua face, sentia que se Helena se afastasse e a soltasse ela iria diretamente para o chão de tão derretida que havia ficado.

— Nunca esqueci quando me falou da sua vontade de ter um lugar assim para receber amigos, achei que era a oportunidade certa. — Concluiu enquanto erguia ambas as mãos e carinhosamente segurava os pulsos de Helena e automaticamente seus polegares iniciaram carícias na pele macia.

Helena inclinou-se para beijar os lábios de Mia e soltou um suspiro logo após apreciar a textura dos lábios da mulher que tanto amava.

— Você realmente presta atenção em tudo o que eu falo.

— Sempre. — Mia concluiu e pendeu um pouco a cabeça para o lado enquanto sorria. — Vem, eu vou te mostrar cada detalhe. — declarou enquanto enfim segurava a mão de sua garota e começou a andar de volta para o novo deck.

— Como conseguiu fazer isso tão rápido? — Helena questionou, ainda tremia e suas pernas seguiam parecendo gelatinas e com certeza só estava andando por que Mia a guiava, caso contrário ainda estaria imóvel.

— Na verdade eu passei a semana toda projetando ele com a ajuda do Hernando e vendo é claro a viabilidade com a Ally, eu vim aqui algumas vezes sem você saber e com a ajuda dela para fazer medições e todo o necessário. — enquanto andava a mulher explicava com calma, ainda sentia uma grande euforia em seu interior. — Então, eu mandei o projeto para o Miguel e para o Ramon e eles não pensaram nem mesmo duas vezes quando eu disse que era pra você e que era uma surpresa e eles criaram praticamente um batalhão para conseguirem demolir o que já estava feito, limpar tudo e montar esse.

— Quanto mais você fala, menos eu sei o que falar... — Helena tinha um sorriso verdadeiramente largo nos olhos e mais uma vez sentia vontade de chorar por saber na quantidade pessoas envolvidas naquela surpresa.

— Sabe o que tudo isso significa? — Mia questionou ao subir no Deck e então virar-se para olhar para a sua morena.

— O que? — Helena questionou de volta e encarou a sua garota.

— Que você é extremamente amada, não só por mim.

 

©

— Não é desproporcional tudo o que você faz por mim? — Helena questionou em um sussurro, seus olhos fixos no deck completamente iluminado pela dezena de luzes amareladas penduradas por todo o teto de madeira. A noite já havia caído a algum tempo, a mesa já estava posta, toda a comida pronta e o casal de mulheres arrumadas apenas esperando seus convidados.

— Como assim? — Amélia respondeu com um questionamento, no mesmo tom de voz, abraçava Helena por trás e mantinha seu queixo apoiado no ombro dela enquanto admirava o próprio trabalho.

— Você faz tanto por mim e eu não retribuo da mesma forma, um namoro não deveria ser proporcional por inteiro? — pendeu um pouco a cabra para o lado somente para encosta-la na cabeça de Amélia.

— Você está contando por acaso? — Mia franziu levemente o cenho, referindo-se as coisas que já havia feito para Helena, então deu uma breve risada. — Onde está com a cabeça em pensar que nosso namoro não é proporcional? — perguntou  e virou só um pouco o rosto para poder encarar sua morena.

Helena deu de ombros em resposta, sem de fato ter palavras para responder aquilo. 

— Eu estou com você e sinto diariamente e a todo momento que você moveria céus e terras para me dar algo que eu quisesse muito. 

— É claro que eu faria isso, você merece.

Mia sorriu antes de rir mais uma vez e então beijou o ombro da mexicana.

— Está vendo? Eu sinto a sua reciprocidade em tudo, amor. Você não precisa retribuir tudo o que eu faço para ou por você, me agrada te agradar e sei muito bem que você vai ter muitas oportunidades de fazer o mesmo por mim, igual quando eu estava surtando naquele dia por que algo saiu da minha programação e você chegou clareando minha mente e resolvendo tudo em segundos.

— E ainda tive que aguentar aquela mulher te cercando. — reclamou por pura birra, mas tinha um sorriso largo nos lábios, ainda mais quando arrancou de Mia uma risada gostosa.

— Chegamos!! — uma terceira voz surgiu vinda de dentro da casa, muito conhecida, levando o casal a se afastar somente para receber os amigos.

— Estamos no quintal. — Mia falou um pouco alto e em segundos Ally surgiu acompanhada de Hernando e de Drew.

— Meu Deus. — Ally exclamou assim que passou pela porta de cozinha e visualizou o novo item do quintal.

— Ficou maravilhoso. — Hernando aprovou enquanto acenava positivamente com a cabeça, ele sabia muito bem como ficaria afinal ele mesmo havia ajudado no projeto, mas adorava ver como ficava muito melhor pessoalmente. 

— Eu sei, nós caprichamos. — Mia falou, a essa altura a Designer já estava quase sumindo entre os braços de Drew em um abraço apertado.

Enquanto isso Helena abraçava Ally e proferia uma centena de agradecimentos em meio ao abraço, sabendo que a amiga havia sido uma das principais responsáveis por tudo aquilo, afinal, como a própria Mia disse, ela não teria feito nada sem o consentimento de Ally, a única que sabia a completa profundidade de tudo sobre Helena.

— Também preciso te agradecer, Hernando... — Helena falou enquanto se afastava de uma Ally meio chorosa e ia devagar até o amigo. — Você nem imagina o quanto tudo isso significa pra mim.

— Não precisa agradecer, minha querida, foi um prazer imenso ajudar a embelezar esse lugar. — Hernando sorria com orgulho ao abraçar Helena com todo carinho.

Todos ouviram o singelo toque da campainha, mas mal se moveram. 

— Eu vou ver. — Ally anunciou, já imaginando quem era e não querendo que Helena saísse dali naquele momento, sendo assim deu meia volta e adentrou a residência mais uma vez, enquanto andava enxugava o cantinho de seus olhos, seu coração ainda batia forte dentro do peito com a enxurrada de felicidade que estava sentindo,

No dia em que ouviu a ideia de Amélia, aceitou de forma quase imediata e ofereceu toda a sua ajuda, depois passou rodos os dias com uma preocupação lhe corroendo com o medo da reprovação de Helena, por mais que Ally cuidasse de muitas coisas relacionadas a vida da amiga, havia um limite é claro e temia o ultrapassar com uma decisão daquelas, afinal, sabia que Helena nunca havia se livrado do coreto inacabado por causa das lembranças do ex marido que de alguma forma a impediam, ela nunca entendera, mas sempre respeitou, ao menos até o dia que Mia surgiu com a ideia.

Enfim, quando chegou a porta da casa da amiga, a abriu sem cerimônias dando de cara com um pequeno buquê de rosas vermelhas e um largo sorriso de Billie Jean.

— Nem imagina o quanto eu torci para ser agraciada por você abrindo essa porta. — a mulher tatuada falou e então olhou para cima e continuou: — Obrigada Universo por ouvir minhas preces.

— Não mudou nadinha, não foi? Continua idiota. — Ally rebateu, um sorrisinho ácido no canto dos lábios enquanto apoiava-se na porta aberta. 

— Assim como você continua maravilhosa, minha vida. Certas coisas nunca mudam, trouxe especialmente pra você. — então ofereceu o buquê recém comprado para a mulher ruiva que imediatamente rolou os olhos antes de rir e ceder, primeiro aceitou o buquê antes de ir até Billie Jean e a envolver em um abraço saudoso levando em consideração os anos que não se viam.

As duas viviam de implicância e com Billie Jean constantemente dando em cima de Alyson, mas tudo não passava de uma brincadeira saudável que as duas levavam sem receios com o tempo, lá no fundo existia uma boa amizade e uma cumplicidade que fora criada por causa de Helena.

— Você está atrasada. — Ally comentou no momento em que se afastou e deu alguns passos para trás para que a mulher entrasse.

— Apenas alguns minutos e tudo por culpa do trânsito. — defendeu-se enquanto enfiav* as mãos nos bolsos da jaqueta e ia adentrando a residência, automaticamente ia olhando em volta, nunca havia ido a casa de Helena. — E eu achando que nunca iria vir aqui um dia.

— Desde que a Amélia apareceu na vida da Helena, muita coisa mudou por aqui. — Ally comentou enquanto ia andando rumo a cozinha no intuito de dar um destino adequado ao buquê que havia recebido. — Inclusive eu soube que você deu em cima dela.

Billie Jean deu um sorriso um pouco largo com o que ouviu, não olhava mais para Ally e sim para a casa, buscando cada detalhe que lhe lembrava Helena, era definitivamente uma grande vitória poder estar ali levando em consideração tudo o que havia acontecido a anos atrás e isso enchia o seu coração de alegria.

— Eu achei que ela era uma mulher solteira e ela não pareceu negar.

— Ah eu sei disso, ela não percebeu, isso até a Helena explodir com ela e fazer ela abrir os olhos, agora eu tenho certeza que ela vai sentir alguém dando em cima dela a km de distância e vai fugir disso. — a ruiva comentava de forma um pouco distraída enquanto calmamente colocava as flores dentro de um jarro de vidro que havia tirado de um dos armários da cozinha.

Billie Jean deu uma boa risada enquanto cruzava os braços e se apoiava no batente a entrada da cozinha, ao mesmo tempo ouvia as conversas vindas de lá de fora pela porta que aparentemente deva para o quintal, mas aguardaria Alyson para irem juntas.

— Você está mais linda do que antes. — comentou e deu um sorriso.

Ally deu uma risada pequena e ergueu os olhos para encarar a velha amiga.

— Você também, está aparentemente mais madura, o que por si só já é surpreendente. — rebateu com certa acidez enquanto sorria como se não tivesse falado absolutamente nada demais.

A resposta de Billie Jean fora rir por alguns segundos com a provocação enquanto balançava a cabeça de forma negativa ao pensar que definitivamente certas coisas nunca mudariam.

— Vamos. — Ally acenou com a cabeça ao deixar o vaso com as flores estrategicamente colocado sobre o balcão e então saiu andando diretamente para o quintal. — Hoje além desse jantar, estamos inaugurando o novo Deck do quintal o qual a Mia que projetou e organizou tudo para fazer uma surpresa a Helena.

BJ não teve o que responder já que assim que saiu no quintal seus olhos se arregalaram um pouco com o que viu, o deck completamente iluminado e decorado, a mesa posta no meio e as pessoas ao redor em uma conversa calorosa sobre o que ela não sabia, mas podia ver claramente a felicidade irradiando daquele lugar, já tinha uma noção de que Amélia era uma pessoa boa para Helena, mas naquele segundo ela teve a mais absoluta certeza disso e tudo o que fez foi sorrir, aliviada.

Horas haviam se passado desde então, o jantar havia sido completamente regado a risadas, a muita comida, a cervejas e a um clima familiar que lembrava muito a de uma família unida e muito calorosa. Aquele jantar havia servido não só para preencher estômagos, mas também para preencher corações com apenas sentimentos bons, os primeiros a irem embora, cheios de alegria e cansados de tanto rir foram Hernando e Drew, já havia chegado a hora, todos estavam cheios e agora que a noite ficava cada vez mais escura, o cansaço da semana batia. Ally e Amélia haviam levado os pratos sujos para a cozinha e juntas haviam empenhado com a limpeza, deixando então, Helena e Billie Jean sentadas sozinhas a mesa, uma de frente para a outra e sozinhas pela primeira vez desde que haviam se reencontrado.

— Você nem imagina o quão feliz eu estou por você. — Billie Jean tinha um sorriso pequeno nos lábios e um olhar preguiçoso, mas muito carinhoso para Helena. — Isso aqui... — a mulher tatuada olhou em volta indicando o Deck. — É incrível.

— Eu sei... Chorei igual criancinha quando vi. — Helena respondeu e riu de sí mesma antes de olhar para cima, apreciando a série de pequenas luzes amareladas, sentiu o coração disparando no peito. — Eu nunca imaginei que poderia viver isso um dia.

BJ concordou com um aceno de cabeça e ficou em silêncio por alguns segundos enquanto olhava para a amiga.

— Sinto muito por não ter sido presente.

Helena baixou a cabeça e encarou a amiga mais uma vez, aquele mesmo olhar suave que ela sempre tinha.

— Eu te afastei, Billie Jean, no caso o Trevor me fez te afastar, você não teve muita escolha e além do mais, teve seus problemas.

A tatuada acenou positivamente com a cabeça e sorriu fraco.

— Minha vida foi de mal a pior naquela época, deveria ser triste lembrar disso, mas acho engraçado como tudo mudou tão de repente. — respirou um pouco fundo enquanto se ajeitava um pouco na cadeira e buscava a sua jaqueta pendurada logo atrás de sua cadeira, puxou do bolso o seu maço de cigarros, o seu amigo mais inseparável. — Em um momento eu estava fazendo faculdade, em outro eu estava em outra cidade passando fome nas ruas, sendo assediada por absolutamente todo ser humano que tinha um pau entre as pernas, quase estuprada algumas vezes, assaltada uma boa dezena de vezes... — parou brevemente para encaixar o cigarro entre os lábios e o acender e então respirou fundo, enchendo seus pulmões com a nicotina antes de suspirar. — E de repente eu estava fazendo meus bicos, modelando, desenhando, tirando fotos e ganhando dinheiro, conquistando minhas coisas e cá estamos hoje. — abriu um pouco os braços como se estivesse se apresentando. — Tudo isso por ter uma família preconceituosa.

Helena já sabia de tudo aquilo que Billie Jean havia citado, não com muitos detalhes, mas ainda assim não se sentia nem um pouco confortável em ouvir aquelas coisas, sentia pela amiga a mesma amiga que tanto havia tentado lhe salvar dos abusos que passara nas mãos do marido.

— A violência sempre vem de quem menos esperamos. — Helena comentou em tom um pouco baixo e então deu de ombros.

— Sim, é e é engraçado que eu ainda vou todo ano passar o Natal com eles depois disso tudo, ao menos papai morreu e está queimando no fogo do inferno.

Helena deu uma breve risada e balançou negativamente a cabeça com a naturalidade que BJ falava sobre aquilo.

— Desejei o mesmo para o Trevor algumas vezes, eu pensava superficialmente, ou não, quando estava no chão chorando com dor como tudo melhoraria se ele morresse, eu nunca falei isso pra ninguém, mas uma vez por muito pouco, eu quase o esfaqueei.

— Como foi? — Billie Jean franziu um pouco o cenho.

Helena apenas deu de ombros.

— Estávamos na cozinha, eu nem conseguia me mexer de tanta dor depois de ele ter descontado a raiva em mim, ele seguia esbravejando sobre ser culpa minha e eu lembro que em determinado momento ele ficou de costas para mim e meus olhos só focaram unicamente na faca em cima da pia e na vontade que eu tive de pegá-la e acabar com tudo aquilo.

Billie Jean ficou em silêncio, o cigarro preso entre os lábios enquanto olhava fixamente para Helena e Helena retribuía o olhar, igualmente em silêncio, como se estivessem se entendendo, como se Billie Jean já tivesse feito coisa parecida, não havia julgamentos, tanto que o silêncio foi quebrado pela risada da mulher tatuada, uma risada breve e grave enquanto balançava a cabeça negativamente.

— Isso teria sido épico. — disse enquanto acenava positivamente com a cabeça, concordando com as próprias palavras. Helena riu, era por isso que gostava tanto daquela garota, era como ela tratava as coisas de forma tão banal as vezes e aquilo havia sido reconfortante muitas vezes para Helena.

— Eu engravidei. — as palavras saíram tão repentinamente de sua boca que até mesmo ela arregalou um pouco os olhos com o que falou, pela primeira vez desde tudo, falando aquilo livremente, sem dor, sem medo, sem lágrimas, sem pressão, só com a plena e pura vontade de falar.

Billie Jean apenas acenou positivamente com a cabeça enquanto batia o cigarro sobre o copo com um pouco de água, permitindo que as cinzas caíssem na água para que não sujasse aquele lugar.

— Ele soube?

Helena concordou com um aceno de cabeça.

— Não abortei, apesar de ter pensado na possibilidade assim que descobri, levei a gestação até o sexto mês quando ele surtou e me chutou até que eu abortasse.

— Porr*. — a morena reclamou e levou o cigarro já quase no final aos lábios e então, silêncio mais uma vez, demorou-se em uma lenta e demorada tragada enquanto olhava para um ponto qualquer e pensava naquilo.

Helena, por sua vez, estava confortável, um sentimento estranho de orgulho e satisfação passando por seu interior, por um momento lembrou-se da conversa que tivera com Samantha mais cedo e sentiu-se feliz por sí mesma, aquilo era um passo grande, ela estava conseguindo.

— Esperanza. — falou em voz alta, não foi nem para Billie Jean, falou para sí mesma para provar para sí que tinha coragem de falar, que não doía e ao mesmo tempo sentiu vontade de sorrir, sorriu largo enquanto seu coração disparava dentro do peito. Aquilo era tão bom.

Billie Jean sorriu esse inclinou sobre a mesa, sua mão livre buscando a mão de Helena que automaticamente também se inclinou e buscou a mão da amiga, quando se uniram, apertaram uma a outra enquanto trocavam olhares cumplices.

— Se um dia tiver a oportunidade, dê as facadas nele, em nome da Esperanza. — incitou e deu um sorriso largo, orgulhoso, antes de dar uma piscadela para a Mexicana.

Em resposta, Helena gargalhou, enfim se sentindo leve.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 53 - Capitulo 53:
HelOliveira
HelOliveira

Em: 06/06/2025

Delicia de capítulo, super leve....lindo demais ver a Helena vencendo seus traumas a cada dia....e Mia perfeita

Responder

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Mmila
Mmila

Em: 04/06/2025

Capítulo muuuuuuiiiito bom!

Helena soltando as amarras.

Espero que BJ conquiste a Ally. Merecem ser felizes também.

Responder

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Mmila
Mmila

Em: 04/06/2025

Capítulo muuuuuuiiiito bom!

Helena soltando as amarras.

Espero que BJ conquiste a Ally. Merecem ser felizes também.

Responder

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Socorro
Socorro

Em: 04/06/2025

Capitulo maravilhoso, amei

Que venham as turbulências kkkk

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