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Perto do céu por AlphaCancri

Ver comentários: 5

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Palavras: 3415
Acessos: 660   |  Postado em: 26/05/2025

Capítulo 30

Parecia que aquele era o domingo mais longo da minha vida. Os minutos não passavam. A hora congelava. Eu queria que acabasse logo, para que eu pudesse voltar a fingir que esqueci Marcela, outra vez. 

Quando me deitei e peguei o celular, não abri nenhuma rede social. Não queria correr o risco de ver alguma foto dela. Estava frágil demais para isso. Abri um livro digital, querendo tirá-la da minha cabeça. Os cabelos, o sorriso, o gosto…

Não consegui me concentrar. Me segurei, lutei, esperneei, mas abri o aplicativo de mensagens. Cliquei na foto dela. Abri nossa conversa. Não pensei muito. Digitei poucas palavras e enviei. Meu coração acelerado. Pensei em apagar. Desisti. Os dois tracinhos ficaram azuis. Ela já tinha visto. Esperei que aparecesse “digitando…”, mas não foi o que aconteceu. Esperei mais um pouco. E nada. Ela não respondeu. 

Burra! Idiota!

Me xinguei em voz alta. Não era para ter mandado nada. 

No dia seguinte, a primeira coisa que fiz ao acordar foi checar as notificações. Nenhuma resposta dela. Só os dois tracinhos azuis esfregando na minha cara como eu fui uma imbecil. 

Fiquei irritada o dia todo, me mantive quieta a maior parte do tempo para não descontar nos meus colegas de trabalho. 

O pobre do Jonas teve a infelicidade de ir até a minha sala e puxar assunto comigo:

— Como foi o fim de semana?

Eu nem olhei para ele:

— Normal. 

— E no próximo, vamos fazer alguma coisa?

Levantei meus olhos. O fuzilei, com o olhar e com as palavras:

— Não posso, obrigada. 

Nem isso o fez parar:

— Quando tem um dia livre na sua agenda?

Eu devia ter respirado fundo, mas não o fiz. Explodi, coloquei para fora:

— Jonas, não sei se eu consegui deixar claro, mas eu não tenho interesse em sair com você. 

Me arrependi do meu tom ao ver o olhar dele. Diego olhou para mim com os olhos arregalados. Gabriela grudou o rosto no computador. Jussara nos encarou sem tentar disfarçar. 

Amenizei minha voz, mas continuei firme:

— Não é nada pessoal. Mas eu não me me interesso por homens. 

*****

Assim que Elis me deixou em casa, eu liguei para Fernando. Ele trabalhava na galeria aos fins de semana. Algumas vezes já tínhamos trocado dias de trabalho quando um dos dois precisava:

— Desculpa a hora… Mas preciso muito de um favor seu. 

Meia-noite eu estava arrumando uma pequena bolsa. Não consegui pegar em um sono profundo em momento algum. Às oito eu estava na rodoviária. A viagem nunca pareceu tão longa. Cada parada do ônibus quase me matava de ansiedade. Eu tinha pressa, muita pressa, como se cada segundo perdido pudesse fazer com que fosse tarde demais. 

Cheguei na cidade vizinha por volta de meio-dia e meia. E tive que esperar até o próximo ônibus passar. Esperei por quase duas horas. Comi qualquer besteira na primeira venda que encontrei. Tentei pegar um táxi, mas o valor absurdo para uma corrida de menos de uma hora, me impediu. Quando enfim o ônibus que me levaria até ela surgiu, fui uma das primeiras a entrar. 

Eu não fazia ideia de como Ciça me receberia, isso se ela quisesse conversar comigo de novo. Eu não tinha respondido à mensagem porque o que eu tinha para dizer precisava ser pessoalmente. Frente a frente. Sem deixar sombra para dúvidas ou interpretações erradas. 

Desci na rua daquela cidade e de repente fiquei parada, com uma pequena bolsa pendurada no ombro, sem saber muito bem o que fazer. Eu não tinha avisado ninguém, nem mesmo Érica. Estava apostando tudo numa última conversa com Ciça. 

Olhei para o relógio. Ela ainda estava trabalhando. Pensei em ligar para Érica. Pensei em ficar em frente à casa de Ciça, esperando ela voltar. Pensei em mandar mensagem e dizer que eu estava ali. Mas a minha pressa me fez caminhar até o trabalho dela. Na recepção, perguntei se seria possível falar com Maria Cecília. A moça, de forma simpática, disse que chamaria, sem nem perguntar meu nome. Na verdade, ela gritou por um longo corredor:

— Jussara… fala com Ciça que tem uma moça querendo falar com ela. 

Eu agradeci e esperei. Pouquíssimos segundos depois ela apareceu no corredor, mas não me viu, olhando para uns papéis que trazia nas mãos. Involuntariamente um sorriso se formou no meu rosto. Eu sou completamente apaixonada por essa mulher. Minha feição mudou bruscamente quando vi um rapaz se aproximar dela e colocar a mão em volta do braço de Ciça. Ela olhou para ele, que falava alguma coisa baixa, muito perto. Minha vontade era de pular aquele balcão e agarrar no pescoço daquele cara. Ciça disse alguma coisa e voltou a andar. Quando chegou perto do balcão, levantou os olhos e me viu. Paralisou. Me olhando em silêncio. Eu tentei decifrar os olhos dela, mas não consegui. Surpresa? Felicidade? Um pouco de irritação? 

O rapaz inconveniente se aproximou dela de novo. Daquela vez perto o bastante para que eu ouvisse:

— A gente pode conversar fora daqui?

Senti meu rosto queimar. Estava morrendo de ciúmes. 

Ciça não desviou os olhos de mim em momento algum. Não respondeu ao homem, sequer olhou para ele. Caminhou na minha direção, me pegou pela mão e saímos para a calçada. 

*****

— Tem alguém na recepção querendo falar com você, Ciça. 

Jussara disse ao entrar na sala. Eu suspirei. Provavelmente algum funcionário precisando de alguma coisa do RH. Peguei uns papéis que precisava protocolar e saí da sala. Jonas apareceu e me parou. Eu continuava sem muita paciência. Ele disse alguma coisa sobre me entender e querer ser meu amigo. Eu não dei muita atenção e disse que precisava trabalhar. Quando cheguei perto da recepção, estanquei de repente. Eu jamais imaginaria ver Marcela ali, parada na minha frente, numa segunda-feira, depois de tudo que aconteceu… 

Jonas ainda falou mais alguma coisa, mas eu não ouvi. Depois que vi Marcela, a única coisa que minha mente captava era a presença dela. 

Passei pelo balcão, peguei na mão dela e a puxei para fora. Só quando chegamos na calçada voltei a olhá-la:

— O que você tá fazendo aqui?

Ela me respondeu com outra pergunta:

— Quem é aquele cara?

Eu estava completamente confusa. Olhei para dentro, onde podia ver Jonas ainda parado, olhando para nós. 

— Jonas.

Marcela continuou me olhando:

— Você e ele…

Ela deixou no ar, sem concretizar uma pergunta. Eu quase ri ao entender o que ela estava pensando:

— Não! 

Depois voltei ao que realmente importava:

— O que aconteceu? Por que você tá aqui?

Ela pareceu finalmente esquecer Jonas. O tom de voz mudou:

— Eu precisava te ver… e responder à sua mensagem pessoalmente. 

Olhei para o relógio, olhei para o prédio e depois para os papéis que tinha nas mãos. Raciocinei rápido:

— Você me espera cinco minutos?

Estremeci quando ela respondeu olhando nos meus olhos:

— O tempo que você precisar. 

Me esforcei para desprender os olhos dos dela e voltar para dentro. Quase corri até o protocolo, entreguei os papéis e pedi:

— Depois você deixa a cópia na minha mesa…

Voltei pelo corredor até minha sala e falei para Diego:

— Vou precisar sair mais cedo. Você segura pra mim?

Ele concordou imediatamente e perguntou:

— Tá tudo bem?

Eu respondi afobada:

— Marcela tá aí fora. 

Não me importei com as outras pessoas na sala. E não precisei dizer mais nada, Diego me incentivou:

— Vai lá, pode ficar tranquila. 

Peguei minhas coisas e voltei até onde ela estava parada me esperando. Olhei para a bolsa que ela estava carregando. Um milhão de dúvidas passando pela minha cabeça. No caminho até minha casa, Marcela também se manteve em silêncio ao meu lado. Só quando entramos pela sala eu perguntei:

— Você veio sozinha?

Ela disse que sim. 

— De carro?

— De ônibus. 

Eu ainda estava completamente perdida. Imaginei que para chegar ali àquele horário, ela havia saído de casa cedo:

— Quer comer alguma coisa? 

Marcela negou. Tirou a bolsa do ombro e deixou no chão. Olhou para mim e começou a falar rápido, como se estivesse ansiosa:

— Obrigada pela sua mensagem ontem, no meu aniversário. Significou muito para mim. 

Eu estava em total estado de suspensão. Ela tinha feito toda aquela viagem para dizer “obrigada”?

— Tanto que eu quis… eu precisava… te ver pessoalmente. 

Marcela deu um passo a frente. E falou de forma inesperada para mim:

— Eu sou apaixonada por você, Ciça. Muito.

Eu não conseguia dizer nada. As palavras dela me preenchendo e me fazendo transbordar. Meu corpo inteiro tremendo. Mas minha reação era por pensar que logo depois daquilo, viria o golpe. Ela falaria um “mas” e emendaria dizendo o porquê nós não poderíamos ficar juntas de forma alguma. Tudo que nos impedia. Tudo que havia entre nós, como uma barreira. E colocaria um ponto final definitivo na nossa história. 

— Eu não consigo mais ficar sem você. Eu penso em você todos os dias. Eu sinto tanto a sua falta que isso me machuca dia e noite. 

Marcela se aproximou ainda mais. Colocou uma mão no meu rosto:

— Eu te amo, Maria Cecília. 

Os lábios dela encontraram os meus. Me beijou apaixonadamente e eu não tinha outra coisa a fazer a não ser retribuir.

A dor que eu tinha sentido por duas vezes, nas despedidas que tivemos, me fez recuar. Me afastei lentamente. Olhei para ela. Eu não aguentaria uma terceira vez. Eu tinha me prometido que não haveria outra despedida: 

— Não, Marcela. 

O olhar machucado dela provavelmente refletia o meu. Mas eu não podia ceder de novo:

— Eu não quero ficar com você só pra depois ter que me despedir de novo. 

Ela tentou falar, mas eu não permiti:

— Eu também amo você. E é por isso mesmo que não dá pra ficar assim… Cada vez que você volta e depois vai embora… me destrói um pouco. 

Minha voz embargou:

— Como eu vou seguir a minha vida? Como eu vou te esquecer desse jeito?

Ela voltou a se aproximar. Segurou meu rosto entre as mãos e disse:

— Eu também não quero me despedir. Se você disser que aceita tentar de novo… eu vou ficar. 

*****

Esperei uma resposta de Ciça. E ela fez o que eu menos esperava: se afastou de mim. Fechou os olhos por alguns segundos. Depois os abriu e falou:

— Ficar até quando? Passar mais uns meses? O que significa “ficar” pra você?

Meu coração apertou. Talvez fosse tarde demais. Talvez a distância e o tempo tivessem mudado, transformado, extinguido o que nós tínhamos. 

A verdade é que eu tomei aquela decisão completamente amparada no que eu sentia. Não pensei, não raciocinei, não olhei pelo lado prático da coisa. Eu esperava que fosse como nos filmes… eu iria chegar, me declarar, Ciça iria me receber e nós seríamos felizes para sempre.

Minha voz saiu fraca, refletindo as incertezas em que eu estava mergulhada naquele instante:

— Ficar com você.

Ciça perguntou:

— E seu trabalho?

Eu não estava esperando que ela me puxasse de volta para a realidade com tanta força. Meu trabalho… estava lá. Mas eu tinha viajado disposta a largar tudo. Trabalho, casa, o Rio… 

— Vou pedir demissão. 

Ciça continuou firme, como aço quente marcando minha pele a cada palavra:

— E sua vida? Sua liberdade? Sua caminhada na orla? Seu cinema?

Percebi o que ela estava fazendo: jogando na minha cara tudo que eu tinha falado quando decidi voltar para o Rio. 

A forma com que ela estava me machucando me fez entrar na defensiva:

— Eu acabei de falar que te amo e quero ficar com você. E é essa sua preocupação?

Ciça revidou:

— A minha não. Era a sua preocupação… foi isso que você me disse quando foi embora… quando eu disse que te amava e pedi pra você ficar. 

Eu suspirei. As lágrimas caíram pelo meu rosto. Nada do que eu tinha para dizer parecia importar naquele momento. Ciça estava distante. Tinha sido um erro voltar. Eu poderia simplesmente ter respondido a mensagem dela com uma única palavra e ter continuado vivendo do jeito que já estava.  

— Marcela…

Olhei para ela. O tom de voz mudou, se tornou afetuoso:

— Desculpa. Eu tô muito confusa, não esperava você aqui. Não sei bem o que pensar…

Se aproximou de mim e pegou minha mão:

— Vamos sentar?

Eu concordei com a cabeça. Nos sentamos lado a lado. Ela continuou segurando a minha mão:

— Você tá falando sério? Você realmente tá disposta a voltar pra cá… em definitivo? 

Eu acariciei a mão dela:

— Sim… se você também quiser. 

Ciça sorriu levemente:

— É claro que eu quero, mas… o que eu tava tentando te dizer e não consegui é… você pensou nisso com calma? Em tudo que você vai abrir mão?

Eu fui sincera. Com ela e comigo:

— Não… 

Ela voltou a sorrir e pegou minha outra mão:

— É isso que me preocupa. Que você se arrependa e depois seja tarde demais… Ou que jogue na minha cara que largou tudo pra ficar comigo… Não posso e nem quero carregar esse peso.

Eu respondi com o mesmo tom, sem cobranças, nem ataque:

— Como você acabou de fazer comigo? Jogando na minha cara o que eu falei antes de ir embora…

Ciça baixou o olhar e pediu:

— Desculpa. 

Eu suspirei. Aproximei o rosto e encostei minha testa na dela:

— Tudo bem. Acho que nós duas precisamos de um tempo pra pensar. 

Ela afastou o rosto para me olhar:

— O que você vai fazer? Você precisa trabalhar essa semana?

Balancei a cabeça afirmativamente. Eu também não sabia. Tinha combinado com Fernando dele cobrir a segunda e a terça. Depois… eu deixei a cargo do que acontecesse no meu encontro com Ciça. 

— A princípio preciso trabalhar a partir de quarta. 

— Então você vai embora amanhã?

Demorei para responder. Não era o que eu queria, mas era a realidade:

— Acho que sim. 

Ela propôs de forma bastante racional:

— O que você acha de nós conversarmos amanhã, antes de você ir. Eu tiro uma folga dos dias que trabalhei na eleição… e hoje a gente deixa para pensar e colocar os sentimentos no lugar. 

 

 

Liguei para Érica ainda na sala de Ciça:

— Você tá em casa?

— Não, tô trabalhando hoje. 

— Posso dormir lá essa noite?

Érica demorou a responder, provavelmente tentando entender o que eu estava falando:

— Na minha casa? Você tá aqui?

— Sim. Depois te explico com calma.

Ela me disse para pegar a chave com tia Rita, disse que Luize dormiria com a ex-sogra e que eu podia ficar à vontade. Quando desliguei, Ciça justificou de novo o que já tinha explicado:

— Não é que eu não queira dormir com você… Pelo contrário, você sabe disso. Mas queria que a gente não atropelasse as coisas, nem tomasse decisões com as emoções afloradas. 

Eu concordei na hora:

— Sim, você tá certa.

Ciça me deixou em frente à casa da minha tia, depois que combinamos de almoçar juntas na casa dela no dia seguinte e resolver de uma vez aquela situação. Se despediu de mim com um beijo rápido na minha boca, apenas encostando os lábios. 

Eu subi as escadas e bati na porta. Era a terceira pessoa que eu surpreendia naquele dia. Tia Rita me abraçou e depois me encheu de perguntas. Quando ela perguntou o que eu estava fazendo ali, não hesitei em responder:

— Vim conversar com Ciça. 

Depois do que Érica havia me contado, da forma como Ciça se comportou na conversa com minha tia, não tinha porque ser diferente. 

Tia Rita pareceu murchar um pouco. Depois me ofereceu um caminhão de comidas, que eu recusei. Insistiu para que eu dormisse ali, e não sozinha na casa de Érica, mas no fim se deu por vencida. 

Passei o fim da tarde e a noite toda torrando minha cabeça. Tentei ser o mais racional possível, levando em conta que, quando se tratava da minha relação com Ciça, era muito difícil. 

Na manhã seguinte, acordei cedo, preparei um café e fiquei esperando Érica chegar. Nos abraçamos antes dela dizer:

— Preciso tomar um banho. Se quiser, pode ir comendo…

Eu não estava com pressa:

— Te espero. 

Tomamos café enquanto eu a atualizava de tudo que havia acontecido. Depois que desabafei, minha prima perguntou:

— Enfim, o que você pretende fazer?

Minha única verdade era:

— Eu quero ficar com ela.  

 

 

Desci a pé pela rua, até chegar na casa dela. Peguei o celular e liguei. Ela me atendeu quase que imediatamente.

— Tô aqui. 

A voz carinhosa aquecendo meu coração:

— O portão tá aberto, é só empurrar… Ou você quer que te encontre aí?

Respondi já empurrando:

— Não precisa. 

Caminhei sozinha por aquele corredor, pela primeira vez. Encontrei Ciça na cozinha, em frente ao fogão. Sorri e impliquei:

— Que intimidade com a cozinha…

Ela se virou para mim também sorrindo, se aproximou e me beijou rapidamente.

— Ainda bem que você chegou pra salvar nosso almoço. 

A ajudei a terminar, coloquei a mesa e depois nos sentamos. Almoçamos sem entrar no assunto que era o real motivo de estarmos ali. Só quando ela levou os pratos para a pia e fomos para sala, adotou um tom mais sério:

— E então?

Eu ri. De puro nervosismo. Ela riu comigo, mesmo sem saber muito bem do quê. Depois pediu:

— Posso falar primeiro?

Eu assenti e ela continuou:

— Primeiro de tudo, eu só queria reforçar o óbvio: eu amo você, Marcela. Eu não tenho dúvidas disso. Acho que me apaixonei na primeira vez que te vi, dentro do mercado… Você nem percebeu minha presença… 

Minha cara confusa fez Ciça rir. Eu não me lembrava de ter encontrado com ela no mercado. 

— É, eu já tinha te visto antes do parque… aliás, perdi as contas de quantas voltas a mais eu dei naquele lugar, só pra te ver mais um pouco… 

Eu sorri, mas não quis interrompê-la.

— E eu queria me desculpar de novo por ter jogado aquelas coisas na sua cara ontem. Eu não tenho esse direito. Desde o começo eu sabia que você não queria ficar aqui… mas eu achei que… talvez você mudasse de ideia. Na verdade, eu queria que você desistisse de tudo pra ficar comigo, e isso foi muito egoísta da minha parte. Só você pode decidir o que é melhor pra você. E eu juro que, por mais que me doa, eu vou entender. Não falo da boca pra fora quando digo que quero que você seja feliz. Quero de verdade, mesmo que isso signifique ter você longe de mim… E quando eu falo que preciso me afastar de você, é porque preciso me preservar um pouco também. Tentar amenizar meu sofrimento. Por isso quis conversar dessa vez, antes que acontecesse qualquer coisa entre a gente. 

Percebi que ela tinha terminado. Respirei e comecei:

— Eu entendo. Entendo você querer se proteger e acho que você tá certa. E foi ótimo você ter sido bem mais racional que eu… pra gente conversar com calma… 

Ajeitei meu corpo no sofá e a olhei nos olhos:

— Eu também amo você. E percebi que, por mais que eu tivesse voltado pro Rio, pra vida que eu ainda achava que era a minha… as coisas mudaram. Eu já te disse isso e vou repetir… eu não contava em me apaixonar aqui. Mas foi inevitável. Como eu não iria me apaixonar por você? E aí quando eu voltei pra lá, por mais que tudo estivesse ótimo, meu trabalho, meus amigos…

Sorri e frisei as palavras seguintes:

— A orla, o cinema…

Ela também sorriu um pouco e baixou o olhar.

— Por mais que tudo estivesse lá, do jeito que eu queria… faltava alguma coisa. Eu me sinto incompleta o tempo todo. Eu sinto a sua falta... Durmo segurando a pulseira que você me deu, toda noite.

Levantei o pulso e mostrei o objeto que nunca havia saído do meu braço desde que ganhei. 

— Eu não posso te assegurar com cem por cento de certeza que nós vamos ficar juntas pra sempre… que vai dar tudo certo aqui… mas agora, nesse momento, eu tenho certeza do que eu quero. Eu quero ficar com você. Eu quero ser sua namorada. 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Oii! Amanhã posto o último capítulo... Um abraço! 


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Comentários para 30 - Capítulo 30:
Dessinha
Dessinha

Em: 27/05/2025

Eita que amorzão!! Quem não quer uma namorada assim, hein?! Ciça trate de querer de volta!! Lindo demais :) 

Responder

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Dessinha
Dessinha

Em: 27/05/2025

Eita que amorzão!! Quem não quer uma namorada assim, hein?! Ciça trate de querer de volta!! Lindo demais :) 

Responder

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 26/05/2025

Marcela está firme na decisão de ficar....e Ciça tb muito seguras em seus questionamentos....finalmente pararam pra conversar...agora só segurar a ansiedade até amanhã..

 


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 27/05/2025 Autora da história
Enfim encararam as questões e medos, né? Elas estavam precisando de uma conversa franca…


Responder

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Dessinha
Dessinha

Em: 26/05/2025

Eita que amorzão!! Quem não quer uma namorada assim, hein?! Ciça trate de querer de volta!! Lindo demais :) 


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 27/05/2025 Autora da história
Eu aposto que Ciça vai querer sim hahah


Responder

[Faça o login para poder comentar]

Raf31a
Raf31a

Em: 26/05/2025

O último capítulo vai ter 10k palavras, né?!

 

Estou sofrendo por antecipação. 

 


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 27/05/2025 Autora da história
Hahahahah eu também tô sofrendo aqui, viu? Nunca é fácil me despedir de uma história


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