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Nem o Tempo Curou por maktube

Ver comentários: 1

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Palavras: 2522
Acessos: 906   |  Postado em: 14/05/2025

Capitulo 60 - Mangueira

 

Mariana

Me afastei tentando buscar o ar que Camila me tomou com seu beijo intenso. Fechei os olhos apoiando nossas testas. Meu coração batia forte demais, como se quisesse sair do peito e confessar tudo o que minha boca ainda não teve coragem de dizer.

-  Isso está acontecendo mesmo? - sussurrei, sentindo o calor da pele dela misturado ao frio na minha barriga.

- Se não for real, não me acorde. - Camila respondeu com a voz baixa, rouca, carregada de sentimento.

Ficamos ali, coladas uma na outra, como se o mundo inteiro estivesse em pausa só para aquele momento existir. Passei os dedos pelos contornos do rosto dela, tentando guardar cada traço, cada detalhe. Era quase impossível acreditar que depois de tudo o que vivemos — e tudo o que perdemos — ainda havia espaço para esse tipo de reencontro.

- Eu senti tanto a sua falta. - confessei, finalmente, como quem solta um segredo guardado por meses. Estou agarrada a ela, tenho medo de afrouxar o abraço e ela fugir de mim.

Camila apenas assentiu, respirou pesadamente contra meu peito, as mãos ainda em volta da minha cintura como se também sentisse medo de me soltar. Encostei a testa no ombro dela, buscando abrigo no único lugar que sempre foi meu, mesmo quando tudo parecia desabar.

A campainha tocou. Um som seco e estridente cortando o silêncio carregado que pairava entre nós.

- A pizza… - ela disse, quase com pesar, como se preferisse ficar ali, em suspenso, mais um pouco.

- Vai lá. - murmurei, sorrindo com carinho. - Eu não vou a lugar nenhum. - Completei colocando a blusa de volta. 

Ela levantou devagar, como quem ainda não estava pronta para sair daquele transe. Enquanto ela caminhava até a porta, fiquei observando. Cada gesto dela me dizia mais do que qualquer palavra. Aquela era uma mulher que se reconstruiu. E mesmo com os olhos ainda marcados pelo cansaço, ela estava mais forte. Mais inteira, era uma Camila completamente diferente da menina que me apaixonei. Mas a verdade é que essa nova Camila, é ainda mais completa do que a versão anterior, e eu com certeza a amaria mais uma vez.

Quando voltou, trouxe a pizza e junto um vinho. Rimos de como aquilo parecia um encontro adolescente escondido dos pais, mesmo que fôssemos duas mulheres crescidas, com cicatrizes demais para caber em clichês. Sentamos no chão da sala, com as caixas abertas, dividindo fatias e confidências entre goles de vinho. Nada era planejado. Tudo era vulnerável. E por isso mesmo, real.

Na manhã seguinte acordei com o peso de sua cabeça em meu ombro. Abri os olhos devagar. O sol iluminando parcialmente o quarto. A respiração de Camila está pesada, adormecida em um sono profundo.  Sua expressão serena, os traços relaxados... como se, por uma noite, ela tivesse se permitido descansar de verdade.

Fiquei ali por longos minutos, sem me mover, apenas observando e absorvendo cada mínimo detalhe daquela cena. A forma como sua mão repousava sobre meu peito, o leve movimento de seus cílios, os cabelos bagunçados roçando minha clavícula. Havia algo sagrado naquela cena. Algo que me dizia, sem pressa: você está exatamente onde deveria estar.

Beijei sua testa com cuidado, tentando não despertá-la. Era cedo. E, por alguma razão, não queria que aquele momento acabasse. Queria esticar o tempo entre o sonho e a realidade, onde tudo ainda parecia simples, longe da complicação das nossas vidas bagunçadas.

Me levantei devagar. Coloquei água para o café, abri as janelas, deixei o sol invadir de vez. Um raio de luz dourada tocou a mesa da sala, e por um instante senti como se aquele lugar tivesse me acolhido também. Enquanto o café passava, meu celular vibrou. Era uma mensagem de Diana.

"Está tudo bem?"

Suspirei. Digitei uma resposta breve, sem mencionar nada sobre a noite anterior.

"Tudo certo. Depois ligo."

Voltei para o quarto com duas xícaras nas mãos. Camila já estava acordada, sentada na cama, os cabelos ainda mais bagunçados do que antes, os olhos inchados de sono, mas lindamente humanos.

- Bom dia! - disse, sorrindo de lado.

- Trouxe café. - respondi, estendendo a xícara.

- Devo me preocupar com um possível incêndio na minha cozinha? - Perguntou com ar de riso. Tomou um gole do café e sorriu.

- Muito engraçado. - Debochei. - Parece que você dormiu bem. - comentei, me sentando ao lado dela.

- A melhor noite de sono desde... nem sei quando. - ela respondeu, olhando para mim com uma sinceridade que quase me desmontou.

Ficamos ali, bebendo café e trocando silêncios. Não eram silêncios incômodos. Eram silêncios cheios. De tudo o que não sabíamos como nomear. De tudo o que, talvez, ainda fosse cedo demais para dizer.

Depois de um longo banho Rute ligou avisando que Camila deveria ir almoçar com eles. Ela não avisou que me levaria com ela, muito menos contou que dormi aqui. Que dividimos a mesma cama, os mesmos sonhos e os mesmos desejos secretos. 

- Tudo bem. Logo estarei ai. Precisa de algo? Okay, papai. Vou comprar sua carne especial. - Ela sorri encerrando a ligação. - Bom, como você pode ver, precisamos almoçar nos meus pais. Mas se você não quiser eu posso inventar uma desculpa. 

- Não tem problema para mim. Se para você não for um problema. 

- Então vamos. 

- Podemos ir no meu carro. 

- Claro. 

Abri a porta para ela. E quando chegamos ao mercado, fiz o mesmo para que ela pudesse sair. Mas meu momento mais feliz foi quando se pôs ao meu lado e enlaçou nossas mãos. Foi um gesto sutil, quase rotineiro. Por fora estava séria, mas dentro de mim a alegria transbordava. 

Compramos o que precisava e seguimos para a casa dos pais dela. A casa era simples, tinha cara de infância feliz. Um jardim bem cuidado, cadeiras na varanda e cheiro de comida boa. 

- Tem alguém nessa casa? - Camila gritou da porta. 

- Estamos aqui. - Escutamos as vozes de Samuel na cozinha. 

Seguimos pelo corredor e durante o percurso vi fotos de Camila e Samuel pequenos. Logo estávamos na cozinha. 

- Bom dia! - Camila cumprimentou deixando a sacola na mesa. 

- Camila! Vai derrubar as coisas. - Samuel reclamou e ao levantar a cabeça seus olhos encontraram os meus. - Mariana! 

- Como vai, Samuel. - Sorri sem graça. 

- Nossa, aquele menino explodiu em coco. - Rute entrou na cozinha reclamando. - Mariana!? - Falou surpresa, olhou para Camila em seguida para mim. 

- Como vai Rute? 

- Muito bem, minha querida. Que felicidade te receber aqui. - Me abraçou apertado.

- O prazer é meu em estar aqui. - Sorri sem graça. 

- Onde está a bomba de coco? - Camila indagou mudando o assunto. Ela percebeu meu desconcerto. 

- No seu quarto. 

- Vou lá. - Camila falou. 

- Não. Fica com a sua mãe, eu posso fazer isso. 

- Você tem certeza? 

- Sim. Pode deixar. Me diz apenas em qual direção tenho que ir. 

- Terceira porta subindo a escada. Não se assuste com a bagunça dela. - Samuel implica. 

- Pode deixar. - Sorri deixando os três a sós. 

- Ela dormiu com você? - Escutei a voz de Rute antes de subir as escadas. 

Não foi difícil achar o quarto. Abri a porta devagar e vi Luiz Henrique preso no cercado. Ele sorriu ao me ver como se me reconhecesse.  

- E ai, carinha? Ouvi dizer que você tem uma bomba dentro dessa fralda. - Ele balbucia algo incompreensível e faz careta. - Então, vamos limpar essa sujeira. 

Consegui me desfazer da fralda suja, mas a solução para limpar toda aquela bagunça era um banho. Tirei o restante da roupa dele e  o levei até o banheiro. Ele brinca com a água com uma alegria e inocência que aquece o coração. 

- Sabe, eu sou louca pela sua mãe. Ela me deixa completamente perdida. - Ele me fita parecendo entender o que estou dizendo. - Será que um dia, você pode me deixar casar com ela? O que me diz? - Ele balança as mãos animado. - Vou entender isso como um sim. 

Depois do banho começo a vestir algo nele. Estou prestes a colocar a fralda quando sou atingida por um jato de xixi. Apressada coloco a fralda na frente, mas é tarde demais, minha blusa está molhada. Ele fica me olhando rindo, como se estivesse se divertindo vendo a minha cara de desespero.

De repente a risada de Camila corta o silêncio no cômodo. 

- Pelo visto vocês já estão bem íntimos, hein? - Camila disse encostada no batente da porta, com os braços cruzados e um sorriso que misturava ternura e pura diversão.

- Ele armou uma emboscada! - respondi com um ar fingido de indignação, apontando para minha blusa molhada. — Olha isso! Mal chegou na vida e já tá conspirando contra mim.

- Na verdade, acho que ele só está te testando. Quer saber se você está pronta pra vida real ao lado dele… e de mim. - ela disse mais baixo, entrando no quarto, pegando o lenço umedecido para secar os pezinhos de Luiz Henrique.

- Ele tem um senso crítico bem aguçado para um bebê.- sorri, ainda sentindo o coração disparado. A intimidade da cena, o jeito como ela se abaixou ao meu lado, tudo aquilo me deixava vulnerável. Mas de um jeito bom. Como se, por fim, eu estivesse onde sempre quis estar.

- Ele gosta de você. - Camila disse de repente, fitando meus olhos com intensidade. - Vai ver que puxou o bom gosto da mãe. 

Ficamos em silêncio por alguns segundos. O tipo de silêncio que faz o ar pesar e a pele formigar.

- Você não vai rir da minha cara pra sempre, vai? - quebrei o clima, apontando para minha blusa ensopada.

- Vou, sim. Mas só porque você fica linda assim, desarmada. - ela respondeu com um sorrisinho atrevido, se aproximando um pouco mais.

Luiz Henrique resmungou, exigindo atenção novamente, e Camila desviou o olhar para ele, acariciando sua barriguinha.

- Vamos te vestir logo antes que mais alguma coisa aconteça, né, senhor caos? — ela disse, e nós duas rimos.

Antes de terminamos de vesti-lo, o pai de Camila apareceu com Ana no colo. 

- Aqui é o setor das bombas, trouxe mais uma. - Ana sorri. A garota está sendo mantida longe do corpo do avô. Ela gargalha incontrolada. 

- Até no coco vocês precisam ser sincronizados? - Camila pergunta como se Ana pudesse entender. 

- Ah! Não sabia que tínhamos visitas. Desculpe o mal jeito. - O homem sorri sem graça. 

- Pai essa é a Mariana, Mari esse é o meu pai. 

- Muito prazer. - Ele sorri apertando minha mão. 

- O prazer é meu. 

- Pai, será que o senhor pode dar uma cerveja a Mari enquanto eu arrumo essa bagunça? 

- Claro. - Concordou. 

- Vem comigo, Henrique? - Ele ergue os braços para que eu o segure, Camila sorri e eu saio junto do pai dela para o quintal. 

O quintal da casa dos pais de Camila tinha aquele charme acolhedor das coisas simples. O era de grama, tão bem aparada quanto a da frente da casa. À esquerda, um varal improvisado balançava ao sabor do vento, com roupas infantis penduradas em prendedores coloridos. O velho banco de madeira sob a sombra de uma mangueira guardava histórias de família. Vasos de cerâmica com ervas e temperos ocupavam os degraus de um pequeno alpendre, e um cheiro leve de alho e cebola fritando vinha da cozinha pelos vidros abertos da janela.

Camila

Depois de dar banho na Ana fui direto para o jardim. Vi meu pai e Mariana conversando enquanto Luiz tentava caminhar de uma cadeira para outra. Me aproximei colocando Ana Laura no chão, próximo ao irmão. Mariana virou para me olhar. Ela abriu o pequeno cooler me estendendo uma cerveja.

O dia estava muito quente para recusar uma bebida gelada. De onde estamos conseguimos ouvir as vozes de Samuel e da mamãe na cozinha. Ana e Luiz caminham até Mariana, como se fosse algo combinado os dois pegam cada um em sua mão fazendo-a ficar de pé. Os três se afastam caminhando em direção ao pé de manga. Os dois apontam para cima. Mariana os coloca no colo, falando com eles.

- Olha pra isso. - meu pai comenta me tirando do transe. Mariana se esticava inteira tentando alcançar a manga no galho mais baixo. Ana já tentava morder uma das frutas segurando com suas mãos rechonchudas. 

Eu sorri. Admirando a cena. Sei que Helen adoraria ter vivido isso, e nossos filhos merecem ter as duas mães ao seu lado. Mas não posso negar a sorte que eles tem em ter Mariana. Não como uma substituta, mas como alguém que pode amá-los e ter o mesmo cuidado que Helen teria. 

- Ela tem jeito com eles. - comentou o pai, tomando um gole da cerveja.

- Tem mesmo... - respondi baixo, quase em confissão. - Parece que ela já fazia parte da bagunça antes mesmo de estar aqui.

Meu pai me olhou de soslaio. Os olhos atentos sob as sobrancelhas grossas, como se enxergasse além das palavras.

- Você está feliz, filha?

Hesitei. Pisco os olhos devagar, sentindo o frio da garrafa entre os dedos. Depois assentiu, sem tirar os olhos da cena à frente.

- Pela primeira vez em muito tempo... acho que tô. É estranho dizer isso em voz alta.

- Não é estranho não. - Ele virou-se de lado, apoiando o braço no encosto da cadeira de palha. - A gente reconhece quando o coração da gente encontra a paz. E você conseguiu de novo, mesmo em meio ao caos. Isso é ganhar na loteria duas vezes. 

Sorrio de canto, mas era um sorriso embargado, quase emocionado.

- Eu tive tanto medo, pai. Medo de abrir espaço pra ela de novo e... não conseguir sentir mais nada. Não depois de ter sido tão feliz com Helen. 

- O amor não é um bicho manso, Camila. Mas às vezes, quando é amor de verdade, ele volta mais forte. Mais certo. E você, minha filha, olha pra ela como sua mãe olhava pra mim nos dias bons. Isso diz muito. - Me viro em sua direção, surpresa.

- Sério?

- Sério. E olha que sua mãe era difícil. - Ele riu, balançando a cabeça. - Mas quando amava, amava com tudo. Igualzinho você.

Fui atingida por suas palavras. Mariana agora estava sentada no chão de pernas cruzadas, com Ana no colo e Luiz Henrique encostado na lateral do corpo dela, ambos sujos de manga. Papai terminou sua cerveja e se levantou devagar.

- Vai lá. Aproveite o dia. Tem coisa que a gente só vive uma vez, e essa é uma delas.

Compreendi o que ele quis dizer. Aperto seu braço  num gesto de gratidão. Depois caminho até Mariana, que estendeu a mão livre, como quem já sabia que aquele lugar, debaixo da mangueira, entre as crianças e o sol, era onde eu deveria estar.


Fim do capítulo


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Comentários para 60 - Capitulo 60 - Mangueira:
jake
jake

Em: 15/05/2025

Q cap lindo um recomeço lindo...

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