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Nem o Tempo Curou por maktube

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Palavras: 1995
Acessos: 776   |  Postado em: 14/05/2025

Capitulo 56 - Terapia

 

Camila

 Um mês depois

- Como você se sentiu quando ela não apareceu mais? - A voz da terapeuta era calma, mas direta, como um farol atravessando o nevoeiro da minha mente.

Eu respirei fundo. O consultório era silencioso, com cheiro de lavanda e o som distante da chuva contra a janela.

- Como se tivesse perdido de novo.

Ela assentiu, anotando algo em seu caderno.

- Você consegue diferenciar a dor da ausência dela e o luto pela Helen?

- Estou tentando. Mas às vezes tudo se mistura. – Olhei para o teto, tentando controlar o peso nos olhos. - Achei que estava começando a viver de novo... A casa voltou a ter cor. Música. Risadas. E aí ela sumiu.

- Vocês não se falaram mais?

- Por mensagem. Coisas pontuais. “Como estão os bebês?”... “Vi uma mamadeira nova que talvez você goste”... “Bom dia.” - Sorri, triste. - Às vezes, um meme idiota. Mas ela nunca mais veio aqui.

- E você gostaria que ela viesse?

- Eu gostaria que ela ficasse.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

– Você sente saudade dela?

- Sinto. - A palavra saiu arranhada da minha garganta. - Mas é mais que saudade. Eu sinto falta do que ela trouxe de volta: leveza. Coragem. A sensação de que o amor ainda pode ser possível mesmo depois do caos.

- E da Helen?

- Helen... - Meus olhos se encheram d’água. - Helen é ausência em tudo. É a cama vazia. O som do portão que não abre mais. Os planos que ficaram pela metade. Ela é a minha saudade cravada no tempo.

- Você sente culpa por querer a Mariana por perto?

A pergunta me acertou como uma pedra.

- Sinto. E acho que esse é o meu maior problema. - Encostei as costas no sofá e fechei os olhos. - Como posso amar alguém e, ao mesmo tempo, ainda estar de luto por outra? Como posso desejar outra presença na casa que construí com a Helen?

A terapeuta fez uma pausa antes de responder.

- O luto não apaga o amor. Ele o transforma. E o coração é vasto, Camila. Há espaço para mais de um amor, mesmo que eles ocupem lugares diferentes.

Eu sentia falta dela. Não só da companhia, ou do jeito como ela ria das coisas que só ela achava engraçada. Sentia falta do toque leve quando ela pegava Ana Laura no colo, da forma como me enxergava até quando eu tentava me esconder por trás do cansaço. E essa saudade... me confundia.

Nas sessões com a psicóloga, os silêncios se tornaram mais longos. Eu já não falava só de Helen, mas de Mariana também. E, no fundo, aquilo me fazia sentir suja, como se amar de novo fosse um crime contra a memória da mulher com quem sonhei a vida inteira.

- Camila. - disse a terapeuta, ajeitando os óculos enquanto me observava. - Você fala da Mariana com os olhos cheios de carinho, mas também com culpa. Por que acha que se permitir sentir é uma traição à Helen?

Engoli seco. Meu peito pesava como se estivesse soterrado por sentimentos que não sabiam onde se encaixar.

- Porque... — comecei, hesitante — ... parece que se eu seguir em frente, vou apagar tudo que vivi com a Helen. Como se ela fosse virar passado, e não... não quero que ela seja só isso. - A psicóloga assentiu devagar.

- Helen nunca vai deixar de ser parte da sua história. Mas não é honesto com você, nem com a memória dela, viver como se tivesse morrido junto com ela. Você ainda está aqui. E você tem o direito de sentir. Seja dor, seja amor, seja confusão. A questão é: você está pronta para viver algo novo? Ou está buscando na Mariana um conforto, uma âncora num mar revolto?

Essa pergunta me acertou em cheio. Eu não sabia responder. Fechei os olhos e vi o rosto de Helen no hospital, pálido, mas sereno. E depois, os olhos de Mariana naquela noite na sala, cheios de sentimento, mas também de espera. Duas histórias que se sobrepunham dentro de mim. E eu? Eu era a ponte frágil entre elas.

- Eu não sei se consigo... - murmurei. - Não sei se consigo amar de novo. Não sei se o que sinto pela Mariana é amor ou só a vontade de me sentir inteira de novo.

A terapeuta se aproximou um pouco mais, a voz firme e acolhedora.

- Então talvez seja hora de dizer isso a ela. Seja honesta. Com você. Com ela. Não é justo manter alguém na dúvida só porque você ainda está tentando entender a sua dor. E não é errado reconhecer que agora vocês só conseguem ser... amigas. Ela fez uma pausa. - Às vezes, amizade é o que o coração consegue dar. E isso também é um afeto verdadeiro.

Saí da sessão em silêncio, o vento frio cortando meu rosto como pequenas punhaladas de realidade. À noite, coloquei os bebês para dormir. Deitei no sofá com o celular nas mãos por horas. Escrevi uma mensagem. Apaguei. Escrevi de novo. Até que, por fim, deixei assim:

“Mari... eu sinto sua falta. Mas não da forma como você talvez espere. Sinto sua falta como quem sente falta de casa, de abrigo. Eu ainda estou muito machucada. E acho que o que consigo te oferecer agora... é amizade. Uma amizade cheia de afeto, de cuidado. Mas ainda não sei amar sem sentir culpa. Só queria ser honesta com você.”

Enviei. Sem esperar resposta. Sem coragem de encarar a resposta. Mas pela primeira vez em muito tempo, dormi um pouco mais leve.

Mariana

Estou na cafeteria do hospital. Passei seis horas seguidas em cirurgia, meu corpo inteiro é apenas dor e cansaço. Tomo um gole do café sentindo o calor me abraçar por dentro. Do outro lado, observo uma mulher me fitando. Ela está a algumas mesas das minha, usa um jaleco branco com vários desenhos, o que me indica ser da ala pediátrica. Seus olhos se prendem aos meus, por tempo mais que suficiente para que ela me sorria. O celular vibrou na mesa me trazendo de volta a realidade. Peguei o celular. O nome de Camila estava na tela. Um frio percorreu minha espinha antes mesmo de abrir a mensagem. Parecia que todo o cansaço havia se esvaído de mim. 

“Mari... eu sinto sua falta. Mas não da forma como você talvez espere…”

Li uma vez. Depois outra. A terceira vez já foi com os olhos borrando as palavras. Respirei fundo bloqueando o celular e virando-o com a tela para baixo. Fiquei ali, com o celular virado, como se aquilo fosse me proteger do que estava borbulhando dentro de mim. O eco da mensagem de Camila ainda vibrava em algum lugar entre meu estômago e minha garganta. Era como se ela tivesse aberto uma janela e, ao invés de ar fresco, entrasse uma tempestade.

“Mas não da forma como você talvez espere…”

Era isso que doía. Não a ausência dela na minha casa, nos meus dias, mas o fato de ela estar presente, de algum jeito, e ainda assim tão distante do que eu sentia. Me sentia ao mesmo tempo perto demais e longe o suficiente para nunca tocar de novo.

- Vai continuar me ignorando? - A voz da mulher da mesa ao lado me arrancou dos pensamentos. Ela sorria, um sorriso gentil, mas direto. Como quem sabe que está sendo notada.

Ergui os olhos, surpresa.

- Desculpa… eu... tô num mundo paralelo. - respondi me ajeitando na cadeira.

- Eu percebi. Cirurgia pesada? - Seus olhos eram penetrantes. 

- Seis horas seguidas. — falei, voltando a me recostar na cadeira. - Mas não foi o bisturi que me deixou assim.

Ela inclinou levemente a cabeça, como quem entende mais do que diz.

- Eu sou Maya Muniz. — Estendeu a mão por cima da mesa. - Pediatra da ala nova. Cheguei essa semana.

- Mariana Carvalho. Trauma. Cansada em tempo integral. - Ela gargalhou jogando os cabelos para o lado.

O gesto me fez rir também. 

- Desculpe, quer sentar?.

- Claro, será um prazer. 

Maya se acomodou com leveza. A presença dela era serena, e talvez por isso mesmo, ameaçadora. Era o tipo de mulher que poderia me distrair do que eu sentia, e distração era o que eu mais temia agora.

Conversamos sobre coisas leves: plantões, café ruim, a comida péssima do refeitório. Ela era engraçada. E doce. Mas em algum momento, enquanto ela falava sobre o amor absurdo que tinha por crianças, minha mente voltou para Camila. Para os gêmeos. Para o cheiro de bolo no forno e o som baixo da televisão numa noite de chuva. A última noite que estive com ela. Ela tinha dito que sentia minha falta. Mas não da forma como eu esperava.

E, naquele momento, percebi: talvez fosse hora de eu também parar de esperar. Porque amar alguém que ainda vive o luto é como tentar abraçar um fantasma. E mesmo que ele um dia se torne carne de novo… talvez não seja mais o mesmo corpo, o mesmo amor. Talvez não seja mais pra mim.

Maya conversava animada me contando sobre seus casos mais complicados. Era notório sua paixão pelo que fazia. Seus olhos brilham com intensidade. 

- Desculpe, eu não parei de falar um segundo. Sempre faço isso quando começo a falar do trabalho. - Ela tocou meu braço levemente. 

- Não precisa se desculpar. Faz tempo que não me desligo de tudo assim. 

- Nossa, sou entediante? 

- Não, pelo contrário. - Sorrimos. Ela mordeu os lábios. 

Eu senti um arrepio percorrer meu corpo. Estou há tantos meses sem sex* que tudo está aflorando diante dessa mulher maravilhosa que está diante de mim. 

- Bom, a conversa está boa, mas eu preciso ir. Tenho que dormir pelo menos doze horas seguidas. 

- Foi um prazer te conhecer. - Ela sorri. 

- O prazer foi meu. Acredite. - Apertei sua mão, ela sorri olhando nossas mãos em seguida olha para minha boca. 

Engoli em seco. O calor subia do estômago até o pescoço como um incêndio rápido. As palavras dela ficaram ecoando na minha cabeça como uma batida forte, insistente.

- O suficiente pra querer dormir por doze horas. - tentei brincar, com um sorriso torto. - Mas talvez nem tanto pra negar um convite indecente.- Maya riu, um som baixo, provocante. Seus olhos não saíam dos meus.

- Não tô te convidando pra nada. Ainda. - ela disse, puxando a mão devagar da minha. - Só queria saber se você se permite, às vezes.

A pergunta me atingiu de cheio. Me permitir? Era essa a palavra que eu vinha evitando há tanto tempo. Desde Camila minha vida é uma verdadeira fila de espera. Buscando o dia que a minha senha vai ser chamada e vou poder viver de novo, talvez seja hora de trocar de setor. De buscar uma nova fila. Desviei o olhar por um instante, tentando recuperar o fôlego que perdi com o olhar dela e com tudo o que aquele encontro inesperado estava mexendo em mim.

- Eu… tô tentando aprender a fazer isso de novo. -  Falei com honestidade. - Sem culpa. Sem pressa. Sem fugir de mim mesma. - Maya assentiu, entendendo mais do que eu disse.

- Quando você quiser lembrar como é... ser só você, sem o peso do mundo nos ombros, me procure.

Ela me entregou um pequeno cartão com o nome e o telefone escrito à mão, como se estivéssemos num filme antigo. Depois me deu um beijo no rosto, perto demais da boca pra ser só um beijo no rosto.

- Boa noite, doutora cansada. - sussurrou com um sorriso, e saiu, deixando um rastro de perfume amadeirado no ar.

Fiquei ali, parada. O cartão entre os dedos. O coração disparado. E a certeza de que, talvez, pela primeira vez em muito tempo… eu quisesse me permitir.


Fim do capítulo


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