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Nem o Tempo Curou por maktube

Ver comentários: 4

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Palavras: 2075
Acessos: 737   |  Postado em: 14/05/2025

Capitulo 53 - Tudo mudou

 

Camila

A chuva caía com força sobre o para-brisa, desenhando riscos incertos na estrada. Helen apertava levemente minha mão sobre a marcha enquanto conversávamos sobre nomes para os bebês. Ríamos, imaginando personalidades, sonhando com olhos puxados, sorrisos tortos, heranças invisíveis.

Estávamos a caminho da última consulta antes do parto.  Apesar do clima um tanto melancólico, Helen insistiu para que viéssemos. Mas em segundos, tudo virou escuridão. Não consigo recordar muita coisa, sinto minha cabeça latejar. Antes do impacto percebi um farol vindo em nossa direção pela contra mão. 

Abro os olhos com dificuldade, mas tudo o que vejo é o teto do carro. Estamos de cabeça para baixo. Procuro Helen ao meu lado, ela tem um corte na cabeça, pescoço e nos braços, suas mãos seguram sua barriga. 

A batida havia sido lateral, forte e devastadora. O motorista do caminhão que vinha na outra pista perdeu o controle ao desviar de um animal e atingiu em cheio o lado do passageiro — o lado onde Helen estava. O carro foi arremessado para o acostamento, se arrastando por metros até capotar e cair numa vala.

Quando os socorristas a retiraram das ferragens, Helen já apresentava sinais de hemorragia interna. Sua pressão estava perigosamente baixa, e o sangramento aumentava a cada segundo. Ainda assim, seus olhos se abriram por um instante ao ouvir minha voz.

- HELEN?! HELEN?! Ela está grávida! Por favor! — gritei para o socorrista.

- Camila...? - ela sussurrou, com os lábios sujos de sangue.

-Tô aqui, amor. Fica comigo, por favor... fica comigo.

Ela tentou sorrir, mas logo se apagou novamente. Nesse instante fui tomada por uma onda de desespero. O socorrista me avaliou enquanto meus olhos permaneciam em Helen, que estava a poucos metros de mim. O caminho até o hospital foi um borrão de orações. No pronto-socorro, o caos. Médicos gritando, portas batendo, aparelhos apitando. Me seguraram para que não entrasse junto. “Vão fazer o possível”, disseram. Eu queria mais que o possível. Eu queria o milagre.

- Camila! Estamos com você. - Ouvi a voz de Romero. - Vai ficar tudo bem. Preciso de uma ressonância. - Ordenou. 

- Mariana. - Falei com a voz baixa. Ele se aproximou. - Preciso falar com a Mariana. 

- Alguém me traga a Doutora Mariana. 

Antes de me colocarem na máquina para o exame sinto uma mão segurar a minha com delicadeza. 

- Estou aqui, Camila. - Seus olhos estavam espantados me observando. 

- Por favor, não deixe que nada aconteça com eles. Salve todos eles. - Pedi com os olhos banhados em lágrimas. 

- Farei tudo o que estiver ao meu alcance. - Beijou o topo da minha cabeça, soltou minha mão e saiu apressada. 

O exame pareceu demorar uma eternidade. Quebrei três costelas e o braço esquerdo. Não me lembro muito, pois precisei ser medicada.  Tudo que me lembro é de entrar em um sono profundo. 

Mariana

Acordei depois de uma noite inteira de pesadelos. Me arrastei saindo do quarto de hóspedes na casa do meu pai. Faz mais ou menos um mês que estou ajudando a cuidar de Mateo. Levantei três vezes para trocar fraldas. Havia esquecido o quanto é cansativo uma rotina com um recém nascido, afinal já fazia anos desde que Manu foi uma. 

Minha mente divaga até o pesadelo que tive com Camila, fazia dias que sonho com ela todas as noites. Na verdade, desde que soube que ela e Helen terão gêmeos. Ali, naquele instante, morreu o meu sonho e nasceu o início do sonho dela. Seguro a xícara de café entre as mãos. Volta e meia sou tomada por nosso passado. 

Faz mais ou menos cinco meses que minha mãe contou o que havia feito com Charlotte para me separar de Camila. A verdade é que tudo foi uma grande armação, onde nada aconteceu de fato, mas foi feito para que parecesse o contrário. Dona Lindalva parece outra pessoa, tem se esforçado para se reaproximar de Manu, e ama Lívia. Coisa que eu pensei ser impossível. E apesar de hoje conseguir explicar a Camila que tudo não passou de uma armação, não há mais motivo para isso. Ela está bem, feliz e vai ser mãe. Nada que eu diga, pode mudar o fato que ela seguiu a vida. 

Charlotte e eu desde então não tivemos mais nada. Ela se desculpou sobre o que fez, eu a perdoei, mas não consigo mais confiar nela. Acredito que hoje meu único prazer é o meu trabalho. Esse sim me dá felicidade. 

- Dormiu pouco? 

- Bom dia, papai. Não me lembro de ter dormido muito no último mês. - Brinquei. 

- Verdade. Eu havia esquecido o quanto bebês não tem noção de tempo. - Serviu-se de café. - A mãe da Diana vem ficar o dia hoje, precisamos ir trabalhar.

- Eu vou para casa, preciso de roupas limpas e de um banho quente. O senhor deixa as meninas na escola antes de ir para o hospital? 

- Claro. 

Caminhei até em casa. Minha mente sempre é invadida por lembranças de Camila, mas hoje em especial devido ao pesadelo ela está ainda mais presente em minha cabeça. Em seu sonho, ela se viu correndo por um corredor branco interminável, com as paredes pingando sangue que escorria em poças espalhadas no chão. A cada passo, ouvia os choros fracos de dois bebês ecoando atrás de portas trancadas. Tentava arrombar cada uma, mas quando abria, encontrava apenas o rosto pálido de Camilla — deitada num berço vazio, os olhos arregalados de desespero.

- “Ajuda-me…” - a voz de Camilla soava distante, como se viesse debaixo d’água. Eu batia no vidro do carro enquanto a chuva escorria pelos trilhos do teto, inundando o corredor e deixando seus pés encharcados. Então vi o meu reflexo no chão: não era mais a médica confiante, mas uma mulher com as mãos cobertas de gelo, incapaz de tocá-la. De repente, o chão ruiu. Me fazendo cair em queda livre por um poço sem fim, meus gritos cortavam o silêncio enquanto a imagem de Camila desaparecia na escuridão, levando com ela os últimos vestígios de esperança.

Abro meus olhos, sinto as gotas do chuveiro deslizando sobre meu corpo. Estou em casa, estou segura. Camila está bem. Repito o mantra enquanto visto minha roupa para ir trabalhar. O céu hoje está cinzento, uma fina chuva começa a cair.

Levo cerca de trinta minutos para conseguir chegar ao hospital. Vou direto para os vestiários trocar minhas roupas. Antes de conseguir terminar de me vestir meu nome soa nas caixas de som. 

“Doutora Mariana, compareça ao pronto socorro. Código 5 chegando.”

Um acidente de carro com vítimas em estado grave. Os socorristas começam a passar o quadro geral da paciente e eu analiso sua ficha. De repente Charlotte chega afobada. 

- É a Helen. - Lamenta. 

- Helen? Helen da Camila? - Ela acena concordando. Só então observo seu rosto. - Onde está Camila? 

Sou tomada por uma adrenalina absurda. Sinto que ela precisa de mim. Aquele sonho, o maldito sonho. Corro entre as pessoas em busca de sua sala de atendimento. 

- Doutora, seu pai está chamando. 

Era ela, só podia ser ela. Corri em direção a sala de exames. Camila estava prestes a entrar na máquina da ressonância, meu pai autorizou minha entrada com uma balançada de cabeça. Caminho a passos lentos, sentindo minhas pernas pesarem uma tonelada. Não sei ao certo o que vou encontrar, dado o estado crítico de Helen já vou me preparando para o pior.  

- Estou aqui, Camila. - Fiquei assustada com a quantidade de ferimentos em todo seu corpo.  

- Por favor, não deixe que nada aconteça com eles. Salve todos eles. - Agarrou minha mão. Seus olhos me pediam com urgência para que eu pudesse cuidar de tudo. Senti o peso daquela responsabilidade me invadir. 

- Farei tudo o que estiver ao meu alcance. - Beijei o topo de sua cabeça, soltei sua mão e sai apressada. 

Corri para o centro cirúrgico, onde Helen já estava entubada, com vários acessos intravenosos. O útero dela havia sofrido uma ruptura parcial com o impacto, provocando um sangramento maciço, Charlotte já tentava controlar a situação. Havia também fraturas múltiplas na pelve e costelas quebradas – uma delas perfurou o pulmão. Mas o que mais preocupava era a instabilidade do quadro: ela estava entrando em choque hipovolêmico.

Aquela sem dúvidas seria uma corrida contra o tempo. E foi ali, naquela sala fria, com as máquinas apitando em alerta, que os médicos tiveram que decidir. Ou salvavam os bebês – que estavam entrando em sofrimento fetal, com batimentos acelerados e risco de hipóxia – ou tentavam estabilizar Helen, sem garantias de que ela resistiria por muito tempo.

Mariana sabia que Helen não teria forças para uma longa cirurgia e uma cesariana. Seus órgãos começavam a falhar. O útero não sustentaria a gravidez por nenhum minuto a mais. Ela chamou outro cirurgião para tomar uma decisão em conjunto. As opções eram poucas. Os bebês ainda estavam vivos. Podiam ser salvos. Charlotte insistia para que tentassem salvar os três.

Helen, por outro lado...Foi então que, em meio ao caos, Helen recobrou a consciência, por um instante. Os olhos cansados buscaram os de Mariana. Ela entendeu tudo apenas pelo olhar da médica.

- Salve-os, salve os nossos filhos. Cuida da Camila. Não deixe ela sozinha... eu sei... eu sei que você ainda ama minha esposa. — um riso fraco escapou entre os lábios rachados. — Mas agora ela é tua missão. Não deixe ela se perder, quando eu não estiver mais aqui. - disse com um sopro de voz, antes de desmaiar.

- Helen... - Mariana apertou sua mão. - Você vai lutar, ouviu? Viva por eles. - Tentei reanimar. Insisti por longos minutos. Charlotte tentava a todo custo me tirar de perto dela para iniciarmos o procedimento para salvar a vida dos bebês.

- Preparem para uma cesária. - Ordenou Charlotte.

A equipe iniciou a cesariana de emergência ali mesmo, com Helen em parada circulatória. Enquanto os bebês eram retirados, alternei as compressões torácicas com outro residente. Quando os dois pequenos vieram ao mundo, com choros fracos, mas vivos, Helen não resistia mais. O monitor cardíaco caiu numa linha reta.

Segurei firmemente sua mão. Minhas roupas e luvas eram apenas sangue, meus olhos ficaram turvos de lágrimas. Eu não sabia como contar a Camila que Helen não havia resistido. Observei Charlotte levar os bebês para o neonatal. Enquanto isso, alguém falou com a voz firme. 

- Hora do óbito: 06h42 da manhã.

Aos poucos todos foram saindo e eu me senti na obrigação de ficar ali e cuidar de tudo. Fechei todos os cortes, limpando-a para parecer o mais normal possível, como se pudesse amenizar o fato de sua morte. 

Depois de quase duas horas decidi ir ver Camila. Entrei no quarto e ela estava dormindo. O braço já estava engessado, os curativos feitos. Sentei-me ao seu lado, buscando sua mão com a minha. Como se sentisse minha presença ela abriu os olhos vagarosamente. 

- Os bebês?! - Falou com a voz rouca. 

- Estão bem, são lindos e saudáveis. Ficarão em observação alguns dias já que nasceram antes do previsto. - Ela sorri aliviada. 

- E Helen? - Eu engulo em seco. 

- Sinto muito, fiz o que pude. Os danos foram severos. - Camila chorou copiosamente. - Shii! Vai ficar tudo bem. 

- Eu preciso vê-la. - Limpou os olhos. - Preciso ver a minha esposa uma última vez que não seja em um caixão. Você me deve isso. 

Busquei uma cadeira de rodas. Ajudei-a a se acomodar. Apesar de saber que o que estava fazendo era errado, naquele momento não me importava com regras. Nada mais importava. Camila havia perdido a esposa, e de fato eu devo isso a ela. 

- Vou te dar alguns minutos. 

- Não! - Segurou minha mão. - Pode ficar. 

Concordei e puxei o lençol do rosto de Helen. Camila chorou, passando as mãos em seu rosto. Seu corpo inteiro  vibrava com os soluços. 

- Não se preocupe. Juro que vou cuidar de tudo do jeito que a gente planejou. Meu amor, você se foi, mas vive em cada batida dos nossos pequeninos, sempre serei guiada pela força do seu coração. - Beijou seus lábios com delicadeza. - Me leva para ver meus filhos. 

Naquele instante algo morreu, mas a esperança se mantinha viva. Camila sabia que precisava ser forte por seus filhos, e assim seria sempre. 


Fim do capítulo


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Comentários para 53 - Capitulo 53 - Tudo mudou:
Mmila
Mmila

Em: 16/05/2025

Só lágrimas aqui ...............................................................................

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Lea
Lea

Em: 15/05/2025

Nossa,meu emocional foi mexido. Sabia que a autora ia matar a Hellen!! Que triste! 

 

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Lea
Lea

Em: 15/05/2025

Nossa,meu emocional foi mexido. Sabia que a autora ia matar a Hellen!! Que triste! 

 

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jake
jake

Em: 15/05/2025

Que triste...

Sinto muito por Helen ???? 

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