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Perto do céu por AlphaCancri

Ver comentários: 2

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Palavras: 1745
Acessos: 515   |  Postado em: 12/05/2025

Capítulo 23

Li e reli o e-mail na tela do meu notebook incontáveis vezes. Era uma proposta maravilhosa, como Vitor havia dito na ligação. 

Fiquei sabendo depois que o diretor da galeria era amigo do namorado de Vitor, o que fez a proposta chegar até mim. Na mensagem ele dizia que precisava da resposta imediatamente pois o cargo não podia ficar vago por muito tempo. E que se eu não tivesse interesse, já havia outras pessoas na fila de espera. Respondi com as mãos tremendo. Uma proposta irrecusável. Eu não podia deixar passar. 

Depois que fechei o notebook, mandei uma mensagem para Érica. Ela disse que estava trabalhando, mas assim que conseguisse um tempinho me ligava. 

Quando meu celular tocou, a voz dela era preocupada:

— Aconteceu alguma coisa?

Eu fui direta. Soltei rápido, como se tivesse medo do que precisava falar:

— Vou voltar pro Rio.

Érica demorou um pouco:

— Assim de repente? O que houve? Você e Ciça brigaram?

Tudo que eu não precisava que ela falasse. 

— Recebi uma proposta de emprego irrecusável. 

Érica parecia meio perdida, sem saber se deveria ou não comemorar. Acho que principalmente pelo meu tom de voz nada entusiasmado:

— Parabéns! Era isso que você queria desde que veio pra cá, né?

Era. Tempo verbal perfeito. 

— Sim.

— Marcela… por que eu tô sentindo que você não tá tão feliz como deveria?

Eu suspirei tão profundamente que minha prima perguntou:

— Ciça?

Fechei os olhos:

— É.

— Você já contou pra ela?

— Já…

— E aí?

Eu é que pergunto, Érica: e aí? O que eu faço?

— Não tem muito o que ser feito… 

Minha prima pareceu entrar no mesmo dilema que eu, pois só disse mais uma coisa:

— Que merd*!

*****

Nunca foi tão difícil o percurso da minha casa até a casa dela. O meu expediente pareceu voar. Provavelmente porque eu queria ao máximo evitar o momento de sair e ir ao encontro dela. Sentimento completamente antagônico a todas as outras vezes em que fiz aquele caminho. 

Subi as escadas com as pernas fracas, a cada passo minhas forças pareciam se esvair ainda mais. Cheguei em frente à porta e fiquei parada, não bati. Queria ganhar tempo. Tempo. Conceito que me parecia mais abstrato do que nunca naquele momento. Foram quase quatro meses desde que vi Marcela pela primeira vez dentro do mercado, até aquele momento em que me encontrava parada na porta dela. Era pouco? Talvez. Dependia do que ele carregava. Ele, o tempo. No meu caso, me parecia uma vida inteira. 

Fui arrancada do meu devaneio quando a porta se abriu, sem que eu batesse. Nos olhamos por alguns segundos até ela me dar passagem:

— Entra. 

Foi estranho pisar naquele apartamento. Como se eu estivesse entrando ali pela primeira vez, mas era o mais absoluto inverso: seria a última. Estranhei as paredes, o chão, o sofá que tantas vezes foi o lugar que nossos corpos se encontraram. 

— Quer beber alguma coisa?

Para ela também parecia diferente, eu notei. A formalidade, a falta de jeito, como se nós duas fôssemos completas desconhecidas. 

— Não, obrigada. 

Marcela apontou o sofá. Eu me sentei. Ela ao meu lado, mantendo uma certa distância. 

Respirou fundo e começou a falar:

— Eu preciso ir o quanto antes pro Rio. Preciso providenciar uns documentos, fazer exames… Começo a trabalhar ainda este mês. 

Eu apenas concordei com a cabeça. O que eu poderia falar?

Ela completou:

— Eu realmente queria que nós tivéssemos mais tempo.

Olhei para Marcela. Me desesperei, como se tudo que eu reprimi desde que ela havia me dado a notícia começasse a vir a tona naquele instante. Ela vai embora! 

Eu nunca tinha adentrado o limite da vontade de outra pessoa. Várias vezes engoli sozinha minha própria dor por saber que ela era só minha. Nunca implorei para que alguém ficasse, para que repensasse, que desse outra chance. Não por achar que fosse humilhante ou por ego, mas por achar que eu seria inconveniente. Se a outra pessoa não queria ficar, não importava a minha vontade. Estava decidido. Ninguém deveria ficar por pena ou por pressão. 

Não sei o que aconteceu, mas naquele momento foi diferente. Eu precisava tentar. Precisava saber que lutei até o fim. Que fiz tudo que pude, pois perder Marcela era como perder o que me mantinha viva. 

Eu disse uma única palavra, que carregava com ela tudo que eu estava sentindo:

— Fica. 

Marcela olhou para o chão. 

Eu tentei desaguar o que me inundava por dentro:

— Eu quero muito que você fique… Eu… amo você. 

Ela continuou sem me olhar.

— Você tá conseguindo trabalhar daqui, não tá? E mesmo se as coisas ficarem difíceis, eu vou estar aqui. Eu posso te ajudar financeiramente. 

Marcela fechou os olhos:

— Não é essa a questão, Ciça. 

— Então qual é?

Eu tinha urgência em resolver. Fosse o que fosse, naquele instante eu tinha plena certeza que resolveria. 

— Essa não é a minha vida. Claro que não quero ficar dependendo dos meus tios… ou de você, pra sempre. Eu quero a minha independência. Como também quero minha liberdade. Poder sair de casa e encontrar um lugar legal. Caminhar na orla. Ir ao cinema. Eu sinto muita falta disso, muita. 

Ela me olhou e finalizou:

— Eu quero a minha vida de volta. 

Me senti péssima. Inferior. Insuficiente. Como me senti das primeiras vezes em que conversei com ela. Eu nunca seria o bastante para Marcela. Nossas vidas tinham caminhos opostos. Nossa linha de chegada não era a mesma. Enquanto ela dizia tudo que desejava ter, eu só conseguia pensar que minha vida não passaria do que era. Uma minúscula cidade no interior, com as mesmas pessoas, os mesmos caminhos, os mesmos lugares. 

Não tinha mais o que dizer. Não tinha como argumentar. O que eu poderia oferecer, depois que ela tinha deixado claro do que gostava e precisava?

Meus olhos marejaram, mas não permiti que nenhuma lágrima caísse. Percebi que ela me olhava, mas não a olhei de volta. Eu achei que a conversa já tinha terminado, mas ela ainda jogou a última pá de terra em qualquer resquício de esperança que eu pudesse ter:

— E se eu ficasse, Ciça? Como ia ser? Você não consegue nem andar tranquilamente comigo ao seu lado na rua… Você quase infarta quando minha tia nos vê juntas. Você não consegue me levar pra sua casa. É pra isso que você quer que eu fique? Pra ficar o tempo inteiro trancada dentro desse apartamento, como se fosse um bichinho de estimação?

A voz dela era calma, não tinha uma cobrança, era mais uma constatação. Pensei em revidar, dizer que não era verdade, mas infelizmente era. Eu sabia que era. Eu não tinha nem pensado em assumir aquele relacionamento publicamente. Imaginar eu e Marcela de mãos dadas na rua me causava pânico. Ela estava certa. Eu não conseguiria oferecer mais do que já tínhamos. 

A certeza de que Marcela precisava ir me preencheu, ironicamente me esvaziando por dentro. 

As lágrimas finalmente caíram. Não as enxuguei. Ficamos longos minutos em silêncio, até eu me virar para ela:

— Você tá certa.

Não era ironia ou revide. Eu só tinha chegado àquela conclusão:

— Você tem que ir. Vai ser melhor pra você. 

Coloquei minha mão sobre a dela:

— Vai dar tudo certo no seu novo emprego. 

E a frase mais repleta de felicidade e tristeza que eu já havia dito na minha vida saiu da minha boca:

— Você vai ser feliz. 

*****

Quando fechei a porta pela qual Ciça tinha acabado de sair, deixei o choro tomar conta de mim. Eu sabia que seria difícil, mas não imaginei que doeria tanto. Pensei que pudéssemos ter uma despedida, passar uma última noite juntas, mas ela não quis. Disse que não conseguiria. Uma constatação me invadiu fazendo com que eu sentisse ainda mais o ardor no meu peito: o dia que recebi a notícia que tanto esperava, foi o dia que fizemos amor pela última vez, mesmo sem saber.

Eu até pensei em propor que ela fosse embora comigo, mas como? Eu iria passar os primeiros meses de favor na casa de Vitor. Meu salário seria suficiente para me sustentar, mas apertaria se fosse para sustentar duas pessoas. O custo de vida no Rio era muito maior. E como eu iria pedir para Ciça abrir mão do próprio emprego como funcionária pública e se lançar ao desconhecido? Por mais que eu não quisesse ficar longe dela, era uma situação nada simples de se resolver.

Eu não tinha me permitido pensar de verdade sobre os meus sentimentos por ela. Só fui vivendo, as coisas foram acontecendo. Eu não podia —  ou não queria — dimensionar o que eu sentia para não sofrer quando chegasse a hora de ir embora. Essa hora.

E não adiantou de nada. 

 

 

Terminei de arrumar minha mala precisando parar de minuto em minuto para assoar o nariz. A Marcela que tinha chegado meses antes naquela cidade jamais acreditaria que estaria chorando na hora da partida. 

Mais cedo chorei junto com tia Rita. Prometi me cuidar e me alimentar direito. Érica e eu nos abraçamos por muito tempo. Nós duas sabíamos que nosso vínculo tinha mudado desde que cheguei ali. Se antes éramos amigas, agora éramos melhores amigas. Abracei e beijei Luize, deixando de presente tintas e pincéis para que ela pudesse brincar. Tio Nando me sufocou num abraço, sem palavras, mas que eu sabia ser repleto de carinho. Evandro iria me levar até a cidade vizinha no dia seguinte de manhã, para que eu pegasse o ônibus que iria direto até o Rio, sem precisar fazer baldeação. Minha despedida com Ciça tinha sido a da minha casa, apenas com um abraço e um “se cuida” que ela sussurrou no meu ouvido. O beijo que me deu foi no rosto. 

Às seis em ponto do dia seguinte eu estava colocando o cinto no banco do carona. Como eu já imaginava, em toda a viagem só se ouvia o som do rádio. Evandro me deixou na pequena rodoviária, me desejou boa viagem e foi embora. 

Meu assento era na janela. Quando o ônibus pegou a estrada, uma chuva fina começou a cair. Coloquei meus fones e, segurando na pulseira que não tinha saído do meu pulso desde que Ciça tinha me dado, me apeguei na ideia de que tudo melhoraria assim que chegasse de volta em casa. 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 23 - Capítulo 23:
Dessinha
Dessinha

Em: 12/05/2025

Aí gente que tensoooo!! Dói demais isso. Tadinha da Ciça, e tadinha da Marcela. Que Deus as ajude!! 


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 13/05/2025 Autora da história
Só quem já passou sabe como dói! Sofrido para as duas :/


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HelOliveira
HelOliveira

Em: 12/05/2025

E aconteceu.....o que esperar daqui pra frente...

De fato esse capítulo não ajudou muito..


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 13/05/2025 Autora da história
Será que elas conseguem uma volta por cima? Ou fica impossível nesse cenário?


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