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Perto do céu por AlphaCancri

Ver comentários: 2

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Palavras: 2252
Acessos: 574   |  Postado em: 05/05/2025

Capítulo 19

Entrei no carro mas não o liguei. Coloquei as duas mãos no volante e apoiei minha cabeça nelas. Ainda estava tentando entender como aquilo tinha terminado em uma discussão.

Depois de mais uns segundos, finalmente liguei o carro e fui para casa. Entrei no meu quarto e arranquei os sapatos. Me joguei na cama e fechei os olhos:

— Que merd*!

Marcela não entendia que a minha criação e a minha realidade eram diferentes das dela. Para mim era mais difícil, eu não tinha a mesma vivência que ela, eu me importava com o que os outros iriam pensar porque aquilo impactaria diretamente na minha vida. Eu não tinha como simplesmente jogar tudo para o alto e ir para um outro lugar qualquer. E em momento nenhum ela se preocupou com isso, em como seria pra mim, em como eu me sentiria. 

*****

Cheguei a pegar o celular para ligar para ela, mas desisti. Eu ainda estava irritada, e provavelmente ela também, pela forma que saiu da minha casa. Eu não conseguia entender… Ciça era uma mulher adulta, independente, mas agia como se fosse uma adolescente que ainda devia obediência aos pais. Saiu da minha casa sem terminar a conversa, fugiu, não encarou sequer um diálogo. O que eu poderia esperar de uma pessoa assim? Quanto mais eu pensava, mais irritada eu ficava. 

Não sei que horas consegui dormir, mas a noite foi péssima. Não mandei mensagem para ela e nem ela para mim. Quarta. Quinta. Sexta: nada. Não dei nenhum sinal de vida, assim como Ciça também não apareceu. Não consegui pintar, não consegui criar. Eu estava sufocada. De novo aquela sensação ruim que havia me abandonado nas últimas semanas. À tarde decidi ir caminhar, entrei no parque e me arrependi. Aquele lugar só me remetia à ela. Foi ali que nos conhecemos, nos conectamos. Cinco voltas e não aguentei mais. Não espaireci minha cabeça como gostaria, pelo contrário, saí de lá com ela mais cheia ainda. Chegando em casa vi Érica saindo da casa dos meus tios. A chamei, precisava muito conversar, me distrair, falar com alguém. Ela andou um pouco até minha calçada.

— Foi caminhar?

Respondi que sim.

— Sozinha? E Ciça?

Suspirei:

— Tá com tempo?

Subimos para a minha sala. Eu preparei um café. Contei tudo para Érica, da discussão na minha casa, de como Ciça foi embora e não nos falamos mais. Contei como eu me sentia, como o fato dela não ser assumida acabou virando um problema e em como eu não estava disposta a viver daquela maneira. Érica me ouviu calada. Só quando terminei, ela começou a falar:

— Eu entendo o seu lado… Mas também… se coloca no lugar dela um pouquinho. Tenta não pensar com sua cabeça, mas com a cabeça de quem cresceu nessa cidade. Não tô falando que você tem que aceitar viver assim, mas talvez… se você tiver um pouco de paciência… ela consiga mudar.

Olhei para minha caneca quase vazia. Talvez. Esse era o problema. E eu não estava disposta a esperar e esperar, para no fim quebrar a cara:

— Não sei se ela está aberta pra essa mudança, sinceramente… Às vezes parece que ela se conformou em viver assim. 

Érica pousou a xícara na mesa:

— Marcela, isso é uma coisa que não vai acontecer de repente, eu acho… Eu que nem entendo direito o que vocês sentem já acho difícil só de imaginar… Não existe um lugar de acolhimento nessa cidade. Aqui são eles por eles. Por isso a amizade entre os… entre todos vocês… sabe? Vocês são tudo que vocês têm. E às vezes é difícil lutar contra todo o resto. 

Fiquei encarando Érica completamente atônita. Não esperava aquele nível de entendimento da parte dela. Muito menos que fosse ela quem estivesse tentando me fazer enxergar com os olhos de Ciça. 

— Eles já passaram por muita coisa aqui… Sabe o Ricardo, amigo dela? 

Eu balancei a cabeça. 

— Então, ele foi expulso de casa. Ele foi agredido pelo próprio pai. Ele não tem mais contato com a família. E pelo que conheço de Ciça, isso seria um pesadelo pra ela. Ela ama a família. 

Eu me mantive em silêncio. Érica continuou:

— Teve uma vez que fizeram uma oração na praça… Pública, divulgada, em prol do combate ao “homossexualismo”, como eles disseram… Você imagina… ver pessoas que convivem com você, te tratam bem, fazem parte da sua vida de certa forma… ex-professores, colegas de trabalho, até mesmo pessoas que você considerava amigos, rezando contra sua existência… E no dia seguinte você tem que conviver normalmente com essas pessoas de novo. Minha mãe participou desse encontro. A tia de Ciça participou.

Eu não sabia o que dizer. Estava um pouco atordoada, mas Érica parecia disposta a me fazer entender completamente o tamanho do problema:

— Posso falar mais coisas?

Balancei a cabeça novamente.

— Há um tempo atrás… isso já tem muitos anos… Ciça tinha uma amiga, Bárbara o nome dela. Ela era amiga de todos: Ciça, Léo, Isabela, Ricardo… Até que começou a frequentar uma igreja. Parou de falar com todos eles. Mas o pior: começou a usá-los como mau exemplo. Espalhou que eram todos promíscuos, que usavam drogas… E que Ciça a assediava, que tentou beijá-la várias vezes. A cidade inteira ficou sabendo e acreditou. Ciça ficou um bom tempo só saindo de casa para trabalhar e estudar, até esse assunto passar. 

Érica olhou para mim, tentando se certificar se eu estava acompanhando e entendendo. Depois de alguns segundos eu consegui falar:

— Eu tô… horrorizada.

Minha prima sacudiu a cabeça:

— Só tô te falando essas coisas pra você tentar entender essa “trava” dela. Não é uma covardia… é que tem muita coisa envolvida. 

*****

Quando entrei na minha rua, eu a vi. Parada em frente à minha casa, mas do outro lado da calçada. Senti um frio na barriga. Estacionei o carro, desci e a olhei. Marcela me olhava de volta. Atravessei a rua. 

— Oi…

Eu respondi baixo:

— Oi…

— Desculpa aparecer assim… mas eu precisava conversar com você pessoalmente. 

Eu continuei com minha voz imparcial:

— Vamos entrar. 

Não falava com Marcela há seis dias. Passei o fim de semana lutando contra a vontade de mandar mensagem. Abri o portão e subimos a escada da minha casa. A levei para a sala, ofereci algo para comer ou beber, Marcela recusou.

— Eu queria me desculpar… 

Olhei para ela que continuou:

— Fui insensível com você… Me irritei sem motivo… 

Eu falei já sentindo minhas defesas baixarem:

— Tudo bem.

Marcela tocou minha perna de leve, como se quisesse sentir minha receptividade.

— Primeiro eu achei que você quisesse terminar comigo… E aí… eu ia perder a única coisa boa desse lugar.

Eu sorri levemente. Ela também. Pronto. Se um dia eu fiquei irritada, já nem me lembrava. Peguei a mão de Marcela:

— Eu só queria te contar o que estavam falando de nós duas… Mas também não soube abordar muito bem o assunto. Você já me disse que pra você não tem problema, mas… eu…

Marcela sentou mais próxima de mim. Colocou a mão no meu rosto e disse:

— Eu entendo. Não posso usar a mesma régua pra mim e pra você. 

Eu a puxei pelo pescoço gentilmente e a beijei rapidamente:

— Não ache que eu tenho vergonha de que saibam sobre nós… Pelo contrário, ótimo todo mundo saber que tenho uma mulher dessa ao meu lado, mas…

Ela riu e me beijou antes que eu pudesse continuar:

— É um pouco complicado. 

Marcela me olhou nos olhos: 

— Eu sei. E não tenho que te exigir nada. 

*****

— Você falou que era perto…

Ciça riu de mim antes de retrucar:

— Ué, não era você que achava tudo perto nessa cidade? Que vivia falando que a gente andava de carro à toa? 

Ofeguei, me esforçando para acompanhá-los:

— E eu acho… 

Minhas frases eram entrecortadas pela respiração pesada:

— Mas subir uma montanha é… meio diferente…

Ciça riu de novo e gritou para o grupo que já seguia bem mais na frente:

— Pessoal, vamos diminuir… a menina do Rio tá cansada…

Eu dei um tapa no braço dela e falei baixo:

— Para com isso… Eu tô aguentando… só preciso ir mais… devagar…

Falar só piorou a minha situação. Precisei parar por um momento, com as duas mãos apoiadas nos joelhos. Ciça também parou ao meu lado e se abaixou:

— Você tá bem? Se quiser, a gente volta.

Mas eu não iria dar meu braço a torcer de jeito nenhum. Olhei para Isabela, Léo e Juliano um pouco mais a nossa frente, também parados me olhando. Levantei o corpo e voltei a andar devagar. Os outros também continuaram. Ciça andava ao meu lado:

— Agora é sério, se você não estiver aguentado, a gente para um pouco… Podemos voltar também… Bebe mais água…

Eu me apoiei no ombro dela:

— Eu tô bem… Só tô cansada mesmo… Achei que meu preparo físico estivesse melhor que isso. 

Ainda andamos por uns cinco minutos até chegarmos no topo do morro que estava me maltratando. Isabela e Juliano estavam tirando fotos de casal, com a vista incrível da cadeia de montanhas logo atrás. Chegamos no momento exato em que o sol começava a se pôr, deixando tudo ainda mais deslumbrante.  

Eu fiquei calada por quase um minuto, só admirando. Valia a pena todo o esforço para chegar até ali. 

— Gostou?

Voltei meu olhar para Ciça e sorri:

— Eu tô me sentindo…

Me aproximei dela e passei meus braços por sua cintura antes de completar:  

— Muito perto do céu.

Encostei meus lábios nos dela mas não concretizamos o beijo porque começamos a rir da fala de Léo:

— Tá vendo, por isso que eu não queria vir… Ficar segurando vela no topo do morro, era só o que me faltava. 

Ciça tinha me chamado para aquela… aventura, talvez? — dizendo que Isabela traria o — possível futuro namorado — para a cidade e queria mostrar os pontos legais para ele. E como eu também não conhecia o lugar, perguntou se eu topava. Segundo ela, era uma pequena trilha bem tranquila que culminava em uma vista bonita. A primeira parte foi um pouco mentira dela. Mas da última parte eu não podia discordar. 

— Aproveita o pôr do sol, rápido… Deixa que eu tiro a foto… Daqui a pouco ele some atrás das montanhas. 

Ciça pegou o celular e apertou a tela várias vezes, enquanto eu apenas sorria. Depois a puxei:

— Vem, agora eu e você.

Me posicionei atrás dela, a abraçando pela cintura, e colando nossos rostos com a moldura que a natureza nos proporcionava deixando a foto perfeita. Ciça tirou várias selfies. Depois eu sugeri para o grupo:

— Vamos tirar uma de todo mundo?

Ainda ficamos mais meia hora lá em cima, com Léo fazendo um ensaio fotográfico dele mesmo. Descansamos um pouco, nos hidratamos, até finalmente fazer o caminho de volta. 

 

 

 

Os dias se passaram rapidamente, tão rapidamente que eu não me dei conta de que já estávamos tão perto do Natal. Só me atentei para aquilo quando Ciça me convidou para irmos à Cantata, na praça da cidade. 

Ela me buscou em casa, deixamos o carro em frente à casa dela e fomos caminhando. Enquanto andávamos entre as cadeiras posicionadas de frente para um palco, ela cumprimentava algumas pessoas. Uma senhora parou na nossa frente:

— Oi, Ciça!

Eu apenas acompanhei o diálogo das duas. 

— Tudo bem, dona Rosa?

— Tudo, minha filha… Quanto tempo não te vejo… Você tá tão bonita…

Percebi Ciça ficar encabulada, a voz baixa quando respondeu:

— Obrigada…

Ela tentou continuar andando, mas a senhora continuou a conversa:

— Seus pais estão bem? Sua tia eu vejo na igreja…

— Tudo bem sim, graças a Deus. 

A senhora sorriu:

— Você já casou, minha filha? 

Eu segurei o riso. Ciça esfregou a testa:

— Não…

— Ah, tá solteira? Ou tem namorado?

Eu olhei para Ciça, que me olhou de volta. 

— Eu tenho uma pessoa, dona Rosa…

— Ah… Ia falar pra você namorar Armando, meu neto. Você tá tão bonita… 

O desconforto de Ciça ficou evidente para mim. Ela sorriu sem graça e agradeceu de novo, dessa vez já se despedindo:

— Obrigada… Vou procurar um lugar pra sentar senão ficamos em pé…

Só então a senhora pareceu perceber minha presença. Me avaliou dos pés à cabeça e perguntou:

— E essa moça, quem é? 

Ciça respondeu sem parar de andar:

— Marcela, sobrinha de Rita… De Everaldo…

Eu sorri enquanto também passava pela mulher. Ela balançou a cabeça e também sorriu:

— Manda um abraço pra sua tia. Fala que você conheceu Rosa Magalhães, ela é uma grande amiga minha. 

Eu disse que falaria, acenei com a mão e acompanhei Ciça. Encontramos com Isabela e Juliano — que agora já era quase oficialmente namorado — sentados e guardando duas cadeiras para nós. Nos sentamos lado a lado numa fileira que já estava quase cheia. Olhando para frente, coloquei a cabeça pro lado para que Ciça me ouvisse:

— Então quer dizer que você tem uma pessoa…

Ciça me respondeu da mesma forma, sem me olhar:

— Na verdade acho que eu sou de uma pessoa…

Eu sorri e respondi, passando as costas da minha mão na dela, de forma imperceptível para os outros: 

— Acho que essa pessoa também é sua. 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi, esse foi o capítulo extra. Amanhã posto normalmente. Abraço! 


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Comentários para 19 - Capítulo 19:
Dessinha
Dessinha

Em: 06/05/2025

Agora sim, tudo no lugar que se deve estar. Pra ficar mais parecido com o lugar que me criei a vida toda no interior, esse conto só precisava que as pessoas fossem conhecidas por apelidos... "Chico de tinha, filho de Zé abatinga". Uma viagem no tempo.. maravilhoso!! 


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 06/05/2025 Autora da história
Hahahah típico do interior! “João do queijo”, “Cézinha da farmácia”… Mas você viu que Ciça apresentou Marcela como “sobrinha de Rita”… e o “bar do Ramalho” virou “bar do gigante” por conta disso mesmo rsrs


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HelOliveira
HelOliveira

Em: 05/05/2025

Que fofas....amei esse capítulo


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 06/05/2025 Autora da história
Ah que bom que gostou! :) Pessoas apaixonadas são muito fofas, né?


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