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Entre Votos e Silencios por anonimo2405

Ver comentários: 2

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Palavras: 1643
Acessos: 800   |  Postado em: 26/04/2025

Entre a Fé e os Sonhos

O despertador tocou às seis da manhã, como em todos os dias úteis. Valentina levantou antes que a mãe precisasse chamá-la. A casa era pequena, mas acolhedora. Um sobrado simples no bairro do Ipiranga, com paredes de cores diferentes em cada cômodo e um aroma constante de café e pão caseiro.

No quarto dividido com a irmã mais nova, Valentina se vestia com cuidado. Gostava de estar bem apresentável, mesmo que suas roupas fossem modestas. Escolheu uma calça jeans escura e uma blusa social clara — emprestada da mãe. Prendeu o cabelo com um elástico de cetim, deixando algumas ondas caírem sobre os ombros. No espelho, treinou um sorriso discreto. Queria parecer segura.

— Valen, o café tá pronto! — gritou a mãe da cozinha, como sempre fazia.

Na mesa, o pai lia o jornal com os óculos escorregando pelo nariz. A irmã assistia desenhos com o uniforme da escola já torto. A mãe, de avental florido, servia o café com leite em canecas lascadas.

— Hoje vai ter reunião importante? — perguntou o pai, com um sorriso orgulhoso.

— Acho que não... pelo menos não comigo — disse Valentina, rindo com timidez. — Mas vou organizar uns arquivos e ajudar com os relatórios.

— Não se esqueça de ser discreta e ouvir mais do que falar — aconselhou a mãe, sentando ao lado. — E se alguém levantar a voz com você, respire fundo e ofereça respeito. Isso sempre vence.

Valentina assentiu. A mãe era evangélica, como boa parte da família. A fé era parte da rotina: antes de sair, todos deram as mãos e fizeram uma breve oração. Ela pedia, em silêncio, para conseguir fazer tudo certo.

No caminho até o ponto de ônibus, Valentina caminhava ao lado da amiga Carol, que estudava na mesma escola e fazia parte do mesmo programa de estágio, embora em outra área.

— E aí, como foi lá no gabinete? Você viu algum deputado famoso? — perguntou Carol, animada.

— Vi uns conhecidos da TV, mas fingi que nem reconheci — respondeu Valentina, com um sorriso. — O lugar é tão... elegante. Eu me senti meio fora do lugar, sabe?

— É claro que você se sentiu! A gente veio de escola pública. Mas cê vai se acostumar. E aquela deputada lá, como é ela mesmo? A que você tá “estagiando”?

— Verena Castilho.

— Essa! Ela é bonita, né?

Valentina hesitou, ajeitando o cabelo atrás da orelha.

— É... é bonita sim. Mas é séria. Ontem me deu uma bronca porque eu ia comer uma coxinha na sala dela.

Carol riu.

— Sério? Que rabugenta.

— Não foi grosseira, só... firme. Acho que ela não gosta muito de mim.

— Não viaja, Valen. Tu só tá nervosa. E ela nem te conhece direito ainda. Daqui a pouco cê vira a queridinha do gabinete.

Valentina riu, mas o olhar se perdeu por um segundo. No fundo, havia algo naquela mulher que a deixava inquieta. Algo no jeito que falava, nos olhos sempre escondidos atrás dos óculos, nas roupas elegantes que pareciam uma armadura.

Mas aquilo não tinha importância. Ela estava ali pra aprender. Pra crescer. Não podia se distrair com besteiras. Nem mesmo com olhares que ela achava ter sido rápidos demais para serem reais.

...

Na volta pra casa, o ônibus lotado era o mesmo de sempre. Valentina se segurava com uma das mãos na barra superior, os fones de ouvido enfiados de qualquer jeito e a mochila pressionada contra o peito. Ouvia uma playlist de músicas calmas — piano, indie, vozes suaves. A cidade do lado de fora parecia correr numa velocidade que ela não alcançava.

Ao descer, atravessou a padaria da esquina e comprou dois pães franceses com o troco do vale-transporte. Era pouco, mas a mãe sempre improvisava algo.

— Chegou cedo hoje! — disse Ana Paula, ao vê-la entrar.

— Tava mais tranquilo hoje. Acho que porque era sexta.

Na cozinha apertada, o fogão já estava aceso com água fervendo. A mãe picava cebola e tomate, preparando uma sopa.

— Vai jantar com a gente ou vai querer tomar banho primeiro?

— Banho primeiro — disse Valentina, largando a mochila com cuidado. — Tô toda suada. Ônibus cheio é o inferno.

— Ei, nada de palavrão. Ainda mais aqui dentro.

Valentina riu baixinho, se desculpando. Aquela casa parecia congelada no tempo. As cortinas floridas, os pratos de porcelana herdados da avó, o ventilador que só funcionava na velocidade três. Mas era o lugar onde ela se sentia mais segura.

No banho, deixou a água escorrer pelo corpo como se pudesse levar o cansaço embora. Às vezes, pensava se aquilo tudo valia a pena. A pressão de ser a primeira da família a talvez entrar numa faculdade, a expectativa da mãe, o olhar calado do pai. Mas, no fundo, ela queria. Queria muito mais do que aquela casa apertada. Queria entender as leis, queria poder falar sem que sua voz tremesse. Queria um lugar no mundo.

Depois do jantar, sentou com a irmã para revisar a lição da escola. A menina tinha só dez anos e ainda errava o uso de "mas" e "mais", mas Valentina corrigia com paciência. Na sala, a televisão velha transmitia um culto evangélico, e o pai ouvia com atenção. A mãe recitava um salmo em voz baixa.

Antes de dormir, deitou-se na cama e puxou o celular. Sem muitas notificações, rolou as fotos da semana — quase todas tiradas com a câmera frontal, discretamente, no gabinete. Uma delas era da mesa onde ficava o computador. Outra, de um crachá improvisado com o nome dela colado com fita adesiva.

Parou numa em especial: a entrada do gabinete de Verena. A placa com o nome da deputada brilhava sob a luz branca do teto. Tocou a tela como se aquele nome pudesse de fato ser tocado. Aquilo era real. Ela estava ali.

Suspirou.

De repente, sentiu a vibração de uma mensagem.

Carol: "Amanhã tem feira de estágio no centro, bora? Depois a gente toma um sorvete."

Valentina: "Bora sim. Preciso relaxar."

Carol: "Ou falar da deputada misteriosa? 👀"

Valentina soltou uma risadinha abafada.

Valentina: "Cê é boba."

Fechou o celular e puxou o lençol até o queixo. Antes de adormecer, ainda sentiu o coração acelerado, mas não soube dizer se era cansaço, medo ou algo diferente.

...

O colégio estadual onde Valentina estudava ficava a quatro quadras de casa. O portão verde enferrujado, os murais de avisos desatualizados, e o som constante de vozes altas nos corredores faziam parte da paisagem que ela conhecia desde o ensino fundamental.

Naquela manhã, depois de uma noite mal dormida, Valentina caminhava entre as carteiras com o caderno apertado contra o peito. Os cabelos ainda úmidos pelo banho fresco, a blusa do uniforme levemente folgada. Ela sentia olhares — e não era apenas impressão.

— Bom dia, princesinha da câmara — disse Mateus, o garoto mais engraçadinho da turma, com um sorriso que misturava deboche e admiração.

— Bom dia, Mateus — respondeu, sem graça.

— Já falou com o Lula hoje? Ou só com os engravatados?

A turma riu. Valentina sorriu sem mostrar os dentes, ajeitando o cabelo atrás da orelha. Não era a primeira vez que recebia piadinhas por estagiar em um gabinete. Mas havia algo no tom de Mateus que a incomodava. Talvez o jeito que ele a olhava.

— Ô, Valen — disse outra voz, mais suave. Era Tiago, um dos poucos meninos que ela respeitava de verdade. Gentil, calmo, de voz baixa. — Vai ter uma vigília sábado na igreja. A irmã Miriam me falou que sua mãe deve ir. Cê vai também?

— Vou sim — disse, sorrindo com sinceridade. — A gente se vê lá.

— Se você quiser, eu guardo lugar pra você do meu lado — disse, desviando o olhar em seguida.

Valentina abaixou o rosto, disfarçando o rubor. Tiago era de outra igreja, mas o tipo de menino que sua mãe aprovaria. Calado, estudioso, de família conhecida. O tipo que convidaria pra tomar sorvete com os pais juntos. O tipo que escreveria bilhetes com versículos bíblicos no final.

Na aula de português, ela quase não conseguiu prestar atenção. A cabeça flutuava entre o presente e as expectativas alheias: “Esperar no Senhor”, “Guardar o coração”, “Não se deitar com alguém antes do casamento”. Sua mãe sempre dizia que namoro era para casar, que beijo não era brincadeira, que sentimentos não deviam ser alimentados se não houvesse propósito.

Valentina acreditava nisso. Queria isso. Pelo menos até onde podia compreender.

Mas ultimamente... havia algo que estremecia suas certezas. Uma inquietação que começara devagar. Não por Tiago, nem pelos garotos que sorriam demais. Mas por uma sensação estranha que sentia quando lembrava do gabinete. Quando ouvia o som dos saltos firmes de Verena no corredor. Quando percebia o modo como aquela mulher sequer a olhava, mas ainda assim a fazia sentir como se estivesse sendo examinada por inteiro.

Ela odiava pensar nisso. Era errado. Confuso. Impossível.

“Pensamento do inimigo”, diriam na igreja.

Sacudiu a cabeça como quem tenta expulsar uma sombra.

Ao fim da aula, foi para casa andando com Carol, que não parava de falar sobre as provas finais e sobre um garoto do terceiro ano que a tinha chamado pra sair.

— E você, Valen? Nunca ficou com ninguém?

— Não... nunca.

— Jura? Mas por quê?

Valentina hesitou. Já tinha respondido aquela pergunta antes, de tantas formas.

— Sei lá. Acho que... ainda não é hora. Quero esperar alguém que valha a pena.

— Ou sua mãe deixar, né? — provocou a amiga, rindo.

Valentina sorriu também, mas havia um nó no peito que ela não conseguia explicar.

Porque, pela primeira vez, ela começava a desconfiar que talvez... não fosse só uma questão de tempo. Talvez o que ela queria... não se parecesse em nada com o que sempre disseram que deveria querer.

Fim do capítulo


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Comentários para 6 - Entre a Fé e os Sonhos:
jake
jake

Em: 29/04/2025

Eita Valentina começando a sentir o peso do que sentir doque sua família prega como certo.


anonimo2405

anonimo2405 Em: 30/04/2025 Autora da história
É um dlema bastante complicado.


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Zanja45
Zanja45

Em: 26/04/2025

Oi, Anônimo2405!

Estou acompanhando essa história e confesso que estou adorando. Quero ver no que vai dar esses sentimentos que estão sendo despertados tanto em Verena quanto em Valentina. 


anonimo2405

anonimo2405 Em: 26/04/2025 Autora da história
Olá! Que bom que está gostando! Vamos ver como cada uma vai lidar com isso.


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