O céu estava repleto de estrelas, e a lua brilhava imponente enquanto as duas caminhavam pela rua tranquila da cidade. O silêncio da noite envolvia a cena, mas havia algo no ar que as mantinha tensas, uma energia palpável entre elas. O peso das fofocas e dos olhares curiosos da cidade ainda pairava, mas agora, com o mundo quieto ao seu redor, havia uma outra tensão começando a se formar.

Olívia caminhava ao lado de Gabriela, seu sorriso enigmático iluminado pela luz suave das ruas. Ela tinha aquele jeito de quem transformava qualquer momento em algo mais interessante, e Gabriela não podia evitar se perder na forma como ela parecia dominar cada passo.

— Então, você tá pensando em se mudar pra minha casa ou algo assim? — Gabriela perguntou, sua voz provocadora e descontraída, mas com um toque de curiosidade escondido.

Olívia olhou para ela com uma sobrancelha levantada, o olhar desafiador.

— Eu posso? — Olívia disse, seu tom fingindo surpresa. — Se você quiser, posso começar a fazer as malas agora mesmo. Ou então, quem sabe, arrumar uma nova namorada, talvez uma loira.

Gabriela soltou uma risada nervosa, mas a provocação não passou despercebida.

— Nada de nova namorada! — Gabriela respondeu rapidamente, mas com um tom alegre. 

— Mas você não me quer mais, o que eu vou fazer aqui nessa cidade, sozinha? — Olivia fez uma pausa dramática, sorrindo de lado. — você me acostumou mal, agora só aceito dormir abraçada, acordar com beijos e todo tipo de coisa.

Gabriela fez um grande suspiro, dramatizando toda  a situação e colocando uma mão no peito, como se estivesse prestes a desmaiar.

— Se é assim, e a culpa é minha, acho que posso fazer o sacrifício de ficar com você  — Gabriela respondeu com um sorriso de canto, se aproximando um pouco mais de Olivia.

Gabriela deu um passo à frente, diminuindo a distância entre elas, o sorriso nos lábios travesso.

— Talvez eu até me acostume. Sabe, não pode ser tão ruim. Eu já te ensinei a beijar... — Gabriela brincou, com uma suavidade que contrastava com o tom provocador.

Olívia, com um olhar ardente, não perdeu tempo.

— E você já conhece meu quarto também... — Olívia sorriu, seu tom desafiador, virando-se para Gabriela, a intenção clara em seu olhar. — Fez umas coisas malvadas comigo lá. Sabe, sou uma moça de família, você lembra?

Gabriela, lembrando da tensão daquele quarto, não hesitou em se aproximar ainda mais, seus olhos fixos nos de Olívia. A intensidade de suas palavras aumentava.

— Isso seria um escândalo, não acha? Acho que vou ficar com você, só para evitar a dor de cabeça de ficar mal falada. E, como você é minha, isso significa que posso fazer o que eu quiser com você, certo?

Olívia respirou fundo, o ar entre elas ficando mais denso. Ela sabia o que vinha, mas o silêncio tomou conta por um momento. Ao invés de falar, ela se aproximou de Gabriela, a tensão entre elas aumentando. O beijo que se seguiu foi suave, mas carregado de uma intensidade que parecia ter sido guardada por tempo demais.

O mundo ao redor parecia desaparecer. Quando se separaram, o único som que restava era o da respiração ofegante, e o silêncio que se estendia entre elas estava carregado de promessas não ditas.

— Eu vou te fazer implorar hoje — Gabriela sussurrou, o sorriso travesso em seus lábios, o olhar profundo e cheio de desejo.

Olívia, com um sorriso mais tranquilo e confiante, apenas a olhou, seus dedos tocando suavemente o rosto de Gabriela.

— Gatinha eu sou sua. Pode fazer o que quiser — Olívia disse, a voz cheia de um desejo quieto, mas intenso. — Estou louca pra ver do que você é capaz.

Gabriela não conseguia desviar o olhar. Ela estava imersa em Olívia, dos olhos azuis agora negros, do cabelo bagunçado pelos beijos o pescoço marcado e a respiração ofegante, tão sua que era até maldade não fazer tudo o que tinha em mente, uma pena que apenas uma noite não seria o suficiente. 

Gabriela se aproximou devagar, até quase encostar a boca nos lábios de Olívia, o sorriso dela carregado de intenções perigosas, e a voz sussurrando, com um tom que prometia pecado e destruição emocional:

— Bem… as coisas que uma garota tem que fazer. A vida é feita de sacrifícios, afinal.
Mas não precisa se preocupar. Quando eu terminar com você — se ainda conseguir formar uma frase — vai me implorar de joelhos, pedindo mais.
E eu?
Eu vou me deliciar em te ver implorar por mim, amor.

Fim do capítulo