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Entre os Silêncio do Coração por Anônima23

Ver comentários: 2

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Palavras: 1163
Acessos: 255   |  Postado em: 21/04/2025

Capitulo 4

 

Capítulo 4 – Bianca

 

A casa era pequena, com paredes brancas e janelas de madeira pintadas num azul já desgastado pelo tempo. O portão rangia sempre que ela o abria, e os degraus da varanda precisavam de uma reforma urgente. Ainda assim, havia algo ali que Bianca não conseguia explicar. Talvez fosse o cheiro de madeira antiga misturado com o leve perfume das flores do jardim da frente, ou o modo como o sol atravessava a sala pela manhã, desenhando listras douradas no chão de cimento queimado. Era simples, modesta, mas tinha uma alma. E agora era dela.

 

Ela passou os dedos pela moldura da porta ao entrar, respirando fundo. As caixas ainda estavam empilhadas no canto da sala, marcadas com nomes apressadamente rabiscados com caneta preta. “Livros.” “Roupas de inverno.” “Coisas da cozinha.” Mas naquele momento, Bianca não tinha pressa. Havia algo de solene no ato de chegar, de estar finalmente ali, e ela queria sentir isso antes de mergulhar na tarefa prática de desfazer a mudança.

 

Sentou-se no sofá velho que comprou de segunda mão ainda em São Paulo e ficou em silêncio. Os estofados já estavam gastos, e uma das molas fazia um barulho incômodo quando ela se acomodava, mas havia conforto naquele incômodo. Era um pedaço da vida antiga que ela havia decidido levar. Um pedaço pequeno, mas familiar.

 

A casa era térrea, com dois quartos, um banheiro, uma cozinha que dava direto para os fundos e uma sala iluminada, onde o sofá agora repousava. Não era a vida de antes — aquela vida de armários planejados, apartamentos modernos e silêncio de elevador. Aqui, o barulho dos galos cantando de madrugada, das crianças correndo na rua e dos cachorros latindo era o novo fundo musical da sua rotina. Ainda estranho, ainda distante.

 

Bianca abriu uma das janelas e sentiu o vento entrar, leve, quase tímido. Havia cheiro de mato, de terra, de manhãs novas. Sentiu-se engolida por um misto de emoção e medo. Começar de novo era sempre difícil, mas fazer isso depois de um ano e meio de luto por um amor que ainda doía era outra coisa. Ela estava exausta. Cansada de tentar parecer inteira quando tudo dentro dela ainda estava em pedaços.

 

Caminhou até o quarto e abriu a mala onde estavam guardadas suas roupas dobradas com cuidado. Escolheu uma camisa azul-marinho, vestiu uma calça jeans e prendeu o cabelo num coque improvisado. Ao passar pela cozinha, espiou o fogão de quatro bocas, branco, já meio amarelado pelo tempo, mas limpo. Ligou a chaleira elétrica e preparou um café forte, como sua mãe fazia. Café era seu ritual de conexão — com o passado, com o presente e, quem sabe, com o futuro.

 

Com a caneca quente nas mãos, sentou-se na varanda e olhou a rua. A vizinhança era pacata, com casas simples e cercas baixas. Algumas crianças passavam de bicicleta, acenavam com curiosidade. Bianca retribuía com um sorriso tímido. Ninguém sabia quem ela era. E isso, por ora, era um alívio.

 

Lembrou-se da última conversa com os pais, dias antes da mudança.

 

— Tem certeza disso, filha? — perguntou o pai, os olhos cansados escondendo a preocupação.

 

— Tenho, pai. Preciso tentar. Lá... lá eu não tenho mais nada.

 

— Você tem a gente — disse a mãe, apertando suas mãos com carinho.

 

— E vão continuar tendo. Só não vou mais estar a duas estações de metrô de distância. Mas estarei bem, eu prometo.

 

A mãe chorou em silêncio, o pai tentou parecer forte. Bianca sabia que doía neles também. Ela era a filha mais velha, a que sempre soube o que queria, a que parecia firme mesmo quando não estava. A que saiu de casa cedo, estudou medicina com bolsa, trabalhou em plantões exaustivos e construiu uma carreira promissora. A que casou jovem, amou intensamente, e depois viu tudo desmoronar. A que voltou para a casa dos pais com o coração quebrado e demorou meses até conseguir dizer que não aguentava mais viver entre as ruínas.

 

Ela lembrava do abraço da mãe no dia da partida. Do cheiro do perfume que ela usava sempre. Da voz do pai dizendo “vai com calma, filha, e se der medo... volta.”. Ela acenou com lágrimas nos olhos e partiu. Carregando malas, dúvidas, lembranças — e uma saudade imensa daquilo que nem sabia mais definir como “lar”.

 

Agora estava ali. Na varanda da nova casa, observando a rua, a vida, as possibilidades. E ao mesmo tempo, sentia o peso da solidão. Não conhecia ninguém. Ainda não havia ido ao hospital local para conhecer os colegas de trabalho. Ainda não tinha cruzado olhares que despertassem simpatia, nem ouvido vozes que lhe trouxessem aconchego. Era o começo. Cru, frio, silencioso. Mas necessário.

 

Quando o sol começou a se pôr, ela decidiu começar a organizar as coisas. Tirou os livros da caixa e os empilhou na estante improvisada. Livros de medicina, romances, alguns volumes de poesia. Passou os dedos pelos títulos, como quem reencontra velhos amigos. Separou os utensílios de cozinha, ajeitou os pratos no armário, limpou a geladeira, que ainda estava vazia. Amanhã faria compras. Hoje, bastava um pão com manteiga e mais uma xícara de café.

 

A noite chegou devagar, trazendo consigo o cansaço do corpo e a inquietação da alma. Bianca se jogou na cama sem lençol, só com um cobertor leve por cima. Olhou o teto e tentou esvaziar a mente. Mas as lembranças insistiam em voltar.

 

O apartamento em São Paulo. O cheiro do café fresco pela manhã. A risada da ex-mulher ecoando pelo corredor. As brigas. O silêncio que cresceu entre elas. A dor de perceber que, por mais que se amassem, não conseguiam mais ficar. O dia em que assinou os papéis. A semana seguinte, em que mal conseguiu sair da cama. E a conversa com Melissa, sua melhor amiga.

 

— Você precisa sair daí, Bia. Precisa respirar outro ar. Esse apartamento tá sufocando você.

 

— Não é o apartamento, Mel. Sou eu.

 

— Então muda você. Mas não sofra mais nesse lugar onde tudo te lembra do que não é mais.

 

Melissa estava certa. Por isso Bianca procurou uma vaga no interior. Queria recomeçar em um lugar onde ninguém soubesse sua história, onde pudesse redescobrir quem era. Onde o silêncio fosse diferente — menos julgamento, mais espaço.

 

Pegou o celular e abriu uma conversa com Melissa. Escreveu:

 

"Cheguei. A casa é simples, mas tem uma vista bonita. Tô cansada, mas bem. Te amo."

 

Melissa respondeu quase de imediato:

 

"Te amo também. Vai com calma. Um passo por vez. Vai dar certo."

 

Bianca sorriu. Era tudo que precisava ouvir.

 

Fechou os olhos. Lá fora, um grilo cantava. O vento balançava as folhas das árvores. E pela primeira vez em muito tempo, ela sentiu que talvez, só talvez, estivesse no lugar certo.

 

 

---

Fim do capítulo


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Comentários para 4 - Capitulo 4:
Zanja45
Zanja45

Em: 26/04/2025

O término deixou ela arrasada. - Foi bem válido ela ter ido tentar recomeçar em outra cidade. - Pelo menos ela estará longe de tudo que evoca lembranças da ex. Entretanto, não dos pensamentos intrusivos.

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Mmila
Mmila

Em: 23/04/2025

Novos ares Bianca, nova história.

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