Capitulo 5 - Primeiro dia.
Camila
Minha manhã de segunda, foi diferente das últimas semanas. Acordei com o propósito de mandar muito bem na empresa, afinal eu preciso do emprego. No domingo fomos ao shopping comprar algumas roupas. Escolhi o que ia vestir e fiz minha higiene matinal logo que o sol saiu. Sai do quarto e encontrei Diana tomando café.
- Nossa, nem precisei ir te acordar.
- Bom dia para você também. – Resmunguei.
- Bom dia, você está linda.
- Você acha? Essa roupa está boa para o primeiro dia? – Indaguei nervosa.
- Relaxa, está ótima. A Mariana vai ficar impressionada.
- Nem começa.
- Só disse que ela vai gostar de ver a funcionária bem vestida. Aliás, vestida né? - Sorriu.
- Nem sei por que te conto as coisas. Você usa tudo contra mim depois.
- Sabe que isso é amor, né?
- Imagina se você me odiasse.
- Eu preciso ir. Trabalho até amanhã, lembre-se que você será a pessoa responsável desta casa. Nada de deixar a Lívia comer doce, e ir dormir tarde.
- Pode deixar. Bom trabalho. – Mandou beijos e saiu.
Fui iniciar minha saga no ônibus. Cheguei à empresa quase uma hora mais cedo. Vi a sala com meu nome e sorri. Era a primeira vez que eu tinha uma sala com meu lindo nome estampado. Entrei e comecei a trabalhar.
- Pode entrar. – Respondi ao ouvir batidas.
- Bom dia Dra. Camilla. – A moça me sorriu, era a mesma que havia me atendido da última vez.
- Bom dia. Eu até diria seu nome, mas da última vez não fomos apresentadas. – Brinquei para quebrar o gelo.
- Claro, sou Andréia. A secretária da Mariana, muito prazer. – Apertamos as mãos. – Só vim avisá-la que caso precise de algo, pode me procurar.
- Muito obrigada. – Sorri agradecida.
- Disponha, tenha um bom dia.
- Você também.
Saiu me deixando sozinha. Agradeci ao universo por ainda existirem pessoas educadas e prestativas. Voltei ao trabalho, organizei os papéis que precisava para ir até a empreiteira, coloquei tudo em uma pasta e me dirigi ao local. Como não era longe, resolvi caminhar um pouco.
- Bom dia, estou procurando o Almeida.
- Quem deseja?
- Sou a representante jurídica da Carvalho Imobiliária.
A mulher levantou-se e foi até uma sala, voltando em seguida e me mandando entrar.
- Bom dia! – O homem falou forçando simpatia.
- Bom dia! Me desculpe vir sem hora marcada, mas tenho prazo a cumprir.
- Eu entendo, estava até admirado, pois Lindalva não veio até aqui ainda. – Deve ser a mãe da Mariana.
- Pois bem, o que podemos fazer em relação ao que está acontecendo?
- Preciso ser sincero, como você pode observar, eu estou falindo. Jamais terei como pagar a quebra desse contrato. Não tenho de onde tirar o dinheiro. Minha proposta é deixar os materiais que já foram comprados, aqui estão as notas fiscais. – Entregou-me uma pasta com os recibos. – E claro não cobrar pelo que foi feito até agora. Essas são as fotos.
O valor gasto em materiais era uma boa quantia. E ao julgar pelas fotos, as obras estavam com avanço.
- Posso levar sua proposta para Mariana. Dependendo da decisão entrarei em contato com você.
- Claro, aqui estão meus números para contato. – Entregou-me um cartão.
Despedi-me e voltei para a empresa. Andreia estava sentada falando ao telefone, quando me aproximei. Ela fez sinal para que eu aguardasse. Esperei alguns minutos até que ela encerrasse a ligação.
- Já perdi as contas de quantas vezes Lindalva ligou hoje, e eu tendo que mentir dizendo que Mariana está em reunião.
- Por falar nela, preciso falar com ela.
- Pode entrar. Ela está sozinha.
Bati na porta e escutei sua voz suave mandando-me entrar. Não posso negar que fiquei incomodada com a forma que ela me olhou. Pediu que eu me sentasse e eu tratei logo de falar tudo, na esperança de sair o mais rápido possível, não queria incomodá-la. Pediu-me que falasse com um tal de Lucas, para combinar um horário de visita a obra. Antes que eu pudesse sair da sala, uma mulher abriu a porta com força. Quase me fez cair.
- Mariana, como você se atreve a mandar sua secretária mentir para mim? – Falou em um fôlego só.
- Mamãe, isso são modos? – Percebi o desconforto em sua voz. Então aquela era Lindalva Carvalho, a mãe de Mariana. - Não me venha com essa. Você se importa em nos deixar sozinhas? – Lançou-me um olhar de superioridade.
- Com licença. – Sai o mais rápido possível. E aquele olhar, eu sabia bem de onde eu a conhecia, era a mulher do shopping.
- O que houve? – Andreia questionou-me.
- Lindalva quase me mata agora a pouco. – Sentei tentando me acalmar. Era nítido que a mulher tem um temperamento do satanás.
- Não me diga que ela entrou na sala? – Fiz que sim com a cabeça. – Droga! Saí por dois minutos e ela apareceu.
- Eu preciso falar com um engenheiro. Lucas, o nome dele.
- Meu namorado.
- Sério?
- Sim.
- Então preciso que você veja a possibilidade de uma visita a obra que está atrasada. Pode ver isso para mim?
- Posso sim.
- Obrigada.
- Vocês não têm trabalho a fazer? – Lindalva passou por nós a passos largos.
- Megera. – Andreia resmungou e nós rimos em cumplicidade. – Vou falar com o Lucas pode deixar.
Agradeci e fui para minha sala. Lindalva não me causou uma boa impressão, não que isso importasse, afinal, era a dona da empresa. Cheguei até a ficar com pena de quem tem que conviver com aquela mulher todos os dias.
- Coitada da Mariana. – Pensei alto e voltei a trabalhar.
O horário de almoço chegou e eu resolvi comer algo em um restaurante próximo a empresa. Atravessei a avenida e entrei no restaurante. Pedi meu almoço e esperei alguns minutos, comi com pressa para não me atrasar.
- Camilla, o Lucas disse que por ele a visita pode ser realizada amanhã.
- Pode ver a disponibilidade de horário de Mariana?
- Vou tentar falar com ela, acho que não volta mais hoje.
- Obrigada.
Trabalhei até às cinco horas. Esperei o Luan trazer a Lívia. Ele nos deixaria em casa. Entrei no carro e a Lívia me beijou.
- E aí Luan?
- Oi Camilla. Está diferente.
- Pois é, essas roupas me deixam mais velha.
- Menos Camilla. – Riu. – Me diz, está gostando de trabalhar para a Lindalva?
- Você a conhece? – Estranhei a forma com que ele falou.
- Não, claro que não, de onde eu poderia conhecê-la? Sei da fama que ela tem. Apenas isso. – Posso até estar de implicância, mas ele me pareceu nervoso.
- Conheci a figura hoje, por um segundo pude até sentir que estava na presença da rainha das trevas.
- Malévola? – Lívia indagou surpresa.
- Não Lívia, a Malévola é boazinha. Aquela mulher é o próprio capiroto. – Sussurrei a última parte para que ela não escutasse.
Chegamos ao prédio, peguei as coisas da Lívia e fomos para casa.
- Você sabe que a mamãe vai trabalhar até tarde?
- Sei, ela ligou para o papai.
- Então você sabe que eu estou no comando hoje. – Balançou a cabeça. – Vamos tomar banho?
O bom de cuidar da Lívia era porque não havia trabalho. Ela era obediente, e comportada. Consegui dar banho na pequena, pus seu pijama. E fomos comer.
- Você trouxe dever de casa?
- Sim, mas o papai fez comigo. – Agradeci mentalmente ao Luan, ele de fato era um paizão.
- Que tal assistirmos um filme?
- Com pipoca?
- Mas você acabou de comer, tem espaço?
- Acho que estou com uma soldada na barriga igual você. – Ela alisou a barriguinha por cima da blusa.
- Lívia, é solitária. – Ela caiu na risada e eu acompanhei.
- Mas ela não fica triste de ficar sozinha? - aquela menina ia me matar de rir.
Como combinado fiz a pipoca e fomos ver pela milésima vez O Rei Leão. No meio do filme ela já dormia toda agarrada a mim, eram momentos assim que meu útero gritava, meu lado maternal aflorava. Sorri pegando-a no colo. Coloquei-a na cama, cobri seu pequeno corpo e sai, deixando a luz noturna acesa.
Voltei para a sala, desliguei a tv, organizei as coisas e fui para meu quarto. Escovei os dentes e deitei. Lembrei que não havia colocado o despertador. Peguei o celular e para minha surpresa havia uma mensagem de Mariana.
“Boa noite! Camila, sei que está tarde, mas queria me desculpar pelo comportamento da minha mãe mais cedo.”
Fiquei na dúvida se deveria responder, afinal pelo horário ela deveria estar dormindo. Para minha surpresa ela ficou online.
“Boa noite. Não precisa se desculpar. Eu entendo que você não tem culpa da sua mãe ser uma megera.” – Apaga, apaga, apaga. “Boa noite, não precisa se desculpar.” – Logo os tracinhos ficaram azuis.
“Preciso sim, pois a última funcionária se demitiu por culpa dela, não quero correr esse risco de novo. Rsrs”
“Não se preocupe, não tenho pretensão de pedir demissão.”
“Fico feliz em saber. Como foi seu primeiro dia?”
“Foi bom. Por falar nisso, Andreia te perguntou se tem tempo amanhã para ir à obra?”
“Sim, claro. Podemos ir antes do almoço.”
“Combinado então.”
“Ótimo, vou deixar você dormir, isso não são horas de falar de trabalho, sua esposa deve achar que eu estou te escravizando.”
“Diana não está aqui, está de plantão. E ela não é minha esposa. Não tive tempo de te explicar aquele dia.”
Esperei que ela respondesse, porém acabei dormindo.
Fim do capítulo
O coelhinho resolveu passar hoje a noite. KKk
A pedidos resolvi postar mais um. Quero deixar claro que a história já tem todos os capítulos finalizados. Consegui isso hoje, entre lágrimas e sorrisos. Estou orgulhosa de mim.
Por ela ja está completa, nçao vejo necessidade de postar apenas um por dia, vou postar diariamente.
Boa leitura.
Comentar este capítulo:
Lea
Em: 21/04/2025
O primeiro contato com a megera Lindalva,foi assustador.
Luan é pai de Emanuelle?? Ele foi afastado da filha pela megera da avó??
Lívia tem uma irmã??!?!?!?!
Quero ver a reação da Mariana, sabendo que Camilla é solteira.
Bom dia,querida autora!!
maktube
Em: 22/04/2025
Autora da história
Amei sua teoria. kkk Me arrependendo de não ter pensado nisso.
Boa noite
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