O DESPERTAR
RAFAELA
Eu não acreditava que estava naquela situação. Escondida no banheiro de uma mulher casada para disfarçar uma quase trans*.
Ouvi quando Helena abriu a porta, mas não consegui identificar quem tinha chegado. Tomei um banho rápido e aguardei Helena sinalizar. Mas para minha surpresa não foi ela quem bateu na porta do banheiro.
- Sai daí logo e me conta tudo Rafa.
Sorri de alívio ao escutar a voz de Sabrina. Desliguei o chuveiro e sai de toalha, pois nem a roupa que Helena iria me entregar deu tempo de pegar na cama.
- Nunca fiquei tão aliviada em te ver amiga.
- Eu empatei a foda ou já tinha acabado?
- Empatou, mal tinha começado…
- Carlos percebeu a falta de vocês e disse que iria vir atrás, eu logo pulei na frente e disse que ele poderia ficar com os convidados. Pensa se ele chega aqui? A loirinha estava toda plena lá embaixo e quando abriu a porta estava vermelha igual um pimentão.
- Estava muito na cara?
- Não sei se os outros perceberam, mas amiga na hora que você entrou na piscina a festa parou né. Só que ela congelou querida. Só faltava escorrer a baba pela boca.
- E você planejou isso de eu subir com ela
- Claro que sim, você estava com a cara emburrada depois que o cara mostrou os ch*pões no pescoço, tava na cara que não foi ela que fez aquilo. Olha o nipe da perua, toda classuda vai fazer ch*pão em alguém? E ela olha para aquele homem como se estivesse olhando pra um jiló.
- Uma coisa não tem nada haver com a outra.
Fui ao banheiro novamente e coloquei a roupa.
- Amiga ela tem uma carinha e um jeitinho de quem fode fofo…
- Não fala assim dela Sabrina, as aparências enganam. Eu acho que quem está sendo fofa nesse rolê sou eu…
- Como assim?
- Eu admito que estava com ciúmes. E chegando aqui ela tentou me dar satisfações e disse que era mentira dele. Eu não dei assunto e ela me jogou na cama.
- Caralh*… Então a perua é atacante?
- Amiga ela arrancou minha toalha e eu sou deixei
- Porque você não é nenhuma idiota né. Qualquer oportunidade de dar… Dê!
- Deixei porque era ela e você me atrapalhou.
- Preferia que fosse o marido dela a empatar a foda?
- Deus me livre
Descemos as escadas rindo e chegamos na área de churrasco onde todas as mulheres se encontravam dentro da piscina, inclusive Helena.
- Demoraram lá em cima. Pensei que tinha caído no vaso.
Essa era Camila, a peguete de Sabrina.
- Não princesa, estava ajudando Sabrina a vestir esse corpinho.
Ri do senso de humor daquelas duas. Sentamos nas espreguiçadeiras próximo a piscina e a todo momento Helena e eu trocamos olhares. Principalmente quando ela saiu da piscina e não consegui desviar o olhar do seu corpo e ela certamente percebeu pois me lançou um sorriso e levantou as sobrancelhas me repreendendo.
- Fecha a boca que a baba vai escorrer, tem um monte de gente aqui sonsa.
- Já parei.
A festa foi adentrando a noite. Helena e eu conversamos sobre diversos assuntos, mas sempre rodeadas de muitas pessoas então não falamos do que tinha acontecido lá em cima. Carlos começou a passar dos limites e fazer brincadeiras deselegantes com as mulheres da festa, aos poucos os convidados começaram a se despedir. Carlos estava muito embriagado, se despediu e foi dormir. Ficaram poucas pessoas no local. Na manhã de segunda-feira eu trabalharia cedo, então não poderia me dar ao luxo de ficar ali até tarde.
Nos despedimos das outras pessoas e Helena pediu licença a eles pois nos levaria até o carro. Saímos as quatro pelo portão, levei Sabrina e Camila até o carro delas e fui pegar o meu que estava mais afastado enquanto Helena me acompanhava.
Destravei o carro e me virei para ela
- Vou te ver na academia amanhã?
- Vai sim. Já faltei sexta.
O sorriso que ela deu fez meu fogo de mais cedo retornar. A atacante Rafaela se manifestou.
- Não quer entrar no carro para nos despedirmos corretamente?
- Nós sabemos o que aconteceu na última vez que entramos em um carro juntas.
- E não foi bom?
- Foi, mas ainda tem uns inimigos do fim lá dentro.
- Quer que eu fique com você até eles irem embora?
- É muita gentileza sua, mas pode ir pra casa descansar. Amanhã você tem uma meninada cedo. Daqui a pouco eles já devem ir.
- Então vou lá.
- Me avise quando chegar?
- Aviso sim.
Nos abraçamos e quando fui beijar seu rosto ela se virou e me deu um selinho. Olhei para os lados, mas a rua já estava deserta e escura. Sorri e ela piscou para mim. Essa mulher ainda vai me matar. Cheguei em casa poucos minutos depois, me joguei no sofá e já mandei mensagem para ela. Peguei uma taça de vinho, pois não havia nada que conseguisse apagar meu fogo que havia sido acendido na cama de Helena.
[21/02 21:04] Rafaela Personal: Oi, Cheguei. Os inimigos já se foram?
Ela visualizou imediatamente como se já tivesse na conversa.
[21/02 21:04] Helena Albuquerque: Ainda não. Mas pedi que os funcionários começassem a recolher as louças sujas e dispensei o churrasqueiro. Acredito que tenham se tocado kkkkkkk
[21/02 21:05] Rafaela Personal: Obrigada pelo dia de hoje, foi muito divertido.
[21/02 21:06] Helena Albuquerque: Eu que preciso te agradecer. Geralmente esses churrascos são um porre. Tudo melhorou quando você chegou.
O sorriso bobo não saia de meus lábios.
[21/02 21:07] Rafaela Personal: Hoje você está atacante. kkkkkk
[21/02 21:08] Helena Albuquerque: Queria te ligar, mas esse pessoal não vai embora. Já se despediram tantas vezes e nunca vão.
[21/02 21:10] Rafaela Personal: Vou tomar um banho e já volto. Me espera?
[21/02 21:12] Helena Albuquerque: Quando terminar, me chame.
Terminei a segunda taça de vinho e entrei para o banho. Demorei cerca de uns 40 minutos. Cacheadas lavando o cabelo pós piscina é uma batalha. Coloquei a toalha no cabelo e sai nua do banheiro. Peguei o celular para enviar uma mensagem para Helena, mas quando comecei a escrever apareceu no visor uma chamada dela. Sentei na cama e atendi:
- Oi Helena, estava digitando uma mensagem pra você agora.
- O pessoal foi embora. Fiquei esperando você enviar uma mensagem e pensei que tinha dormido.
- Não, acabei de tomar banho agora. Cabelo cacheado é complicado.
Falei rindo. Eu amava meu cabelo, mas mantê-lo sempre exigia muita atenção.
- Eu acho o seu cabelo lindo.
Meu ego de ariana não resistiu. Deitei na cama e o sorriso aberto foi inevitável.
- Só o meu cabelo você acha lindo?
Ela apenas gargalhou alto e eu insisti.
- Fala. Só meu cabelo?
- Não. Não é só o seu cabelo que acho lindo.
- E o que mais você acha lindo em mim?
- Estou com vergonha. Você já sabe que é linda. Muitas pessoas devem te dizer isso.
- Mas eu não quero saber das outras pessoas. Quero saber de você.
Eu já não era muito tímida. E ainda com a bebida correndo nas veias… Me tornava muito mais atacante. Ela ficou em silêncio por alguns segundos e eu momentaneamente me arrependi de ter insistido. Pensei em pedir desculpas, mas ouvi um suspiro forte e ela começou a falar com uma voz lenta que rapidamente surtiu efeito em mim:
- Seu cabelo é lindo… Seus olhos são lindos… Suas pernas são lindas… Sua barriga é linda… Seus peitos são lindos…
Aquela voz doce, as pausas e os suspiros que Helena dava a cada elogio direcionado ao meu corpo aguçava a minha criatividade. Em cada parte que era citada, eu tocava imaginando que eram as mãos dela em mim.
- Hummmm, mais o que?
- Seu cheiro é delicioso… Sua boca é…
Fez uma pausa maior e eu mesmo estando sozinha naquele quarto, senti a presença dela.
- Continua Helena…
- Gostosa! Sua boca é gostosa!
Aquele era o start para a brincadeira começar. Não tinha mais volta.
- Você gosta de beijar a minha boca Helena?
- Rafa? Onde vamos parar com isso?
- Só me responde Helena… Você gosta de beijar a minha boca?
- Gosto, mas…
- Está com medo Helena?
Falei em tom de desafio.
- Não estou com medo. Só não quero que você pense que estou indo rápido demais.
- Helena eu preciso que você vá rápido demais!
Falei dando ênfase no “Preciso”.
- E o que você quer que eu faça por você Rafaela Mendes?
Naquele momento percebi que ela tinha entrado 100% na brincadeira.
- Eu quero que você faça tudo que tiver vontade.
- Mas pra que eu faça tudo que tenho vontade você deveria estar aqui na minha casa.
- Eu adoraria, mas enquanto isso não é possível você pode apenas abusar de uma imaginação fértil.
- Posso fazer o que eu tiver vontade Rafaela?
- Pode Helena.
- Como você está vestida?
Dali pra frente era só para trás.
- Não estou vestida.
- Em que lugar da casa você está?
- No meu quarto. Deitada da cama.
- Posso deitar com você?
- É o que eu mais quero.
- Hummmmmm, você está cheirosa. Posso te beijar?
Eu estava com os olhos fechados e conseguia sentir o perfume de Helena nas minhas narinas. Sua voz saia do telefone, mas parecia que sua boca estava encostada em minha orelha. Não consegui responder sua pergunta pois já imaginei a língua dela entrando em minha boca. Naquele momento eu já tocava a minha parte íntima com delicadeza imaginando que assim seria o toque dela. Não consegui segurar o gemido.
- Já estou te beijando Helena.
- Rafa você está se tocando???
Ouvi ela perguntar. Em sua voz havia curiosidade e demonstrava que a mesma estava sorrindo no outro lado do telefone.
- Você está me tocando Helena.
- Então você está tão molhada assim por mim?
- Só pra você...
- Você quer que eu te toque devagarzinho?
A voz dela era doce e ao mesmo tempo sensual. Eu já estava me soltando e Helena também. O desejo em forma líquida já escorria entre meus dedos e eu já não conseguia falar mais sem gem*r.
- Rááápido… Helena.
- Assim.? Ah… Vo… Você quer que eu te toque assim?
Ouvi que ela também gemia e parecia ofegante do outro lado da linha.
- He... Ó He... lena você também está se tocando?
- Estou... Tocando... Em você... Rafa.
Então não era apenas eu que me masturbava naquele momento, Helena também se tocava.
- Goz* comigo Helena?
Com uma mão eu segurava o telefone e com a outra tocava em meu clit*ris cada vez mais rápido. Do outro lado da linha só ouvia os suspiros e gemidos de Helena e isso só fazia aumentar meu tesão. Acelerei os movimentos quando percebi que era simultâneo, pois os gemidos de Helena se tornaram mais intensos. Explodimos juntas! Os gemidos cessaram e ouvia-se apenas respirações profundas dos dois lados da linha. Eu fui a primeira a quebrar o silêncio de palavras:
- Helena? Está tudo bem?
Ela apenas respirava e demorou alguns segundos antes de responder:
- Eu não acredito que fizemos isso!
Sorri espontaneamente da incredulidade exposta na voz dela
- Não gostou?
- Gostei, mas é estranho... Pareciamos duas adolescentes com hormônios desesperados. Eu não tenho idade pra isso…
- Masturbação não é coisa de adolescente.
Falei rindo e ela deu um sorriso tímido do outro lado.
- Sei lá, não uso esse artifício. Você o faz com frequência?
- Sim. Por que não?
- Nunca consegui ver muita graça nisso
- E hoje você viu?
- Não sei explicar, com você foi diferente...
- Você nunca tinha algo parecido por telefone?
- Claro que não!
- Nem com homens???
- Nunca! E você?
- Ah eu já fiz algumas vezes…
O silêncio novamente se estabeleceu e nem mais o seu respirar era ouvido do outro lado da linha. Acho que ela não tinha gostado de minha resposta.
- Helena, ainda está ai?
- Estou, mas o sono bateu. Vou tomar um banho e depois nos falamos. Beijo
- Beijo.
Voltei do banho trocamos apenas mensagem de boa noite antes que eu adormecesse.
Fim do capítulo
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