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Perto do céu por AlphaCancri

Ver comentários: 2

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Palavras: 2184
Acessos: 830   |  Postado em: 01/04/2025

Capítulo 6

Hoje eu eu vou fazer uma caminhada. Foi com esse pensamento que saí de casa para trabalhar segunda-feira. Depois do expediente eu iria passar em casa, trocar de roupa e ir até o parque. Caminhar me fazia bem, mas me dava uma preguiça de me trocar e ir até o parque. Enquanto eu caminhava era ótimo, o problema era o antes. 

Quando cheguei em casa olhei para minha cama e o pensamento foi inevitável. Amanhã eu vou, sem falta! Peguei meu pijama e fui tomar banho. Fiz uma pipoca de microondas e deitei. Coloquei uma série para assistir e só levantei para escovar os dentes quando me deu sono. Não vi a hora que dormi, mas acordei com o estômago roncando. Talvez não seja uma ideia tão boa assim fazer pipoca de jantar. 

Rotina da manhã para ir trabalhar. Mesmo caminho. Seu Manoel. As pessoas na rua. Fui almoçar, voltei para o trabalho. Cheguei em casa às cinco e quatro. Lembrei da minha promessa de ir caminhar. Dei uma leve hesitada. Vacilei um pouco. Mas acabei me forçando a trocar de roupa. Coloquei uma legging preta, uma camisa do Flamengo e meu tênis de caminhada. Prendi o cabelo em um rabo-de-cavalo horrível, peguei meu fone e fui para a cozinha. Fiz um lanche leve e rápido, escovei os dentes e saí de casa. 

Coloquei o fone assim que pisei na calçada. Resolvi ir pela rua de baixo, onde encontraria com menos pessoas do que se passasse pela rua principal. Quando cheguei no parque, algumas pessoas estavam lá. Um homem correndo. Duas mulheres caminhando juntas. Uma mãe com dois filhos de bicicleta. Eu conhecia todos, claro. Comecei a andar mais rápido, colocando um ritmo na minha caminhada. O parque não era grande, tinha um caminho asfaltado entre as árvores, que fazia uma volta, quase um círculo. E nós ficávamos rodando ali, até achar que era suficiente. Eu estava na terceira volta quando vi uma pessoa vindo na minha direção. Na direção errada. Todo mundo ali sabia que o sentido certo de se caminhar era o contrário. Era lei? Óbvio que não. Mas sempre tinha sido assim, todo mundo sabia, e todo mundo caminhava daquela forma. 

Eu estava sem meus óculos, por isso não conseguia enxergar quase nada de longe. Quem era aquele ser que resolveu contrariar o importante código de conduta da caminhada no parque? A pessoa se aproximou mais, eu apertei o olhos tentando dar forma ao rosto. Quando ela estava bem perto de mim, finalmente reconheci. Meu coração acelerou. Era a prima de Érica.

— Boa tarde. 

Ela disse. Eu respondi meio acelerada:

— Boa tarde. 

Mas ela não me olhou de verdade em momento algum. Seguiu com seu fone na cabeça, um blusão colorido e um short preto colado ao corpo. O cabelo estava preso em um coque que deixava algumas mechas soltas. Fiquei com vergonha da forma que eu estava vestida. Se soubesse que encontraria com ela, pelo menos teria ajeitado melhor o cabelo.

Logo depois desse pensamento balancei a cabeça em negação. Ela nem te olhou, idiota! Briguei comigo mesma. Não era a primeira vez que aquilo acontecia. Acho que pela escassez de oportunidades da cidade pequena, qualquer mulher diferente que aparecesse — e despertasse minha atenção — me fazia agir assim. Como se fosse uma fagulha de esperança de que aquela pessoa pudesse se interessar por mim também, e aí algo novo aconteceria na minha vida. Mas nunca acontecia. Na imensa maioria das vezes a moça era hétero. E logo aparecia de caso com algum homem padrão da cidade. E eu desfazia minhas ilusões. Não que eu sofresse loucamente por isso, pois também não chegava a esse ponto. Era só uma expectativa frustrada. 

Continuei caminhando na direção certa. Ela continuou na direção errada. Passou por mim mais umas cinco vezes, mas sem falar nada. Também continuou sem me olhar. Eu já tinha batido minha meta de quilômetros, mas não conseguia ir embora. Falava para mim mesma que era a última volta, apenas para poder passar por ela mais uma vez. E repetia na volta seguinte. Não sei quantas voltas extras eu dei, mas só fui embora quando parei de encontrá-la e percebi que ela não estava mais ali.

Quando abri o portão de casa, tia Dalva apareceu na janela:

— Ciça, tava te esperando…

Meu sonho era trocar aquele portão. Ele me denunciava sempre. Às vezes só queria entrar em casa sem ser notada. 

Não falei nada, só me aproximei da janela. Ela estava com o celular na mão e os óculos pendurados na pontinha do nariz. Eu já sabia o que significava. Precisava de ajuda com alguma coisa tecnológica. Minha tia morava com o marido. Dos dois filhos, um tinha se casado e morava em outra rua. O outro se mudou para uma cidade a cinco horas de distância daqui. 

— Olha aqui, não consigo usar o zap. 

Eu achava péssima aquela forma de se referir ao aplicativo de mensagens, mas o que isso importava para a minha tia? 

Peguei o celular e abri o aplicativo. O teclado estava desconfigurado. Três toques na tela e estava resolvido. Devolvi o celular para ela, que sorriu:

— Olha aí… Vocês sabem fazer tudo nesse negócio mesmo, né?

Eu sorri um pouco:

— Não era nada demais, tia. 

Comecei a caminhar na direção da escada da minha casa. Olhei para trás quando ela perguntou:

— Vai jantar? Se quiser, tem comida aqui. 

Agradeci já no meio dos degraus:

— Tem aqui também, obrigada. 

Entrei em casa e suspirei profundamente. Me sentei e tirei o tênis. Eu amava minha tia. Não me entenda mal. Era só que, às vezes, eu queria ficar na minha. Queria ter a minha rotina sem ninguém dando conta de onde eu estava, do que eu estava fazendo, que horas saí de casa, que horas voltei… 

Quando meus pais se mudaram, isso melhorou bastante. Mas ainda tinha meus tios que estavam sempre ali. Eles se preocupavam comigo, eu sei… E eu era grata. Só que eu já era uma mulher adulta e capaz. 

Fui para o banheiro e entrei no chuveiro. Enquanto molhava meu cabelo, admiti que estava um pouco irritada. E eu sabia porquê. O encontro com a prima de Érica. Frustração. Pois ficou nítido que o meu interesse não era correspondido.

Terminei meu banho e deitei na cama. Coloquei uma coisa qualquer na televisão. Ela sequer me olhou! Meus pensamentos ainda estavam lá… no parque… Nela. Não fazia ideia do que se tratava a série que dei play. 

Será que o problema sou eu? Uma possibilidade real. Por que alguém se apaixonaria por mim? O que eu tinha de atrativo, em todos os sentidos? Na verdade, eu era uma pessoa absolutamente, indubitavelmente, comum. Mediana. Medíocre. Igual à outras milhões que existiam no mundo. 

Quando percebi que estava divagando demais, pausei a série, peguei meu celular e coloquei algum vídeo para assistir. Precisava preencher minha mente com algo que me prendesse de verdade. Mas não teve muito efeito. Agora não pensava especificamente na moça das tatuagens, pensava na minha vida num geral. Eu tinha consciência de que tudo era fruto das minhas escolhas. Ou das minhas omissões. Não podia transferir minhas responsabilidades para outras pessoas, ou ficar me fazendo de vítima para mim mesma.

Quando eu era mais nova queria cortar o cabelo num sidecut. Mas nunca tive coragem. Pensei mais nos outros do que em mim. O que meus pais vão achar? O que as pessoas vão achar? Vai chamar muita atenção. Vai ficar muito visível que sou lésbica. E eu nunca cortei. Isso era só uma das incontáveis coisas que não fiz por me preocupar com a opinião alheia. 

Eu vivia criando expectativas em encontrar alguém de novo, em me apaixonar outra vez, mas quando parava para pensar em como seria na prática, me causava ansiedade. Eu iria assumir um namoro publicamente? Ou ia deixar tudo nas entrelinhas, como foram os outros?

Do que adianta pensar nisso agora? Essas situações hipotéticas só me traziam ansiedade desnecessária. Às vezes eu sentia muita falta de ter uma amiga lésbica no dia a dia. É claro que eu tinha amigas lésbicas! Mas todas já tinham se mudado daquela cidade. O que eu provavelmente também deveria ter feito. Nós nos falávamos de vez em quando por mensagens, mas não era a mesma coisa. Meus amigos mais próximos eram homens gays e mulheres héteros. Então eu sentia falta de compartilhar minha vivência com uma pessoa que me entenderia de verdade. Que vive a mesma coisa que eu. Sem contar o assunto sempre parar em algum homem que eles achavam “um gostoso”. Muito entediante às vezes. 

Fechei o vídeo e abri um jogo. Pronto, agora sim ia prender minha atenção. Não sei quanto tempo joguei, mas com certeza por horas, até minha bateria quase acabar. Coloquei o celular para carregar, deixei a televisão em um canal qualquer e não demorei a pegar no sono. No dia seguinte… Um prêmio para quem adivinhar… Tudo igual. Casa, trabalho. Trabalho, casa. Quando terminou o expediente, tentei não ficar animada com a ideia de ver de novo a prima de Érica no parque. Troquei de roupa dizendo para mim mesma que não estava criando expectativas. Iria caminhar normalmente como me prometi fazer. Mas inconscientemente arrumei meu cabelo com mais cuidado. Pensei melhor na roupa que iria vestir. Conforme ia me aproximando do parque, meu coração ia acelerando. Será que ela está aí? Entrei e comecei a caminhar. Uma volta completa e a expectativa baixou. Ela não estava lá. Será que ela vem? Ainda dei mais umas três voltas até ela aparecer. Na direção errada. Passou por mim:

— Boa tarde. 

Igual ao dia anterior. Respondi no mesmo tom. Então é isso. Eu estava apenas criando coisas na minha cabeça. Não existia nada para além da minha imaginação. Dei mais uma volta caminhando e a última correndo. Passei por ela sem olhá-la, continuei olhando para frente. E fui embora. Na quinta, resolvi não ir caminhar. Eu estava… sei lá… me recuperando da frustração que eu mesma criei na minha cabeça. Na sexta fui de novo. Fui mais tarde porque… menti para mim mesma… porque estava calor. A verdade? Porque eu sabia que ela costumava ir mais tarde. Quando cheguei, ela já estava lá. Dessa vez na direção certa, o que me deixou irritada. Não iria passar por mim. Caminhei alguns metros atrás dela. Foi inevitável analisá-la. O cabelo preso do mesmo jeito, com mechas soltas. Dessa vez ela usava uma camiseta colada ao corpo. Três voltas desse jeito e eu parei. Fiquei parada perto de um banco, com a garrafinha d’água na mão, como se estivesse descansando. Até ela passar por mim: 

— Boa tarde. 

Esperei ela se afastar um pouco e voltei a caminhar. Mais algumas voltas e fui embora.

No sábado não era dia de caminhada. Era dia de fazer alguma coisa. E o que tinha para se fazer naquela cidade? Gigante. Cheguei no parque por volta das oito da noite. Naquele dia, talvez por conta do calor, todo mundo resolveu ir. Meus amigos, Léo, Isabela e Ricardo já estavam lá. Fizeram um mesão único, juntando cinco mesas do bar, e muita gente já estava sentada. Eu conhecia todos, mas não era amiga de todos. Dei um “oi” geral e sentei ao lado de Léo. Naquele dia estava zero afim de beber, por isso recusei quando tentaram me passar um copo. Me inteirei da conversa, mais ouvindo do que falando. Tinha muito gente na mesa, e eu sempre fui a pessoa introvertida. Não tinha muito espaço para falar, o que não era um problema para mim, de qualquer forma. 

Não sei dizer exatamente há quanto tempo eu já estava sentada quando a vi chegar. A prima de Érica. E Érica. Dessa vez estavam a pé. Eu as acompanhei com o olhar até se aproximarem do bar. Diferente do que eu achava, e do que fizeram da outra vez, caminharam na nossa direção. Pararam bem em frente nossa mesa e as duas disseram “oi”. 

— Tem cadeira ali, Érica… 

Alguém disse. Ela foi até a mesa ao lado, pegou duas cadeiras e estendeu uma para a prima. As duas sentaram do outro lado da mesa, de frente para mim. 

— Não vai apresentar a gente?

Alguém perguntou. Alguns riram. 

Érica disse sorrindo:

— Gente, essa é minha prima Marcela…

Depois foi apontando um por um de todos que estavam na mesa e informando os nomes para que a prima nos conhecesse. Claro que ela não gravaria todos aqueles nomes. Sorri levemente quando Érica apontou para mim e disse “Ciça”. Foi a primeira vez que ela me olhou de verdade. Ela. A prima de Érica. Marcela. O nome parecia ter um ímã, um feitiço. Fiquei repetindo na minha cabeça. Marcela. Marcela. Não consegui mais ficar num estado normal pelo resto da noite. Tentava desesperadamente não ficar a encarando. Só quando ela falava me permitia olhá-la mais demoradamente. A voz melódica. O sorriso largo. O piercing no septo. As tatuagens. O cabelo ondulado. Caralh*! E lá ia eu outra vez embarcar numa paixão platônica. 

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 6 - Capítulo 6:
MalluBlues
MalluBlues

Em: 06/04/2025

Estou acompanhando a história! Gostando muito da escrita e das personagens! 


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 08/04/2025 Autora da história
Oi, Mallu! Fico muito feliz que esteja gostando, de verdade! Obrigada por acompanhar! Posto os capítulos todas as terças e sextas :)


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Raf31a
Raf31a

Em: 01/04/2025

O que uma sapatão não faz por uma crush, né?! Prolongar a caminhada só para ver a mulher. ????

 

Aguardo o capítulo de sexta, só para saber se a próxima caminhada vai render.


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 04/04/2025 Autora da história
Quem nunca fez uma boiolagem por uma mulher, né? hahahah

Capítulo de hoje postado! Obrigada por acompanhar :)


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