Capitulo 41
Gabriela dirigia pelas ruas tranquilas da cidade enquanto Olívia, no banco do passageiro, observava a paisagem pela janela. O silêncio confortável era quebrado apenas pelo som baixo do rádio.
— Agora que já conheço seus pais... — começou Olívia, quebrando o silêncio e voltando seu olhar para Gabriela. — Acho que está na hora de você conhecer os meus.
Gabriela errou a troca de marcha surpresa, mas conseguiu disfarçar.
— O quê? Por quê? — perguntou, olhando para Olívia com uma mistura de curiosidade e confusão.
Olívia arqueou uma sobrancelha e lançou-lhe um olhar carregado de significado, um leve sorriso brincando em seus lábios.
— Sério mesmo que você vai perguntar isso, Gabriela? — disse, sua voz carregada de um tom divertido, mas firme. — Você sabe o porquê, gatinha.
O coração de Gabriela deu um salto involuntário, e ela rapidamente desviou o olhar para a estrada, fingindo estar extremamente concentrada.
— Olívia... — começou, mas não conseguiu completar a frase.
— Minha mãe está insistindo. Ela quer te conhecer, formalmente. Meus pais querem— completou Olívia, com um tom que misturava seriedade e ternura.
Gabriela ficou em silêncio, sentindo as bochechas esquentarem, enquanto tentava digerir a ideia.
Enquanto isso, na sala da casa dos Andrade, Elisa e Augusto estavam sentados no sofá, conversando sobre a visita inesperada de Olívia na noite anterior.
— Ela é muito educada — comentou Elisa, tomando um gole de seu chá. — Gentil, divertida... E sabe exatamente como tratar a nossa filha.
Augusto bufou, cruzando os braços.
— Você está exagerando.
— Estou? — Elisa arqueou as sobrancelhas. — Augusto, ela puxava a cadeira para Gabriela sentar, enchia a taça de água antes que ela pedisse, e estava sempre atenta ao que Gabriela precisava.
— Ou estava tentando impressionar a gente — rebateu Augusto, embora sua voz não soasse tão firme.
— E conseguiu, porque eu gostei dela. Você viu como Gabriela parecia relaxada perto dela? Isso é raro.
Augusto ficou em silêncio por um momento, esfregando o queixo pensativo.
— Ela parece cuidar bem da nossa filha... Vou admitir isso. Mas ainda acho que é meu dever manter os olhos abertos.
Elisa soltou uma risada baixa, balançando a cabeça.
— Você está tentando fazer o papel de pai superprotetor, mas sabe que ela ganhou pontos com você também, você gostou dela que eu sei.
Augusto suspirou, mas não respondeu. No fundo, sabia que Elisa tinha razão. Talvez Olivia fosse aquilo que Gabriela precisava, não fazia diferença ser mulher, certamente não atrapalhava ser uma mulher como Olivia.
Fim do capítulo
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