Penúltimo capítulo, demorei para escrever porque diferente dos outros livros, esse fui escrevendo capítulos semanais. E como teve carnaval e estou dando muitas aulas, meu tempo e cabeça ficaram cheios. Essa é a história de uma pessoa que conheço, claro sem contar algumas coisas, outras são bem reais. A busca pelo encontro consigo mesmo é real. Uma pessoa de 50 se descobrir e enfrentar tudo que vem não é fácil para muitas pessoas. A felicidade plena não vem fácil. quis mostrar que a vida sim tem muitas dificuldades, às vezes as dificuldades vem em escala e você tem de enfrentar. Nesse meio tem um sentimento que você nunca sentiu. Busque, arrisque seja feliz.
ESPERANÇA
JULIANA POV
- Você está louca Carla!!!!! - a empurro em fúria.
- Juliana eu não quero ficar sem você. - tentou entrar, mas bloqueei seu caminho.
- Sinto muito! Nossa história acabou quando deixamos de fazer bem uma à outra. Hoje vamos tentar salvar um pouco da nossa amizade, mas não agora. Acho que nesse momento não podemos mais ter contato. Ela suspira fundo e seus olhos vão se enchendo de lágrimas, mas depois de ter forçado um beijo, não sinto pena. Apenas faço sinal para que ela vá embora.
- Me perdoa Ju! Por favor. - tentou me abraçar e aquele cheiro de bebida começou a me irritar.
- Vá embora por favor! Antes que eu perca a paciência.
Percebendo meu nervosismo, ela sai, eu não seguro o choro. Passei por uma situação parecida certa vez, e me deixou traumatizada. Aquilo veio à tona, não aguentei. Veio tudo na cabeça além da saudade que sentia da Adriana. Cheguei a pegar o celular e discar seu número, mas o orgulho falou mais alto e desisti. Pior que voltaríamos ao trabalho na semana seguinte, mas pensei que uma reaproximação nos faria bem. Passei o dia irritada pela situação, mas a escola não parava e eu precisava do dinheiro.
ANDRÉ POV
- Mãe por favor. Eu sou seu filho, não pode fazer isso! - eu retrucava ao ouvir sua idéia assim que saísse do hospital.
- Você pensou na sua família quando se envolveu com aquela vagabunda?
- Não acredito que ela tenha me enganado daquele jeito. O marido dela deve ter feito sua cabeça, ela me amava eu sei! - dentro de mim, eu tentava acreditar.
- Você puxou à seu pai. Não podia ver um rabo de saia. A diferença é que seu pai, pelo menos, honrou seus filhos. Agora você, desfez até do seu filho.
- Eu não vou voltar para São Paulo com você. E porque não disse que tinha tanto dinheiro guardado?
- Porque conheço o filho que tenho. Como seu pai escondeu de todos que tinha outra família, escondeu também que tinham dinheiro guardado e eu como sendo esposa, tinha direito a metade de tudo. Achei justo guardar esse dinheiro para alguma necessidade.
- Você pode me ajudar! Adianta minha herança para eu me recuperar.- logo que falei a frase, levei um tapa na cabeça.
- Não existe herança de pessoa viva. Metade desse dinheiro vai para meu neto, seu filho , que você abandonou. A outra metade vou guardar e você pode voltar para São Paulo comigo e andar na linha ou seguir com sua vida e com o que resta do seu trabalho. Mas lembre-se: Você não tem mais onde morar aqui, se souberem do seu envolvimento com aquela vagabunda você será demitido. Então você escolhe: ou volta a viver sobre minhas regras ou assume o risco.
Suas palavras eram duras, a vi pegando o celular e falando com o advogado. Sem poder sair da cama, virei para o lado pensando em qual passo daria adiante.
DILL POV
- Bom dia mãe! Não vai levantar? - me assustei.
- Já vou filho! Só estou. - nem soube responder, só senti um peso no corpo..
- Temos visita. A vovó está lá na sala.
- Minha mãe está aqui?- me virei rapidamente..
- A outra vó.
- Já estou indo. - deu um beijo na minha testa e saiu. Enquanto trocava de roupa fiquei pensando no porquê dela estar em casa tão cedo, haja visto que só nos falávamos por telefone.
- Bom dia! Como está a senhora? - ela veio e me deu um abraço carinhoso.
- Temos de ter uma conversa. Nós três. - fiz menção para sentarmos à mesa.
- Se veio pedir para perdoar meu pai. Esquece vó! - Alan respondeu rapidamente e o repreendi em seguida.
- Tudo bem Adriana.- segurou sua mão.
- Jamais pediria isso meu filho! O que seu pai fez com vocês não tem perdão. Eu vim porque justamente estou envergonhada por ele.
- A senhora sempre foi muito boa para mim. Sei que não aprova as coisas que ele me fez.
- Com certeza Adriana e por isso vim. - Abriu a bolsa e entregou um cheque e entregou para Allan.
- Que isso vó? - ele abriu um grande sorriso e foi me mostrando.
- O que a senhora está fazendo? - perguntei espantada.
- Não vou explicar tudo! Podem ficar tranquilos que não estou sem nada. Esse dinheiro é para sua faculdade. Não tenho como pagar de outra forma o que meu filho fez à você. Sei que isso não vai apagar o péssimo pai que ele foi, mas queria garantir que você pudesse ter uma vida digna. E afinal você também é meu neto. - abriu um grande sorriso.
- Como ele está? Já saiu do hospital? - olhei para Alan nesse momento que não se manifestou quando contei do ocorrido.
- Vai sair amanhã. Estou esperando ele decidir se vai comigo. Vamos ver. - só meneei com a cabeça. - Bom, tenho de ir agora, preciso resolver umas coisas com meu advogado. Sempre que precisar pode falar comigo. Não sou mais sua sogra, mas meu carinho por você sempre será o mesmo. - nos despedimos e ela saiu.
- Hoje mesmo você vai colocar esse dinheiro na poupança. - ele olhava para o cheque sem parar.
- Esse dinheiro dá o suficiente para eu fazer 3 faculdades. - Vi ele se levantar e vir na minha direção rapidamente. - Metade desse dinheiro vou dar para você mãe. Será como um investimento.
- Jamais meu filho! Esse dinheiro é seu.
- Isso mesmo! É meu! Por isso quero te ajudar. Vi o quanto você se esforçou para manter a loja. Vovô não tem direito nela. Você ia vender para não falir. Serei seu investidor. - falou todo carinhoso.
- Quando foi que você cresceu assim?! - lágrimas começaram a escorrer no meu rosto.
- Tudo que você tem feito por mim. Todo dinheiro do mundo nunca será suficiente para pagar o que te devo.
- Você não me deve nada. Você é meu filho! Te amo. - ambos estavam chorando nesse momento.
- Tudo que passamos aqui com o pai, tudo que você está guardando, como tem estado ao meu lado nas minhas crises. Por favor mãe! Aceita.
- Aceito, mas com uma condição. A loja ficará em seu nome e você fará com ela o que quiser, quando quiser.
- Tudo bem mãe. Você vai cuidar muito bem do meu negócio.
- Agora vamos sair, temos muito a fazer e hoje volto para o complexo.
- Vai se encontrar com ela hoje?
- Porque está curioso com isso? - fui pegando a bolsa.
- Quero te ver feliz e se com ela ou com outra mulher tudo bem. - sorriu.
- Que mudança foi essa meu filho? Por acaso ela tem nome? Camila?
- Sabe mãe, todo dia é uma batalha para mim. Não vou mentir. Mas confesso que a Camila tem me ajudado. Ela é tão paciente.
- Acho que não é só eu que encontrou alguém né! - saímos os dois rindo
ALAN POV
- Boa tarde Camila! - bora tomar um café lá na integrale?
- Agora?
- Sim! Precisamos conversar.
- Nossa! Vou ficar curiosa. Pode me adiantar?
- Umas das coisas é que precisamos armar um plano para ajudar minha mãe e a outra coisa falo pessoalmente.
- Tudo bem! Pode ser lá pelas 17? Estou terminando uma aula ai colo lá ok?
- Claro! Vou ficar esperando ansioso.
Fim do capítulo
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lorenamezza Em: 23/03/2025 Autora da história
Será que vai com a mãe?