MUDANÇAS
ALAN POV
- Camila! Sei que você queria correr hoje, mas estou preocupado com minha mãe. Ela não sabe, mas percebi que ela tem chorado escondida.
- Poxa Alan! vai te fazer bem se exercitar um pouco. - ela vem logo me dando um abraço.
- Juro que não estou dando migué, quero mesmo fazer isso por mim. Agradeço demais o que você tem feito. Mas dessa vez preciso ajudá-la. faço uma careta.
- Você acha que é por causa das coisas de seu pai? - caminhamos juntos para a loja da minha mãe.
- Minha vó me ligou, perguntando dela. Pela voz, ela já sabe de tudo.
- Sinto muito! Vai ser uma barra para ela. Você precisa apoiá-la. - ela segura meu braço com carinho, a abraço em seguida.
- Ela tem feito tudo por mim. Mesmo eu gritando e xingando nos piores dias. Preciso retribuir de alguma forma. A medicação me deixa um pouco mais forte, o resto é comigo; e preciso dar atenção aos outros para melhorar os meus.
- Está certo! Você é um cara muito bonito e legal para passar por isso. Saiba que não está sozinho. - sorriu o sorriso mais sincero. Meu coração se alegrou, sorri de volta com a esperança de melhorar para aproveitar certas coisas.
- Nossa Camila ! Alguma coisa está errada? Tão cedo e o carro do meu avô aqui. - entramos pé por pé e começamos a ouvir a gritaria vindo do escritório.
- Que isso Alan! se espantou.
- Esse é meu avô. Se achando o dono da razão. Me aproximo e logo vejo minha mãe partindo para cima dele. Rapidamente me coloco entre eles, e a impeço.
- Não vale a pena mãe! - vejo seus olhos já em lágrimas.
- Meu filho me perdoa! Eu não queria nada disso para você.
Meu avô continua com as agressões verbais.
- Olha o que está fazendo com sua família!
- Para vô! Você não vai desrespeitar minha mãe! Desde que me entendo por gente, ela tem feito tudo, tanto para mim quanto para todos dessa família. - me mantive abraçado à ela.
- Não seja petulante moleque! - esbravejou. Você vai morar comigo. Não quero você perto dessa vergonha toda.
- Desde quando você se preocupa comigo? Desde que descobri a depressão, você nunca foi me ver. É minha mãe que está comigo, que me abraça, que me apoia. Que aguenta minhas crises e tudo que vocês tem feito é criticá-la por fazer isso ou aquilo. Já tenho 18 anos e não preciso de sua autorização para nada! Por acaso alguma vez vocês já perguntaram se ela é feliz?
- Alan! Não se preocupe, já estou mais calma. - enxugou suas lágrimas. - Pode nos dar licença. Me espere lá fora por favor. - deu um beijo em meu rosto.
DILL POV
- Pai! Fiz minhas contas e se eu deixar a loja agora, ficarei com alguma reserva. Por isso já conversei com meu advogado, estou colocando ela à venda. Tentei levar para frente, mas sem apoio nunca daria certo e já que você não quis. É isso.
- Como assim Adriana? - após um longo silêncio, minha mãe se pronuncia.
- Jura mãe!!!!! - falo em tom de espanto. - Você ficou esse tempo todo em silêncio, nem para me defender e agora se espanta com minha decisão.
- Não é isso! O que você vai fazer da sua vida?
- Não se preocupe, eu vou sobreviver. Amo a senhora, mas preciso ser feliz da minha forma e estando com a loja que era de vocês, vou sempre ter a idéia de que devo algo à vocês. - fiz carinho em seu rosto.
- Não faz isso Adriana, isso não é vida!
- Já tomei minha decisão. Vou vender a loja e como vocês deram o consultório para minha irmã, o dinheiro aqui vai ser meu e do Alan.
Saio sem olhar para trás, apresso os passos para encontrar Alan.
- Obrigada filho! Como você está? - ele envolve meu corpo em seus braços.
- De verdade mãe. Parece que tudo vindo à tona, me sinto mais leve. Com muitas interrogações, mas calmo para enfrentar tudo.
- Ele não está sozinho dona Adriana. - ele logo a apresenta.
- Que bom! - olho para ele com um sorriso discreto. - Algumas coisas vão mudar filho. Mas aconteça o que acontecer, vou estar do seu lado e estarei aqui para te apoiar.
- Nesse momento mãe; quero que você seja feliz. Quanto mais eu souber que você está cuidando da sua vida, menos acharei que sou um problema na sua vida. - falou emocionado.
- Você nunca será um problema! Amo você pelo que você é, não só porque é meu filho.
Nos abraçamos com carinho, chamo Juliana para compartilhar desse momento.
- Mãe vai atrás dela. - olhei espantada.
JULIANA POV
- Oi Maria Fernanda! Sim, terminamos. falo pelo telefone, com certa tristeza.
- A gente não tem se visto. Foi feriado e como as aulas param, nosso projeto para junto.
- Poxa vida! Vocês se davam tão bem. Não tem volta?
- Foi ela quem terminou. Só não corri atrás. Ela precisa se aceitar primeiro para poder me aceitar. Não precisa ser tudo ás claras, mas não quero ter de me esconder sempre que alguém nos ver.
Deitada no sofá de casa, eu chorava as pitangas para minha amiga, quando ouço a campainha tocar e meus cachorros latem abanando o rabo.
- Fer! Chegou gente aqui. Depois a gente se fala. Beijo.
- Tá bom ! Vai me contando tudo. Beijo.
Pelo abanar de rabo dos dogs, sei que é gente conhecida.
Abro o portão e dou de cara com Carla. Percebendo que ela está alterada, não a convido para entrar, dando preferência a ficar no portão mesmo.
- Bom dia Carla! Aconteceu alguma coisa? - demonstro com os olhos curiosidade.
- Não aceito perder você Juliana! Vamos nos dar mais uma chance, por favor!. ela tenta se aproximar, eu recuo o corpo.
- Você bebeu? A essa hora! - chego perto para cheirar suas roupas.
- Só um pouquinho. - se aproxima e rouba um selinho. Logo sendo empurrada por mim.
- Pelo amor de Deus Carla! não quero ser grossa com você. Não temos mais nada e não vamos ter nunca mais. - a virei para fora e fechei o portão com raiva. Coisa que eu odiava era pessoas bêbadas forçando algo. Entrei para casa e fiquei reclamando sozinha enquanto lavava louça.
DILL POV
Chego em casa procuro Alan e o encontro em seu quarto, deitado olhando para o teto.
- Tudo bem meu filho? - me encosto na batente da porta.
- Nunca está mãe! Está sempre faltando alguma coisa e nem sei. Só sinto que falta. Mas me conta foi na casa da Juliana?- continuava a olhar para o nada.
- Fui. Ela estava dando um beijo na ex na porta de casa. Dessa vez eu dancei. - suspirei.
- Mas você falou com ela? Explicou tudo? - ele se virou para mim.
- Você ainda é muito novo. As coisas não são assim. O que tem de acontecer, a gente não força. Ela seguiu seu caminho.Vou tomar um banho. Amanhã preciso dar um jeito na vida.
- Você tem raiva dele mãe? - voltou-se para o teto.
- Do seu pai? - parei e pensei por um instante. - Não é raiva filho. Tenho um misto de pena e nojo dele ou de mim, que me envolvi com alguém como ele. suspirei fundo e o quarto seria meu refúgio
Lá dentro eu me solto a dor de anos de sofrimento pelo ex, por não ter me encontrado antes, pelo meu filho. Deixo a água cair sobre meu corpo, precisava lavar a alma com lágrimas. Prometi a mim mesma que seriam as últimas. Era tempo de mudança.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
Cristiane Schwinden
Em: 16/03/2025
Olá, está finalizada?
lorenamezza
Em: 19/03/2025
Autora da história
Calma. Está chegando. Carnaval atrasou tudo. e depois estou dando muita aula. Mas Já estou postando penúltimo capítulo. bj
lorenamezza
Em: 19/03/2025
Autora da história
Calma. Está chegando. Carnaval atrasou tudo. e depois estou dando muita aula. Mas Já estou postando penúltimo capítulo. bj
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
lorenamezza Em: 19/03/2025 Autora da história
Calma. Está chegando. Carnaval atrasou tudo. e depois estou dando muita aula. Mas Já estou postando penúltimo capítulo. bj