VERDADES
ANDRÉ POV
“Vaca! Mas se pensa que isso vai ficar assim, está muito enganada. - as palavras saíam com raiva de minha boca depois de saber que Adriana não me daria sequer 1 centavo. Pego o celular com pressa e envio uma mensagem para Patrícia, a fim de nos encontrarmos.
- Claro. Pode vir em casa que meu marido viajou. Conseguiu o dinheiro?
Nervoso não respondo a mensagem, estava focado em acabar com minha ex mulher. Busco na agenda o telefone da mãe dela e envio todos os arquivos para ela. Sei o quanto ela prezava sua família.
No caminho para casa da Patrícia fico pensando numa que a perderia, assim que seu marido descobrisse poderia matá-la ou a mim.
Aperto a campainha e espero ansioso. Olho para todos os lados. Ouço ao fundo ela pedir que entrasse.
- André! Preciso do dinheiro hoje ainda! João disse que de hoje não passa. - ela vem ao meu encontro, noto sua preocupação.
- Não tem dinheiro! Adriana deve estar apaixonada por aquela sapatão. Decidiu arriscar tudo. - veja sua feição que antes era doce, se transformar numa pessoa totalmente desconhecida pra mim.
- Você não disse que o pai dela tinha dinheiro? Que porr* André! Pedro pode me matar.- vociferou.
- Ele não vai dar um tostão pra ela e como eu disse; ela vai arriscar tudo. Vamos fugir! Vamos para um lugar onde ele não vá nos encontrar. Conheço uma roça. - tentei.
- Roça André? Olha para mim e diz se tenho cara de quem gosta de roça?.
- Vamos dar um jeito. O importante é a gente estar junto.Eu te amo e sei que você também. - a abracei e ela como se estivesse com nojo, me empurrou para longe.
- Larga minha esposa seu pé rapado.- vejo Pedro sair da cozinha e Patrícia se juntar à ele.
- Não estou entendendo. O que é isso Patrícia? - eles se beijam.
- O que não está entendendo? Acha eu eu não sabia do caso de vocês? - riu com deboche, dando a volta na mesa que nos separava e ficando bem de frente para mim. - Fui eu quem sugeri tudo isso. Temos um relacionamento aberto, e quando vimos que você pagava tudo para ela, começou a falar da família de sua ex com dinheiro. Pensamos: Porque não? Mas nós é que caímos num golpe. Você é um pé rapado, que não tem onde cair morto. - me desferiu um soco na boca do estômago. - Isso é por enganar minha esposa. Ouço a campainha tocar.
- Temos uma surpresa para você! - ela se encaminha para abrir toda sorridente.
Quase não consigo acreditar quando vejo João entrando e sendo cumprimentado com animação pelo casal.
- Patrícia! Eu te amava, fiz tudo para você! Porque? - ainda tentava ficar de pé após o soco.
- Pelo amor de Deus André! Eu odiava só de pensar em estar com você! Nem trepar direito você sabe. Super orgulhoso de si. Era dinheiro e João era para te apressar, porque eu não queria sair dessa de mãos abanando.
- Imagina só João, ele não trouxe o dinheiro! O que faremos com ele? - Pedro riu se aproximando de mim.
- Peraí gente vamos conversar! - os olhei em total pânico. Sem sucesso, eles desferiram golpes contra mim, primeiro foi um soco no rosto, depois outro na barriga e logo que cai começaram os chutes e logo apaguei, acordando no hospital três dias depois. Com minha mãe aos prantos, feliz por eu ter acordado.
- Meu filho! Graças á Deus você acordou.
- Como eu vim parar aqui? - tentei me levantar, mas ela me impediu dizendo que havia fraturados 5 costelas. Devido a dor que senti, desisti.
- Me ligaram e disseram que se envolveu numa briga de bar, mas não deram muitos detalhes. Você se lembra de algo? -fez um carinho no meu rosto, enquanto eu puxava pela memória a briga e que provavelmente eles inventaram isso. Eram policiais, podiam plantar provas.
- Não. - menti.
- Porque você fez o que fez com a Adriana? - sentou-se próxima a mim.
- Do que está falando? - virei o rosto para o outro lado, não queria encará-la.
- Ontem, antes de vir para cá, fui na loja para falar sobre o acontecido e descobri que estava de cabeça para baixo. O pai dela, estava lá, a colocando para fora do escritório, dizendo um monte coisa, a mãe dela chorava tentando impedi-lo. Cheguei para acalmá-la e ela toda nervosa me contou. Que tipo de homem eu criei? - ela começou a chorar.
- Mãe me perdoa por favor. Eu fui enganado.- tentei conter as minhas lágrimas também.
- Me conta a verdade para que eu possa te perdoar algum dia. - ela se levantou e com olhos tristes me encarou.
- Me envolvi com uma pessoa que precisava de dinheiro e quando descobri o caso da Dill..
- Você quis se aproveitar disso? Colocou seu próprio filho em risco. O que acha que ele faria se pensasse que esse namoro dela foi enquanto vocês eram casados?
- Mãe! - me interrompeu. eu já não segurava as lágrimas.
- Cala a boca André! Sou tua mãe e eu te amo, mas isso é imperdoável. Adriana sempre foi uma pessoa excelente, te ajudou quando você quis fazer faculdade. O pai dela pagou o seu estudo e ela ficou em casa cuidando do Alan para que você pudesse estudar. Que tipo de homem é você?
- Eu estava apaixonado e ela estava saindo com uma mulher!
- Ela é livre para fazer as escolhas dela, vocês não eram mais casados. - o tom de nossa conversa, era carregada de raiva e emoção, meu choro saiu incontrolável pensando no que fiz, parecia que a ficha havia caído naquele momento.
- Como está Alan?
- Não sei! O clima e tudo estava uma bagunça na loja, precisei sair.
- Será que um dia você vai me perdoar? - só pensava em Alan.
- Você deve se perguntar se seu filho vai te perdoar algum dia.
DILL POV
Com o dia pesado que tive, foi fácil cair na cama e apagar. Não consegui pensar em nada. Cada coisa de uma vez, esperar se André cumpriria a promessa.
Levantei cedo, troquei de roupa, fiz café e Alan veio para tomar junto.
- Que milagre! Você acordar tão cedo e ainda tomar café comigo.- empurrei uma xícara para ele.
- Só de saber que André já não está aqui, me deixa mais leve. Mas não foi por isso. Vou correr com minha amiga.- deu um leve sorriso.
- Amiga é? - Fico feliz meu filho. - ele não parecia tão animado assim, desde as primeiras crises de depressão. Até me emocionei.
- Não se empolga mãe, ela é só uma amiga e por mim eu não saía de casa, mas ela insistiu muito.
- Vai te fazer bem. Aproveita. Mas deixa eu correr que hoje preciso encarar o que seu pai pode fazer pra mim.
- Você vai se encontrar com ela de novo? - tremi ao ouvir sua pergunta.
- Já disse que acabou Alan. Cada uma vai seguir seu caminho.Bom deixa eu ir que você está com a vida ganha. - beijei sua testa e saí.
Sem André parecia realmente que o clima em casa estava mais leve e a amizade nova de Alan me animava para uma melhora dele.
Pensava em Juliana o tempo todo, como eu gostaria de procurá-la, mas com tanta coisa acontecendo, precisava resolver.
Cheguei na loja e vi o carro do meu pai parado na porta, percebi que haviam algumas ligações perdidas de minha mãe. Realmente André deve ter cumprido sua promessa.
Sem mais demora, eu precisava encará-los.
Entrei e dei de cara com ele no escritório tirando todas as minhas coisas no chão. Minha mãe chorando na porta.
- O que está acontecendo mãe? - tentei dar um abraço, ela se esquivou. Preferi não forçar e entrei
- Pai. - olhei meus quadros, notebook, agendas tudo espalhado.
- Não sou mais seu pai! Tenho vergonha de você! Minha filha é uma infame. - ele berrava, todas as funcionárias da loja o podiam ouvir.
- Essas coisas são minhas. - nervosa e tentando não chorar eu ia juntando tudo.
- Comprou com o dinheiro que eu dei para montar essa loja, mas vou reaver tudo. Não quero uma filha….-
- Sapatão? É isso que você ia dizer?- juntei forças para desafiá-lo.
- Olha o estado que está sua mãe! Morrendo de vergonha. Sua irmã não vai deixar suas sobrinhas te verem mais. - ele estava muito bravo. - Não vai ter mais nenhum centavo meu.
- A quanto tempo você não me ajuda mais? Tenho carregado essa loja desde que você se aposentou e disse que ia mandar um substituto. Deixei meu sonho pelo seu e é isso que recebo?. - Vai deixar seu neto na miséria?
- Coitado do Alan! Ele já sabe dessa pouca vergonha?
Eu senti o desespero percorrer meu corpo, aquele homem que a muito não me ajudava, estava me julgando.
- Cala boca seu velho! A mamãe te aguenta porque é de outra época, mas você nunca foi um bom homem, me deixar um negócio que eu nunca quis, não é ser um bom pai. - falei alto, percebi as meninas da loja, baixando as portas. - Nãp vai dizer nada mamãe?- fui até ela.
- Não ouse colocar sua mãe nisso. Olha como ela está sofrendo! - a puxou tirando de perto de mim.
- Faça como quiser! Eu vou me virar. Meu filho não vai passar necessidade.
- Não vai mesmo porque não vou deixar, eu vou tomar ele de você Adriana! - parti para cima dele em fúria, foi quando senti uma mão me segurar.
-
Não vale a pena mãe.
Fim do capítulo
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lorenamezza Em: 24/02/2025 Autora da história
Sim é! E acredite, ele é muito real.