Capitulo 29
CAPÍTULO VINTE E NOVE
Em um instante, seu Gregório ergueu do sofá, apoiando a mão em sua perna, a voz grave preenchendo o ambiente. — Bem, espero que você saiba o que esta fazendo, e torço para que tudo se resolva, você e sua fiha merecem viver em paz. Vou deixar vocês duas se entendendo. Ainda há muito serviço lá embaixo. — Um leve sorriso brincou em seus lábios antes que a seriedade tomasse conta de seu semblante. — Minha bambina nunca trouxe um namorado para casa, por mais que eu soubesse de seus encontros secretos. Tenha paciência, minha menina tem o sangue quente, mas é uma boa garota.
Ágata pareceu envergonhada, um rubor suave colorindo suas bochechas. Marcela achou aquilo adorável. A puxou para sentar em seu colo, sentindo o calor do corpo de Chiara se aninhar ao seu.
— Contei lá em casa que estamos juntas, e eles não reagiram muito bem. — sua voz saiu rápida e insegura, não sabia até onde ia à coragem da italiana em demonstrar seus sentimentos, mais a resposta que veio em seguida aliviou seu medo.
— Ainda bem, porque eu nunca gostei de fingir ser oque não sou, estava a um fio de te contar que só não falei antes por medo de te prejudicar. — Ágata murmurou, os braços envolvendo o pescoço de Agata, o hálito quente roçando a orelha dela.
— Você é estranha, garota. — Os dedos de Marcela desceram pela cintura de Chiara, apertando sua bunda com ternura, trazendo-a para mais perto, sentindo cada curva se encaixar perfeitamente na sua.
— Perché amore mio? — A voz de Chiara era um sussurro sedutor, fazendo o corpo de Marcela vibrar.
— Perché non é stata aggredita perché una donna e mi comportavo in modo naturale in relazione agli appuntamenti come la cosa piú normale del mondo. — A resposta de Marcela saiu em um italiano fluente, com um sotaque siciliano que arrepiou Chiara até a alma.
Chiara olhou para Marcela com um espanto genuíno, não pelo que ela disse, mas pela forma como as palavras escaparam dos seus lábios, tingidas com uma melodia tão familiar.
— Dio mio! Onde você estava que me fez esperar a vida inteira? Onde aprendeu meu idioma tão bem assim? Quer dizer, meu idioma é português, mas por pura birra da minha mãe, que se recusou a dar à luz perto da família do meu pai.
Marcela sorriu, os olhos brilhando com memórias distantes.
— Minha mãe a Montserrat, ficou sabendo que fui pega na cana com uma garota da minha escola, e que o Renato não tinha reagido muito bem,, a Salete estava com problemas no parto e fui morar com a Mon que nos levou para a Europa. Morei um bom tempo na Itália.
— Eu tinha uma fascinação por você naquela época. Um dia, na fazenda da dona Montserrat, eu te vi já adulta, chegando com uma ruiva. Passei o dia te procurando, mas não te vi mais. — A voz de Ágata carregava um tom de nostalgia e uma ponta de melancolia.
Marcela tentou recordar aquela época sem muito sucesso. Sua vida fora um turbilhão de namoradas, de ruivas — tantas que nenhuma imagem clara lhe vinha à mente. — Quantos anos você tinha nessa época?
— Não sei, acho que treze ou quatorze. Lembro da dona Montserrat comentar com meu pai que a filha caçula tinha acabado de viajar.
— O destino nos fez entrar e sair da vida uma da outra para nos mostrar que seríamos um casal. No dia em que te vi pela primeira vez, fui instantaneamente fascinada, parecia que algo me chamava. Quando passei bem devagarinho e te vi de perto, quase caí da moto, mas não podia parar. Depois, te vi aqui, e tudo o que eu queria era encontrar um jeito de te tocar, de te conhecer melhor. — A voz de Marcela, agora mais suave, revelava a intensidade de seus sentimentos.
— Pois agora você tem a chance de me conhecer de uma forma que nunca imaginou. Venha, vamos banhar juntas. — Agata sussurrou, a promessa de um futuro em seus olhos.
Agata separou duas toalhas macias e duas camisetas velhas, os tecidos roçando suas mãos. Suas roupas vestiam o corpo de Marcela com um ajuste tentador, mesmo que Marcela fosse consideravelmente mais alta que ela. Agata trocou a roupa de cama duas vezes, um pretexto esfarrapado para disfarçar o nervosismo súbito que incendiava suas veias. Chiara a olhava de um jeito diferente, como se buscasse algo profundo em sua alma, algo que Agata estava prestes a revelar.
— Larga isso e venha tomar banho comigo. Já desistiu do convite? — Chiara perguntou, a voz rouca, fazendo o corpo de Agata colar ao dela. Um fogo líquido consumia Agata, e a culpa, ela sabia, era do vinho, e da voz sedutora de Chiara no pé de sua orelha. Suas pernas ameaçaram ceder, e Agata se apoiou na cama para não desabar.
— Vamos, sim. Vá à frente, tudo o que precisar vai estar no armário. — Um leve empurrão com o quadril de Chiara rendeu um apertão possessivo na cintura de Agata. Quando a porta do banheiro se fechou, Agata se permitiu sentar na cama, a respiração em disparada.
"Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Parece até que sou uma virgenzinha, e não uma mulher adulta, louca por ela. E agora? Entro lá nua ou seminua? Será que ela vai me achar bonita quando me vir despida?" Os pensamentos fervilhavam na mente de Agata, uma torrente de inseguranças inesperadas.
Fazia apenas três dias que Agata havia feito uma depilação completa. Ela estava lisa, macia, exatamente como nascera. Levantou os braços e inalou suas axilas, que exalavam um aroma delicioso, sem nenhuma mácula. Verificou seu hálito, impecável. Seus cabelos também.
— Qual o seu problema, Agata? Você nunca deu importância a esse tipo de coisa! — Agata brigou baixinho com a Agata tímida que mal reconhecia. — Eu nunca fui para a cama com uma mulher, não sei nem onde tocar.
Agata respirou fundo, tentando afastar o pânico que a invadia. — Toque onde der vontade e ela permitir, não tenha medo. Você deseja essa garota, está ardendo por ela. Vá com tudo e faça seu nome.
— Chiara, vida, está falando com quem? — A voz de Marcela gritou, vinda do banheiro. Agata saltou como um gato assustado, o coração batendo descompassado. Se continuasse assim, sofreria um infarto antes mesmo de pisar naquele banheiro.
Agata tirou toda a roupa, sentindo o ar frio roçar sua pele nua. Deveria desligar o ar condicionado? Melhor não, ultimamente estava um calor insuportável.
Enrolou seu corpo na toalha e caminhou lentamente. Não tinha a menor ideia do que fazer ou como fazer. Nunca havia trans*do com uma mulher antes. Poderia acariciar, deslizar suas mãos por qualquer parte do corpo de Chiara? Ela desejaria isso?
Agata abriu a porta do banheiro e se deparou com Marcela, submersa na banheira, apenas a cabeça visível enquanto brincava com a espuma. Chiara ergueu o olhar, e seus olhos seguiram cada centímetro do corpo de Agata enquanto ela caminhava, presos em suas pernas. Os olhos de Chiara subiram à medida que Agata retirou a toalha, deixando-a sobre a pia, e Agata se viu paralisada. Seu coração pulava feito louco, a vontade de cobrir sua intimidade com as mãos era imensa.
— Você é linda! — O olhar de Marcela dizia muito mais, palavras silenciosas que incendiavam a alma de Agata. Ela se sentiu desejada, sem espaço para o receio. Marcela saiu da banheira, a água escorrendo pelo corpo escultural, e a abraçou, faminta por beijos. Agata esqueceu cada pensamento, cada dúvida, e a puxou pela cintura, intensificando o contato. O beijo foi inevitável, ardente, desesperado.
— Você tem duas opções. — Marcela sussurrou, ofegante, a testa colada na de Agata, seus seios macios roçando os dela. — Ou você entra e tomamos um banho juntas, ou voltamos para o quarto e incendiamos aquela cama.
Tudo em Agata tremia de emoção, ela mal conseguia falar. Nunca imaginou que tal conexão, tal eletricidade, existisse entre duas pessoas. Nem mesmo quando perdeu a virgindade sentiu algo assim; foi tão comum, tão doloroso, que agradeceu aos céus quando terminou. Mas essa explosão de sentimentos era inédita, avassaladora. Marcela beijou a ponta do nariz de Agata, subiu pelos seus olhos, mas quando começou a sugar seus lábios, mordendo e lambendo, o íntimo de Agata jorrou como uma cascata. Ela sentiu sua intimidade úmida, pulsante. Se tivesse um pouco mais de coragem, pegaria a mão de Marcela e a colocaria entre suas pernas para que ela sentisse o quanto a queria. Mas preferiu esperar que ela tomasse a iniciativa, e sabia que não demoraria.
— Cama? — Agata apenas assentiu, incapaz de proferir uma palavra.
Marcela ergueu Agata em seus braços, caminhando sem esforço, levando-a até a cama sem quebrar o contato visual intenso. Ela girou a chave na porta e subiu no colchão, de quatro, nua, sem pudor algum. Seu corpo era perfeito, esculpido pela academia. Nem uma única celulite, nem uma gordurinha. Ao contrário, músculos definidos e um abdômen sarado que Agata achava que só homens poderiam ter.
— Caralh*, Chiara, você é mais linda do que eu pensava. Mal acredito que tenho você aqui assim, toda minha. — A voz de Marcela era um misto de admiração e desejo.
Agata continuava muda, sem encontrar palavras para expressar o que se passava dentro dela. Ela devia começar a falar antes que Marcela pensasse que estava arrependida.
— Estou nervosa.—Mas que porr*! Com tanta coisa para dizer, foi soltar uma bobagem dessas?
— Eu sei, a primeira vez é sempre assim. A gente pensa um monte de besteira porque nunca fomos preparadas para esse momento. — Marcela se deitou sobre Agata, entre suas pernas, apoiando o peso do corpo nos braços. Quando seus sex*s se tocaram… Caralh*! Se Agata já estava sedenta por seus toques, agora estava indo à loucura. A boca de Marcela tomou posse da de Agata, e ela se entregou. Já estava entregue desde o primeiro beijo.
— Eu sou louca por você, Chiara, como nunca fui por nenhuma outra mulher. Estou me entregando toda. Por favor, não quebre meu coração. — Marcela falava entre lambidas ardentes. Sua língua deslizava entre o pescoço e os seios de Agata. Quando abocanhou um mamilo e sugou, Agata soltou um gemido tão diferente de sua própria voz que, por um segundo, a deixou mole. Subiu o quadril, esfregando-o em Marcela. A voz que saiu não era sua.
— Digo o mesmo. Não brinque comigo, eu quero ser sua. Estou me entregando a você, por inteiro.
— Nunca, nunca vou brincar com seus sentimentos.
O corpo de Chiara subiu mais um pouco, esfregou-se no de Marcela, que o recebeu por inteiro. Era como uma dança febril de quadris, mãos e bocas. Agata sentia sede dos lábios de Chiara e seu ventre se abria por completo para receber o de Marcela, que, não sabia como, encaixou-se todo nela. Os beijos de Marcela arrancavam gemidos altos que Agata não conseguia sufocar, suas mãos criaram vida própria e puxavam o corpo de Chiara para mais contato, para mais calor.
Agata passou as mãos pelas costas de Chiara. Suas unhas não eram grandes, mas com certeza deixaram marcas vermelhas e quentes por onde passavam. Agata ouviu Marcela gem*r, e o som a enlouqueceu ainda mais. Rebolou com mais força, mas foi impedida por uma parte do corpo de Chiara que a mantinha presa na cama. A mão de Chiara descia, acariciando, se aproximando da intimidade de Agata. Ela sabia o que Chiara faria. Seus dedos desceram preguiçosos, lentos, e donos de tudo. Abriram os lábios de Agata delicadamente e, usando o polegar, desenhou círculos lentos em seu clit*ris, que estava duro como pedra, implorando por mais. Agata queria gritar e chorar, mas quando Chiara enfiou dois dedos nela e os movimentou sem parar os círculos, Agata não aguentou. Ch*pou com fúria o pescoço de Chiara, outra coisa que nem por um instante pensou que fosse tão delicioso.
Agata se derramou em cascata nas mãos daquela que seria a sua mulher, e foi um dos gozos mais alucinantes que já sentiu. Chiara distribuiu beijos no rosto, testa e pescoço de Agata, e a abraçou com carinho.
— E então?
O sorriso de Marcela era doce e sensual, e suas mãos ainda acariciavam os seios de Agata, a metade do seu corpo ainda sobre o dela. — Melhor do que pensei. Talvez seja porque é com você. — Agata acariciou o rosto de Marcela e a puxou para beijar sua boca, afastando os cabelos que se soltaram. Quando ela inclinou o rosto, Agata ficou espantada com a enorme mancha arroxeada em seu pescoço, bem no lugar onde ela havia ch*pado na hora da loucura. Marcela percebeu a mudança no olhar de Agata.
— Ficou roxo, né? Eu sabia que ficaria.
— Por que não me parou?
— Porque eu gostei, estava ótimo. Às vezes no quartel, os policiais chegavam com ch*pões no pescoço e passavam o tempo todo falando da qualidade das amantes, se gabando. Eu nunca entendi muito bem o motivo, mas agora eu sei do que eles estavam falando.
— Está dizendo que, por ch*par o seu pescoço, eu sou gostosa? É isso?
— Estou dizendo que ver você sentindo prazer e saber que sou eu a responsável… Você não tem noção de como estou me sentindo. Sentir sua entrega e ver a maneira como retribui faz de você a mulher mais ardente e deliciosa do mundo.
As palavras de Marcela encheram Agata com uma satisfação desconhecida e embriagante.
— Mas eu não vi você tendo um orgasmo. O que eu preciso fazer? Tenho medo de não saber te dar prazer assim como você deu a mim, de não ser o suficiente para você. — Agata queria que sua namorada sentisse tudo o que ela sentiu, e muito mais.
— Hoje é tudo para você. Meu prazer será te dar prazer. Com a convivência, nos conheceremos melhor e você pode descobrir do que gosto e como gosto. Essas coisas ninguém ensina, a gente já nasce sabendo, no fundo da alma.
— Como vamos sair na rua com essa marca no seu pescoço? — Agata não estava arrependida de tê-la marcado, nem se sentia envergonhada por ter se excedido nas emoções. Sua preocupação era com Marcela, que tinha uma filha pequena, e crianças são curiosas. Sem contar que todo mundo sabe o que uma marca dessas significa, o fogo que a criou.
— Vou passar gelo e usar uma blusa de gola alta. Eu estou de licença no trabalho, não tem problema. Minhas irmãs estão ocupadas, provavelmente não vão aparecer na fazenda, então não vai haver zoação, e minha mãe é muito discreta. E outra coisa, eu estou orgulhosa dessa marca. Sempre que eu olhar vou lembrar de você — Marcela se aproximou para sussurrar no ouvido de Agata, a voz rouca, provocante. — Goz*ndo. Loucamente.
Ela realmente sabia como despertar a fera dentro das entranhas de Agata. Agata abriu mais as pernas, esfregando-se na morena, sentindo o calor aumentar.
— Chiara, Chiara. Não brinque com o que não conhece.
Marcela beijou o pescoço de Agata com as duas mãos e acariciou sua bunda por baixo do corpo dela, apertando-a com desejo.
— Marcela, Marcela. Minha doce mentirosa. Você não sabe a fome que eu tenho da sua boca. — Agata respondeu, entregando-se por inteiro ao beijo, perdendo-se nos lábios de Marcela.
De repente, levantou com um pulo. Agata a encarou, confusa. Pensou que precisasse ir ao banheiro, mas não o fez. Ela procurava algo em sua mochila. Quando encontrou, escondeu atrás do seu corpo. Por mais que Agata se virasse, não via nada.
— O que você está escondendo, amore mio?
— Bem, digamos que é um instrumento de trabalho. E também um brinquedinho sexual.
Sentou novamente sobre Agata, segurando um par de algemas. Agata já tinha visto filmes assim. Sentiu um frio arrepiante na barriga, um misto de excitação e nervosismo.
— Não me diga que vai fazer o que estou pensando?
Ela sorriu descaradamente, passando a língua nos lábios, e depositou as algemas abertas próximo à cabeça de Agata. A beijou com sofreguidão, todo o seu corpo colado ao de Agata. Com jeitinho, Agata a virou, passando para cima dela, sentindo-a vibrar sob si. Marcela olhou para Agata, sorrindo, segurou sua cabeça e voltou a beijar Agata, esfregando o sex* no dela, sempre ditando os passos da dança. Em um momento de distração, Agata agarrou as algemas rapidamente e prendeu um dos pulsos de Marcela na cama.
— O que pensa que está fazendo? — A voz dela era de total surpresa, mas sem nenhuma censura. Ela parou o que estava fazendo, o que deu a Agata a oportunidade de prender o outro braço.
— Isso eu sei fazer. Já vi em filmes e li em livros. Mesmo eu querendo demais que faça comigo, agora é minha vez de te dar prazer, minha doce mentirosa.
Fim do capítulo
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Bel Nobre Em: 16/03/2025 Autora da história
kkkkkkk valeu a pena esperar?