Capitulo 23
Bianca estava no final do corredor, celular na mão, quando avistou Ana. A cena era clássica: Ana estava parada, olhando fixamente para a parede, como se estivesse tentando entender o sentido da vida... ou talvez só decidindo se ia pedir mais um café. Mas uma coisa era certa: ela não estava prestando atenção em nada ao seu redor.
"Ei, Ana!" Bianca gritou, se aproximando. "Vamos embora logo ou você vai começar a conversar com as paredes de novo?"
Ana virou-se rapidamente, com aquele sorriso de quem acabava de ter uma epifania. "Bianca, você não vai acreditar! Acabei de pensar que se eu fosse uma planta, eu seria uma samambaia. Elas estão sempre lá, sendo elegantes, mas nunca precisam fazer nada. Sério, quem não quer ser elegante sem esforço?"
Bianca soltou uma risada, já acostumada com os devaneios filosóficos de Ana. "Tá, tá, samambaia. Vamos, já é tarde, e eu não sei você, mas tô morrendo de fome."
Ana deu uma última olhada para o corredor, como se estivesse prestes a lançar um discurso sobre o sentido da vida, mas logo desistiu e assentiu com um "Beleza, bora!" e as duas começaram a caminhar juntas.
"Então, me conta… Como foi o laboratório de hoje com a gostosona?" Ana perguntou, seu olhar malicioso denunciando o tom de curiosidade que Bianca já conhecia. Ana levantou uma sobrancelha, fingindo inocência, mas a voz traía suas intenções.
Bianca parou de andar por um segundo e suspirou pesadamente. Ela sabia que Ana não ia descansar até saber todos os detalhes. "Horrível" ela começou, e Ana a interrompeu imediatamente com um sorriso curioso.
"Horrível? Aí, meu Deus. Como? Não vai me dizer que aquela deusa é ruim da coisa? Amiga, você conseguiu chegar lá ou teve que fingir?" Ana já estava se deliciando com a ideia da confusão.
Bianca riu, mas foi uma risada nervosa. "Não! Não teve nada disso sua pervertida, foi só laboratório mesmo, fala sério, tinha um monte de gente lá… Ela... Ela só é do tipo que adora provocar, sabe? Como se tivesse prazer em me deixar sem reação. Eu estava ali, tentando fazer o experimento, e ela simplesmente apareceu do meu lado... Sem mais nem menos. Meio que…Vai ser ou tá difícil?' E aí, claro, eu já comecei a suar frio. Como se eu fosse uma idiota, já que, tecnicamente, eu sabia o que estava fazendo, mas parecia que ela sabia que eu não sabia." Bianca fez uma pausa, tentando reunir forças. "E aí ela começou com aquelas provocações."
Ana se inclinou para frente, como se estivesse em uma sessão de terapia, totalmente envolvida. "Provocações? Tipo... Ela te chamou de lerda na frente de todo mundo?"
Bianca revirou os olhos. "Não exatamente, mas quase. Tipo, ela passava a mão na bancada, perto de mim, e eu sentia o calor da mão dela... E a cada vez que eu tremia um pouco, ela me olhava como se fosse a coisa mais engraçada do mundo. Tipo, com aquele olhar que dizia: 'Você vai se perder em tudo, mas vai ser divertido assistir, eu sei o que te deixou assim.'" Bianca suspirou, já de cabeça cheia das lembranças. "E o pior de tudo? Ela parecia adorar isso! A cada erro, ela soltava uma risadinha, como se eu fosse a estrela do show. Tipo, todo mundo olhando, e ela lá, com aquele olhar de quem está se divertindo com a minha cara."
Ana soltou uma gargalhada. "Cadela sadica. E você? Ficou lá toda fácil né , fingindo que não estava adorando ficar totalmente desconcentrada por causa dela?"
"Não só isso, Ana," Bianca continuou, com um sorriso forçado. "Ela me desafiou. Tipo, no meio do experimento, ela chegou bem perto, sabe? Aquele tipo de 'proximidade invasiva' que te faz perder a linha de raciocínio. E disse, baixinho: 'Vai errar de novo, ou vai conseguir fazer isso certo?'. Eu quase morri na hora, porque meu cérebro desligou e só estava ouvindo a voz dela. Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Quando eu errava, o olhar dela... Bianca fez uma careta. "E depois, quando finalmente entregamos, ela simplesmente disse 'obrigada', e saiu. Como se fosse só mais uma coisa que ela tinha riscado da lista."
Ana arregalou os olhos. "Ai, meu Deus, Bia! Isso foi um show de humilhação! Você devia ter dado um tapa na mesa, feito a drama queen, e dito: 'Tá, Luísa, agora vai se ferrar! Tira a roupa e fica de quatro'"
Bia, com a expressão Chocada, riu até perder o fôlego. "Você quer que ela me mate estrangulada com um fio de cobre? Tá doida?"
"Agora sério, você tem que parar de se submeter assim, Bia. Você é muito mais do que isso!" Ana disse com uma intensidade que pegou Bianca de surpresa. "Quando alguém te faz se sentir assim, o segredo é não deixar transparecer. Porque você não precisa da aprovação dela, nem de ninguém! Já que você ficou ali tremendo e errando, se isso te faz sentir mal, ter a sensação de ser só mais uma risadinha pra Luísa no fim do dia... se ela te olhar assim de novo, manda ela tomar um chá de boca fechada, e avisa que não vai ser o seu chá."
Bianca riu, mais aliviada agora. "É, vou tentar me lembrar disso da próxima vez." Ela sorriu, mais confiante. "E, olha, depois disso tudo, vou te contar, eu realmente não aguentava mais aquele laboratório. Foi quase uma experiência de resistência, sabe? Acho que a Luísa estava mais interessada no meu sofrimento do que no experimento, se estivesse só a gente.... Mas eu fui feita de piada, foi horrivel."
"Bem, se você precisar de mais motivação para não morrer na próxima aula de laboratório, me chama, que a gente faz uma terapia em grupo eu tenho um taco de beisebol com o nome da gostosona nele," Ana brincou, mas logo ficou mais séria. "Você tem que se impor, amiga. Porque, com todo esse drama, você merece mais do que ser o brinquedinho de laboratório dela, por mais gostosa que ela seja."
Bianca deu uma risada leve. "E agora você vai me dizer que o segredo está em ser uma samambaia elegante?"
Ana piscou. "Exatamente! E, se der certo, vou te mandar umas aulas de como dominar o mundo com charme e simpatia." Ela fez uma pausa, olhando Bianca com um sorriso convencido. "Agora, falando sério... você tá precisando de um pouco de diversão. Como eu já disse, ninguém mexe com a gente, não importa o laboratório ou a gostosona psicopata!"
Bianca, finalmente relaxando um pouco, sorriu. "Você tem razão. Vamos esquecer isso por hoje."
"Vamos! Aliás, vamos embora logo, finalmente sexta-feira! Você pode dormir lá em casa, né?" Bianca disse com um sorriso convidativo, aliviada por a conversa estar tomando outro rumo.
“Só se você fizer brigadeiro!” Ana respondeu com uma piscadela e um passo confiante.
Bianca balançou a cabeça, mas não resistiu. "Claro, porque meu brigadeiro é a chave da nossa felicidade, né?"
“Exato!” Ana respondeu com um sorriso vitorioso. “E se tiver um monte de brigadeiro, a vida vai um montão de mais maravilhosa. Te garanto!”
Fim do capítulo
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Joh olliveira
Em: 23/02/2025
É Bianca ou Gabriela? ai autora você me deixa confusa assim.
Pois já acostumei com Bianca.
Pronta pro próximo ,sem Gabriela por favor. Só Bianca.
Joh olliveira
Em: 24/02/2025
É você que tá escrevendo a Lei do desejo. Pq a personagem lá é Gabriela, acho que vc acabou confundindo kkk.
Só pra constar estou amando essa outra história. Rsrs
lenass
Em: 06/04/2025
Autora da história
Hahaha sim, pega no pulo! É uma confusão mesmo — o multiverso das minhas personagens tá quase virando um crossover involuntário! Já decidi que, se for continuar escrevendo, vai ser uma de cada vez… pela minha sanidade e pelo bem das minhas mocinhas também.
Mas que bom saber que você tá curtindo essa história também! Prometo manter cada universo no seu quadrado (ou pelo menos tentar, né? A gente se esforça! ). Obrigada por acompanhar!
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lenass Em: 23/02/2025 Autora da história
Hahaha, eu nem percebi! Até eu fiquei confusa, e fui eu que escrevi! Mas pode ficar tranquila, o próximo vai ser só a Bianca. Vou até conferir de novo, vai que...